O Rei dos Bamum visitou o museu etnológico de Berlim e reencontrou o trono real que pertencia ao seu bisavô

 

No dia 12 de junho de 2023, Nabil Mbombo Njoya,  rei sultão do povo Bamum (Camarões),  visitou o Museu Etnológico de Berlim (HUMBOLDT) e do evento foi postado um vídeo que viralizou nas redes sociais repercutindo o fato de que nessa visita ele sentou-se no trono que pertenceu ao seu bisavô Ibrahim Njoya e que foi levado de Camarões por colonizadores alemães no início do século XX. O trono é descrito pelo museu como “o auge da arte do povo bamum do final do século 19”.

O trono que está em museu de Berlim/ Crédito: Wikimedia Commons

Rei Nabil MBOMBO NJOYA em visita ao Museu Etnológico de Berlim (HUMBOLDT) (foto copiada do site. https://www.ambacam.de)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leia as matérias:

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/em-museu-rei-do-povo-bamum-de-camaroes-senta-em-trono-roubado-pelos-alemaes.phtml

Leia a matéria da embaixada de Camarões https://www.ambacam.de/en/2023/06/12/his-majesty-mouhammad-nabil-mforifoum-mbombo-njoya/

Fotografia entregue por Friedrich Lutz, maio de 1906

Rei Ibrahim Njoya de Bamum em pé ao lado do trono de seu pai fora do Antigo Palácio de Foumban, Bamum, Camarões

 

 

___________

Segundo a revista National Geographic, quando os alemães ocuparam a África nos anos de 1884 a 1916, eles deram a sugestão para que o Rei Ibrahim enviasse uma réplica do trono Mandu Yenu para o Kaiser Guilherme II como um presente de aniversário. Naquela ocasião, Njoya aceitou a proposta sugerida. Porém, a réplica não ficou pronta no período estipulado para a celebração, e assim os alemães obrigaram o bisavô de Nabil entregar a peça original.

 

 

 

 

A visita de rei Nabil Mbombo Njoya aconteceu alguns dias após a realização do colóquio internacional “PATRIMÔNIO CULTURAL DOS CAMARÕES NA ALEMANHA: CONHECIMENTO E PERSPECTIVAS” onde durante três dias investigadores e público de vários países e origens discutiram e trocaram opiniões sobre temas tão diversos como “a reconstrução de fatos históricos”, permitindo reconstituir o percurso muitas vezes violento de “entidades” culturais dos Camarões à Alemanha , a “restituição do saber”, tratando da escolha, muitas vezes difícil, das palavras e linguagens usadas (ou a serem usadas) para transmitir a história das expropriações e a perspectiva dos expropriados, e mesmo “reconectar com o patrimônio cultural”. No evento foi ainda lançado a obra coletiva Atlas de l’absence – Le patrimoine culturel camerounais en Allemagne, um produto do projeto de pesquisa Reverse Collection Stories que explora as formas e consequências da realocação de bens culturais da ex-colônia para a Alemanha.

Após 20 anos de idealização, o Fórum Humboldt da Alemanha abre suas portas digitalmente nesta semana — e pretende abrir fisicamente no segundo trimestre de 2021 — com exibição de milhares de artefatos da África, Ásia e outras regiões. O Museu Etnológico de Berlim, cuja coleção será transferida em grande parte para o Fórum Humboldt, detém atualmente cerca de 530 bronzes e outros artefatos de Benin — a segunda maior coleção do mundo depois do Museu Britânico. Metade da coleção de Benin ficará exposta no Fórum Humboldt.

 

Veja mais sobre a questão museológica e a apropriação de objetos de culturas africanas:

https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2021/01/na-alemanha-novo-museu-reacende-uma-polemica-colonial

https://www.nationalgeographic.com/magazine/article/museums-stolen-treasure-feature

https://www.tu.berlin/en/kuk/research/projects/current-research-projects/umgekehrte-sammlungsgeschichten-mapping-kamerun-in-deutschen-museen

 

 

 

 

Uma trajetória de trabalho na educação escolar indígena, a experiência de Gilvan M. de Oliveira

 

Prof Lino João de Oliveira Neves (UFAM) e Gilvan M. de Oliveira (UFSC)

Em 2013, o professor Gilvan M. de Oliveira, fundador do IPOL (Instituto de Investigação e  Desenvolvimento em Politicas Linguisticas), e então a frente do IILP (Instituto Internacional de Língua Portuguesa) como Diretor Executivo,  participou de uma entrevista com o Prof Lino João de Oliveira Neves – Departamento de Antropologia UFAM, fazendo um recorte histórico a partir do primeiro processo de cooficialização de língua a nível municipal quando em  2002, São Gabriel da Cachoeira no Amazonas cooficializou três das línguas faladas no seu território a partir de uma lei ordinária da Câmara de Vereadores: o baniwa, o nheengatu e o tukano, criando assim uma via nova e uma tecnologia social para o reconhecimento do multilinguismo brasileiro.

Gilvan comenta que “a cooficialização de línguas em nível municipal, através de lei promulgada pela câmara de vereadores, é um verdadeiro movimento social no Brasil que conta já com 22 línguas oficializadas em 51 municípios, 13 línguas indígenas e 9 línguas alóctones ou de imigração, em onze estados brasileiros nas regiões norte, centro oeste, sudeste e sul (dados de 2022)”.

Assista a sequencia de 6 vídeos com Gilvan Mûller de Oliveira, Trajetórias na Educação Bilíngue Intercultural Indígena

  1. Parte 1: Reconhecimento da diversidade linguística do Rio Negro e no Brasil https://youtu.be/cJikLQ1IBzM
  2. Parte 1: Reconhecimento da diversidade linguística do Rio Negro e no Brasil (Continuação) https://youtu.be/x06Qtw3Qg04
  3. Parte 2: Vitalidade linguística e promoção do conhecimento https://youtu.be/z4_onKt6HDk
  4. Parte 2: Vitalidade linguística e promoção do conhecimento (Continuação) https://youtu.be/RMo9BcY7Ebo
  5. Parte 3: Línguas locais e os desafios da educação diferenciada https://youtu.be/jNRKRBiFPxU
  6. Parte 3: Línguas locais e os desafios da educação diferenciada (Continuação) https://youtu.be/GFP_bV5QUrA

 

Para conhecer a Universidade Federal da Amazônia e a Licenciatura, visite as páginas abaixo:

 

 

Universidade Federal do Amazonas – UFAM Instituto de Ciências Humanas e Letras – ICHL

 

 

Licenciatura Indígena Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável

 

________________________________

 

Saiba mais sobre Gilvan M. de Oliveira nesta entrevista publicada na página da Revista Virtual de Estudos da Linguagem – ReVEL  (http://www.revel.inf.br/pt),

edição número 14 (http://www.revel.inf.br/pt/edicoes/?id=41)

Link para a entrevista: http://www.revel.inf.br/files/e92f933a3b0ca404b70a1698852e4ebd.pdf

Palestra: “Políticas linguísticas no Brasil: desafios e potencialidades da cooficialização de línguas”

 

 

O Programa Pós-graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) apresenta a palestra “Políticas linguísticas no Brasil: desafios e
potencialidades da cooficialização de línguas” com a Dra. Rosângela Morello,
Coordenadora do Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Políticas Linguísticas (IPOL), Cátedra UNESCO Políticas Linguísticas para o Multilinguismo

Dra. Morello comenta que “É importante  contextualizar e discutir as políticas de promoção e valorização de línguas minoritárias no Brasil, especialmente cooficializações de línguas em âmbito municipal e o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), assim como abordar as potencialidades dos processos de cooficialização como política que vem se disseminando e que já ultrapassa as 22 línguas (9 de descendentes de imigrantes e 13 de indígenas) em 51 municípios brasileiros registradas em  2022. Neste últimos meses vários outros municípios e etnias vem aderindo a esse movimento que amplifica a diversidade linguística no país.  Se discute também o estatuto jurídico para as línguas em crescente uso ou aplicação no Brasil:  os processos de reconhecimento das línguas como patrimônio, como referência cultural de um município, estado ou mesmo em âmbito nacional, como é o caso do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), instituído através do Decreto nº 7387 de 10 de dezembro de 2010. A política do INDL, segundo seu Art. 3º, concederá à língua incluída no Inventário Nacional da Diversidade Linguística o título de “Referência Cultural Brasileira”, expedido pelo Ministério da Cultura.

Confira a lista de línguas cooficiais em municípios brasileiros (dados de 2022): http://ipol.org.br/lista-de-linguas-cooficiais-em-municipios-brasileiros/

 

Quando: 22-06-2023
Horário: 19h00
Local: Edificio DomPedro II, Rua General Carneiro, 460 (DPII) Reitoria, sala 409.
Curitiba – Pr
A palestra será acessível em Libras!

LINK: https://www.facebook.com/NELUFPR1?mibextid=ZbWKwL

App brasileiro que estimula aprendizado da Língua de Sinais ganha prêmio internacional

 

 

Durante o mês e maio foi realizado em São Paulo a segunda edição do  Hackthon Ed-tech. O evento é uma iniciativa coletiva de várias entidades alemãs e brasileiras que se destinam a incentivar e propor soluções tecnológicas atuais para os desafios locais e globais no ensino digital. Vencer desafios na Educação. Um grupo formado por alunos de universidades brasileiras venceu o prêmio German-Brazilian EdTech Hackathon 2023 com um aplicativo que estimula o aprendizado de língua de sinais.

 

Foto de Ricson Onodera

 

Os cinco alunos da Universidade de São Paulo (USP) e um da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) desenvolveram um aplicativo que facilita a interação por chat e vídeo entre pessoas de diferentes nacionalidades, facilitando o intercâmbio para a comunidade surda.

“Escolhemos o tema de ensino-aprendizado virtual de línguas de sinais, bem como a facilitação da mobilidade internacional para alunos surdos. O tema surgiu ao notarmos a falta de acessibilidade de materiais de línguas de sinais estrangeiras para estudantes internacionais. Por exemplo, para se aprender a língua de sinais alemã sendo um falante de Libras, é necessário compreender a língua alemã, evidenciando a falta de uma interface de aprendizado entre línguas de sinais”, diz Pedro Kenzo Muramatsu Carmo, estudante de ciências da computação na Universidade de São Paulo (USP) e um dos membros da equipe que criou o SignLink.

Saiba mais sobre o evento e o aplicativo premiado:

https://www.dwih-saopaulo.org/pt/2023/06/07/segunda-edicao-do-german-brazilian-edtech-hackathon-premia-app-que-facilita-aprendizagem-de-linguas-de-sinais/

https://www.icmc.usp.br/noticias/6170-alunos-da-usp-conquistam-premio-com-aplicativo-que-estimula-aprendizado-de-linguas-de-sinais

https://www.sonoticiaboa.com.br/2023/06/17/app-brasileiro-estimula-aprendizado-lingua-sinais-ganha-premio-internacional

 

Colabore na vaquinha para levar os estudantes para a Alemanha:

https://www.instagram.com/signlinkproject/?igshid=MzNlNGNkZWQ4Mg%3D%3D

Fomos convidados por 3 universidades alemãs para apresentarmos nosso projeto em seus hubs de inovação, com a possibilidade concretizar o SignLink com apoio das universidades mais inovadoras da Europa:

  • Freie Universität Berlin
  • Technical University of Munich (TUM)
  • Westfälische Wilhelms-Universität-Münster (WWU)

E ganhamos um prêmio de €2000 para nos ajudar com os custos dessa viagem. Porém, esse valor está muito aquém do suficiente para todos os integrantes da equipe conseguirem viajar à Alemanha.

Por isso, estamos submetendo nosso projeto a programas de fomento e divulgando nosso crowdfunding.

Nos ajude a levar o ensino de línguas estrangeiras de sinais para o mundo!

Apoie!

 

Câmara de Palmas realiza audiência sobre educação bilíngue

 

Presidente da Câmara de Palmas, vereador Folha Filho / Foto: Chico Sisto

No dia 19 de junho, próxima segunda-feira, a Câmara de Palmas, Tocantins, irá realizar audiência pública para tratar sobre a implementação de educação bilíngue de pessoas surdas. Com requerimento do vereador Folha (PSDB), presidente da Casa de Leis, o debate está marcado para às 14h, no plenário da casa.

 

 

Leia a matéria  no link abaixo

https://conexaoto.com.br/2023/06/14/camara-de-palmas-realiza-audiencia-sobre-educacao-bilingue-de-surdos-na-segunda-feira

acompanhe o assunto: https://conexaoto.com.br/tag/audiencia-publica

 

Demarcação de territórios é prioridade da Funai, diz Joenia Wapichana

A prioridade para a demarcação de terras indígenas no país é uma das diretrizes da reestruturação da política indigenista iniciada pela atual gestão da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), sob a presidência de Joenia Wapichana.

“Umas das prioridades do plano de trabalho é novamente fazer com que os processos de demarcação de terras indígenas andem e é uma questão que nosso presidente Lula já anunciou que quer dar prioridade”, disse Joenia Wapichana em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que vai ao ar neste domingo (11), na TV Brasil.

A presidente da Funai detalhou a importância da demarcação de uma terra indígena e os impactos para os povos que vivem nela. “Essa terra serve pra prover a vida dos povos indígenas. Sempre tenho dito que, a partir do direito à terra é que vem outros direitos sociais, que vem a saúde, educação, a forma de mantermos a cultura, faz com que a gente conserve e faça esse repasse dos conhecimentos tradicionais para que continuem as línguas indígenas, para que possa ter condições de os povos indígenas desenvolverem seus próprios projetos de sustentabilidade”, explica.

De acordo com Joenia Wapichana, os números mostram que há avanços nos processos de demarcação. “Em quatro meses, a Funai já fez andar mais de 30 processos de demarcações de terras indígenas”.

No final de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decretos de homologação de seis terras indígenas, durante o encerramento do Acampamento Terra Livre 2023, em Brasília. Os processos estavam parados desde 2018.

Preservação

A contribuição dos povos indígenas para a preservação ambiental foi destacada por Joenia Wapichana. Segundo ela, o que os povos indígenas conservam de biodiversidade e floresta em pé contribui para amenizar efeitos de problemas climáticos.

“Os povos indígenas têm uma capacidade de mostrar umas formas mais sustentáveis para contribuir inclusive para essa crise climática que o mundo atravessa. Temos discutido formas sustentáveis de fazer com que o mundo todo se preocupe e os povos indígenas têm feito sua contribuição com suas boas práticas, com seus conhecimentos tradicionais, manejos sustentáveis”, detalhou.

Tema que atualmente mobiliza atenção dos povos indígenas, a discussão sobre o marco temporal para demarcação de territórios no país é classificada pela presidente da Funai como inconstitucional por desconsiderar o direito originário dos povos indígenas. “Quando nossa Constituição finalmente passa a reconhecer os direitos indígenas, ela também traz uma preocupação de reconhecer os direitos originários, então colocamos isso como uma contradição a nossa Constituição”.

De acordo com Joenia, o Artigo 231 da Constituição Federal registra que são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

Está em julgamento no Supremo Tribunal Federal se as demarcações de terras indígenas devem seguir o chamado marco temporal, tese de que indígenas só têm direito às terras que já eram tradicionalmente ocupadas por eles no dia da promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988. Por essa tese, as áreas sem a ocupação de indígenas ou com a ocupação de outros grupos neste período não estão sujeitas à demarcação.

Notícias relacionadas:

https://www.istoedinheiro.com.br/demarcacao-de-territorios-e-prioridade-da-funai-diz-joenia-wapichana/

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