Línguas Indígenas

GT NACIONAL NO COLÓQUIO INTERNACIONAL DE LÍNGUAS INDÍGENAS – Paris

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GT NACIONAL NO COLÓQUIO INTERNACIONAL DE LÍNGUAS INDÍGENAS NO COLLÈGE DE FRANCE

 

O GT Nacional da Década das Línguas Indígenas estará presente no Colóquio Internacional de Línguas Indígenas no Collège de France em Paris no próximo dia 15 de março. O evento marca também a abertura da exposição Nhe’ẽ Porã na sede da Unesco, que vai ficar em exibição entre os dias 14 e 26 desse mês.

Altaci Rubim, integrante do GT Brasil da DILI, vai participar da mesa “Língua e Memória: transmissão de saberes originários”. Na apresentação, a professora e pesquisadora Kokama vai tratar da concepção de língua-espírito como proposta de renovação epistemológica no estudo das línguas indígenas, bem como das atividades do GT Nacional da Década das Línguas Indígenas no Brasil, que desde 2021 tem implementado o Plano de Ação para salvaguarda e fortalecimento dos idiomas originários no país.

 

 

 

 

 

 

 

 

. Confira aqui a programação: 

Programacao-Coloquio-College-de-France

 

“Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”

A exposição “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”, criada pelo Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, ocupará entre 14 e 26 de março o Hall Ségur, no prédio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris. A exibição estará disponível para visitação ao longo do Conselho Executivo da entidade, com 195 observadores — além de 58 estados-membros participantes. No museu paulistano, a exibição foi vista entre outubro de 2022 e abril de 2023 e recebeu 189 mil visitantes.

Museu da Língua Portuguesa lança exposição virtual de 'Nhe'ẽ Porã ...

São Paulo para crianças - Línguas indígenas! Nhe'ẽ Porã: Memória e ...

. Museu da Língua Portuguesa “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”

https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/memoria/exposicoes-temporarias/nhee-pora-memoria-e-transformacao/

 

 

 

 


Saiba mais puxando a rede IPOL:

“Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação” em Paris

 

心 Kokoro | Coração – Ailton Krenak e Hiromi Nagakura – CONVERSA NA REDE

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“Conversa na Rede” é uma série de Conversas Selvagem onde os pensamentos fluem com a delicadeza e frescor do balanço das redes, objeto repleto de simbologia na história do Brasil e de seus povos nativos. São conversas sobre a vida, realizadas entre Ailton Krenak e uma constelação de pensadores.

“O coração podia ser pensado como a chave para todas as transformações que a gente deseja no mundo.” – Ailton Krenak “Talvez seja aí que resida o poder dos povos originários: manter as portas abertas para o futuro. É o que penso.” – Hiromi Nagakura Neste quarto episódio da série “Conversa na Rede” – ‘心 Kokoro’, que quer dizer ‘coração’ em japonês –, Ailton Krenak e Hiromi Nagakura se encontram na casa-ateliê de Tomie Ohtake, em São Paulo. Reunidos após muitos anos, os dois amigos relembram episódios de suas vivências na Amazônia enquanto refletem sobre temas como as fronteiras no mundo contemporâneo, a relação entre floresta e metrópole e a possibilidade de conexão verdadeira entre as pessoas. A conversa conta ainda com a participação musical de Marlui Miranda, trazendo uma camada sensível com cantigas e histórias dos povos indígenas com os quais conviveu.

Rio de Janeiro (RJ), 27/02/2024 - O fotógrafo, Hiromi Nagakura e o filósofo indígena, Ailton Krenak, se emocionam em frente a uma foto dos dois, da década de 90. Exposição fotográfica “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, no CCBB, centro da cidade . Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Foto by Tania Rego

Entre 1993 e 1998, Ailton e Nagakura viajaram juntos por diferentes territórios indígenas. A exposição traz os registros dos encontros com os povos Krikati, Guarani Mbya, Ñandeva e Kaiowá, Yawanawá, Yanomami, Huni Kuï – Kaxinawá, Akrãtikatêjê – Gavião da Montanha e Ashaninka. Essa conversa foi filmada no âmbito da exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, que foi inaugurada em outubro de 2023 no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, com a presença de ambos. O livro “Um rio, um pássaro” (Dantes Editora, 2023), com reflexões feitas por Ailton durante essas viagens, também foi lançado durante a semana de abertura da exposição. “Conversa na Rede” é uma série de Conversas Selvagem onde os pensamentos fluem com a delicadeza e frescor do balanço das redes, objeto repleto de simbologia na história do Brasil e de seus povos nativos. AILTON KRENAK é pensador, ambientalista e uma das principais vozes do saber indígena. Criou, juntamente com a Dantes Editora, o Selvagem – ciclo de estudos sobre a vida. Vive com sua família na aldeia Krenak, nas margens do rio Doce, em Minas Gerais. É autor dos livros “Ideias para Adiar o fim do mundo” (Companhia das Letras, 2019), “O amanhã não está à venda” (Companhia das Letras, 2020), “A vida não é útil” (Companhia das Letras, 2020), “Futuro ancestral” (Companhia das Letras, 2022) e “Um rio um pássaro” (Dantes Editora, 2023). Em 2022, foi eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras. HIROMI NAGAKURA nasceu em 1952 na cidade de Kushiro, ao norte da ilha de Hokkaido, no Japão. Desde criança, amou gente e a natureza, interessado em pessoas e culturas de outros lugares do mundo. Em 1979, com 27 anos, Nagakura decidiu tornar-se fotojornalista independente, caminho que o levou à África do Sul, União Soviética, Afeganistão, Turquia, Peru, Brasil e vários outros países, em todos os continentes. Sua obra, já reconhecida no Japão, é exposta pela primeira vez no Brasil na exposição Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak, com curadoria desse amigo e personagem de seu trabalho.

Assista aqui a conversa entre Krenak e Hiromi Nagakura relembrando 30 anos de memórias e sobre a floresta e a vida. Ouça o canto de Marlui Miranda, cantora, compositora, arranjadora, pesquisadora e produtora cultural nascida em Fortaleza. É considerada a mais importante intérprete e pesquisadora da música indígena do Brasil, realizando turnês no Brasil e no exterior. Gravou, interpretou e realizou turnês com importantes nomes da música popular brasileira, entre os quais Egberto Gismonti, Gilberto Gil e Naná Vasconcelos.

 


Selvagem – ciclo de estudos sobre a vida é um projeto que realiza atividades e diálogos entre saberes a partir de perspectivas indígenas, acadêmicas, científicas, tradicionais e de outras espécies.

Todas as atividades são gratuitas e incluem rodas de conversas, publicação de cadernos, ciclos de leituras e conteúdos audiovisuais (conversas online, vídeos e bate-papos), com enfoque na diversidade de saberes [1].

O Selvagem também realiza ações de apoio a projetos indígenas de fortalecimento e transmissão de saberes tradicionais, através de uma rede intitulada de Escolas Vivas. As escolas recebem repasses financeiros mensais, com o intuito de apoiar sua manutenção.

História

Selvagem – ciclo de estudos sobre a vida foi criado por Anna Dantes, pesquisadora e editora, e Ailton Krenak, escritor, ativista e liderança indígena, com a proposta inicial de realizar um ciclo de estudos presencial [2] que promovesse conversas e encontros relacionando conhecimentos de diferentes perspectivas.

A primeira edição do ciclo de estudos aconteceu nos dias 13, 14 e 15 de novembro de 2018 no teatro do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e foi mediada por Ailton Krenak, assim como as edições posteriores.[3] Nesse ano, foram abordados temas como as origens da vida, as plantas mestras e o DNA. A edição foi construída a partir de uma diversidade de perspectivas, recebendo nomes relevantes da antropologia, como Els Lagrou e Jeremy Narby [4], lideranças indígenas, como Moisés Piyãko e Torami-Kehiri (Luiz Luna), e cientistas, como Gustavo Porto de Mello e Alexandre Quinet. [5][6]

 

Assista aqui a Conversa na Rede com Krenak e : https://www.youtube.com/watch?v=j_wBZgh6wcs


 

Saiba mais puxando a rede com IPOL:

. Visite o canal Youtube SELVAGEM ciclo de estudos sobre a vida

https://www.youtube.com/c/SELVAGEMciclodeestudossobreavida

. Visite e conheça os conteúdos na página https://selvagemciclo.com.br/

. Matéria “Amazônia entre amigos ” publicada por Nelson Gobbi em O Globo

Confira na fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/artes-visuais/noticia/2024/02/29/amazonia-entre-amigos-mostra-no-ccbb-do-rio-traz-160-fotos-de-viagens-de-hiromi-nagakura-e-ailton-krenak-nos-anos-1990.ghtml

Hiromi Nagakura é a imagem; Ailton Krenak, a palavra. Vindos de realidades distintas, separados por milhares de quilômetros e quase um ano de nascimento (o japonês é de outubro de 1952 e o brasileiro é de setembro de 1953), o fotógrafo e o escritor se conheceram em 1993, quando o primeiro veio registrar o povo krikati, no sudoeste do Maranhão, e pediu ajuda ao segundo, para acompanhá-lo nas viagens à floresta que fazia na época.

Do primeiro contato, a dupla fez expedições, de cerca de 40 dias cada uma, entre 1993 e 1998. Viajando pelos estados de Amazonas, Acre, Pará, Roraima, Mato Grosso, Maranhão e São Paulo, o fotógrafo registrou o cotidiano de sete etnias: ashaninka, xavante, krikati, gavião, yawanawá, yanomami e kaxinawá, além da população ribeirinha e de trabalhadores da floresta. Toda essa trajetória está documentada na mostra “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, que acaba de chegar ampliada ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio, após ser montada no ano passado no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

Além das 160 fotos, vídeos e objetos dos povos visitados, a mostra é um registro da amizade entre Nagakura e Krenak, que perdura por mais de três décadas após o fim das jornadas dos anos 1990. Mesmo sem trocarem nenhuma palavra em japonês ou português (assim como nas viagens, Nagakura é acompanhado todo o tempo por uma tradutora), os dois passam todo o tempo brincando e se comunicando por gestos e expressões faciais, como na tarde em que O GLOBO acompanhou a finalização da montagem da exposição.

Krenak, que assina a curadoria da mostra junto de Angela Pappiani, Eliza Otsuka e Priscyla Gomes, lembra com precisão o dia em que Nagakura chegou à sede da Aliança dos Povos da Floresta, no bairro do Butantã, em São Paulo, acompanhado da própria Eliza Otsuka (que seria sua intérprete nas expedições), para apresentar seu plano de segui-lo “como uma sombra” em suas futuras viagens.

— No primeiro contato houve uma desconfiança natural. Pensei: como vou levar esse cara que não conheço para andar no meio do mato, pelas aldeias, e se acontece alguma coisa com ele? Ficava com aqueles versos de “Bye, bye, Brasil” na cabeça: “Mas a ligação tá no fim/Tem um japonês ’trás de mim” — brinca o imortal da ABL, citando a canção de Chico Buarque e Roberto Menescal. — Fiz uns comentários assustadores para ver se ele mudava de ideia, sobre onça, sucuri, mas ele era duro na queda e não se assustava com qualquer barulho.

Antes de decidir vir ao Brasil, Nagakura já era um fotógrafo premiado, que cobriu a guerra civil em El Salvador, a ocupação soviética no Afeganistão, e o fim do apartheid na África do Sul. Após ler um artigo sobre a luta dos krikatis pela demarcação de suas terras, decidiu iniciar um projeto no Brasil.

— Além de ficar impressionado com o relato, tinha uma simpatia pela causa porque acredito que os indígenas têm uma identidade étnica com os japoneses. Quando cheguei ao Brasil, ouvi falar muito sobre o Ailton, que era envolvido nos projetos de demarcação de terras, e que seria ideal para me conduzir pelas aldeias — relembra Nagakura. — Não queria fotografar um conflito, de forma abrangente, como já havia feito. Minha ideia era ir para a Amazônia com alguém que conhecesse profundamente a sua cultura, e registrar como essa luta (pela demarcação) influencia cada família, cada indivíduo.

Criança yanomâmi — Foto: Divulgação/Hiromi Nagakura
Criança yanomâmi — Foto: Divulgação/Hiromi Nagakura

Maior exposição de Nagakura dedicada às suas viagens no Brasil, a mostra no CCBB conta com um conjunto inédito de fotos, com o registro dos bastidores das expedições e da amizade desenvolvida a cada ano, além de um vídeo gravado com os dois no Tomie Ohtake.

— Eu não tenho que saber japonês para conversar com ele, nem ele tem que saber português para falar comigo. A gente se comunica há 30 anos assim, sem ficar preso à barreira do idioma, da gramática — comenta Krenak. — O Nagakura-san é um fotógrafo com os ouvidos abertos para a palavra. Tem grandes fotógrafos que preferem publicar só suas imagens. Ele não, ele sabe que são coisas complementares. Essa série continua me dando muitos presentes. Um deles é ver um profissional da sua estatura, aos 71 anos, vindo do Japão novamente só para acompanhar essa abertura.

O fotógrafo conta que, nas aldeias, viu que a barreira da língua não seria um impedimento principalmente pela forma com que as crianças se aproximavam dele. E brinca, dando uma explicação para a longa amizade com Krenak.

— O Ailton também é uma criança, o seu coração é assim. Adultos criam barreiras para a comunicação, as crianças, não. Por isso nossa amizade deu certo — diz Nagakura, sorrindo.

Diversidade étnica

Em cartaz no Rio até 27 de maio, e contando com rodas de conversas com lideranças ashaninka, huni kuin, krikati, entre outras, a mostra vai seguir para os CCBBs de Brasília (11/6 a 18/8) e Belo Horizonte (24/09 a 18/11). A curadora adjunta Angela Pappiani torce para que a mostra possa passar também pela Região Norte.

— Nosso desejo é que ela siga, mesmo em tamanho reduzido, para a Amazônia. Ainda há muita discriminação contra os indígenas nas regiões próximas as aldeias, inclusive com o risco de violência física — comenta Angela. — Seria uma forma de reforçar a identidade e a autoestima dessas populações e mostrar aos não-indígenas toda essa beleza. Há uma dificuldade logística e de recursos, mas vamos batalhar por isso.

Mãe yanomâmi amamentando — Foto: Divulgação/Hiromi Nagakura
Mãe yanomâmi amamentando — Foto: Divulgação/Hiromi Nagakura

Para Krenak, a exposição pode também alertar para a responsabilidade dos brasileiros de todo o país com a proteção da floresta e com a autonomia dos povos nativos sobre os seus territórios.

— Esse ideia da Amazônia como patrimônio da Humanidade nos parece desgastada, diante da situação em que nos encontramos. Mas é real, sobretudo para nós, brasileiros, que temos a maior parte deste bioma no nosso território — ressalta o escritor. — Mesmo com fotos feitas há 30 anos, a mostra eleva a nossa autoestima por pertencer a uma comunidade tão plural, com uma diversidade étnica e cultural magnífica. Muitas dessas fotos não poderiam ser mais feitas hoje, com várias destes locais devastados pelo desmatamento, o garimpo. Gostaria que a euforia trazida pela beleza e a vida dessas imagens fosse compartilhada por todos, para mudarmos essa realidade.

Nagakura lembra que os problemas citados por Krenak já eram vistos por ele nos anos 1990.

— Infelizmente, é algo que não mudou, embora tenha piorado. Naquela época já víamos garimpeiros e os ianomâmis já enfrentavam problemas. Na época não existia a demarcação das terras, mas mesmo hoje, pelos relatos que acompanho, ainda está difícil — compara o fotógrafo. — Eu nunca quis fazer nada exótico, essa não é uma série sobre “indígenas”. Somos todos seres humanos, nascidos em lugares diferentes. Você não precisa ter conhecimento sobre cada um dos povos retratados para ver o lado humano em cada imagem.

Após os anos 1990, Nagakura voltou ao Brasil em outras oportunidades para encontrar Krenak (para a foto que ilustra a capa desta edição, eles posaram diante de um registro de ambos feito em 2004, de volta ao território Krikati). O fotógrafo planeja voltar às aldeias em breve, com um equipamento bem diferente do usado há 30 anos.

— Fotografava com cromo 35mm, com câmera analógica. No processo, não sinto uma grande diferença em usar o digital agora. Você tem mais opções e é um formato mais amigável. Antes, havia muita curiosidade das pessoas em saberem como foram fotografadas, e poder mostrar para elas na hora facilita a comunicação.

“Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação” em Paris

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Nhe’ẽ Porã: mostra vai à Paris em agenda especial da Unesco

A exposição “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”, criada pelo Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, ocupará entre 14 e 26 de março o Hall Ségur, no prédio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris. A exibição estará disponível para visitação ao longo do Conselho Executivo da entidade, com 195 observadores — além de 58 estados-membros participantes. No museu paulistano, a exibição foi vista entre outubro de 2022 e abril de 2023 e recebeu 189 mil visitantes.

Em Nhe’ẽ Porã os visitantes podem conhecer aspectos da língua de povos indígenas brasileiros e suas particularidades como história, memória e atual uso. O titulo da exposição significa “sopro, vida, palavra” e” belo e bom”, em justaposição. A ideia de unir os dois significados, diz o museu, é o de evocar fatores fundamentais para a existência humana.

 

Duhigô, do povo indígena Tukano – Yé’pá Mahsã, clã Eremiri Hãusiro Parameri do Alto Rio Negro na amazônia brasileira, nascida em São Paulo. Artista, ativista, educadora e comunicadora. Mestre em direitos humanos pela Universidade de Brasília – UnB; pesquisa o direito à memória e à verdade dos povos indígenas; Coordenadora da Rádio Yandê, primeira web-rádio indígena do Brasil – www.radioyande.com. Estuda a cultura, historia e espiritualidade tradicional de seu povo junto à sua família. Reside em Brasília, DF.

Em seu desenvolvimento, a exposição contou com cerca de 50 profissionais indígenas, incluindo a curadora Daiara Tukano, também artista visual. Quando foi inaugurada, em 2022, a exposição marcou, no Brasil, o lançamento da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032), instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e coordenada pela Unesco em todo o mundo.

— De certa forma, já mirávamos em uma dimensão internacional para a exposição (desde seu lançamento). Claro, naquele momento ainda não estava definido levar a mostra para a sede da Unesco em Paris, o que é algo muito especial honroso para nós — afirma Renata Motta, diretora executiva do Museu da Língua Portuguesa. — E seguimos em desdobramentos, em janeiro deste ano a mesma mostra foi aberta no Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém. Logo mais irá para a Unesco em Paris e depois ainda segue para o Museu de Arte do Rio e, possivelmente em agosto, para o Centro Cultural Vale Maranhão, em São Luís.

 

Por seu caráter digital, com amplo apelo virtual, a exposição pode estar em diversos desses ambientes de maneira simultânea e adaptada. Em sua estadia na Unesco, o recorte terá foco nas pesquisas realizadas exclusivamente para a exibição. Uma das instalações disponíveis em Paris mostrará árvores desenhadas pela curadora Daiara Tukano, em tecido. A ideia é que essas imagens representem as grandes famílias linguísticas faladas pelos povos indígenas no Brasil. Na instalação, será possível ouvir registros sonoros de línguas das famílias Tupi, Macro-Jê, Pano, Aruak, Karib e Tukano e das línguas isoladas Arutani e Yaathe.

Há ainda exibição de projeções e de uma animação que denuncia o impacto da colonização do país, desde 1500, sobre as línguas originárias. Hoje, mostra a pesquisa feito pelo museu, restam 175 línguas ainda faladas no país.

— É uma exposição muito linda, que para onde ela viaja no Brasil, ela se comunica com acervos locais. Há bastante conteúdo digital em sua totalidade, há muitos QR codes, com conteúdos que podem ser traduzidos e lidos. Terá o DNA do Museu da Língua Portuguesa dentro da Unesco — Roberta Saraiva, diretora técnica do museu.

O colóquio no Collège de France

Em paralelo à programação da Unesco, a passagem da exposição por Paris será associada a um colóquio internacional de Línguas Indígenas da América do Sul a ser realizado em 15 de março, no Collège de France. O encontro, aberto ao público e gratuito, é organizado pelo Museu da Língua Portuguesa, a USP e o Laboratório de Antropologia Social (LAS) do Collège de France, com parceria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A programação deste dia englobará mesas redondas sobre o tema.

O Museu da Língua Portuguesa fica na Estação da Luz, no centro da cidade de São Paulo, em frente à Pinacoteca do Estado. O museu voltou a funcionar em 2021, após passar quase seis anos fechado por conta de um incêndio que comprometeu amplamente suas instalações. O projeto para a retomada foi elaborado pelo governo do estado de São Paulo e da Fundação Roberto Marinho.

Acesse a matéria na fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2024/03/06/exposicao-criada-pelo-museu-da-lingua-portuguesa-tera-curta-temporada-na-sede-da-unesco-em-paris.ghtml


Saiba mais puxando a rede IPOL:

. A exposição em SP: https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/memoria/exposicoes-temporarias/nhee-pora-memoria-e-transformacao/

. Faça o tour virtual pela exposição, passeie pelas salas e painéis, se deslumbre com a visão  360°, conheça o material disponível para downlod: https://nheepora.mlp.org.br/

. Acesse o catálogo digital da exposição. OMuseu da Língua Portuguesa disponibilizou o catálogo digital da exposição Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação, sobre línguas indígenas do Brasil. Entre os conteúdos expostos, estão registros sonoros e audiovisuais produzidos pelo Museu Nacional dos Povos Indígenas de cantos, falas cotidianas e narrativas de indígenas de diferentes etnias, todos com tradução para o português: https://www.gov.br/museudoindio/pt-br/assuntos/noticias/2024/lancado-catalogo-digital-da-exposicao-nhe2019e-pora-sobre-linguas-indigenas-do-brasil

. Daiara Tukano, conheç a artista: https://www.correiobraziliense.com.br/diversao-e-arte/2023/10/5133479-em-exposicao-daiara-tukano-retrata-um-mundo-em-transformacao.html

. Daiara Tukano e Prêmio PIPA: https://www.premiopipa.com/daiara-tukano/

 

 

Aplicativo permite que indígenas da Amazônia enviem mensagens em seus idiomas

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Por Mohamed RACHEDI com Michael DANTAS em 30/01/2024

Escrever mensagens em seus telefones foi, durante muito tempo, uma dor de cabeça para os povos indígenas da Amazônia. Agora, um aplicativo facilita a sua comunicação, ao colocar seus idiomas nativos ao seu alcance.

 

Lançado em agosto de 2022, o “Linklado” — palavra formada pela combinação de “lin”, em referência às línguas indígenas, e “klado”, derivado da palavra “teclado” — disponibiliza um teclado digital adequado para populações indígenas que vivem em áreas remotas da imensa região amazônica ou em centros urbanos.  “O aplicativo Linklado traz assim muitas coisas boas pra mim e tantos pra povos indígenas”, disse à AFP Cristina Quirino Mariano, de 30 anos, da comunidade ticuna.

“Facilita muito porque antes a gente não conseguia escrever no celular”, explica, já que nestas comunidades nem todos dominam o português.

Nos smartphones vendidos no país, só é possível escrever mensagens com caracteres latinos. Historicamente orais, as culturas indígenas do Brasil entraram no mundo escrito quando os colonizadores europeus procuraram transcrever suas línguas, especialmente para convertê-los ao cristianismo. Na tentativa de reproduzir melhor os sons dessas línguas, foi necessário encontrar recursos específicos, associando os caracteres do alfabeto latino a um conjunto de acentos e símbolos, conhecidos como “diacríticos” pelos linguistas.

Mas até recentemente nada disso estava disponível nos celulares, indispensáveis para os cerca de 1,7 milhão de indígenas brasileiros, assim como para outros cidadãos do país. Na falta de um teclado adequado, “os indígenas falavam muito no celular em áudio”, explica Noemia Ishikawa, coordenadora do projeto Linklado.  Essa bióloga, de 51 anos, também teve dificuldades para traduzir seu trabalho de pesquisa: “Eu fiquei 14 anos reclamando que precisava de um teclado para resolver esse problema”, afirma.

– Quatro dias –

Dois estudantes, nativos da região e não indígenas, atenderam ao seu pedido. Juliano Portela tinha 17 anos e seu amigo Samuel Benzecry, 18. Alertado por Benzecry sobre as dificuldades que os nativos encontravam, Portela, que já havia aprendido a programar, começou a desenhar a ferramenta com o amigo.

“Demoramos quatro dias para criar o aplicativo, não imaginávamos que faríamos isso tão rápido”, afirma Portela. Os testes começaram em maio de 2022 e foi lançado gratuitamente em agosto do mesmo ano. Hoje, “o aplicativo funciona para todas as línguas indígenas da Amazônia”, ou seja, cerca de quarenta, comemora Portela, que agora estuda nos Estados Unidos, assim como Benzecry.  Até o momento, o aplicativo conta com mais de 3.000 downloads.

Mas, segundo Portela, tem mais usuários diários: “Para as fases de testes usamos um arquivo que enviamos via WhatsApp; alguns nativos enviaram o arquivo entre si antes mesmo do lançamento do aplicativo”.

– Renda para as comunidades –

Além da comunicação diária, o aplicativo também permite a tradução de livros e outros textos do português para as línguas indígenas.  Isso permite que algumas mulheres destas comunidades gerem renda, utilizando o seu conhecimento das línguas locais. O projeto denominado “Linkladas” foi criado para reunir essas tradutoras.

Rosilda Cordeiro Da Silva, de 61 anos, é uma delas.  Para esta ex-professora de línguas indígenas, o aplicativo é algo “muito positivo” que lhe permite ter “mais confiança” na hora de fazer traduções.  Além disso, o aplicativo auxilia nos esforços de preservação das línguas indígenas. Vanda Witoto, uma ativista de 35 anos, tenta “resgatar a língua buré”, falada pelo seu povo witoto.  “Esse teclado tem dado a oportunidade da gente não utilizar aqueles símbolos que não são da nossa língua”, diz ela.  Além da Amazônia, preservar as línguas nativas é um desafio global.  Metade está condenada a desaparecer até 2100, sendo a maioria línguas indígenas, segundo um relatório publicado pela ONU em 2018.

Leia esta matéria diretamente na fonte: https://www.em.com.br/internacional/2024/01/amp/6794853-aplicativo-permite-que-indigenas-da-amazonia-enviem-mensagens-em-seus-idiomas.html

 

Para saber mais, acesse a postagem puxando a rede IPOL:

Linklado: app de línguas indígenas na final do Prêmio Jabuti

Ministério da Cultura lança Programa Conexão, Cultura e Pensamento com a Universidade Federal de Goiás (UFG)

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Revista Pihhy traz pensamento indígena como destaque em 2024!

 

‘Pihhy’, em mehi jarka, língua falada pelo povo Mehi-Krahô, significa semente e é o nome escolhido para a revista multimídia que inaugura o “Programa Conexão Cultura e Pensamento”. A iniciativa é uma parceria entre o Ministério da Cultura (MinC), através da Secretaria de Formação, Livro e Leitura/DIEFA e o Curso de Educação Intercultural, do Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena, da Universidade Federal de Goiás (UFG). O lançamento ocorre na segunda-feira (29), em formato virtual.

Inspirado em ações anteriores, como o Programa Cultura e Pensamento, o projeto tem o objetivo de fortalecer espaços públicos de reflexão e diálogo em torno de temas importantes da agenda contemporânea. A atualização deste escopo se inicia pela difusão desta revista multimídia, que será alimentada com conteúdos produzidos por indígenas de diferentes campos de atuação e inaugura o estímulo à criação, produção e circulação, entre múltiplos territórios, baseados em conhecimentos plurais e ancestrais, deixando evidente a complexidade e o valor da pluralidade epistemológica existente no Brasil.

A Revista Pihhy disponibilizará materiais na língua portuguesa, bilíngues ou plurilíngues, e em inglês, em edições mensais, em uma) versão digital hospedada no Portal do MinC na internet. O ambiente tratará temas como educação, direito, conhecimentos, política, ciência, artes, dentre outros, por meio de algumas categorias como: Já me transformei em Imagem; Mestres de Cultura; Cadernos Educativos; Literatura Indígena; A Palavra da Mulher é Sagrada; Vibrações, Sons, Corpos e Direitos Indígenas.

“O Ministério da Cultura tem um papel importante no fomento à produção e difusão do conhecimento. Não há políticas públicas sem os ambientes de reflexões críticas e inventivas para a qualificação de nossas políticas culturais. O programa Conexão, Cultura e Pensamento foi buscar como referência o programa Cultura e Pensamento que exerceu um papel vital em gestões anteriores na articulação de instituições e pesquisadores que estavam produzindo em torno dos temas da cultura. A novidade que apresentamos aqui é trazer a percepção inscrita na palavra conexão”, destaca o secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba.

Ele destaca que, para além da produção do conhecimento, está é uma possibilidade de estabelecer conexões entre saberes, fazeres e territórios distintos. “Gerando confluências e encontros na promoção do que se produz nas mais diversas áreas do conhecimento no sentido de promover não só a diversidade cultural, mas também a diversidade do conhecimento, das ciências. A Pihhy’ é nossa primeira roça indígena para a gente arar um pensamento mais orgânico e diverso nesta parceria do MinC com a UFG”.  Além da Plataforma digital, o Programa deve englobar outras ações, no sentido de fortalecer a produção de conhecimentos e promover a difusão de culturas locais, inclusão social e diversidade das manifestações artística e culturais, conforme orienta as atribuições da SEFLI e da Diretoria de Educação e Formação artística do Minc.

O nome Pihhy foi escolhido no contexto do próprio curso intercultural, e o secretário Fabiano Piúba, enfatiza essa escolha, salientando que “a semente está associada às ideias de criação, cultivo, colheita e aos ciclos da vida e do tempo. Ela tanto pode ser uma semente de Jatobá ou de Sumaúma, como pode ser uma semente de gente, de pessoa, pois tudo é natureza e cultura. Se a natureza faz o tempo, a cultura faz o cultivo, o saber-fazer-viver.  Ou seja, não podemos mais despregar a reflexão crítica dos ciclos vitais dos saberes e fazeres culturais e tampouco dos saberes da própria natureza. A nossa primeira roça é indígena, a segunda será quilombola e todas serão confluências”, detalha, ao falar da alimentação da plataforma em anos subsequentes a 2024.

“Trata-se de um projeto inovador e de vanguarda porque promove a pesquisa, o registro e a sistematização desses saberes ancestrais que foram, no violento processo histórico e colonial, apagados, adormecidos ou invisibilizados no país. Ela traz à tona, então, pensamentos plurais e diversos sobre temas fundamentais para o mundo contemporâneo, como a sustentabilidade, a relação com a natureza, a democracia e o bem viver”, explica o professor Alexandre Herbetta, um dos coordenadores da proposta. Gilson Ipaxi’awyga, professor do Intercultural e membro do povo indígena Tapirpé também é  um dos coordenadores de conteúdo Revista, finaliza afirmando que a revista é uma oportunidade de se difundir os conhecimentos indígenas, de maneira a se refletir as diversas maneiras de se fazer ciência.

Fonte: https://www.gov.br/cultura/pt-br/assuntos/noticias/ministerio-da-cultura-lanca-programa-conexao-cultura-e-pensamento-na-segunda-29

Saiba mais sobre a UFG e atividades do Núcleo Takinahakỹ puxando a rede junto com IPOL:

. Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena (NTFSI)

O curso de licenciatura em Educação Intercultural da UFG existe desde 2006, sendo em 2014 inaugurado o prédio que comporta esse curso junto ao Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena (NTFSI)… (siga a leitura no link abaixo)

https://intercultural.letras.ufg.br/p/20020-nucleo-takinahak-de-formacao-superior-indigena-ntfsi

. Histórico do curso de licenciatura em Educação Intercultural

O curso foi concebido por uma demanda dos povos indígenas da região Araguaia-Tocantins e atende aos anseios destas comunidades, respeitando o que rege a Constituição Federal e posterior legislação específica sobre a importância e o direito à diferença da Educação Escolar Indígena.

karaja hist

https://intercultural.letras.ufg.br/p/24592-historico

. Conheça a estrutura do curso

Estrutura do Curso

 O curso de licenciatura em Educação Intercultural pertence à área de conhecimento de Educação (CAPES) e possui três habilitações: Ciências da Cultura, Ciências da Linguagem e Ciências da Natureza. De caráter presencial, o curso funciona em tempo integral com carga horária total de 3212 horas, distribuídas ao longo de cinco anos de duração mínima (e sete anos a máxima), durante quatro etapas anuais, sendo duas em Goiânia (Etapa Universidade) e duas nas comunidades (Etapa Terra Indígena).

As “Etapas de Estudos na UFG” ocorrem no Campus Samambaia, em Goiânia-GO, nos meses de janeiro-fevereiro, e julho-agosto, com duração média de 30 a 35 dias, e as “Etapas de Estudos em Terras Indígenas” se realizam entre os meses de abril e junho, e de setembro e novembro, nas aldeias onde moram os estudantes.

O Projeto Político Pedagógico do curso compreende uma Matriz Básica, com duração … (siga a leitura no link abaixo)

https://intercultural.letras.ufg.br/p/24602-estrutura-do-curso

. Siga o Instagram do Núcleo Takinahakỹ  UFG oficial

https://www.instagram.com/takinahaky/

. Conheça Gilson Ipaxi’awyga Tapirapé , 1º docente efetivo indígena da Universidade

https://ufg.br/n/165042-empossado-1-docente-efetivo-indigena-da-universidade

Gilson Ipaxi’awyga Tapirapé

 

Exposição Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação chega ao Museu Paraense Emílio Goeldi

Mostra sobre as línguas indígenas do Brasil realizada pelo Museu da Língua Portuguesa terá novidades na passagem por Belém, como a exibição do Manto Tupinambá, de Glicéria Tupinambá  

O patrocínio do Instituto Cultural Vale vai possibilitar a itinerância da exposição Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação, do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. A primeira parada da mostra é o Museu Paraense Emílio Goeldi, onde ficará de 6 de fevereiro a 28 de julho de 2024, com uma novidade importante: o Manto Tupinambá, de Glicéria Tupinambá, fica em exposição junto com a mostra antes de embarcar para o pavilhão brasileiro da Bienal de Veneza.  

Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação, que tem curadoria de Daiara Tukano e aborda as línguas dos povos originários do Brasil,foi realizada na sede do Museu de outubro de 2022 a abril de 2023.  

Siga o link abaixo e continue a leitura!

 

 

Exposição Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação chega ao Museu Paraense Emílio Goeldi   

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