multilinguismo

O INGLÊS COMO FORMA DE COLONIALIDADE DO SABER NA CIÊNCIA

Por Robson Fernandes e Marcia Alvim

América Invertida é um desenho de caneta e tinta de 1943 do artista hispano-uruguaio Joaquín Torres García.

Inúmeros fatores históricos e geopolíticos corroboraram para a utilização da língua inglesa em escala global. No que se refere a produção científica, o inglês é considerado a língua franca das ciências, permitindo que pesquisadores de várias nações compartilhem informações usando um idioma comum. O crescimento constante no número de artigos científicos publicados em inglês demonstra sua ampla adoção por pesquisadores, cientistas, periódicos e repositórios, incluindo aqueles de países que não falam inglês como língua materna. Este processo também abrange propostas de internacionalização das instituições de pesquisa e ensino, bem como a avaliação de pesquisadores e rankings acadêmicos.

Durante o século XX, com o fortalecimento econômico dos Estados Unidos da América, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, a língua inglesa foi amplamente difundida ao redor do mundo, tornando-se a principal forma de contato entre as nações. Faz-se relevante discutirmos a relação entre linguagem, ciência e geopolítica e como estes âmbitos são capazes de refletir e de perpetuar estruturas de poder coloniais impostas hierarquicamente, as quais contribuem para a sustentação de diferentes formas de colonialidade, agora não apenas territoriais, mas também linguísticas, científicas e culturais.

O uso predominante do inglês como língua franca da ciência pode ser interpretado à luz da teoria decolonial como uma manifestação da colonialidade do saber. Autores como Aníbal Quijano, Maldonado Torres, Walter Mignolo e Catherine Wash ressaltam que a determinação do inglês como língua franca gera uma hierarquia linguística capaz de marginalizar outras línguas e formas de conhecimento, reforçando sistemas de poder coloniais, especialmente frente ao que denominaremos como monolinguismo.

O monolinguismo do inglês como idioma acadêmico-científico chega a passar de forma quase despercebida, visto que é utilizado como padrão em diversos meios de produção e circulação científica, tais como, publicações, palestras e eventos, além do amplo número de publicações, causando uma espécie de imperialismo linguístico, fenômeno considerado como manifestação da colonialidade do saber, conforme aponta Mignolo:

Uma hierarquia linguística, entre as línguas europeias e as línguas não europeias, privilegiava a comunicação e a produção do conhecimento teórico nas línguas europeias e subalternizava as línguas não europeias como apenas produtoras de folclore ou cultura, mas não de conhecimento/ teoria (Mignolo, 2005, p. 18).

No processo de imposição colonial, as línguas dos colonizadores tornaram-se línguas oficiais de países colonizados e as lutas pelas independências em relação ao colonialismo não significou o fim das diferentes formas de dominação. Anibal Quijano (2005) denomina de colonialidade do poder a matriz colonial de poder que mantém ingerência em diferentes aspectos da vida social e cultural dos países que vivenciaram a colonização.

No contexto de colonialidade do poder e do saber, Mignolo aponta para a necessidade de reflexão sobre este padrão epistemológico da razão universal, buscando romper com o processo de colonização epistemológica presente, inclusive, na indicação da língua padrão da ciência: “[…] os corpos inferiores carregavam inteligência e línguas inferiores” (Mignolo, 2005, p.143).

Neste sentido, a legitimação do uso monolíngue do inglês como meio de comunicação privilegia epistemologias ocidentais dominantes em detrimento de saberes locais e indígenas, perpetuando a lógica da colonialidade, da dominação e da subalternização. Assim, o uso prioritário do inglês na esfera acadêmica-científica pode ser visto como uma forma neocolonial, já que está totalmente alinhado aos interesses dos países do norte global. Esta hegemonia reforça a assimetria na divulgação dos resultados das pesquisas e das produções científicas, tanto na recepção quanto na circulação das produções acadêmicas, desconsiderando as dificuldades que esses mesmos pesquisadores enfrentam para produzir e, também, para terem seus textos aceitos para publicação em periódicos de prestígio.

O uso do inglês como língua comum na comunicação universitária também está presente nas instituições de ensino superior (IES) que buscam se internacionalizar o que demonstra que o fazer científico-acadêmico permanece atrelado aos padrões eurocêntricos ou nortecentrados, dando continuidade à representação da colonialidade do saber nos países periféricos.

Além da manutenção da colonialidade pelo uso da língua hegemônica, pode-se observar um processo de inferiorização imposto aos países emergentes, os quais devem seguir os modelos nortecêntricos como padrões científicos e culturais, evidenciando-se as diversas formas de apagamento de conhecimentos oriundos de povos silenciados, dado que o conhecimento científico produzido, reproduzido, referenciado e compartilhado atualmente pelas instituições universitárias necessariamente se faz por meio de uma língua estrangeira comum, o inglês, estabelecendo-se, portanto, uma forma de colonialidade do saber nas ciências, dada a tentativa de universalização do conhecimento por meio de uma língua hegemônica.

Deste modo, é de suma importância a problematização da hegemonia da língua inglesa nas ciências e, conforme Hamel (2007), pensar outras possibilidades linguísticas para a produção de conhecimentos, como o multilinguismo e o plurilinguismo. Estes surgem como alternativas ao monolinguismo na produção científica, possibilitando novas formas de comunicação entre a comunidade científica, capazes de mitigar a exclusividade da língua inglesa nas produções científico-acadêmicas.

O multilinguismo, termo que se refere à possiblidade de coexistência de sistemas linguísticos diferentes (língua, dialeto, fala) dentro de uma comunidade seria um mecanismo estratégico, mediante ao monolinguismo atual, e poderia ser utilizado para representar a diversidade linguística presente na América do Sul, buscando-se uma integração entre o espanhol, o português e o inglês, e, certamente, a influência de línguas de comunidades originárias existentes nestas localidades, visto que a redução da diversidade linguística pode impactar na diversidade cultural das nações.

Oconceito de plurilinguismo refere-se à presença e à interação de várias línguas dentro de uma comunidade específica, superando multilinguismo. Hamel (2007) destaca a importância de políticas linguísticas que promovam a equidade e a inclusão social, reconhecendo o valor das línguas indígenas minoritárias, essenciais para a preservação da diversidade cultural. Amon (2001) reforça as possíveis implicações desse conceito no âmbito educacional e profissional, destacando a necessidade de desenvolver competências plurilíngues para uma melhor integração e comunicação em sociedades globalizadas.

Devido às diversas barreiras linguísticas enfrentadas por pesquisadores no processo de produção científica, autores como Enrique Hamel (2007), Hans De Wit (2016), Gilvan Oliveira (2017) e Ulrich Amon (2001) têm discutido a implementação de uma Política e Planejamento Linguístico na Ciência e na Educação Superior (PPLICES), visando uma educação mais abrangente e inclusiva em termos linguísticos.

Neste contexto, consideramos fundamental a problematização da utilização prioritária da língua inglesa pela comunidade científica, a qual não deve ser tratada apenas como uma ferramenta capaz de atender aos padrões dos países do norte global, mas, sobretudo, como forma de romper com a imposição à determinadas demandas epistemológicas e acadêmicas constituídas pela colonialidade do saber. Deste modo, a proposição da criação de uma Política de Planejamento Linguístico na Ciência e na Educação Superior (PPLICES), as quais buscassem integrar os países periféricos aos diversos centros de pesquisa de todo o mundo, mas não apenas de modo hierárquico e subalterno aos países do norte global. Por meio de uma nova proposta multilíngue seria possível a constituição de redes de pesquisa integradas à perspectiva sul-sul global, capazes de tratarem o processo de comunicação científica de maneira horizontal, de acordo com os diferentes contextos e culturas.

Portanto, concluímos que, embora o inglês possa ser uma ferramenta útil na ciência, é crucial que ele não seja a única forma reconhecida e valorizada pela comunidade científica, mas sim um meio de facilitar a comunicação. Devemos refletir sobre alterativas decoloniais que possam promover a diversidade linguística por meio de políticas e ações que incentivem o multilinguismo e o plurilinguismo, pois consideramos que tais recursos permitem o uso de diversas línguas e tradições de conhecimentos, capazes de valorizar a diversidade linguística (e cultural) que enriquece a experiência educacional, cultural, acadêmica e científica, contribuindo para uma ciência mais inclusiva, anticolonial e alinhada aos princípios de justiça cognitiva e equidade global.

Robson Fernandes é mestre em Ensino e História das Ciências e da Matemática pela UFABC, Especialista em Língua Inglesa pela UMESP e Graduado em Letras (Português /Inglês) pelo Centro Universitário da Fundação Santo André.

Marcia Alvim é doutora em Ciências – Ensino e História da Ciência e mestra em Ensino e História das Ciências da Terra (IG/Unicamp), graduada em História (IFCH/Unicamp) e docente associada do Centro de Ciências Naturais e Humanas da UFABC.

Referencias bibliográficas

AMON, Ulrich. The dominance of English as a language of science: effects on other languages and language communities. Berlin, New York: De Gruyter Mouton, 2001, 471 p.

DE WIT, Hans; HUNTER, Fiona.; HOWARD, Laura; EGRON-POLACK, Eva. The internationalisation of higher education. Brussels: European Parliament, Committee on Culture and Education, 2015. Disponível em: https://www.europarl.europa.eu/RegData/etudes/STUD/2015/540370/IPOL_STU(2015)540370_EN.pdf. Acesso em: 22 jul. 2022.

HAMEL, Enrique R. The dominance of English in the international scientific periodical literature and the future of language use in science. AILA Review, [S.I.], v. 20, n. 1, p. 53-71, 2007. DOI: 10.1075/aila.20.06ham. Disponível em: https://www.jbe-platform.com/content/journals/10.1075/aila.20.06ham. Acesso em: 02 abr. 22.

MIGNOLO, Walter D. A colonialidade de cabo a rabo: O hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade. In: LANDER, Edgardo (Org). A colonialidade do saber: Eurocentrismo e ciências sociais. Buenos Aires: Perspectivas latino-americanas, 2005. cap 3. p. 35-54. Disponível em: https://biblioteca-repositorio.clacso.edu.ar/bitstream/CLACSO/14084/1/colonialidade.pdf. Acesso em: 20 jul. 2021.

OLIVEIRA, Gilvan. Política linguística e internacionalização: a língua portuguesa no mundo globalizado do século XXI. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas , v. 52, n. 2, p. 409-433, Dec. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-18132013000200010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 01 nov. 2023.

QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: QUIJANO, Anibal. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais, perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005.

 

ARTIGO_DOSSIÊ 254  publicado em ComCiência ,  revista digital do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp em parceria com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) , siga o link para a matéria na revista: https://www.comciencia.br/o-ingles-como-forma-de-colonialidade-do-saber-na-ciencia/, ou visite o sumário do dossiê Colonialismo na Ciência publicado em 15/07/2024 em: https://www.comciencia.br/

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VIDAS EM RISCO E CRISE CLIMÁTICA – V Congresso Ibero-Americano de Humanidades, Ciências e Educação (V-Ibero Unesc)

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O V Congresso Ibero-Americano de Humanidades, Ciências e Educação (V-Ibero Unesc) a ser realizado entre dias 10 e 13 de setembro  terá como temática central  Vidas em Risco e Crise Climática.

” Desde o ar que respiramos e a comida que comemos, até à energia que nos alimenta e aos medicamentos que nos curam, as nossas vidas dependem totalmente de ecossistemas saudáveis. No entanto, as nossas ações estão a arrasar todos os cantos do planeta. Um milhão de espécies estão em risco de extinção – resultado da degradação dos habitats, da poluição crescente e do agravamento da crise climática. Temos de acabar com esta guerra contra a natureza.

Secretário-Geral António Guterres – ONU

O acordo do ano passado sobre o Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal marcou um passo importante – mas agora é a hora de passar do acordo à ação. Isso significa garantir padrões sustentáveis de produção e de consumo. Redirecionar subsídios de atividades destruidoras da natureza para soluções verdes. Reconhecendo os direitos dos povos indígenas e das comunidades locais, os mais fortes guardiões da biodiversidade do nosso mundo. E pressionando governos e empresas a tomar medidas mais fortes e rápidas contra a perda de biodiversidade e a crise climática. Vamos trabalhar juntos entre governos, sociedade civil e setor privado para garantir um futuro sustentável para todos. (, Secretário-geral da ONU sobre o Dia Internacional da Biodiversidade, 2023).”

A justificativa da escolha temática está expressa na síntese da fala do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, citado acima: “Temos de acabar com esta guerra contra a natureza (…) e trabalhar juntos entre governos, sociedade civil e setor privado para garantir um futuro sustentável para todos.” O Congresso será realizado nos dias 10, 11, 12 e 13 de setembro de 2024, no formato presencial. Como nos eventos anteriores, as principais atividades serão: conferências, mesas redondas, Grupos Temáticos (GTs) e minicursos.

Saiba mais sobre o evento seguindo o link:

https://www.unesc.net/v-congresso-ibero-americano-de-humanidades-ciencias-e-educacao

Dentro da programação serão realizados mais de 70 grupos de trabalho. O de número 48 trata de “Políticas de acolhimento linguístico para migrantes de crise: debatendo a educação em situações de emergência” e será coordenado por Leandro Rodrigues Alves Diniz, Johana Cabral, Dayane Cortez que fazem o chamamento e convite para que interessado e pesquisadores se inscrevam submetendo seus trabalhos até o dia 10 de junho de 2024 nas modalidades: resumo expandido e comunicação oral.

O resumo deste GT é o seguinte:

O fluxo forçado de pessoas vem se intensificando ano após ano. Em 2022, o total de deslocados à força no mundo foi de 108,4 milhões de pessoas. As causas são complexas, envolvendo conflitos armados, emergências humanitárias, violência, perseguição, desastres ambientais, violações de direitos, e outras (UNHCR, 2023a). Segundo a Rede Interinstitucional para a Educação em Situações de Emergência, em 2019, 127 milhões de crianças e jovens em idade escolar, em contextos afetados por crises, estavam fora da escola (INEE, 2020). Em 2022, das 14,8 milhões de pessoas refugiadas em idade escolar, 51% encontravam fora da escola (UNHCR, 2023b). O Brasil tem recebido migrantes provenientes destes fluxos, compondo a complexidade e heterogeneidade das migrações na contemporaneidade. Nesse contexto, o presente Grupo de Trabalho objetiva discutir a educação de migrantes de crise e de seus descendentes, considerando: (i) a necessidade do desenvolvimento de políticas educacionais e linguísticas para o acolhimento desse público; (ii) a heterogeneidade linguística das salas de aula brasileiras, em oposição a práticas pedagógicas frequentemente monolíngues em português; (iii) a discussão ainda incipiente na formação de professores para o ensino de Português como Língua de Acolhimento e para uma educação plurilíngue. O GT receberá trabalhos que contemplem os seguintes aspectos na educação de migrantes de crise e seus filhos, no Ensino Básico, Superior ou na Educação não formal: planejamento e desenvolvimento de políticas educacionais e linguísticas; educação intercultural, inclusiva e pedagogia de emergência; ensino de Português como Língua de Acolhimento e de línguas integrantes dos repertórios dos migrantes de crise;  formação docente para o acolhimento em uma perspectiva plurilíngue; experiências locais de boas práticas de acolhimento; superação de discriminações no contexto educacional; práticas de letramento de estudantes migrantes de crise e seus descendentes; planejamento de cursos, currículos e materiais didáticos; e avaliação de estudantes migrantes de crise e seus descendentes.

Realização Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Inovação e Extensão (Propiex)

 

Instituições parceiras

Translating Rights: A Dialogue on the Intersection of Language and Right

Translating Rights: A Dialogue on the Intersection of Language and Right

Junte-se a nós para uma sessão especial com Gabriel González-Núñez, professor na Universidade do Texas – Rio Grande Valley, organizada pela Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo e pela Pós-Graduação em Estudos da Tradução – Pget – UFSC, com coordenação da doutoranda Mylene Queiroz Franklin.
O evento será transmitido pelo Zoom, dia 22 de maio de 2024 às 9h (horário de Brasília), ao vivo, online via Zoom, com tradução simultânea do inglês para o português, com apoio dos alunos da Interpret2b.
Link para inscrição: https://forms.gle/MAWuhvuV5xnw9u5A8

Conferência  “UNIVERSIDADE E A GARANTIA DE DIREITOS A POPULAÇÕES REFUGIADAS, MIGRANTES E APÁTRIDAS”, 23 de março. Participe!

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Conferência Livre Nacional das Cátedras Sérgio Vieira de Mello (CL_CSVM): UNIVERSIDADE E A GARANTIA DE DIREITOS A POPULAÇÕES REFUGIADAS, MIGRANTES E APÁTRIDAS                                                     23 DE MARÇO DE 2024 das 8:00h às 13:00h (Horário de Brasília)
Esse formulário de inscrição ficará aberto até às 23:59h do dia 19/03/2024. O tempo estimado para preenchimento é de 2 (dois) minutos.
 

Esse formulário se destina a todos docentes, discentes, técnicos em educação, servidores e membros da comunidade acadêmica das Instituições de Ensino Superior que fazem parte da Rede de Cátedras SVM/ACNUR, bem como beneficiários das políticas de ensino, pesquisa e extensão das CSVMs, e que irão participar da Conferência Livre Nacional das CSVMs. As vagas finais para participação na CL_CSVM serão distribuídas entre as Universidades, visando garantir representação proporcional e regional.

 

A Conferência tem como objetivo estimular a discussão sobre temas afeitos à política de migrações, refúgio e apatrídia e organizar propostas para subsidiar os trabalhos da 2a. Conferência Nacional de Migrações, Refúgio e Apatrídia (COMIGRAR). A II COMIGRAR está sendo capitaneada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e terá lugar entre os dias 7-9 de junho de 2024, em Foz do Iguaçu.

As Cátedras Sérgio Vieira de Mello são fruto de uma parceria entre universidades (públicas e privadas) e o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) desde 2003, totalizando atualmente 42 instituições compromissadas com as temáticas de migrações, refúgio e apatrídia, tendo sua atuação voltada sobretudo ao acesso a direitos dessas populações em nosso país. Nesse sentido, dentre as ações realizadas pelas Cátedras, há o oferecimento de curso de português (PLAc), atendimento médico/ psicológico e assistência jurídica a pessoas migrantes, em situação de refúgio e apatridia que frequentam os espaços das universidades. Somando-se a isso, há a produção de pesquisas e o ensino (em nível de graduação e pós-graduação) a respeito de tais temas, que corroboram a importância de se conhecer questões relativas a essas populações e debatê-las com a sociedade.

Assim, a Conferência das Cátedras SVM tem como tema “UNIVERSIDADE E A GARANTIA DE DIREITOS A POPULAÇÕES REFUGIADAS, MIGRANTES E APÁTRIDAS”. Objetiva discutir e compilar propostas com ênfase em políticas públicas para essas populações dentro do quadro de defesa e promoção de direitos humanos, em especial a partir das experiências e atividades desenvolvidas pela comunidade universitária envolvida na Rede das Cátedras. Nas propostas, sugere-se foco nas dimensões de ensino (disseminação e aprendizagem de conhecimento), pesquisa (produção e sistematização de conhecimento) e extensão (atividades de articulação entre universidade e comunidade, em especial pessoas migrantes, refugiadas e apátridas). As discussões se darão em torno de 6 eixos temáticos (alinhados à COMIGRAR): 1. Igualdade de tratamento e acesso a serviços públicos; 2. Inserção socioeconômica e promoção do trabalho decente; 3. Enfrentamento a violações de direitos; 4. Governança e participação social; 5. Regularização migratória e documental; 6. Interculturalidade e diversidades.

A Conferência Livre das CSVMS acontecerá em formato virtual no dia 23 de março de 2024 de 8:00h às 13:00h na plataforma TEAMS.

A proposta do regimento interno da CL_CSVM/24 será enviada aos inscritos até o dia 21/03/24 para leitura e aprovação dos participantes.

Apenas pessoas devidamente inscritas receberão o link de acesso por e-mail, até dia 21/03/24.

Confira a programação!

Saiba mais puxando a rede IPOL:

Cidadania em Movimento > https://help.unhcr.org/brazil/2a-comigrar-cidadania-em-movimento/

 

 

 

. A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) está participando #ComOsRefugiados da 2ª Conferência Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia (2ª COMIGRAR).

 

 

Organizado pela Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a iniciativa mobiliza diversos atores sociais, políticos e institucionais para o debate inclusivo e desenvolvimento conjunto de políticas públicas que aprimorem o acesso a direitos para pessoas refugiadas, migrantes e apátridas.

As agências das Nações Unidas (ACNUR, OIM e OIT) se somam aos esforços do Estado brasileiro para que a nova Política Nacional para Migrações, Refúgio e Apatridia reflita os interesses dessa população em face da realidade vivenciada por elas.

Acompanhe abaixo os destaques de cada etapa estadual da 2ª COMIGRAR:

https://www.acnur.org/portugues/ii-comigrar/

Jornada de Estudos da Linguagem – 10ª Edição

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X JEL: Perspectivas, Metodologias e Desafios

Em 2024, com o tema Perspectivas, Metodologias e Desafios, volta à cena a Jornada de Estudos da Linguagem (JEL), organizada pela especialidade Linguística do Programa de Pós-Graduação em Letras – UERJ, em sua 10ª edição, na modalidade plenamente presencial. O evento acontecerá no campus do Maracanã da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, entre os dias 10 e 12 de abril de 2024.

Durante a JEL, os participantes terão a oportunidade de assistir a palestras proferidas por renomados profissionais da área, que trarão consigo décadas de experiência e conhecimento acumulado. As palestras abordarão temas como a evolução da linguagem, a análise do discurso, as questões de gênero no âmbito linguístico, entre outros assuntos relevantes e instigantes para a comunidade acadêmica.

As inscrições para a Jornada de Estudos da Linguagem – 10ª Edição ocorrerão exclusivamente através da plataforma da Even3. Nessa página, os interessados encontrarão todas as informações necessárias para se inscreverem e garantirem sua participação nesse evento imperdível.

Garanta a sua participação agora mesmo e esteja preparado para explorar as fronteiras da linguística e se conectar com outros apaixonados por essa área fascinante. A Jornada de Estudos da Linguagem – 10ª Edição espera por você!

Programação:

Comissão Organizadora:
Fernanda Cavalcanti (coordenadora)

Ceres Carneiro

Décio Rocha

Marina Augusto

Roberta Stanke

Comissão Técnica: Ana Carolina Carlos

Camila Almeida Bruno Martins Gabriel Marques

Gabriel Ourique Gleise Barbosa

Janir Rodrigues da Silva Julia Campos Laura M. J. Brito Costa Letícia Coelho Letícia Veloso Lívia Carvalho Luiza Coelho

Maria Clara Abend Roberto Aguiar

 

 

 Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) – Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Brasil

Para sua inscrição, visite: https://www.even3.com.br/jel10/


Saiba mais puxando a rede:

. visite o facebook do Instituto de Letras / UERJ : https://www.facebook.com/ileuerjoficial/?locale=pt_BR

 

O que nos faz humanos?

Publicado em 4 de agosto de 2023

Como parte de seu plano de ação para a Década Internacional das Línguas Indígenas 2022-2032, a UNESCO firmou parceria com editoras excepcionais de todo o mundo para apresentar “O que nos faz humanos”, o livro infantil ilustrado de Victor D. O. Santos e Anna Forlati.

“What Makes Us Human”, cover image. Eerdmans/UNESCO, USA. Release date: 5 March 2024.

Muitas vezes, os livros infantis marcantes e inovadores devem sua existência à frustração de adultos criativos quando tentam encontrar o livro adequado para presentear seus próprios filhos. Um dos exemplos mais notáveis que rapidamente vem à mente é o de “Der Struwwelpeter” (de 1844, traduzido como “João Felpudo”), do psiquiatra alemão Heinrich Hoffmann. Trata-se de uma coleção aterrorizante e delirante de histórias curtas inventadas de forma engenhosa para ensinar às crianças o que fazer e o que não fazer, ao mesmo tempo em que as estimula a questionar a legitimidade da autoridade dos adultos. É uma combinação de ideias poderosas que o autor criou por falta de melhores opções..

Algo bastante semelhante está na origem de um novo livro de imagens, de cuja produção a UNESCO tem orgulho de ser parceira: “O que nos faz humanos”. Este é um livro que, em 2022, antes de seu lançamento no Brasil, foi selecionado pelo júri especializado da mostra “The Unpublished Picture Book Showcase by dPICTUS“, pelas ilustrações deslumbrantes da artista italiana Anna Forlati e pelo texto contundente do autor e linguista brasileiro Victor D.O. Santos. Além disso, o livro foi selecionado para ser exposto na Feira do Livro Infantil de Bolonha de 2023, “Beauty and the World: The New Nonfiction Picture Book” (A beleza e o mundo: o novo livro ilustrado de não ficção).

Victor and Anna at the Unpublished Picture Book Showcase by dPICTUS stand, Bologna Children’s Book Fair 2022. © Victor Santos

 

Em um mundo no qual 40% das cerca de 7 mil línguas faladas podem desaparecer na virada do século XXI devido à falta de falantes, Victor Santos, um linguista apaixonado, perguntou-se como poderia transmitir a seus próprios filhos a noção simples, mas poderosa, de que nossa língua está no cerne do que nos define como humanos. Que cada língua, independentemente do número de falantes que possua, é um veículo para a cultura: uma multiplicidade de tradições, crenças e visões de mundo que merecem ser preservadas. Segundo Victor, quanto mais diversidade linguística houver, mais ricos nós seremos como seres humanos. A consciência e o respeito pela diversidade humana, como a UNESCO afirma desde a sua fundação, é a chave para a compreensão mútua.

 

Illustration for “What Makes Us Human”. © Anna Forlati

 

https://www.unesco.org/pt/articles/o-que-nos-faz-humanos#:~:text=A%20UNESCO%20copublica%20edições%20em,Dia%20Internacional%20dos%20Povos%20Ind%C3%ADgenas.

Leia mais puxando a Rede:

 

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/ansa/2023/08/09/unesco-lanca-livro-infantil-sobre-diversidade-linguistica.htm

Conheça a página da ilustradora Anna Forlati: http://www.annaforlati.com

E também a página de Victor: https://www.linguacious.net

Seu Facebook: https://www.facebook.com/linguacious/

E uma entrevista com trajetória e ideias: https://languagemuseum.org/interview-with-victor-santos-founder-and-ceo-of-linguacious-llc/

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