‘Identidade Pomerana: Uma Viagem Formativa Desvelando Conflitos Soterrados’
Livro sobre identidade pomerana será lançado nesta sexta-feira (08), em Santa Maria de Jetibá
Santa Maria de Jetibá recebe nesta sexta-feira (08), o lançamento do livro ‘Identidade Pomerana: Uma Viagem Formativa Desvelando Conflitos Soterrados’, de autoria de Swami Cordeiro Bérgamo e Sandra Soares Della Fonte. O evento é aberto ao público, e acontece no Auditório da Escola Estadual Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Graça Aranha, às 19h, e conta com uma palestra.
Voltado especialmente para educadores e para a comunidade pomerana, o livro convida o leitor a uma jornada de reflexão e conhecimento, trazendo uma valiosa contribuição para o acervo de História e Memória do Espírito Santo. A obra propõe uma visão do cotidiano de Santa Maria de Jetibá, destacando a importância de preservar o patrimônio material e imaterial da cidade e o modo de vida de seu povo.
Explorando o processo de transformação pomerano, o livro questiona os limites dos marcadores culturais, alertando para os riscos de comercialização da memória e da cultura de um povo. A obra revela as tensões entre a preservação autêntica e as influências comerciais, levantando a questão: até que ponto é possível valorizar a cultura sem reduzi-la a um produto de consumo?
Em uma análise dialética, os autores também abordam os movimentos de resistência que buscam proteger a identidade pomerana da mercantilização e reforçam a importância de manter viva essa memória, mesmo em um cenário de mudanças culturais.
Esta ‘viagem formativa’ é um convite para quem deseja entender melhor os desafios de se preservar uma cultura viva e conhecer os conflitos que surgem em meio a esse processo.
O livro “Identidade Pomerana: Uma Viagem Formativa Desvelando Conflitos Soterrados” conta com o apoio do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), por meio da Secretária da Cultura (Secult).
Serviço:
Data: 08 de novembro (sexta-feira)
Horário: 19h
Local: Auditório da EEEFM Graça Aranha, Santa Maria de Jetibá, ES
Entrada gratuita
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Secult
Tati Beling / Danilo Ferraz / Karen Mantovanelli / Matheus Carneiro
Telefone: (27) 3636-7111
Whatsapp: (27) 99753-7583
secultjornalismo@gmail.com / comunicacao@secult.es.gov.br
“Inventário da Língua Pomerana (ILP)” está disponível em formato e-book. Errata
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“Inventário da Língua Pomerana (ILP)” está disponível em formato e-book.
“Inventário da Língua Pomerana (ILP)” está disponível em formato e-book.
O projeto Inventário da Língua Pomerana (ILP), uma pesquisa coordenada pelo IPOL para conhecer a situação atual da língua pomerana presente em alguns estados do Brasil, concluído em 2022, após distribuir exemplares pelos estados onde foi realizada a pesquisa, disponibiliza agora a publicação em formato e-book o livro Inventário da Língua Pomerana (língua brasileira de imigração) para alcançar maior número de falantes da língua, interessados e pesquisadores.
Rosângela Morello, coordenadora do IPOL e organizadora do livro juntamente com Mariela Silveira, destaca que a ideia de realizar o Inventário da Língua Pomerana: língua brasileira de imigração (ILP) surgiu muito antes da publicação do Decreto 7.387 de 2010, que instituiu a política do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL). Relembra que já em 2006, durante o Seminário de Criação do Livro de Registro das Línguas, promovido pelo IPHAN e IPOL, na Câmara dos Deputados, em Brasília, entre os depoimentos emocionados de falantes e representantes de várias comunidades linguísticas brasileiras estavam representantes do povo pomerano do Espírito Santo como Sintia Bausen. Foi a partir dali que se iniciou uma parceria muito produtiva entre o IPOL e as comunidades pomeranas capixabas, gerando condições para a realização conjunta de várias políticas linguísticas, entre as quais se destacam i) as audiências para a cooficialização da língua pomerana em Santa Maria de Jetibá, ii) a construção de um parecer jurídico para ampa- rar a legislação municipal sobre a cooficialização do Pomerano, uma língua de descendentes de imigrantes, de estatuto distinto daquela das indígenas cooficializadas em São Gabriel da Cachoeira, cuja autonomia se amparava também na Constituição Federal de 1988, e iii) o primeiro censo linguístico municipal no mesmo município de Santa Maria de Jetibá.
O próximo passo foi possível através Conselho Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (CFDD) que abriu em 2015 um edital para fomento de inventários e a imediata a articulação para construir uma proposta para a língua pomerana, finalmente contratada em 2017.
O Inventário da Língua Pomerana, língua brasileira de imigração (ILP) foi então concebido e realizado como uma ação para o reconhecimento dessa língua como Referência Cultural Brasileira para resguardar e promover as comunidades linguísticas e suas referências culturais e identitárias de acordo com a linha instituída pelo IPHAN e a Política do Inventário Nacional da Diversidade Linguística do Brasil, instituída pelo Decreto Federal n. 7.387, de 9/12/2010.
O projeto foi realizado com os moldes do Guia INDL (IPHAN, 2015), abrangendo a sistematização de conhecimentos sobre a denominação e classificação da língua, sua situação sócio-histórica, âmbitos de usos e circulação, registro audiovisual, dados demolinguísticos e sua situação nas práticas de ensino e pesquisa. O resultado Inventário oferece uma visão abrangente e articulada dos usos e vitalidade dessa língua nas comunidades de referência abordadas na pesquisa.
Com esta publicação os resultados da pesquisa ficam disponíveis para acesso gratuito, como prevê a Política do INDL, garantindo a continuidade de ações para a promoção dessa língua na educação, nas artes, na cultura, na ciência e tecnologia e nos direitos dos cidadãos. Agradecemos a colaboração de Sintia Bausen, Carmo Thum, Edineia Koeler, Erineu Foerste, Giales Rutz, Jandira Dettmann, Lilia Stein, entre muitos outros que tornaram possível e desejamos que o povo pomerano usufrua desta conquista.
Acesse o novo link para a publicação: Inventário da Língua Pomerana
Renascença do talian
Renascença do talian: cursos, projetos e concursos culturais ajudam a valorizar a língua em Caxias e na região
Reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro foi divisor de águas na luta para manter viva a língua de referência cultural dos imigrantes italianos
Pelo menos nove grupos musicais e uma polenta de mais de 70 quilos irão transformar a Câmara Municipal de Caxias do Sul no palco de um grande filó na sessão do próximo dia 31. Pelo menos assim promete o músico e radialista Ladir Brandalise, que nesta data irá receber dos vereadores o título de cidadão caxiense, reconhecendo uma trajetória que tem no esforço pela preservação da língua Talian o sentido maior.
A questão é que Ladir e outros abnegados, que ao longo de décadas se esforçam para manter viva a língua que unifica dialetos falados nas regiões de colonização italiana, já não parecem tão utópicos em sua missão – que continua árdua. Desde 2014, quando o talian foi reconhecido como Língua de Referência Cultural Brasileira pelo Instituto de Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan), sendo alçado à qualidade de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, percebe-se um movimento de valorização e resgate, pontuado por iniciativas especialmente no âmbito da cultura e da educação.
– Acho que vivemos um momento espetacular de resgate e salvaguarda, desde que se passou a reconhecer o talian como uma língua com gramática própria, com professores habilitados ao ensino e com muitos projetos sendo apresentados e aprovados, dentro desta temática de valorização. Durante a pandemia, por exemplo, fizemos uma série de filós formativos, com recursos da Lei Aldir Blanc, que foram muito emocionantes e serviram de impulso para iniciativas futuras – destaca Ladir Brandalise, que é natural de São Jorge, na Serra.
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Edital do Programa Nacional de Patrimônio Imaterial (PNPI) 2023
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anuncia a realização da 12ª edição do edital de chamamento público para o Programa Nacional de Patrimônio Imaterial (PNPI) que conta com uma linha de *apoio a projetos de pesquisa sociolinguística que utilizem como referência o Guia do Inventário Nacional da Diversidade Linguística.. Com investimento de R$ 7,5 milhões, o edital visa ao desenvolvimento de projetos para salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. Podem submeter propostas órgãos dos governos federal, estaduais, universidades e outras instituições de ensino superior, organizações da sociedade civil, agências de desenvolvimento e organizações privadas ligadas à cultura e à pesquisa. As inscrições vão de 26 de julho a 8 de setembro de 2023.
Siga para a página do edital: https://www.gov.br/iphan/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/programas/edital-do-programa-nacional-de-patrimonio-imaterial-pnpi-em-2023
As línguas imigrantes no Português do Brasil
Publicado em 17 de julho de 2023 – Museu da Língua Portuguesa
A história da língua portuguesa falada no Brasil é profundamente marcada pelo contato com outros povos, como os indígenas, africanos ou daqueles que para cá migraram nos últimos séculos. Neste artigo, você verá a imensa contribuição das culturas e línguas daqueles que vieram para o Brasil em busca de uma nova vida
A história de uma língua é inseparável da de seus falantes, daqueles que a herdaram, a modificaram e a recriaram ao longo do tempo. Neste quarto arco narrativo, vamos continuar nossa viagem pela formação histórica da nossa língua (confira também o primeiro, o segundo e o terceiro), dessa vez caminhando pela presença de imigrantes na língua portuguesa apresentada na experiência Português do Brasil, da exposição principal do Museu da Língua Portuguesa.
Imigrantes a bordo de um navio, em que se percebe uma maior concentração de pessoas na parte da proa da embarcação, 1905 / Foto de Waldemar Abegg/akg-images
Panorama
A partir da segunda metade do século XIX, ocorreram fluxos migratórios de trabalhadores europeus e asiáticos. Entre 1850 e 1950, movidos por dificuldades econômicas, conflitos étnicos e guerras, sem condições de permanecer em seus países ou desejosos de melhorar de vida, milhões de italianos, alemães, japoneses, sírios, libaneses, chineses e poloneses, entre outros, instalaram-se no Brasil. Os imigrantes e seus descendentes criaram raízes, e muitos de seus traços linguísticos foram incorporados ao modo de falar o português nas terras brasileiras.No vídeo abaixo, o historiador Boris Fausto apresenta como se deu esse processo, com as especificidades de cada povo.
(texto extraído do site MUSEU)
Siga a leitura diretamente na página do Museu:
https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/as-linguas-imigrantes-no-portugues-do-brasil/