As línguas imigrantes no Português do Brasil
Publicado em 17 de julho de 2023 – Museu da Língua Portuguesa
A história da língua portuguesa falada no Brasil é profundamente marcada pelo contato com outros povos, como os indígenas, africanos ou daqueles que para cá migraram nos últimos séculos. Neste artigo, você verá a imensa contribuição das culturas e línguas daqueles que vieram para o Brasil em busca de uma nova vida
A história de uma língua é inseparável da de seus falantes, daqueles que a herdaram, a modificaram e a recriaram ao longo do tempo. Neste quarto arco narrativo, vamos continuar nossa viagem pela formação histórica da nossa língua (confira também o primeiro, o segundo e o terceiro), dessa vez caminhando pela presença de imigrantes na língua portuguesa apresentada na experiência Português do Brasil, da exposição principal do Museu da Língua Portuguesa.
Imigrantes a bordo de um navio, em que se percebe uma maior concentração de pessoas na parte da proa da embarcação, 1905 / Foto de Waldemar Abegg/akg-images
Panorama
A partir da segunda metade do século XIX, ocorreram fluxos migratórios de trabalhadores europeus e asiáticos. Entre 1850 e 1950, movidos por dificuldades econômicas, conflitos étnicos e guerras, sem condições de permanecer em seus países ou desejosos de melhorar de vida, milhões de italianos, alemães, japoneses, sírios, libaneses, chineses e poloneses, entre outros, instalaram-se no Brasil. Os imigrantes e seus descendentes criaram raízes, e muitos de seus traços linguísticos foram incorporados ao modo de falar o português nas terras brasileiras.No vídeo abaixo, o historiador Boris Fausto apresenta como se deu esse processo, com as especificidades de cada povo.
(texto extraído do site MUSEU)
Siga a leitura diretamente na página do Museu:
https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/as-linguas-imigrantes-no-portugues-do-brasil/
Conheça todas as línguas do Brasil que se tornaram oficiais
O Brasil é um país enorme, carregado de histórias, com diferentes paisagens, culturas e estilos de vida, muitas vezes desconhecido pela maior parte dos brasileiros.
Vamos conhecer as regiões do Brasil onde existem outros idiomas oficiais além do português. No Brasil são falados mais de 140 idiomas, entre línguas indígenas, línguas europeias trazidas pelos imigrantes e outras, e temos inclusive brasileiros que não falam português. No vídeo de hoje vamos mostrar para você cada uma dos idiomas falados no Brasil que se tornaram oficiais, são 22 línguas oficializadas em 51 municípios diferentes, para que você entenda de uma vez por todas a diversidade cultural e linguística que existe no nosso país.
Assista aqui o vídeo: “Não falamos português!”
“Conhecendo o Brasil” é um canal do Youtube dedicado a mostrar neste algumas histórias, informações, curiosidades e lugares do país. Visite:
https://www.youtube.com/@ConhecendooBrasiloficial/about
(texto e informação extraída diretamente do canal Youtube)
Grupo de Estudos da Diversidade Linguística no Espírito Santo apresenta trabalho na Câmara de Marechal Floriano
Membros do Grupo de Estudos da Diversidade Linguística no Espírito Santo (GEDILES) se reuniram, na última quarta-feira (09), com o presidente da Câmara de Marechal Floriano, o vereador Cezinha Ronchi, com o objetivo de apresentar o trabalho de “Identificação e Mapeamento dos Falantes de Línguas de Imigração no ES”. A ação aconteceu na sala de reuniões da Câmara Municipal, e também contou com a presenta da secretária municipal de Educação, Édia Klippel e da representante da Secretaria Municipal de Saúde, Maria Angélica Signorelli Lavagnoli Rossini.
O encontro teve o objetivo de apresentação do projeto, que pretende identificar e localizar essas línguas, além de verificar qual é o nível de conhecimento da língua por parte de seus falantes. O estudo abrange os municípios capixabas colonizados por imigrantes e tem a duração prevista de 24 meses. Esta pesquisa se faz necessária em virtude do desconhecimento atual de quantas são e onde estão sendo faladas essas línguas no Estado.
Também participaram da reunião de apresentação do projeto de pesquisa, a coordenadora do Instituto Federal do Espírito Santo, a professora Edenize Ponzo Peres; o vice-coordenador do GEDILE, o professor Santinho Ferreira de Souza e os membros da equipe local de Marechal Floriano, formada pelo professor Allan Costa Stein, a professora Reni Klippel Machado e o bolsista de iniciação científica William Lima de Moura. Na oportunidade foi criado um grupo de trabalho. Durante o encontro ficou definido:
1 – A Secretaria de Educação fica responsável por divulgar a pesquisa para os alunos da rede pública municipal (e seus pais ou responsáveis), de modo a orientá-los sobre a importância de conhecerem a diversidade linguística e cultural do município e, também, de modo a conscientizá-los sobre a necessidade de responderem corretamente ao questionário que será aplicado pelos agentes de saúde;
2 – A Secretaria de Saúde autoriza que os agentes de saúde apliquem o questionário simplificado nas famílias onde haja falante(s) de língua(s) de imigração, durante as visitas de rotina. Também fica acertado que os agentes de saúde participarão de treinamento para aplicação dos questionários, em data a ser combinada;
3 – A Câmara Municipal fica responsável por divulgar a pesquisa em seu site e nas redes sociais. Além disso, viabilizará a impressão dos questionários, termos de consentimento e outros materiais necessários;
Dicionário de Luzzatto perpetua língua Talian
Presidente da Associação dos Difusores do Talian, Juvenal Dal Castel, que é pesquisador e escritor da língua Talian, autor do drama de ficção bilíngue em Português e Talian “Grigialda Galina Contadina”, entre outras obras literárias, natural do município de Dois Lajeados e atualmente residindo em Porto Alegre, recentemente exibiu no seu perfil no Facebook a aquisição do Dicionário Talian/Português. Com 656 páginas tem como autor o professor Darcy Loss Luzzatto. A obra está sendo comercializada por meio do site de compras on line da Amazon. Ele está disponível impresso e também como e-book.
“Estou muito feliz em ter conseguido este dicionário. Todos que falam o Talian devem ter esta obra porque cada palavra é uma memória e cada frase é uma história”, recomendou Castel. Luzzatto, autor de mais de uma dezena de livros em talian é considerado o homem do Talian. Aos 84 anos de idade é quem mais estudou e conhece a língua, que já é idioma co-oficial em vários municípios do país, colonizados por imigrantes italianos.
Na apresentação do dicionário, o autor explica que a formação do Talian ocorreu na mistura de dialeto vêneto, lombardo, trentino, com um pouco de português “venetizado” que é falado na Serra Gaúcha, no Vale do Taquari, Região de Santa Maria, Norte do Estado, em Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo. As famílias italianas chegaram ao Brasil, a partir de 1875. A Itália foi unificada naqueles anos e era um amontoado de diferentes dialetos. Os imigrantes enviados ao interior do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, provinham especialmente das regiões no entorno de Veneza, dos campos de Treviso, Pádua, Belluno, das vilas do norte da Lombardia (Bérgamo, Bréscia) e dos Alpes do Trentino. Não falavam o italiano.
No Brasil, eles se misturaram e criaram uma língua comum que incluía termos dos vários dialetos e alguns em português. Assim nasceu o Talian, que em 2014, com o Guarani e o Asurini do Tocantins, esteve entre as primeiras línguas reconhecidas como Referência Cultural Brasileira pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Este idioma está sendo eternizado através do Dicionário de Darcy Loss Luzzatto.
Comissão aprova projeto que torna idioma indígena língua cooficial em municípios com aldeias
Uma língua cooficial possui o mesmo status jurídico do português, idioma oficial do País. No Brasil, as línguas cooficiais são adotadas apenas em nível municipal