Renascença do talian
Renascença do talian: cursos, projetos e concursos culturais ajudam a valorizar a língua em Caxias e na região
Reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro foi divisor de águas na luta para manter viva a língua de referência cultural dos imigrantes italianos

Pelo menos nove grupos musicais e uma polenta de mais de 70 quilos irão transformar a Câmara Municipal de Caxias do Sul no palco de um grande filó na sessão do próximo dia 31. Pelo menos assim promete o músico e radialista Ladir Brandalise, que nesta data irá receber dos vereadores o título de cidadão caxiense, reconhecendo uma trajetória que tem no esforço pela preservação da língua Talian o sentido maior.
A questão é que Ladir e outros abnegados, que ao longo de décadas se esforçam para manter viva a língua que unifica dialetos falados nas regiões de colonização italiana, já não parecem tão utópicos em sua missão – que continua árdua. Desde 2014, quando o talian foi reconhecido como Língua de Referência Cultural Brasileira pelo Instituto de Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan), sendo alçado à qualidade de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, percebe-se um movimento de valorização e resgate, pontuado por iniciativas especialmente no âmbito da cultura e da educação.
– Acho que vivemos um momento espetacular de resgate e salvaguarda, desde que se passou a reconhecer o talian como uma língua com gramática própria, com professores habilitados ao ensino e com muitos projetos sendo apresentados e aprovados, dentro desta temática de valorização. Durante a pandemia, por exemplo, fizemos uma série de filós formativos, com recursos da Lei Aldir Blanc, que foram muito emocionantes e serviram de impulso para iniciativas futuras – destaca Ladir Brandalise, que é natural de São Jorge, na Serra.
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Edital do Programa Nacional de Patrimônio Imaterial (PNPI) 2023
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anuncia a realização da 12ª edição do edital de chamamento público para o Programa Nacional de Patrimônio Imaterial (PNPI) que conta com uma linha de *apoio a projetos de pesquisa sociolinguística que utilizem como referência o Guia do Inventário Nacional da Diversidade Linguística.. Com investimento de R$ 7,5 milhões, o edital visa ao desenvolvimento de projetos para salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. Podem submeter propostas órgãos dos governos federal, estaduais, universidades e outras instituições de ensino superior, organizações da sociedade civil, agências de desenvolvimento e organizações privadas ligadas à cultura e à pesquisa. As inscrições vão de 26 de julho a 8 de setembro de 2023.
Siga para a página do edital: https://www.gov.br/iphan/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/programas/edital-do-programa-nacional-de-patrimonio-imaterial-pnpi-em-2023
As línguas imigrantes no Português do Brasil
Publicado em 17 de julho de 2023 – Museu da Língua Portuguesa
A história da língua portuguesa falada no Brasil é profundamente marcada pelo contato com outros povos, como os indígenas, africanos ou daqueles que para cá migraram nos últimos séculos. Neste artigo, você verá a imensa contribuição das culturas e línguas daqueles que vieram para o Brasil em busca de uma nova vida
A história de uma língua é inseparável da de seus falantes, daqueles que a herdaram, a modificaram e a recriaram ao longo do tempo. Neste quarto arco narrativo, vamos continuar nossa viagem pela formação histórica da nossa língua (confira também o primeiro, o segundo e o terceiro), dessa vez caminhando pela presença de imigrantes na língua portuguesa apresentada na experiência Português do Brasil, da exposição principal do Museu da Língua Portuguesa.
Imigrantes a bordo de um navio, em que se percebe uma maior concentração de pessoas na parte da proa da embarcação, 1905 / Foto de Waldemar Abegg/akg-images
Panorama
A partir da segunda metade do século XIX, ocorreram fluxos migratórios de trabalhadores europeus e asiáticos. Entre 1850 e 1950, movidos por dificuldades econômicas, conflitos étnicos e guerras, sem condições de permanecer em seus países ou desejosos de melhorar de vida, milhões de italianos, alemães, japoneses, sírios, libaneses, chineses e poloneses, entre outros, instalaram-se no Brasil. Os imigrantes e seus descendentes criaram raízes, e muitos de seus traços linguísticos foram incorporados ao modo de falar o português nas terras brasileiras.No vídeo abaixo, o historiador Boris Fausto apresenta como se deu esse processo, com as especificidades de cada povo.
(texto extraído do site MUSEU)
Siga a leitura diretamente na página do Museu:
https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/as-linguas-imigrantes-no-portugues-do-brasil/
Conheça todas as línguas do Brasil que se tornaram oficiais
O Brasil é um país enorme, carregado de histórias, com diferentes paisagens, culturas e estilos de vida, muitas vezes desconhecido pela maior parte dos brasileiros.
Vamos conhecer as regiões do Brasil onde existem outros idiomas oficiais além do português. No Brasil são falados mais de 140 idiomas, entre línguas indígenas, línguas europeias trazidas pelos imigrantes e outras, e temos inclusive brasileiros que não falam português. No vídeo de hoje vamos mostrar para você cada uma dos idiomas falados no Brasil que se tornaram oficiais, são 22 línguas oficializadas em 51 municípios diferentes, para que você entenda de uma vez por todas a diversidade cultural e linguística que existe no nosso país.
Assista aqui o vídeo: “Não falamos português!”
“Conhecendo o Brasil” é um canal do Youtube dedicado a mostrar neste algumas histórias, informações, curiosidades e lugares do país. Visite:
https://www.youtube.com/@ConhecendooBrasiloficial/about
(texto e informação extraída diretamente do canal Youtube)
Grupo de Estudos da Diversidade Linguística no Espírito Santo apresenta trabalho na Câmara de Marechal Floriano

Texto e fotos: Cícero Modolo
Membros do Grupo de Estudos da Diversidade Linguística no Espírito Santo (GEDILES) se reuniram, na última quarta-feira (09), com o presidente da Câmara de Marechal Floriano, o vereador Cezinha Ronchi, com o objetivo de apresentar o trabalho de “Identificação e Mapeamento dos Falantes de Línguas de Imigração no ES”. A ação aconteceu na sala de reuniões da Câmara Municipal, e também contou com a presenta da secretária municipal de Educação, Édia Klippel e da representante da Secretaria Municipal de Saúde, Maria Angélica Signorelli Lavagnoli Rossini.
O encontro teve o objetivo de apresentação do projeto, que pretende identificar e localizar essas línguas, além de verificar qual é o nível de conhecimento da língua por parte de seus falantes. O estudo abrange os municípios capixabas colonizados por imigrantes e tem a duração prevista de 24 meses. Esta pesquisa se faz necessária em virtude do desconhecimento atual de quantas são e onde estão sendo faladas essas línguas no Estado.
Também participaram da reunião de apresentação do projeto de pesquisa, a coordenadora do Instituto Federal do Espírito Santo, a professora Edenize Ponzo Peres; o vice-coordenador do GEDILE, o professor Santinho Ferreira de Souza e os membros da equipe local de Marechal Floriano, formada pelo professor Allan Costa Stein, a professora Reni Klippel Machado e o bolsista de iniciação científica William Lima de Moura. Na oportunidade foi criado um grupo de trabalho. Durante o encontro ficou definido:

1 – A Secretaria de Educação fica responsável por divulgar a pesquisa para os alunos da rede pública municipal (e seus pais ou responsáveis), de modo a orientá-los sobre a importância de conhecerem a diversidade linguística e cultural do município e, também, de modo a conscientizá-los sobre a necessidade de responderem corretamente ao questionário que será aplicado pelos agentes de saúde;
2 – A Secretaria de Saúde autoriza que os agentes de saúde apliquem o questionário simplificado nas famílias onde haja falante(s) de língua(s) de imigração, durante as visitas de rotina. Também fica acertado que os agentes de saúde participarão de treinamento para aplicação dos questionários, em data a ser combinada;
3 – A Câmara Municipal fica responsável por divulgar a pesquisa em seu site e nas redes sociais. Além disso, viabilizará a impressão dos questionários, termos de consentimento e outros materiais necessários;