UE aposta no multilinguismo para promover competitividade
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A diversidade linguística constitui um dos traços distintivos da UE. Num bloco de países com 24 línguas oficiais, uma das prioridades da União é conseguir que os cidadãos europeus falem vários idiomas.
A diversidade linguística faz parte do ADN do projeto de integração europeia. A defesa deste património está consagrada na sua divisa (“Unida na diversidade”) e inscrita logo no artigo 3 do Tratado: “a União respeita a riqueza da sua diversidade cultural e linguística”. O Tratado também diz que a União Europeia (UE) tem por objetivo “desenvolver a aprendizagem e a divulgação das línguas dos Estados-membros”.
A União tem atualmente 24 línguas oficiais e três alfabetos. Outras 60 línguas regionais ou locais são faladas por cerca de 40 milhões de pessoas. Além disso, existe na UE um número importante de outras línguas faladas por imigrantes de países terceiros, calculando-se que convivam 175 nacionalidades no conjunto do espaço comunitário.
A UE defende a ideia de que todos os cidadãos devem dominar duas línguas, além da materna. Ser poliglota é uma mais-valia e fator de competitividade. Há estudos que mostram que os estudantes Erasmus+ – o programa de mobilidade estudantil da UE – têm mais possibilidades de conseguir trabalho e menos probabilidades de serem desempregados de longa duração.
As novas gerações têm vindo a reforçar paulatinamente as competências linguísticas. Dados do Eurostat mostram que o número de alunos com vocação para falar vários idiomas tem aumentado. Entre 2013 e 2022, a percentagem de alunos do ensino primário na UE que aprenderam pelo menos 2 línguas estrangeiras aumentou de 4,6% para 6,5%. Nos primeiros anos do secundário, essa proporção subiu de 58,4% para 60,7%, estando Portugal (93%) no grupo de países com maior percentagem de alunos nesta situação.
Como a UE promove a diversidade
A UE criou vários instrumentos para dinamizar a aprendizagem das línguas. Existe o programa Europa Criativa com um orçamento de 2,4 mil milhões de euros para o período 2021-2027 que promove a diversidade e o património cultural e linguístico europeu e fomenta a competitividade dos setores culturais e criativos.
Para além do emblemático programa Erasmus, a UE dispõe ainda do Dia Europeu das Línguas (26 de setembro), do Selo Europeu das Línguas – um prémio da Comissão para estimular novas iniciativas de ensino e aprendizagem – e do prémio “Juvenes Translatores” para as melhores traduções feitas por estudantes da UE. Também cofinancia projetos do Centro Europeu de Línguas Modernas.
Novos e velhos desafios
Ao longo das décadas, o programa Erasmus foi melhorado, tornando-se mais inclusivo, fomentando a participação de mais estudantes, sobretudo de meios desfavorecidos. Outro desafio consiste no desenvolvimento da iniciativa Universidades Europeias que visa estabelecer alianças entre instituições de ensino superior. Graças a estas alianças, os estudantes podem obter um diploma combinando estudos em vários países europeus.
As instituições europeias promovem o multilinguismo com serviços de tradução e interpretação de excelência. A realidade é que os idiomas europeus enfrentam o domínio do inglês como língua franca na comunicação no dia a dia entre cidadãos de diferentes nacionalidades e entre protagonistas das instituições europeias. Outra questão está relacionada com o pedido relativo a determinadas línguas regionais – como o catalão, basco e galego – de serem reconhecidas como línguas oficiais da UE.
Leia a matéria na fonte: https://www.cmjornal.pt/mais-cm/especiais/europa-viva/detalhe/ue-aposta-no-multilinguismo-para-promover-competitividade?ref=Tecnologia_CmaoMinuto
Por que ensino do Espanhol é deixado de lado no Brasil
Por Vitor Tavares, Role, Da BBC News Brasil em São Paulo Twitter,
Quando ouviu os versos da música Soy loco por ti, America, na voz de Caetano Veloso, em 1968, a então estudante de letras Márcia Paraquett concluiu que precisava aprender Espanhol.
“Naquela época, quase não havia professores de Língua Espanhola, não tinha mercado, interesse, nada”, lembra a hoje professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Em 2005, no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando foi aprovada e sancionada a lei que tornou obrigatório o ensino do Espanhol no ensino médio, Paraquett, que então ensinava o idioma há três décadas, achou que esse “vazio” estava definitivamente preenchido.
Mas o cenário em 2024 não é animador para os professores de Espanhol que o país formou, segundo Paraquett e outros entrevistados pela BBC News Brasil.
Acesse a matéria no link e siga a leitura: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cevwj9p0278o
La integración regional y la enseñanza bilingüe en Latinoamérica. Los incentivos para el aprendizaje del portugués en países hispanohablantes y del español en Brasil
Por Larissa Oliveira Cardoso, publicado em Revista de Estudios Brasileños, Vol. 10 Núm. 21
“Inventário da Língua Pomerana (ILP)” está disponível em formato e-book. Errata
Errata: um novo link para acesso da publicação está disponível na postagem:
“Inventário da Língua Pomerana (ILP)” está disponível em formato e-book.
“Inventário da Língua Pomerana (ILP)” está disponível em formato e-book.
O projeto Inventário da Língua Pomerana (ILP), uma pesquisa coordenada pelo IPOL para conhecer a situação atual da língua pomerana presente em alguns estados do Brasil, concluído em 2022, após distribuir exemplares pelos estados onde foi realizada a pesquisa, disponibiliza agora a publicação em formato e-book o livro Inventário da Língua Pomerana (língua brasileira de imigração) para alcançar maior número de falantes da língua, interessados e pesquisadores.
Rosângela Morello, coordenadora do IPOL e organizadora do livro juntamente com Mariela Silveira, destaca que a ideia de realizar o Inventário da Língua Pomerana: língua brasileira de imigração (ILP) surgiu muito antes da publicação do Decreto 7.387 de 2010, que instituiu a política do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL). Relembra que já em 2006, durante o Seminário de Criação do Livro de Registro das Línguas, promovido pelo IPHAN e IPOL, na Câmara dos Deputados, em Brasília, entre os depoimentos emocionados de falantes e representantes de várias comunidades linguísticas brasileiras estavam representantes do povo pomerano do Espírito Santo como Sintia Bausen. Foi a partir dali que se iniciou uma parceria muito produtiva entre o IPOL e as comunidades pomeranas capixabas, gerando condições para a realização conjunta de várias políticas linguísticas, entre as quais se destacam i) as audiências para a cooficialização da língua pomerana em Santa Maria de Jetibá, ii) a construção de um parecer jurídico para ampa- rar a legislação municipal sobre a cooficialização do Pomerano, uma língua de descendentes de imigrantes, de estatuto distinto daquela das indígenas cooficializadas em São Gabriel da Cachoeira, cuja autonomia se amparava também na Constituição Federal de 1988, e iii) o primeiro censo linguístico municipal no mesmo município de Santa Maria de Jetibá.
O próximo passo foi possível através Conselho Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (CFDD) que abriu em 2015 um edital para fomento de inventários e a imediata a articulação para construir uma proposta para a língua pomerana, finalmente contratada em 2017.
O Inventário da Língua Pomerana, língua brasileira de imigração (ILP) foi então concebido e realizado como uma ação para o reconhecimento dessa língua como Referência Cultural Brasileira para resguardar e promover as comunidades linguísticas e suas referências culturais e identitárias de acordo com a linha instituída pelo IPHAN e a Política do Inventário Nacional da Diversidade Linguística do Brasil, instituída pelo Decreto Federal n. 7.387, de 9/12/2010.
O projeto foi realizado com os moldes do Guia INDL (IPHAN, 2015), abrangendo a sistematização de conhecimentos sobre a denominação e classificação da língua, sua situação sócio-histórica, âmbitos de usos e circulação, registro audiovisual, dados demolinguísticos e sua situação nas práticas de ensino e pesquisa. O resultado Inventário oferece uma visão abrangente e articulada dos usos e vitalidade dessa língua nas comunidades de referência abordadas na pesquisa.
Com esta publicação os resultados da pesquisa ficam disponíveis para acesso gratuito, como prevê a Política do INDL, garantindo a continuidade de ações para a promoção dessa língua na educação, nas artes, na cultura, na ciência e tecnologia e nos direitos dos cidadãos. Agradecemos a colaboração de Sintia Bausen, Carmo Thum, Edineia Koeler, Erineu Foerste, Giales Rutz, Jandira Dettmann, Lilia Stein, entre muitos outros que tornaram possível e desejamos que o povo pomerano usufrua desta conquista.
Acesse o novo link para a publicação: Inventário da Língua Pomerana
Para acolher clientes, supermercado tem placa até em terena
Além da língua indígena, “bem-vindo” está escrito em inglês, espanhol e português
Por Aletheya Alves | 19/03/2023 07:50 – Publicado em CAMPO GRANDE NEWS
Quando Silval Palaoro e Shirley Leão Palaoro decidiram abrir um pequeno mercado em Nioaque, os dois perceberam que o comércio só daria certo se demonstrassem o carinho pelo atendimento. Assim, levando em conta a variedade de pessoas da cidade, o casal criou placas em quatro idiomas para garantir que todos se sentissem bem-vindos.
Logo na entrada do comércio, os clientes são recebidos com a saudação em inglês, espanhol e terena, além do português. Em teoria, os primeiros idiomas são vistos mais comumente, mas em conjunto com a língua terena chamam atenção.
Já acostumada com as reações, Shirley conta que a ideia nasceu quando seu marido, Silval, começou a pensar em como o supermercado se desenvolveria. Na época, mais do que pensar puramente no lucro, ela narra que a proximidade do atendimento no Interior esteve sempre presente.
“Aqui na cidade nós temos aldeias, colônias e o Silval queria atender todo mundo. Tanto que contratamos funcionários de todos esses grupos, a ideia era mostrar que todos realmente seriam bem-vindos”, explica a proprietária.
Inicialmente, o mercado era realmente pequeno e ela comenta que o crescimento foi possível graças à cidade acolher a ideia. “A gente sempre fala que com a ajuda de todo mundo conseguimos aumentar. Cada um deu sua ajuda, seja através de sugestão para melhorar, através das compras”.
E, desde 2004, as placas nos quatro idiomas já estavam presentes, sendo que até hoje ninguém pensou em retirá-las. Explicando sobre as escolhas, Shirley pontua que o objetivo é mostrar a pluralidade e, caso visitantes apareçam, também se sintam bem no Palboch.
Repassando o gosto pelo atendimento aos três filhos, a matriarca comenta que a partir da evolução do mercado, outros idiomas podem se somar. Uma das filhas, Suellen explica que a família já pensou em levar os idiomas para os panfletos do supermercado.
“Nós estamos pensando, vendo a necessidade, mas uma coisa que estamos planejando é trazer mais a cultura dos indígenas. Expor alguns dos trabalhos também, mas por enquanto continuamos com as placas”, diz.
Sobre a repercussão, ela completa que a família sempre cresceu no comércio e, sabendo do carinho com o público, a ideia é “abraçar” ainda mais os clientes.
Acompanhe Campo Grande News. https://www.campograndenews.com.br/lado-b/comportamento-23-08-2011-08/para-acolher-clientes-supermercado-tem-placa-ate-em-terena