Política Linguística

Edital fomenta projetos de educação para comunidades indígenas

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As inscrições para o “Edital Educação para o Bem Viver” encerram no dia 27 de março. A chamada selecionará 20 projetos, que receberão valor de até 50 mil reais cada

O Fundo Casa Socioambiental, em parceria com a Imaginable Futures, está com inscrições abertas para o Edital Educação para o Bem Viver. Focado no apoio às comunidades indígenas pela equidade na educação, a chamada aceita inscrições de todo território nacional, até o dia 27 de março. Serão 20 projetos apoiados, que receberão um valor de até 50 mil reais cada.

Cada organização participante pode apresentar uma única proposta, voltadas ao fortalecimento dos povos indígenas e promovendo o combate às desigualdades e ao racismo no campo da educação. Em 2024, a primeira chamada ‘Educação para o Bem Viver’ apoiou 31 iniciativas que fortaleceram a identidade indígena, o uso de línguas maternas, e a gestão comunitária das escolas, além de integrar práticas sustentáveis, como hortas escolares e educação ambiental.

Neste ano, o edital oferecerá um total de 1 milhão de reais, divididos para 20 projetos apoiados. 90% dos recursos serão liberados no início do projeto e 10% após aprovação do relatório final. O período de contratação começa no dia 28 de maio, mesma data em que os resultados dos selecionados serão divulgados.

A seguir, confira o critério de elegibilidade do edital:

  • Associações indígenas comunitárias, sem fins lucrativos, devidamente constituídas, ativas, formadas por indígenas de um ou mais povos e representativas de comunidades;
  • Organizações com orçamento institucional de até R$ 300.000,00 no ano de 2024;
  • Organizações com a documentação institucional em dia e enviada juntamente com o formulário narrativo e o orçamento do projeto;
  • Organizações que não possuam CNPJ também são elegíveis e podem apresentar projetos nesta Chamada por meio de uma organização parceira;
  • Cada organização poderá apresentar apenas um projeto.

Para saber mais e inscrever uma proposta, basta acessar o site do Fundo Casa Socioambiental.

Sobre o Fundo Casa Socioambiental

O Fundo Casa Socioambiental é uma organização que busca promover a conservação e a sustentabilidade ambiental, a democracia, o respeito aos direitos socioambientais e a justiça social por meio do apoio financeiro e fortalecimento de capacidades de iniciativas da sociedade civil na América do Sul.

Saiba mais em: https://observatorio3setor.org.br/edital-fomenta-projetos-de-educacao-para-comunidades-indigenas/

As mudanças climáticas estão matando palavras e línguas

Catástrofes e perda da biodiversidade ameaçam línguas em todo o mundo

Por Por Julia Webster Ayuso/Noema Magazine, Agência Pública

Por gerações, a família de Lars Miguel Utsi morou na pequena cidade de Jokkmokk, no norte da Suécia, onde a criação de renas faz parte do modo de vida local. Em uma parte do mundo onde a maioria de nós enxergaria apenas uma imensidão de neve branca, Utsi percebe a paisagem com detalhes.

Os sámi, o único grupo indígena reconhecido da Europa, vivem no país há milhares de anos, e sua língua reflete laços profundos com a terra. As nove línguas sámi ainda em uso possuem um vocabulário extenso para neve – desde åppås, a neve intocada do inverno, sem pegadas, até habllek, uma neve leve e areada, parecida com pó, e tjaevi, flocos que se grudam e são difíceis de cavar. A terminologia para descrever as renas é ainda mais detalhada e classifica os animais conforme o sexo, idade, cor, fertilidade e grau de domesticação.

Mas pastores de renas como Utsi perceberam o quão rapidamente sua língua está desaparecendo com as mudanças na paisagem. Embora o sámi do norte seja sua língua materna, ele tem plena consciência das lacunas em seu vocabulário – palavras que parecem não passar de uma geração para outra.

Uma palavra, em especial, demonstra o que está em jogo: o termo ealát, que Utsi disse poder ser traduzido livremente como “as condições ideais para que as renas encontrem líquens para pastar”. É o tipo de palavra que resiste à tradução – um termo complexo que implica que uma variedade de fatores se uniram em harmonia. Mas, hoje em dia, “ela é usada cada vez menos porque não vemos mais essas condições com tanta frequência”, disse Utsi.

Jokkmokk é um importante centro de criação de renas na Suécia, em uma região conhecida como Sápmi, que também abrange partes da Noruega, Finlândia e Rússia. O povo indígena sámi dessa região é particularmente vulnerável aos efeitos das mudanças climáticas: cientistas afirmam que o Ártico está aquecendo quase quatro vezes mais rápido do que o restante do mundo.

O derretimento precoce da neve causa enchentes sazonais anormais, criando barreiras para o pastoreio e destruindo a oferta de alimentos. Estudos apontam que, no último século, os habitats das renas diminuíram em 70%, em parte devido a inundações artificiais causadas por usinas hidrelétricas.

A Unesco considera as nove línguas sámi restantes como ameaçadas de extinção. O sámi do norte é o mais falado, com uma estimativa de 20 mil a 30 mil falantes, enquanto acredita-se que o ume sámi tenha menos de 50 falantes restantes.

Embora as causas desse declínio sejam complexas, o desaparecimento de palavras sámi reflete a erosão mais ampla de seu modo de vida. Pastores de renas como Utsi enfrentam, literalmente, a falta de palavras diante das mudanças em seu ambiente, o que sinaliza um futuro incerto: o que resta quando as coisas que você nomeia começam a desaparecer?

Língua x Idioma

Segundo o site Brasil Escola, línguas são instrumentos cuja maior finalidade é a comunicação. Elas “pertencem aos falantes, que dela apropriam-se para estabelecer interações com a sociedade onde vivem”.

Já os idiomas estão associados à existência de um Estado político e identificam uma nação. No Brasil, por exemplo, o português é o idioma oficial e está diretamente relacionado ao povo brasileiro.

Conexão entre língua e natureza

Cientistas e linguistas descobriram uma conexão surpreendente entre a biodiversidade e as línguas. Áreas ricas em diversidade biológica também tendem a ser ricas em diversidade linguística (alta concentração de línguas). Embora essa coexistência ainda não seja totalmente compreendida, uma forte correlação geográfica sugere que múltiplos fatores (ecológicos, sociais e culturais) influenciem ambas as formas de diversidade, que também estão em declínio em taxas alarmantes. Onde espécies de plantas e animais estão desaparecendo, línguas, dialetos e expressões únicas frequentemente seguem um padrão semelhante de declínio.

O Ártico pode não parecer um núcleo de biodiversidade, como a Amazônia ou as florestas costeiras da Tanzânia, mas desempenha um papel crucial na regulação e estabilização do clima da Terra e no suporte à vida em nosso planeta. Cientistas costumam dizer que “o que acontece no Ártico não fica no Ártico”, e qualquer perturbação em seu habitat tem consequências de longo alcance para a humanidade.

As comunidades indígenas mantêm relações profundas com as terras que ocupam há gerações, e essa conexão íntima se reflete nas línguas que falam – na forma como descrevem a paisagem e expressam as crenças e costumes nos quais essas línguas se desenvolveram. Quando suas relações com a terra sofrem, suas línguas também podem ser afetadas.

Por exemplo, Vanuatu, um país insular no Pacífico Sul com a maior densidade de línguas do planeta (110 línguas em 12.189 km²), abriga 138 espécies de plantas e animais ameaçadas. O país também está entre os mais vulneráveis à elevação do nível do mar e a desastres naturais relacionados ao clima. Cientistas alertam que a crise climática se tornou o “prego no caixão” para muitas línguas indígenas, à medida que comunidades costeiras são forçadas a se realocar.

Mapeando a diversidade do mundo

No início dos anos 1990, enquanto ambientalistas alertavam para o alarmante declínio da biodiversidade, a linguista ítalo-estadunidense Luisa Maffi estudava a perda das línguas do mundo e percebeu que essas duas tendências poderiam estar conectadas.

“De repente, me ocorreu: todas essas são formas de diversidade da vida na Terra. Diversidade na natureza, mas também de culturas e línguas humanas. Elas estão interconectadas e são interdependentes. Portanto, o que acontece com uma afeta a outra.”

Em 1988, o Primeiro Congresso Internacional de Etnobiologia, realizado em Belém (PA), detectou a ligação indissociável entre diversidade cultural e biológica. Mas foi após outra conferência, em 1995 – onde Maffi conheceu o conservacionista David Harmon, que havia reunido dados sobre essa “crise de extinção convergente” –, que os dois fundaram a Terralingua. A ONG foca na “diversidade biocultural”, termo que eles popularizaram, que expressa como “biodiversidade, diversidade cultural e diversidade linguística estão interligadas”.

Na época, dados sobre as línguas do mundo eram difíceis de encontrar. Um dos poucos bancos abrangentes era o The Ethnologue, que começou a catalogar línguasem 1951. As línguas mudam rapidamente, e nem todos concordam sobre onde termina uma e começa outra. Assim, a Terralingua criou o Índice de Diversidade Linguística, que se define como “a primeira medida quantitativa das tendências da diversidade linguística mundial”.

O índice revelou que, entre 1970 e 2005, a diversidade linguística global havia diminuído cerca de 20%, sendo as línguas indígenas as mais afetadas. Esses dados, quando comparados a informações sobre biodiversidade, revelaram uma tendência surpreendente: as perdas linguísticas espelhavam o declínio da biodiversidade global. O Índice Planeta Vivo, do WWF (Fundo Mundial para a Natureza), constatou que, no mesmo período, as populações de espécies de plantas e animais diminuíram, em média, 27%.

“Demonstramos que cerca de três quartos das línguas do planeta são faladas em áreas de alta biodiversidade, o que corresponde a aproximadamente um quarto da superfície terrestre, excluindo a Antártida,” diz Larry Gorenflo, coautor do estudo e professor da Universidade do Estado da Pensilvânia (EUA).

As razões exatas por trás das conexões entre línguas e natureza não estão totalmente claras, segundo Gorenflo. Estudos anteriores sugeriram que áreas com um número elevado de recursos criam diversidade linguística porque as pessoas precisam se adaptar a ambientes mais complexos. Mas outros argumentam que isso ocorre porque recursos mais abundantes reduzem a necessidade de compartilhamento e, consequentemente, a necessidade de comunicação com grupos vizinhos em tempos de escassez.

Mundo tem mais de 8 mil línguas

Linguistas estimam que existam cerca de 8.324 línguas no mundo, sendo que, segundo o Ethnologue, 7.164 ainda são faladas hoje. No entanto, a distribuição da população global entre essas línguas é extremamente desigual. Mais da metade dos 8 bilhões de habitantes do planeta fala apenas uma das 25 línguas mais comuns. A maioria das outras 7.139 línguas tem poucos falantes. Cerca de metade de todas as línguas é falada por comunidades com 10 mil pessoas ou menos, enquanto centenas delas têm apenas dez ou menos falantes.

Línguas e sabedoria ecológica

De acordo com Gary Simmons, editor executivo do Ethnologue, uma língua morre aproximadamente a cada 40 dias. O linguista Kenneth Hale comparou a perda de uma única língua a “derrubar uma bomba no Louvre”, devido à riqueza cultural e intelectual que cada uma carrega. A taxa de extinção das línguas tende a crescer à medida que as crianças deixam de aprendê-las e os falantes mais velhos falecem. A maioria das línguas desapareceu sem deixar rastros, pois, ao longo da história, foram transmitidas apenas oralmente.

No oeste do Canadá e dos EUA, por exemplo, expressões em línguas indígenas indicam o momento ideal para a colheita de plantas silvestres. Os povos indígenas australianos definem as estações do ano com base na floração das árvores nativas. Os calendários tradicionais dos sámi possuem 13 meses baseados na atividade de plantas e animais em determinadas épocas do ano, como miessemánnu (mês do filhote de rena) e borgemánnu (mês da troca de pelagem da rena).

A língua como ferramenta de colonização

A notável concentração de línguas nas regiões mais diversas biologicamente – especialmente nos trópicos e áreas próximas à Linha do Equador – pode ser em parte explicada pelo papel protetor dessas áreas selvagens contra a colonização. Historicamente, a morte de línguas foi frequentemente impulsionada pelo colonialismo e, como argumenta Alfred Crosby em Ecological Imperialism, os colonizadores europeus geralmente preferiam regiões temperadas, com terras planas e aráveis, mais fáceis de ocupar e cultivar.

Nas áreas que colonizaram, os europeus logo perceberam que a língua era crucial para sua missão. Para dominar territórios política e economicamente, as potências colonizadoras identificaram a necessidade de dominá-los linguisticamente também. No início do século XX, séculos de colonialismo já haviam eliminado cerca de 20% das línguas indígenas na Austrália, EUA, África do Sul e Argentina.

Ao erradicar as línguas maternas dos povos colonizados, os colonizadores desconectaram as populações locais de sua cultura, memória, identidade comunitária e relação com a terra, que também havia sido tomada delas. “A língua, qualquer língua, tem um caráter duplo: é um meio de comunicação e um portador de cultura”, escreveu o romancista queniano Ngũgĩ wa Thiong’o.

Hoje, a perda de línguas muitas vezes é consequência do que muitas pessoas em sociedades industrializadas chamam de “progresso”: casamentos interétnicos, imposição de línguas mais “populares” nas escolas e imigração em busca de melhores oportunidades. As línguas indígenas se tornam difíceis de serem conservadas quando seus falantes se integram a novas realidades e deixam de usá-las nos contextos nos quais foram criadas.

Conservação e conhecimento 

Paradoxalmente, a ideia de que os seres humanos são separados da natureza também esteve no centro da ideologia da conservação ambiental. Durante uma viagem aos EUA em 1919, o Rei Albert I da Bélgica visitou três dos parques nacionais do país: Yellowstone, Yosemite e o Grand Canyon. Poucos anos antes, o presidente Woodrow Wilson havia assinado a criação do National Park Service, uma agência dedicada a proteger 35 parques e monumentos nacionais. Inspirado pelo que viu nos EUA, Albert decidiu criar seu próprio parque em 1925, no então Congo Belga, nomeado Parque Nacional Albert. Hoje conhecido como Parque Nacional de Virunga, ele é considerado o primeiro parque nacional da África.

O conceito de “parque nacional” surgiu do movimento conservacionista do século XIX, enraizado na ideia de que a natureza deveria ser separada e protegida dos povos que vivem dentro dela. As autoridades belgas alegavam que apenas 300 pessoas viviam na área do parque, mas, na realidade, milhares de hutus e tutsis foram violentamente expulsos.

Ao longo dos anos, a biodiversidade do parque foi ameaçada por conflitos, desmatamento, caça ilegal e exploração de petróleo e gás, enquanto seu modelo de conservação “fortaleza” – que mantém ambientes intocados pela influência humana – foi criticado por impedir que as populações locais acessassem seus próprios recursos naturais.

A preservação da língua como conservação

Para Luisa Maffi, a abundância de línguas, culturas e biodiversidade em uma região são elementos interdependentes. Dessa forma, preservar as línguas do mundo também pode ser considerado uma ferramenta essencial no combate à crise climática.

No Havaí, a tartaruga-verde, ou honu – uma espécie ameaçada protegida por leis federais dos EUA –, sempre foi um símbolo poderoso de cultura, representando sabedoria, proteção e orientação espiritual. Na crença tradicional havaiana, o honu é um ‘aumakua, um deus pessoal ou familiar, ou um ancestral deificado. Muitos ‘aumakua são animais, mas também podem ser plantas – uma tradição que lembra a forma como os Lakota veem outros seres vivos como “parentes”.

Além dessas tradições, a língua havaiana é fundamental para a identidade da ilha. No entanto, ambas sofreram uma queda devastadora no século XX: as populações de honu despencaram devido à caça excessiva, enquanto a língua havaiana quase desapareceu sob uma lei que determinava o inglês como única língua de instrução em todas as escolas públicas e privadas até 1987. Durante esse período, estudantes eram punidos e humilhados por falar havaiano.

Nas últimas décadas, porém, ambos se tornaram centrais para a revitalização da cultura havaiana. As populações de honu vêm crescendo 5% ao ano nos últimos 20 anos, enquanto o número de falantes de havaiano aumentou dramaticamente (de 1.500 em 1980 para 18.000 em 2016), graças a programas educacionais e à transmissão do idioma para as novas gerações.

A importância do multilinguismo

Linguistas preveem que entre 50% e 90% das línguas do mundo desaparecerão até o final deste século. O fato de estudantes com mais anos de escolaridade estarem mais propensos a perder sua língua materna indica que esse rápido declínio está enraizado em uma mentalidade monolíngue. Embora o multilinguismo seja a experiência humana dominante (cerca de 60% da população mundial fala mais de um idioma), muitos países se enxergam como estados-nação monolíngues, onde uma única língua é considerada essencial para preservar a identidade nacional.

“A ideia não apenas de unidade nacional, mas também de unidade e uniformidade linguística, veio com a criação do estado-nação na era moderna. Precisamos combater a ideia de que o multilinguismo é um inimigo”, diz Luisa Maffi.

Imagem: Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos/Domínio Público

Acesse a matéria na fonte: https://racismoambiental.net.br/2025/02/17/as-mudancas-climaticas-estao-matando-palavras-e-linguas/

Viver no Brasil falando Hunsrückisch [Documentário]

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Viver no Brasil falando Hunsrückisch [Documentário]

Após quase dois séculos da imigração alemã no Brasil, o Hunsrückisch ainda hoje é falado por mais de 1 milhão de brasileiros. Separados às vezes por milhares de quilômetros, as experiências e sentimentos dos falantes se entrelaçam. A partir das pesquisas realizadas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo, foram selecionados trechos de entrevistas que ilustram diferentes usos da língua, tanto no meio familiar como na administração, na imprensa, no comércio, em manifestações culturais, na educação e na religião. Além do cotidiano, da história e da cultura dessas comunidades, o documentário procura registrar temas essenciais para o entendimento da formação da língua e da identidade nas comunidades alemãs no Brasil, como as diferentes denominações, a grande variação interna da língua, a chegada à escola e a dificuldade na hora de aprender o português, a relação com o alemão standard e a convivência com outras variedades de alemão.

Viver no Brasil falando Hunsrückisch busca dar ouvidos à língua e à visão de mundo dos falantes de Hunsrückisch. O documentário é um produto do IHLBrI (Inventário do Hunsrückisch como Língua Brasileira de Imigração), coordenado por Cléo Vilson Altenhofen (ALMA-H / UFRGS) e Rosângela Morello (IPOL).

O documentário foi lançado durante o III Encontro de Falantes de Hunsrückisch, em Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul, Brasil. Data de lançamento: 13 de outubro de 2018 (Brasil)


Ficha técnica
Direção: Gabriel Schmitt e Ana Winckelmann
Roteiro: Ana Winckelmann e Gabriel Schmitt
Edição e Montagem: Alice Soares
Equipe de entrevistadores: Ana Winckelmann, André Ricardo Kuster-Cid, Angélica Prediger, Gabriel Schmitt, Gerônimo Loss Bergmann, Jussara Habel, Luana Cyntia dos Santos Souza, Paola Inhaquite Wollmann, Sofia Froehlich Kohl, Viktorya Zalewski Pietsch dos Santos
sob coordenação de: Cléo Vilson Altenhofen (PPGL/UFRGS)
Transliterações: Gabriel Schmitt, Jussara Habel, Ana Winckelmann
Traduções:
Português: Jussara Habel, Angélica Prediger, Sofia Froehlich Kohl, Gabriel Schmitt
Alemão: Gerônimo Loss Bergmann e Angélica Prediger
Pomerano: Gisleia Simone Devantier Blank
Sapato de Pau: Fernanda von Mühlen, Márcio Von Mühlen e Neiva Von Mühlen
Italiano: Clarice Campani e Bárbara Coelho
Espanhol: Maria Liz Benitez e Luiz Roberto Lins Almeida
Francês: Isadora Leão
Inglês: Gerônimo Loss Bergmann e Igor Schwingel
Produção: Inventário do Hunsrückisch como Língua Brasileira de Imigração, com apoio do IPHAN.
Saiba mais: O projeto Atlas Linguístico-Contatual das Minorias Alemãs na Bacia do Prata (ALMA) é um macroprojeto desenvolvido em conjunto pelas áreas de Romanística (da Christian-Albrecht-Universität de Kiel – CAU, Alemanha) e Germanística (do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Brasil), sob a coordenação de Harald Thun (Kiel) e Cléo V. Altenhofen (Porto Alegre).
Faça download do livro “Hunsrückisch em prosa & verso : textos do Concurso Literário de Poemas e Contos em Hunsrückisch 2017” no link https://lume.ufrgs.br/handle/10183/184118

Pós-Graduação online gratuita em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e Literaturas Afro-brasileira

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A Secretaria de Relações Internacionais (SINTER), a Secretaria de Educação a Distância (SeAd) e a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPG) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) convidam professores da educação básica dos países e regiões de língua portuguesa, exceto do Brasil, a se inscreverem no processo seletivo para o curso de pós-graduação lato sensu em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e Afro-Brasileira da UFSC, Brasil.

O curso faz parte da Universidade Aberta do Brasil (UAB/Capes) e tem como objetivo do Curso formar, em nível de especialização, professores da educação básica na área de literaturas africanas e afro-brasileiras, para atuação em disciplinas de língua portuguesa e correlatas, bem como em projetos interdisciplinares.

Serão oferecidas 100 vagas para estudantes internacionais dos países e regiões de língua portuguesa, exceto do Brasil, conforme Projeto de Extensão da UFSC cadastrado sob no 202500388.

Entenda-se como países de língua portuguesa: os membros plenos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP); os observadores associados da organização como região de língua portuguesa; e a Região Administrativa Especial (RAE) de Macau, na República Popular da China (RPC)

Para mais informações siga o link na publicação.
Participe! Divulgue!

GT Geopolíticas do Multilinguismo publica e-book sobre Atlas UNESCO

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Por GT Geopolíticas do Multilinguismo

 

Fonte: Nicoly Reis Teixeira.

 

Grupo de Trabalho Geopolíticas do Multilinguismo da Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo (UCLPM/UFSC) acaba de dar um passo importante na promoção da diversidade linguística brasileira a nível global. A equipe desenvolveu uma cartilha que orienta pesquisadores e voluntários sobre como preencher o Questionário do Atlas UNESCO das Línguas do Mundo para a seção de Línguas Brasileiras.

ㅤㅤㅤO material, de fácil acesso e com exemplos práticos, busca oferecer suporte para facilitar o processo de coleta de informações e incentivar a colaboração em um dos maiores projetos globais de valorização linguística. O Atlas, promovido pela UNESCO, tem como missão documentar as línguas orais e de sinais dos Estados-membros.

ㅤㅤㅤIntitulado Atlas UNESCO das Línguas do Mundo: Orientações para a seção de Línguas Brasileiras, o documento é mais um reflexo do papel de destaque da Universidade Federal de Santa Catarina na pesquisa acadêmica e na preservação da diversidade linguística. A cartilha foi desenvolvida sob a autoria de Ma. Kerolyn Sarate, organizada por Emanuelli Oliveira e Gabriel Campos e coordenada pelo professor Dr. Gilvan Müller de Oliveira. A colaboração entre os membros do GT reflete o esforço coletivo para criar um material acessível e de alta relevância para os pesquisadores de todo o Brasil envolvidos no projeto Atlas UNESCO das Línguas do Mundo – Seção das Línguas Brasileiras.

ㅤㅤㅤVocê pode conferir a cartilha aqui e, em breve, também estará disponível no repositório da Biblioteca Universitária da UFSC. Além disso, todos os pesquisadores interessados no projeto receberão contato do GT com o material, garantindo sua ampla disseminação.

ㅤㅤㅤAtualmente, a seção de Línguas Brasileiras do Atlas UNESCO conta com equipes já estruturadas e questionários desenvolvidos, mantendo-se aberta à colaboração de voluntários de diversos setores da sociedade. O projeto convida novos pesquisadores a contribuírem para essa importante iniciativa de valorização linguística. Para participar, basta acessar o formulário disponível aqui.

ㅤㅤㅤO GT reafirma, com este projeto, seu compromisso com a promoção da inclusão, do respeito às diferenças culturais e da preservação do patrimônio linguístico, fortalecendo a visibilidade das línguas brasileiras no cenário internacional. Essa iniciativa demonstra o impacto positivo das ações desenvolvidas pela Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo, reforçando o protagonismo do Brasil na valorização da sua diversidade linguística.

Confira a matéria no link: GT Geopolíticas do Multilinguismo publica e-book sobre Atlas UNESCO – Geopolíticas do Multilinguismo

Retrato de um certo oriente, filme de Marcelo Gomes

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Retrato de um Certo Oriente é um filme sobre memória, paixão e preconceito que acompanha a saga de imigrantes libaneses na floresta amazônica brasileira.

Sinopse: Líbano, 1949. O país enfrenta uma guerra iminente. Dois irmãos católicos, Emilie e Emir, embarcam em uma viagem rumo ao Brasil em busca de dias melhores. Durante a jornada, Emilie se apaixona por um comerciante muçulmano, Omar. Emir sofre de um ciúme incontrolável e usará suas diferenças religiosas para separá-los. Antes de chegar ao destino final, durante uma briga com Omar, Emir é gravemente ferido em um acidente com arma de fogo. A única opção de Emilie é descer em uma aldeia indígena no meio da floresta para encontrar um curandeiro que o salve. Quando seu irmão se recupera, eles seguem para Manaus, onde Emilie toma uma decisão que levará a consequências trágicas. Retrato de um Certo Oriente é um filme sobre memória, paixão e preconceito, que revela a saga dos imigrantes libaneses na Floresta Amazônica.

Marcelo Gomes (‘Cinema, Aspirinas e Urubus’), diretor com passagens por festivais como Film Festival Rotterdam, Marché du Film de Cannes e Olhar de Cinema de Curitiba.
Marcelo Gomes.
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Nota do Diretor
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Neste filme, como em outros que dirigi, sou fascinado pelo conceito de “alteridade”. Acredito que a única maneira de desconstruir preconceitos é ver o mundo através dos olhos dos outros. Existem muitos assuntos e camadas no filme: amor, paixão, preconceito, memória. Mas, primordialmente, é um filme sobre personagens que são expulsos de suas terras por conflitos sociopolíticos. Isto acontece no Oriente Médio ou na Floresta Amazônica. Decidimos filmar em preto e branco para trazer uma aura de mistério ao filme e à Amazônia, retratando aquela imensidão verde em tons de cinza. Além disso, a fotografia em preto e branco é um elemento-chave na narrativa, pois as fotografias são objetos que evocam memórias de dias melhores, e oferecem uma possibilidade de cura para as feridas do passado.

Assista ao trailer aqui do filme

RETRATO DE UM CERTO ORIENTE | Trailer Legendado Exclusivo – YouTube

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O filme é inspirado inspirada no livro “Relato de um Certo Oriente”, vencedor do Prêmio Jabuti de Melhor Romance em 1990.

A trama acompanha a saga de imigrantes libaneses na floresta amazônica brasileira, e é protagonizada por Emilie (Wafa’a Celine Halawi) e Emir (Zakaria Kaakour), dois irmãos católicos libaneses que embarcam para o Brasil fugindo da guerra, no final da década de 1940. Durante a viagem, Emilie se apaixona pelo comerciante muçulmano Omar (Charbel Kamel), deixando Emir enciumado. A partir daí, o irmão passa a evocar suas diferenças religiosas para tentar separar o casal.

“Retrato de um Certo Oriente” Distribuído no país pela O2 Play, “Retrato de Um Certo Oriente” é uma coprodução Brasil/Itália entre Matizar Filmes, Kavac Film, Gullane Entretenimento, Muiraquitã Filmes, Globo Filmes, Canal Brasil e Misti Filmes, com produtores associados Bubbles Project, VideoFilmes e Orjouane Productions.


Saiba mais sobre o filme:

. Reações na exibição no Festival de Curitiba

https://revistadecinema.com.br/2024/06/retrato-de-um-certo-oriente-emociona-o-publico-do-olhar-de-cinema-e-arranca-risos-com-orgasmo-ressuscitatorio/

. Outras matérias aqui https://cineset.com.br/tag/retrato-de-um-certo-oriente/

. Assista a entrevista com Marcelo Gomes no Papo de Cinema https://www.youtube.com/watch?v=d38DiRS6N5s

. Ouça no podcast Central Cine Brasil, bate-papo com o diretor Marcelo Gomes

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