Direitos Humanos

Serafina Corrêa sediará o XXIX Encontro dos Difusores do Talian e IV Fórum da Língua Talian

Programação ocorre de 21 a 23 de novembro

Entre os dias 21 e 23 de novembro, o município de Serafina Corrêa será o cenário do XXIX Encontro Nacional dos Difusores do Talian e do IV Fórum Nacional da Língua Talian.

Entre os dias 21 e 23 de novembro, o município de Serafina Corrêa será o cenário do XXIX Encontro Nacional dos Difusores do Talian e do IV Fórum Nacional da Língua Talian.

Integrando as comemorações dos 150 anos da Imigração Italiana, o encontro reunirá professores, pesquisadores, comunicadores, radialistas, lideranças culturais, autoridades e comunidades de diversas regiões do Brasil, todos unidos por um mesmo propósito: preservar, valorizar e difundir a Língua Talian, reconhecida desde 2014 como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo IPHAN. Cultura, história e emoção em três dias de celebração.

A abertura, na sexta-feira (21), será marcada pelo tradicional Filò Talian, um encontro de partilha e memória com a presença do Frei Arlindo Itacir Battistel, que abordará o tema “A Imigração Italiana: Legado e Fé”. A noite também contará com jantar típico e a apresentação do grupo Cantanti dei Monti, além de espaço aberto para manifestações culturais.

No sábado (22), as atividades iniciam com os painéis temáticos que abordarão temas como a formação da identidade cultural, o ensino da Língua Talian na universidade, a regulamentação das línguas minoritárias nas escolas e a comunicação oral e escrita do Talian. Durante a tarde, haverá apresentações culturais com os Núcleos do Projeto Cucagna Scola de Talian.

Também para os participantes do Encontro inscritos, haverá a apresentação da peça teatral Chi Sparagna Gata Magna, além do lançamento da Pedra Fundamental do Marco dos 150 Anos da Imigração Italiana, na Via Gênova. A noite será marcada pelo Jantar de Confraternização dos 150 Anos da Imigração Italiana, com a entrega do Troféu e Diploma Mérito 150 Anos e do Troféu Mérito Talian 2025, além de apresentação musical com Jessica e Robson.

Encerrando o evento, o domingo (23) será dedicado às Vozes do Talian, com um encontro aberto de radialistas e comunicadores, reafirmando o compromisso coletivo com a preservação da língua e da cultura.

Realizado pela ASSODITA, FIBRA/RS, CONTALIAN e FEIBEMO, o evento conta com o apoio de entidades, instituições de ensino e patrocinadores que acreditam no poder da cultura como ponte entre gerações.

Faça sua inscrição: https://forms.gle/Ty6Lq2EoyJLvVxPE7

Realização: ASSODITA, FIBRA/RS, CONTALIAN, DIFUSORES DO TALIAN e FEIBEMO.

Patrocínio: ACISCO, BANRISUL, COOPERLATE, CRESOL, EDGAR MARÓSTICA, ROTTA E ZANELLA ADVOCACIA, SICRED, SICOOB, UNICRED PIONEIRA, UNIMED VALE DAS ANTAS E VISÃO ESCRITÓRIO CONTÁBIL.

Confira a matéria na fonte: https://www.vangfm.com.br/noticia/serafina-correa-sediara-o-xxix-encontro-dos-difusores-do-talian-e-iv-forum-da-lingua-talian/44012

Direto da trincheira: recentrando o mundo, amazonizando a COP

Fotomontagem: SOLL/SUMAUMA

 

Desde o último domingo, 2 de novembro, SUMAÚMA navega rumo a Belém com quase 100 lideranças indígenas, quilombolas e ribeirinhas, cientistas, jornalistas e artistas, iniciando a cobertura da primeira cúpula do clima na Amazônia a partir do conhecimento e dos valores da Floresta e de seus povos.

Nós, de SUMAÚMA, somos correspondentes de guerra, a guerra movida contra a Natureza. Um conflito desigual, em que a Natureza é massacrada e os humanos estão não caminhando, mas correndo rumo à extinção. Assim, chegamos à COP30 prontos para disputar um cenário coalhado de lobistas de petróleo, mineração, soja, carne, créditos de carbono. E disputar, para uma plataforma de jornalismo baseada na Amazônia, é contar a COP com o melhor do jornalismo tradicional – investigação, precisão, respeito à palavra exata, honestidade –, mas a partir das perspectivas, valores e linguagem dos povos que têm pouco espaço nas negociações. Se não fosse por eles, já não haveria nem floresta nem qualquer bioma em pé. Se não fosse por eles, que defendem a Natureza com seu corpo e com frequência inaceitável são assassinados por isso, nós nem estaríamos aqui tendo esta conversa, porque o planeta já seria impossível de habitar.

SUMAÚMA defende, desde seu manifesto de fundação, que os legítimos centros do mundo são onde está a vida – a Amazônia, os oceanos, o Cerrado, a Mata Atlântica, o Pantanal, a Caatinga, o Pampa, as outras florestas tropicais, todos os biomas. E não onde está o mercado – os centros políticos e econômicos onde o colapso do clima foi produzido e segue sendo produzido. Em SUMAÚMA, portanto, a Natureza primeiro. E isso inclui seus povos, não apenas os que os não Indígenas chamam de humanos, mas todos os humanos – animais, plantas, fungos, montanhas, rios… Esse é o entendimento horizontal que se opõe ao antropocentrismo, conhecimento presente na maioria das cosmogonias indígenas, e é também assim que SUMAÚMA compreende o mundo que somos. A floresta primeiro é o tronco da nossa cobertura. A partir desse valor que se enraíza em conhecimentos ancestrais, lançamos rios voadores para irrigar o debate que definirá nossa vida. E assim faremos na COP30.

Um exemplo de nossa cobertura é a entrevista feita pelo jornalista-floresta Wajã Xipai e pelo coidealizador de SUMAÚMA e jornalista do The Guardian, Jonathan Watts, com o secretário-geral da ONU, António Guterres. Foi a única entrevista individual que Guterres deu antes da COP e a primeira exclusiva a um jornalista indígena, repercutindo em diversos países. Wajã tem 19 anos, vive na Terra do Meio, no Pará, em sua aldeia, e fez a primeira edição do Micélio, o Programa de Coformação de Jornalistas-floresta de SUMAÚMA. Ao terminá-lo, foi contratado para nossa base em Altamira, um dos epicentros da destruição da Floresta Amazônica e de seus povos, um desvario que é o maior município do Brasil, a mais de 800 quilômetros de Belém.

SUMAÚMA, como já contamos tantas vezes, é um projeto de transmissão de poder. Em sete anos nossa redação será majoritariamente formada por jornalistas-floresta, inclusive em posições de comando. Em nosso programa com duração de um ano, a equipe-ponte ensina o jornalismo que fazemos há quase quatro décadas e as jovens* de população tradicional e das periferias urbanas nos ensinam como contam histórias e dão notícias, no caso dos Indígenas há mais de 10 mil anos na Amazônia. Deste encontro entre mundos são criados novos jornalismos, a partir de outros valores e conhecimentos. A diferença que faz um jornalista indígena fazendo perguntas a um secretário-geral da ONU a partir da experiência de ser floresta e de estar sendo dizimado nossos leitores podem constatar em nossa plataforma. É essa cobertura que estará na COP30 em Belém.

Em acelerada corrida rumo à extinção, precisamos ousar. E nós ousamos. Nos preparamos para a COP desde o início de 2025. Toda a nossa equipe e os jornalistas em coformação do Micélio, assim como colegas de outras plataformas de jornalismo amazônidas, fizeram, de março a outubro, um curso preparado a nosso pedido por Cristiane Fontes, a Krika. Com duas horas semanais, escutamos e debatemos sobre os principais temas da COP e para além da COP, porque a COP acaba mas a luta não. As melhores pessoas dentro e fora do Brasil, as que mais conheciam os assuntos em profundidade, deram 60 horas para nos prepararmos para a COP. Este curso em breve será um presente para nossos leitores-apoiadores.

RODA DE SONHOS: JORNALISTAS-FLORESTA MOSTRARÃO A COP QUE NINGUÉM VÊ, PORQUE O QUE SE ENTENDE COMO PERIFERIA É O LEGÍTIMO CENTRO. FOTO: SOLL/SUMAÚMA

Saiba mais seguindo a leitura na fonte: https://sumauma.com/direto-da-trincheira-recentrando-o-mundo-amazonizando-a-cop/

Povo Zo’é lança documentário e leva suas vozes à Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil

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Realizado em parceria entre a Tekohara Organização Zo’é, Iepé e ISA, “Zo’é rekoha – modo de vida zo’é” é narrado pela voz de quatro lideranças deste povo indígena que vive no Norte do Pará

Por Tatiane Klein – Jornalista e antropóloga do ISA

“É muito bonito meu território! Neste mesmo território, os primeiros Zo’é já viviam antigamente, por isso ele é bonito!”. É assim que Supi Zo’é, uma das lideranças deste povo indígena apresenta a Terra Indígena Zo’é, no Norte do Pará, em um documentário que vem a público nesta segunda-feira (20/10).

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Jovens zo'é participam de um dos encontros de letramento em 2019
Jovens zo’é participam de um dos encontros de letramento em 2019 📷 Hugo Prudente/Iepé

Narrado pelas vozes de Tokẽ, Se’y, Awapo’í e Supi Zo’é, o vídeo “Zo’é rekoha – modo de vida zo’é” é fruto de uma parceria com a Tekohara Organização Zo’é e com Instituto Iepé, e abre uma nova janela de comunicação com o mundo zo’é na Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil, do Instituto Socioambiental (ISA).

Assista agora!

A produção foi realizada em maio de 2024, durante uma das primeiras viagens das lideranças zo’é à cidade de São Paulo (SP) – quando puderam conhecer mais sobre o modo de vida dos não indígenas nas grandes metrópoles, a atuação de organizações parceiras dos povos indígenas e visitar a Terra Indígena Tenondé Porã, do povo Guarani.

Incorporado ao novo verbete do povo Zo’é na Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil, o documentário traz as vozes indígenas para o primeiro plano, lado a lado com o texto produzido pela antropóloga não indígena Dominique Tilkin Gallois – parceira histórica dos Zo’é e uma das mais antigas colaboradoras da pesquisa-movimento mantida há mais de 30 anos pelo ISA sobre a sociodiversidade indígena.

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Visita do povo Zo'é ao ISASP para entrevista sobre o seu povo
Visita do povo Zo’é ao ISASP para entrevista sobre o seu povo 📷 Tatiane Klein/ISA
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Lideranças do povo Zo’é, assessores do Iepé e Funai vê fotos antigas de seu povo no setor de Documentação do ISA
Lideranças do povo Zo’é, assessores do Iepé e Funai vê fotos antigas de seu povo no setor de Documentação do ISA 📷 Tatiane Klein/ISA
Os povos se apresentam

As autorias indígenas sempre fizeram parte desse movimento. No ano 2000, foi iniciada a série “Narrativas indígenas”, que apresentava depoimentos de lideranças de diferentes povos sobre temas fundamentais, como a chegada dos não indígenas e as explicações sobre as mudanças climáticas.

Na primeira edição da série, foram as vozes dos eminentes líderes Jurusi uhu, Pa’hi e Tatitu Zo’é, lado a lado com a de Dominique, que apresentaram a narrativa do herói mítico Jipohan, que recriou os Zo’é após um dilúvio e que tem roupas, gravadores e outras tecnologias como as dos kirahi, não indígenas. “Jipohan é gente como você”, conta Tatitu Zo’é à antropóloga no depoimento registrado em 1992.

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Jipohan é gente como você

De lá pra cá, já foram publicadas 64 narrativas indígenas, além de incontáveis artigos e imagens de autoria indígena nos livros e sites mantidos pelo ISA. Sempre buscando não só divulgar a diversidade cultural e produzir informações qualificadas sobre o Brasil indígena, mas também reforçar a atualidade dos modos indígenas de existir e a imagem desses povos como autores de suas próprias narrativas.

É para dar continuidade a esse esforço histórico que inauguramos, com esse documentário, a série especial “Os povos se apresentam”, que traz conteúdos produzidos em estreita colaboração com pessoas e organizações indígenas. São vídeos, narrativas, imagens, clipes para redes sociais e outros materiais de autoria indígena que, agora,  ganham destaque nesse site pioneiro e nos canais do ISA nas redes sociais.

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Se'y Zo'e sendo entrevistada para vídeo sobre o seu povo, para a Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil
Se’y Zo’e sendo entrevistada para vídeo sobre o seu povo, para a Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil 📷 Claudio Tavares/ISA
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oke Zo'é, liderança, sendo entrevistado para vídeo sobre o seu povo, para a Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil, no escritório do ISA-SP
Toke Zo’é, liderança, sendo entrevistado para vídeo sobre o seu povo, para a Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil, no escritório do ISA-SP 📷 Claudio Tavares/ISA
Os Zo’é, em primeira pessoa

O convite para que as lideranças da organização Tekohara falassem em voz própria sobre seu território, seus cantos, festas, artesanato, roças e casas, simboliza a atual situação deste povo de contato recente – que hoje soma 350 pessoas.

No passado, os Zo’é viveram por anos sob uma política indigenista de isolamento, que buscava restringir sua interação com os não indígenas e com outros povos indígenas. Como escreve Dominique Tilkin Gallois no verbete do povo, eles “foram apresentados ao mundo em 1989, em reportagens que enfatizavam sua ‘pureza’ e ‘fragilidade’ e os descreviam como um dos últimos povos ‘intactos’ na Amazônia”.

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Supi Zo'é, jovem liderança, parte da Tekohara -Associação Zo'é, sendo entrevistado para vídeo sobre o seu povo, para a Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil
Supi Zo’é, jovem liderança, parte da Tekohara – Associação Zo’é 📷 Claudio Tavares/ISA
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Awapo'í Zo'é, jovem liderança, parte da Tekohara - Associação Zo'é, sendo entrevistado para vídeo sobre o seu povo
Awapo’í Zo’é, jovem liderança, parte da Tekohara – Associação Zo’é 📷 Claudio Tavares/ISA

Após superar a invasão de seu território por caçadores de felinos nos anos 1960,a instalação de uma base da Missão Novas Tribos (MNT) na TI Zo’é por anos a fio e as mortes causadas por falhas na assistência à saúde no final dos anos 1980, os Zo’é não só recuperaram sua população, mas também suas formas próprias de organização frente aos desafios da atualidade.

“Foi para tornar conhecidos os nossos pensamentos que nós tivemos essa ideia”, explica Supi Zo’é sobre a ideia de fundar a Tekohara, em 2022, com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Instituto Iepé.

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, recebe o presidente da Funai, Márcio Meira, a linguista Ana Suely Arruda e os indígenas Zo'é de Santarém-PA
O ano de 2011 foi um marco para os Zo’é, quando suas lideranças estiveram pela primeira vez em Brasília, dialogando com o então o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acompanhados pelo presidente da Funai, Márcio Meira, a linguista Ana Suely Arruda e a antropóloga Dominique Gallois 📷 Isaac Amorim/MJ

Hoje, eles estabeleceram suas próprias diretrizes para a proteção da TI Zo’é em um PGTA; consolidaram um programa de letramento não escolar; registram e traduzem seus cantos tradicionais; produzem livros para difundir os saberes zo’é; além de gerenciarem um fundo coletivo de artesanato, o FAZ, com apoio da Frente de Proteção Etnoambiental Cuminapenama (FPE-CPM), da Funai.

Confira o catálogo do Fundo e descubra como adquirir produtos do povo Zo’é!

Saiba mais em https://www.socioambiental.org/noticias-socioambientais/povo-zoe-lanca-documentario-e-leva-suas-vozes-enciclopedia-povos-indigenas

Seminário Diversidade Cultural e Tecnologias: a Economia Criativa em foco

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“Seminário Diversidade Cultural e Tecnologias: a Economia Criativa em foco”.

O encontro acontece no dia 21 de outubro e será imperdível para refletir sobre os rumos da economia criativa, seus impactos sociais e como as novas tecnologias vêm transformando o setor cultural. Entre os nomes já confirmados estão: Cláudia Leitão (Secretária de Economia Criativa no MinC); Márcia Rollemberg (Secretária de Cidadania e Diversidade Cultural no MinC); Marília Marton (Secretária da Cultura, Economia e Indústrias Criativas do Estado de São Paulo); Totó Parente (Secretário de Cultura e Economia Criativa da Cidade de São Paulo); e Profª Dra. Lilian Hanania (Universidade Paris Cité). O seminário faz parte das comemorações dos 20 anos da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO e será um espaço para debates com especialistas e gestores que pensam a cultura em diferentes escalas.

Saiba mais acessando a programação

MinC e MEC inauguram IX Encontro Ibero-Americano de Redplanes, no Rio de Janeiro

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Evento reúne representantes de 21 países para discutir políticas de leitura, escrita e oralidade como pilares da democracia e da inclusão social

Rio de Janeiro, reconhecido em 2025 como Capital Mundial do Livro pela Unesco, foi palco da abertura do IX Encontro Ibero-Americano de Redplanes: Leitura, Diversidade e Democracia, nesta segunda-feira (13), no Museu de Arte do Rio (MAR). A cerimônia contou com a presença de Márcio Tavares, secretário-Executivo do MinC e ministro substituto da Cultura.

Márcio Tavares reforçou a importância da leitura como base da democracia e da inclusão social. “Falar de políticas de livro, leitura e literatura é falar sobre construção de cidadania. A leitura é ferramenta essencial para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, crítica e democrática”.

“No Brasil, temos um compromisso firme e renovado com a democratização do acesso ao livro e à leitura. O nosso Plano Nacional do Livro e Leitura, o PNLL, que se encontra em fase final de construção para o decênio 2025-2035, reflete este compromisso histórico. Queremos garantir que cada vez mais brasileiros e brasileiras tenham acesso a bibliotecas, a livros e a programas de formação de leitores que respeitem e valorizem nossa diversidade cultural”, afirmou Márcio Tavares.

 

O representante do MinC celebrou ainda o título e Capital Mundial do Livro, concedido pela Unesco à capital carioca: “É a primeira vez que uma cidade de língua portuguesa é reconhecida com esse título”.

O Ministério da Educação (MEC) também apresentou ações em andamento. Anita Stefani, diretora de Apoio à Gestão Educacional do MEC, relembrou que o país conduz o maior programa de distribuição de livros didáticos e literários do mundo, com foco na diversidade e na formação de leitores desde a infância. “A leitura, o livro e a formação de leitores têm papel fundamental desde a alfabetização, desde a educação infantil. A leitura é um direito para ajudar a ler o mundo, a interpretar o mundo e a viver melhor”, salientou.

Para a diretora do Cerlalc, Margarita Cuéllar Barona, o compromisso dos governos com a cultura escrita e oral é essencial para garantir cidadania plena. “A leitura é um direito que permite que se tenha cidadania plena. E isso é democracia”, afirmou. Citando o escritor Paulo Freire, completou: “A leitura, fora da decodificação de signos, nos faz compreender a realidade. E só essa compreensão nos dá o poder de transformá-la. E essa é a nossa missão”.

No âmbito local, o Plano Municipal de Leitura do Rio de Janeiro foi citado como uma iniciativa estruturante, com quatro eixos principais — democratização do acesso, literacidade, indústria do livro e estímulo ao artista. Segundo Henrique Dau,gerente de Livro e Leitura da Secretaria Municipal de Cultura do Rio; a sustentação dessas políticas depende da valorização de iniciativas comunitárias.“A democratização do acesso à leitura depende do apoio às bibliotecas comunitárias. Se nós não apoiarmos essas iniciativas que mudam realidades locais, estaremos fadados ao fracasso. As políticas de leitura são para o cidadão, cujo hábito de leitura queremos estimular”, explicou.

Os discursos também refletiram sobre os desafios contemporâneos que impactam o setor do livro, como as transformações tecnológicas, a inteligência artificial, as brechas sociais e as mudanças climáticas. Alexander Leicht, diretor do Escritório Regional da Unesco para a América Central, México e Colômbia analisou que essas transformações exigem políticas adaptativas e cooperação internacional. “Ter e ver a colaboração internacional em prática de forma concreta é uma grande conquista. O setor do livro e da leitura é afetado pelas mudanças da sociedade — climáticas, tecnológicas e sociais — e precisamos responder a isso”.

Por sua vez, o diretor-geral da OEI, Raphael Callou, destacou a importância de manter o título de Capital Mundial do Livro associado a ações efetivas. “A leitura, a escrita e a oralidade são geradoras de oportunidades de bem-estar e desenvolvimento que beneficiam todos os setores da população. Fortalecer e posicionar o título de Capital Mundial do Livro com iniciativas palpáveis e objetivas, como a que a Redplanes propõe, se materializa neste encontro”, declarou.

Sobre o Encontro Ibero-Americano de Redplanes

O encontro, que se estende até o dia 16, reúne delegações governamentais e especialistas de 21 países para debater os desafios e caminhos comuns das políticas públicas de leitura na Iberoamérica. A iniciativa é promovida pelo Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e o Caribe (Cerlalc), em parceria com o MinC, o MEC e a OEI, com o objetivo de fortalecer a leitura, a escrita e a oralidade como instrumentos de cidadania e desenvolvimento democrático.

Em um cenário marcado por profundas desigualdades e crise de aprendizagem leitora, o encontro propõe renovar compromissos e estratégias de cooperação regional. Segundo o Cerlalc, a leitura deve ser tratada como um direito fundamental e uma ferramenta de inclusão social, capaz de ampliar o acesso ao conhecimento e reduzir as lacunas culturais e educacionais na região.

Durante os quatro dias de programação, o evento conta com palestras, painéis e debates com nomes de destaque, como Judith Kalman, Eliana Yunes, Altaci Corrêa Rubim, Conceição Evaristo, Roger Chartier e Inés Miret. Também serão lançados estudos e publicações estratégicas sobre políticas públicas e práticas de leitura, entre eles o Estudo Regional sobre Políticas Públicas e Planos Nacionais de Leitura, Escrita, Oralidade e Livro na Iberoamérica, desenvolvido pelo Cerlalc e pela OEI, e o guia “Planos Nacionais de Leitura, Escrita e Oralidade: Um Roteiro de Ação e Renovação para sua Formulação e Implementação”.

O evento marca ainda um momento simbólico para o Brasil, que ocupa a presidência do Conselho do Cerlalc e avança na formulação do novo Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL 2025–2035), a ser sancionado em breve. O plano estabelece metas para democratizar o acesso ao livro e consolidar a leitura como prática cultural e direito de todos os cidadãos.

 

Confira a programação:  Agenda académica IX Encuentro Redplanes

 

Assista a abertura do evento: https://www.youtube.com/watch?v=9anEwyiHihw

Siga assistindo no canal da OEI https://www.youtube.com/@oeibrasil

 

Confira a transmissão:

Transmissão e atividades online

O Encontro oferecerá atividades com transmissão ao vivo por meio dos canais no YouTube do Cerlalc, do Ministério da Cultura do Brasil, do Ministério da Educação e da OEI. As atividades são:

Segunda-feira, 13 de outubro, 19:00-20:00, Inauguração e abertura do IX Encontro Ibero-Americano da Redplanes com Márcio Tavares, ministro da Cultura Substituto, Ministério da Cultura do Brasil; Camilo Santana, ministro da Educação do Brasil; Lucas Padilha, secretário de Cultura do Rio de Janeiro; Alexander Leicht, diretor e representante do Escritório Regional da UNESCO para a América Central, México e Colômbia; Margarita Cuéllar Barona, diretora do Cerlalc-UNESCO; e Raphael Callou, diretor-geral de Cultura da OEI.

Terça-feira, 14 de outubro, 9:00 – 10:00, Diálogo de abertura: “O direito à expressão e à leitura como alicerce para o futuro”, com Roger Chartier, Conceição Evaristo e Fabiano dos Santos.

Terça-feira, 14 de outubro, 10:00 – 11:00, painel “Direito à leitura, à escrita e à palavra”, com Eliana Yunes, Daniel Munduruku e Inés Miret.

Quarta-feira, 15 de outubro, 14:00 – 15:00, “Línguas Nativas e Diversidade Linguística na Iberoamérica”, com Vanessa Sagica, Eliel Benites, Alicia Sellés Carot e Andressa Marques.

Quarta-feira, 15 de outubro, 15:00 – 16:00, Mesa Redonda sobre equidade racial e igualdade de gênero, com Danieli Christóvão Balbi, Franciéle Carneiro Garcês, Margarita Cuéllar Barona e Dolores Prades.

Quarta-feira, 15 de outubro, 16:00 – 16:45, palestra principal “Leitura, conhecimento e democracia”, com Roger Chartier.

Quinta-feira, 16 de outubro, 16:30 – 17:15, conferência de encerramento “Leitura, escrita e oralidade, práticas sociais em tempos de crise”, por Judith Kalman.

 

UNESCO Maputo recebe o Professor Gilvan Muller de Oliveira

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UNESCO Maputo recebe o Professor Gilvan Muller de Oliveira

O Escritório da UNESCO em Maputo teve a honra de receber o Professor Gilvan Muller de Oliveira, após sua participação no Fórum Lusófono de Governança da Internet. Durante sua visita, o professor reuniu-se com os sectores de Ciências Sociais e Humanas e Ministério da Educação e Cultura – MEC para discutir possíveis colaborações em projetos como o mapeamento de idiomas nos domínios lusófonos, a inclusão de Moçambique no Atlas das Línguas da UNESCO, o fortalecimento da parceria com a Universidade Eduardo Mondlane e o apoio à Conferência de Jovens Investigadores da CPLP 2026.

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A visita reforçou o compromisso conjunto com a promoção de um futuro digital inclusivo, ético e multilingue.
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UNESCO Maputo Welcomes Professor Gilvan Muller de Oliveira
UNESCO Maputo was honored to host Professor Gilvan Muller de Oliveira following his impactful participation in the 3rd Lusophone Internet Governance Forum in Maputo. His insights on Linguistic and Cultural Diversity on the Internet inspired meaningful dialogue on inclusive digital transformation across Lusophone countries.
During his visit, Professor Gilvan met with the Social and Human Sciences (SHS) and Education sectors to explore collaboration opportunities, including:
Mapping languages across Lusophone internet domains (.mz, .pt, .br, etc.), to be presented at the 2026 Forum in Angola with INTIC.
ncluding Mozambique in UNESCO’s Atlas of the World’s Languages, in partnership with Eduardo Mondlane University.
Strengthening cooperation with the UNESCO Chair on Language Policies for Multilingualism, including student engagement in its international diploma.
Supporting the CPLP Young Researchers Conference, to be held in Mozambique in March 2026.
Professor Gilvan’s visit highlighted the strong cultural ties among Mozambique, Brazil, and Portugal, emphasizing the role of multilingualism in peacebuilding and sustainable development. UNESCO Maputo looks forward to continued collaboration toward inclusive and ethical digital futures.

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