Rosângela Morello fecha ciclo de Entrevistas sobre Gestão do Multilinguismo no MERCOSUL
Para fechar a Série de Entrevistas sobre a gestão do Multilinguismo no MERCOSUL, Rosângela Morello, atual Coordenadora do IPOL, Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento em Política Linguística, fala sobre o CIPLOM e como as línguas do MERCOSUL regional podem agir no fortalecimento da integração. Como línguas do MERCOSUL regional são conhecidas as línguas que foram cooficializadas ao longo dos últimos anos de documentação e propostas de gestão.
Rosângela Morello enfatiza a importância das políticas de gestão do multilinguismo que, no Brasil, já alcançam 19 municípios com 11 línguas cooficiais e culminaram com o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), um instrumento oficial de identificação, documentação, reconhecimento e valorização das línguas faladas pelos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.
No evento, ofereceu minicurso Política linguística: cooficialização, inventário e desafios na gestão das línguas, ao lado da também pesquisadora do IPOL, Ana Paula Seiffert.
Acesse o depoimento na íntegra:
Conheça outros professores e pesquisadores que estiveram no CIPLOM/EAPLOM, colaborando com a discussão sobre gestão do Multilinguismo no MERCOSUL. Acesse o Blogue do evento.
Agradecemos ao leitores que acompanharam as postagens. Em breve, mais registros sobre o CIPLOM/EAPLOM.
Fonte: IPOL Comunicação
Especialistas da ONU defendem direito de indígenas à diversidade na educação
Os Estados precisam trabalhar de forma construtiva com os povos indígenas para enfrentar barreiras à educação, incluindo a estigmatização da identidade indígena, discriminação nas escolas e barreiras linguísticas entre estudantes e professores, disseram especialistas da ONU às vésperas do Dia Internacional dos Povos Indígenas, comemorado na terça-feira (9).
“É imperativo que as instituições educacionais sejam construídas com um padrão de direitos humanos que seja inclusivo e respeite as culturas, visões de mundo e línguas dos povos indígenas”, disseram.
Aproximadamente dez anos depois de as Nações Unidas adotarem a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, crianças e jovens indígenas ainda não têm total acesso a formas adequadas de educação, alertou um grupo de quatro especialistas da ONU para os direitos indígenas em comunicado conjunto publicado na sexta-feira (5).
Em declarações às vésperas do Dia Internacional dos Povos Indígenas, comemorado na terça-feira (9), os especialistas pediram que os governos garantam sistemas educacionais livres de discriminação e culturalmente sensíveis aos povos indígenas, levando em conta suas línguas e suas histórias. Continue lendo
Prof. Lino João de Oliveira Neves da UFAM, no III CIPLOM/EAPLOM 2016
A entrevista que compartilhamos hoje é do Prof. Lino João de Oliveira Neves, que atua na UFAM, Universidade Federal do Amazonas, no Curso Licenciatura Indígena – Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável. O Prof. Lino destacou, durante o III CIPLOM/EAPLOM, a relevância de pensarmos a língua como um importante e fundamental componente da cultura. E são as línguas, seus povos e culturas em contato, em articulação, que podem apoiar e fortalecer a integração latino-americana.
Confira a entrevista com Prof. Nilo:
Saiba mais sobre a Licenciatura Indígena da UFAM, visitando o site.
Fonte: IPOL Comunicação
Adair Bonini, do NELA/UFSC, no III CIPLOM/EAPLOM 2016
A entrevista de hoje é do professor e pesquisador Adair Bonini, do Programa de Pós Graduação em Linguística, da Universidade Federal de Santa Catarina.
Prof. Adair Bonini atua no NELA- Núcleo de Estudos em Línguística Aplicada e pesquisa temas relacionados à Educação Linguística, Educação, Linguagem e desdobramentos curriculares e metodológicos para ensino de Língua Portuguesa.
No evento, o Prof. Adair Bonini coordenou mesa redonda que discutiu: Política Curricular para Línguas no Contexto do MERCOSUL.
Durante a entrevista, o Prof. Adair Bonini afirma que CIPLOM/EAPLOM tem um papel importante como evento que busca construir integração no MERCOSUL através das línguas e das manifestações culturais que nelas se expressam.
Mais informações sobre o NELA/UFSC, as linhas de pesquisa e projetos em andamento orientados pelo Prof. Adair Bonini em: http://nela.cce.ufsc.br/
Agradecemos ao Prof. Adair Bonini pela parceria no III CIPLOM/EAPLOM. E que venham mais momentos de integrar Língua e Cultura no MERCOSUL.
Conheça os outros entrevistados clicando aqui.
Fonte: IPOL Comunicação
Políticas de gestão do multilinguismo e integração regional em entrevistas
Nas próximas semanas, às quartas-feiras, compartilharemos uma série de entrevistas realizadas durante o Evento III CIPLOM/EAPLOM, que aconteceu em junho passado, na Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC e tematizou variados aspectos da gestão das línguas do MERCOSUL.
Os entrevistados são professores, pesquisadores, visitantes e palestrantes que apresentaram as ideias debatidas durante o Evento, e fizeram uma breve contextualização sobre suas atividades em relação à promoção da integração e da valorização do multilinguismo global, especialmente no Mercosul.
Para abrir a série de entrevistas, temos a honra de contar com a participação do prof. Gilvan Müller de Oliveira, pesquisador que atua na área das políticas linguísticas e que presidiu a organização do evento.
Assista abaixo e acompanhe.
Fonte: IPOL Comunicação
IFSC terá uma política de ensino de línguas
“Não podemos tratar as línguas como um problema, mas como direito e recurso”. Foi com esta premissa que o renomado professor do programa de pós-graduação em Linguística da UFSC, Gilvan Muller de Oliveira, orientou os servidores presentes na palestra de abertura do II Fórum de Ensino de Línguas do IFSC. O evento foi realizado nos dias 14 e 15 de junho em Florianópolis e reuniu os professores de línguas (português, espanhol, inglês e libras) do Instituto. Refletir sobre qual tratamento dar às línguas na instituição e como construir uma política de ensino de línguas foram alguns dos objetivos da segunda edição do Fórum.
Em sua palestra intitulada “Internacionalização, tecnologias linguísticas e multilinguismo”, o professor da UFSC enfatizou a importância de se superar a visão da língua como um problema para que seja tratada como um direito. “Temos a necessidade de apoiar e promover as línguas minorizadas e chegarmos à ideia da língua como recurso estratégico, de internacionalização e até comercial”, disse Oliveira.
Quando se fala em internacionalização, significa ver as línguas como recursos para que se atue em outros países e se estabeleça parcerias. Mais do que isso, segundo o linguista, internacionalizar é refletir sobre o modo de organização da produção. “Precisamos ter abertura para outras comunidade linguísticas se quisermos nos internacionalizar para atuar no mundo e trabalhar na língua dos nossos parceiros”, aconselhou o professor.
A ampliação da visão que se tem sobre as línguas foi outro ponto bem enfatizado pelo palestrante. “Nos convém olhar a língua não só como a língua oficial materna, mas como segunda língua, estrangeira, de herança, de acolhimento, de memória, de integração e internacional”, destacou. Oliveira citou, inclusive, como exemplo de uso da língua como forma de acolhimento, os cursos que alguns câmpus do IFSC ministraram para imigrantes haitianos que incluíram aulas de Português.
Neste contexto, o multilinguismo é uma realidade e é preciso pensar em uma educação para o multilinguismo e numa formação de professores que saibam lidar com todo o pluralismo existente. “Para isso, precisamos respeitar as diferenças entre as línguas e combater o preconceito”, afirmou Oliveira.
Segundo o professor, a educação linguística passa pela aceitação de que todo mundo tem sotaque no mundo multilíngue e de que a função da escola não é corrigir a fala das pessoas. “Isso é ineficiente do ponto de vista metodológico e temos que considerar que todas as formas linguísticas são boas epistemologicamente”, destacou.
E o papel do professor de línguas nesse processo é fundamental, podendo ser considerado como o “porteiro para o mundo” de acordo com o palestrante. “Precisamos facilitar o contato com outras comunidades linguísticas, preparar novas línguas para o multilinguismo, inserir novas línguas no mundo digital, atuar no campo das tecnologias das línguas e, finalmente, pensar que, se somos educadores linguísticos, não podemos ver a língua dos nossos alunos como um problema, mas como recursos em produção em que os alunos são nossos parceiros neste processo”, finalizou Oliveira.
Sobre o Fórum
A partir da primeira edição do evento, realizada em 2014, foram identificados todos os professores de línguas do IFSC para que houvesse uma articulação do trabalho. Atualmente, o Instituto conta com 101 docentes na área. Com uma programação que incluiu palestras, painéis, debates e reuniões de grupos de trabalho, o II Fórum, realizado nesta semana, deu continuidade às discussões iniciadas há dois anos e permitiu ao IFSC avançar em uma proposta de política linguística para a instituição.
Entenda melhor a importância de se discutir uma política linguística em entrevista feita pela Comissão Organizadora do II Fórum com o professor Gilvan Muller de Oliveira, palestrante de abertura do evento:
Na cerimônia de abertura do evento deste ano, o pró-reitor de Ensino, Luiz Otavio Cabral, destacou a necessidade de o Instituto ter uma harmonização na oferta de cursos de línguas, bem como no ensino de idiomas nos cursos. “Acreditamos que essas diretrizes fortalecem o trabalho dos professores e a própria instituição”, afirmou.
Uma política em construção
A presidente da Comissão Organizadora do II Fórum, Daniela de Carvalho Carrelas, ressalta que o IFSC está se encaminhando para isso. Com toda a discussão gerada nos dois dias do evento, o grupo de servidores presentes concebeu uma formação que dará origem à proposta de minuta da política de Ensino de Línguas do IFSC. “O trabalho agora irá continuar numa capacitação disponibilizada pelo Centro de Referência em Formação e EaD em que os servidores que integram o Fórum irão fazer um trabalho coletivo e de maneira organizada utilizando o moodle como espaço de socialização e registro das discussões”, explica.
A autoformação será iniciada a partir de agosto. Todos os servidores presentes no Fórum terão que fazer uma unidade comum de Política de Línguas. Depois, os grupos de trabalhos constituídos no evento irão aprofundar o referencial teórico de cada temática e propor diretrizes para cada assunto. “Nossa expectativa é ter uma minuta construída coletivamente no final do primeiro semestre de 2017 e até o final do próximo ano já ter a política de Ensino de Línguas do IFSC aprovada”, conta Daniela.
Os temas para a constituição dos grupos de trabalho foram estabelecidos a partir das discussões do I Fórum de Línguas. São sete GTs: Ensino de Línguas para fins específicos, Ensino de línguas como oferta complementar, Formação de professores para o Ensino de Línguas, Pesquisa no Ensino de Línguas, Ensino de Línguas como extensão, Ensino de língua materna e letramento e Ensino de literatura e leitura crítica.
Quem compareceu ao evento, no ato da inscrição, já escolheu um grupo para participar. Os professores de Línguas que não puderam participar do Fórum poderão se inscrever na capacitação EaD e passar a integrar um GT.
Abertura do evento
A solenidade de abertura do II Fórum foi realizada na terça-feira (14) no auditório da Reitoria. Além do pró-reitor de Ensino, participaram da cerimônia a a reitora, Maria Clara Kaschny Schneider; a assessora de Assuntos Estratégicos e Internacionais, Consuelo Sielski; e o pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Clodoaldo Machado
Uma terceira edição do Fórum de Línguas deve ser realizada daqui a dois anos. Servidores interessados nesta discussão e construção podem entrar em contato com Comissão Organizadora do evento, formada pelas seguintes servidoras: Daniela de Carvalho Carrelas (Câmpus Florianópolis-Continente), Ana Lúcia Machado (Reitoria), Ana Paula Kuczmynda da Silveira (Gaspar), Mara Lúcia Massuti (Cerfead), Telma Amorim (Câmpus Garopaba) e Maria Rosa da Silva Costa (Câmpus Garopaba).