O Rei dos Bamum visitou o museu etnológico de Berlim e reencontrou o trono real que pertencia ao seu bisavô
No dia 12 de junho de 2023, Nabil Mbombo Njoya, rei sultão do povo Bamum (Camarões), visitou o Museu Etnológico de Berlim (HUMBOLDT) e do evento foi postado um vídeo que viralizou nas redes sociais repercutindo o fato de que nessa visita ele sentou-se no trono que pertenceu ao seu bisavô Ibrahim Njoya e que foi levado de Camarões por colonizadores alemães no início do século XX. O trono é descrito pelo museu como “o auge da arte do povo bamum do final do século 19”.
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Rei Nabil MBOMBO NJOYA em visita ao Museu Etnológico de Berlim (HUMBOLDT) (foto copiada do site. https://www.ambacam.de)
Leia as matérias:
Leia a matéria da embaixada de Camarões https://www.ambacam.de/en/2023/06/12/his-majesty-mouhammad-nabil-mforifoum-mbombo-njoya/

Rei Ibrahim Njoya de Bamum em pé ao lado do trono de seu pai fora do Antigo Palácio de Foumban, Bamum, Camarões
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Segundo a revista National Geographic, quando os alemães ocuparam a África nos anos de 1884 a 1916, eles deram a sugestão para que o Rei Ibrahim enviasse uma réplica do trono Mandu Yenu para o Kaiser Guilherme II como um presente de aniversário. Naquela ocasião, Njoya aceitou a proposta sugerida. Porém, a réplica não ficou pronta no período estipulado para a celebração, e assim os alemães obrigaram o bisavô de Nabil entregar a peça original.
A visita de rei Nabil Mbombo Njoya aconteceu alguns dias após a realização do colóquio internacional “PATRIMÔNIO CULTURAL DOS CAMARÕES NA ALEMANHA: CONHECIMENTO E PERSPECTIVAS” onde durante três dias investigadores e público de vários países e origens discutiram e trocaram opiniões sobre temas tão diversos como “a reconstrução de fatos históricos”, permitindo reconstituir o percurso muitas vezes violento de “entidades” culturais dos Camarões à Alemanha , a “restituição do saber”, tratando da escolha, muitas vezes difícil, das palavras e linguagens usadas (ou a serem usadas) para transmitir a história das expropriações e a perspectiva dos expropriados, e mesmo “reconectar com o patrimônio cultural”. No evento foi ainda lançado a obra coletiva Atlas de l’absence – Le patrimoine culturel camerounais en Allemagne, um produto do projeto de pesquisa Reverse Collection Stories que explora as formas e consequências da realocação de bens culturais da ex-colônia para a Alemanha.
Após 20 anos de idealização, o Fórum Humboldt da Alemanha abre suas portas digitalmente nesta semana — e pretende abrir fisicamente no segundo trimestre de 2021 — com exibição de milhares de artefatos da África, Ásia e outras regiões. O Museu Etnológico de Berlim, cuja coleção será transferida em grande parte para o Fórum Humboldt, detém atualmente cerca de 530 bronzes e outros artefatos de Benin — a segunda maior coleção do mundo depois do Museu Britânico. Metade da coleção de Benin ficará exposta no Fórum Humboldt.
Veja mais sobre a questão museológica e a apropriação de objetos de culturas africanas:
https://www.nationalgeographic.com/magazine/article/museums-stolen-treasure-feature
Uma trajetória de trabalho na educação escolar indígena, a experiência de Gilvan M. de Oliveira
Em 2013, o professor Gilvan M. de Oliveira, fundador do IPOL (Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Politicas Linguisticas), e então a frente do IILP (Instituto Internacional de Língua Portuguesa) como Diretor Executivo, participou de uma entrevista com o Prof Lino João de Oliveira Neves – Departamento de Antropologia UFAM, fazendo um recorte histórico a partir do primeiro processo de cooficialização de língua a nível municipal quando em 2002, São Gabriel da Cachoeira no Amazonas cooficializou três das línguas faladas no seu território a partir de uma lei ordinária da Câmara de Vereadores: o baniwa, o nheengatu e o tukano, criando assim uma via nova e uma tecnologia social para o reconhecimento do multilinguismo brasileiro.
Gilvan comenta que “a cooficialização de línguas em nível municipal, através de lei promulgada pela câmara de vereadores, é um verdadeiro movimento social no Brasil que conta já com 22 línguas oficializadas em 51 municípios, 13 línguas indígenas e 9 línguas alóctones ou de imigração, em onze estados brasileiros nas regiões norte, centro oeste, sudeste e sul (dados de 2022)”.
Assista a sequencia de 6 vídeos com Gilvan Mûller de Oliveira, Trajetórias na Educação Bilíngue Intercultural Indígena
- Parte 1: Reconhecimento da diversidade linguística do Rio Negro e no Brasil https://youtu.be/cJikLQ1IBzM
- Parte 1: Reconhecimento da diversidade linguística do Rio Negro e no Brasil (Continuação) https://youtu.be/x06Qtw3Qg04
- Parte 2: Vitalidade linguística e promoção do conhecimento https://youtu.be/z4_onKt6HDk
- Parte 2: Vitalidade linguística e promoção do conhecimento (Continuação) https://youtu.be/RMo9BcY7Ebo
- Parte 3: Línguas locais e os desafios da educação diferenciada https://youtu.be/jNRKRBiFPxU
- Parte 3: Línguas locais e os desafios da educação diferenciada (Continuação) https://youtu.be/GFP_bV5QUrA
Para conhecer a Universidade Federal da Amazônia e a Licenciatura, visite as páginas abaixo:
Universidade Federal do Amazonas – UFAM Instituto de Ciências Humanas e Letras – ICHL
Licenciatura Indígena Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável
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Saiba mais sobre Gilvan M. de Oliveira nesta entrevista publicada na página da Revista Virtual de Estudos da Linguagem – ReVEL (http://www.revel.inf.br/pt),
edição número 14 (http://www.revel.inf.br/pt/edicoes/?id=41)
Link para a entrevista: http://www.revel.inf.br/files/e92f933a3b0ca404b70a1698852e4ebd.pdf
IA recupera o som de 23 idiomas esquecidos há séculos
A Inteligência Artificial veio ajudar a ouvir idiomas ancestrais. A sonoridade de um idioma muda à medida que a língua evolui, e não é fácil imaginar o som próprio de um idioma que ninguém fala ou ouve há séculos.
Mesmo quando vemos filmes sobre civilizações antigas, as personagens geralmente falam numa língua semelhante à nossa, dando-nos uma falsa ideia da forma como soavam as pessoas da época.
Mas agora, a Inteligência Artificial veio dar-nos uma ajuda. A Ecuator AI, tecnologia inovadora desenvolvida pela Equa, recriou 15 idiomas ancestrais para nos mostrar como soavam as pessoas em civilizações antigas.
A Equa disponibilizou o canal Equator no YouTube onde vários vídeos recriam figuras históricas – mostrando não apenas o aspecto que tinham, mas também a forma como soavam ao falar. O inglês antigo, por exemplo, soa muito diferente do que ouvimos atualmente.
Aqui está uma lista de todas as línguas já recuperadas pelo software e, mais abaixo, um vídeo exemplificativo deste feito:
- Nórdico Antigo
- Maia
- Latim
- Chinês Médio
- Inglês Antigo
- Japonês Antigo
- Eslavo Eclesiástico Antigo
- Língua Proto-Celta
- Egípcio Antigo
- Língua Ryukyuan
- Grego Antigo
- Língua Fenícia
- Língua Hitita
- Quechua
- Língua Acadiana
- Proto-indo-europeu
- Sabaico
- Sanscrito
- Aramaico, a “língua de Jesus”
- Sumério
- Chinês Arcaico
- Ge’ez, ou Etíope Clássico
- Gótico
O vídeo é uma ótima maneira de visitar o passado e também um lembrete de que o nosso idioma vai continuar a evoluir. E um dia, num futuro não tão distante, quem sabe não vão surgir imagens antigas de pessoas a falar o inglês e português em 2023 e não terão ideia do que estão a ouvir. No vídeo, as línguas são faladas por recriações geradas por computador de pessoas que viveram naquela época.
Da cadência misteriosa dos hieróglifos egípcios à beleza lírica do latim, estes ecos do passado transportam-nos para uma realidade linguística muito distante. A herança linguística dos nossos ancestrais e civilizações antigas está, aqui, recuperada.
Fonte: UpWorthy
Veja esta matéria na fonte, site maistecnologia.com e acesse outras matérias sobre IA.
Diálogo entre mídias da China e Países de Língua Portuguesa “Conexão com o Mundo e a Época”
Fonte: CMG Published: 2023-06-08 16:26:01
No dia 8 de junho, o Centro de Programação em Línguas Europeias e Latino-Americanas do Grupo de Mídia da China (CMG) realizou um diálogo entre mídias da China e países de língua portuguesa intitulado “Conexão com o Mundo e a Época”. O evento contou com a participação de representantes da China, Portugal, Brasil e Moçambique, os quais discutiram sobre o fortalecimento do intercâmbio e da cooperação entre grupos de comunicação chineses e dos países lusófonos.
Assista ao evento aqui neste link, clique no vídeo!
https://portuguese.cri.cn/2023/06/08/ARTIhlHcROzAeWZqxKWOwK5K230608.shtml
Filme “Terra rasgada: como avança o garimpo na Amazônia brasileira”
O filme “Terra rasgada” será exibido durante a 12ª MOSTRA ECOFALANTE DE CINEMA, de 1 a 14 de junho, em São Paulo. Serão 101 filmes no mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado à temática socioambiental com produções de 39 países.
O aumento do garimpo nas terras indígenas é alarmante. Segundo o projeto Mapbiomas, entre 2010 e 2020 a atividade cresceu 495% no interior dessas áreas protegidas — onde é ilegal. Para explicar esse fenômeno, a Aliança lançou, em 2023, o dossiê “Terra Rasgada: como avança o garimpo na Amazônia brasileira”.
A invasão garimpeira nessas regiões provoca danos socioambientais devastadores, e de diversas ordens. Além dos impactos sobre o meio físico — florestas, rios, igarapés —, há também o desmatamento, a poluição dos rios, a contaminação por mercúrio das comunidades locais, a disseminação de doenças – dentre elas a malária –, e a intensificação da violência no interior das terras indígenas. além de ataques violentos de garimpeiros.
A Aliança em Defesa dos Territórios foi formada em agosto de 2021, durante o acampamento Luta Pela Vida, em Brasília, pelas lideranças das Terras Indígenas mais afetadas pelo avanço do garimpo ilegal.
acesse aqui para saber mais e acessar o dossiê: https://acervo.socioambiental.org/acervo/documentos/terra-rasgada-como-avanca-o-garimpo-na-amazonia-brasileira?mc_cid=f59a5c9ee6&mc_eid=5d2da5a415
e veja também outras matérias sobre o filme:
Instituto Socioambiental
EBC
Terras Indigenas.org
https://terrasindigenas.org.br/en/noticia/218541
INSTITUTO HUMANITAS / UNISINOS
Boitempo
https://blogdaboitempo.com.br/2023/05/24/rasgos-remendos-e-costuras-indigenas/
NÃO AO MARCO TEMPORAL
Texto por @marcossabaru
O marco temporal é mais uma tentativa de apagamento.
O MARCO TEMPORAL é uma máquina de moer história.
Ele acaba com a história, muda toda a história. Porque, para ele, de 5 de outubro de 88 pra trás não há mais história, e sim a partir daquele dia, ele inverte a lógica também: quem não estava passa a estar, e quem estava passa a ser invasor.
PARECE QUE QUEM CHEGOU NAS CARAVELAS FORAM OS INDÍGENAS.
Ele coloca o colonizador como dono da terra e o indígena como invasor.
O marco temporal nega a presença do indígena neste território e negando a presença do indígena ele nega a contribuição. O marco temporal nega as práticas que a gente teve de sobrevivência, nega a nossa ciência, nega o canto, a pintura, a culinária. O marco temporal nega o Brasil da democracia.
Pela democracia
NÃO AO MARCO TEMPORAL
Assista aos vídeo e repasse!
Saiba mais, visite:
Apib – Articulação dos povos indígenas do Brasil
https://apiboficial.org/marco-temporal/
CIMI – Conselho Indigenista Missionário
Greenpeace