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Estudo de línguas indígenas ajuda a preservar a cultura dos povos originários

No Brasil, todas as línguas indígenas correm algum risco de extinção. O país é o terceiro com maior quantidade de línguas ameaçadas, segundo o Atlas Mundial das Línguas, elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Por isso, o Grupo de Estudos em Línguas Indígenas (Geli), da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, se empenha em preservar as restantes, mediante a pesquisa linguística. “Atualmente o perigo das línguas se perderem é muito grande, pela própria ameaça física. Houve uma pressão do último governo a favor da invasão de terras indígenas, mas nós procuramos ajudar nos projetos de educação e revitalização”, afirma Luciana Storto, coordenadora do grupo.

O grupo estuda línguas como wayoro, juruna, karib, kaapor, além de orientar trabalhos em tukano, makuna e tuyuka, e teses de doutorado em sanömá, uma língua da família Yanomami. Luciana, que atua no Geli há 20 anos, trabalha principalmente na descrição e análise de karitiana, da família Tupi. Ela destaca que a conjuntura atual dificulta os trabalhos do grupo, devido à vulnerabilidade dos territórios indígenas: “Se nós vamos até lá fazer a pesquisa, podemos estar em perigo, porque somos testemunhas do que está acontecendo”.

Dialogar com as comunidades indígenas é essencial para o grupo, conta Luciana, uma vez que um dos objetivos dos estudos é atender às necessidades dos povos, em benefício da preservação da cultura. “Se eles desejam materiais didáticos, revitalização, um programa de ortografia de ensino de língua materna, nós fazemos”, pontua. A pesquisadora também ressalta que os linguistas não devem impor seu trabalho sobre as comunidades — pelo contrário, a prioridade sempre será o contato e a troca intercultural.

“No nosso grupo, sempre apoiamos os povos indígenas por meio do estudo da língua, da cultura e da documentação das suas tradições”

Distribuição de famílias linguísticas indígenas no território – Imagem: Reprodução/Youtube

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CPLP reitera compromisso com o multilinguismo

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reiterou, na última quinta-feira, 20, em Nova Iorque, o compromisso com o multilinguismo e o princípio da paridade entre as seis línguas das Nações Unidas.

De acordo com uma nota de imprensa citada pelo Jornal de Angola, a representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, a embaixadora Maria de Jesus Ferreira, que discursava na 12.ª reunião plenária da quarta comissão, em nome da CPLP, “saudou os esforços do Departamento de Comunicação Global em priorizar o multilinguismo em todo o seu trabalho” e enalteceu “o papel fundamental desempenhado pelo Departamento de Comunicação Global no apoio à implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030”.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa constatou que os novos meios de comunicação digital e plataformas dos média tradicionais são essenciais para facilitar a prestação dos serviços de forma mais eficaz, regozijando-se pelo uso das redes sociais como um veículo vital para alcançar uma audiência global, especialmente, os jovens, reiterando o seu apoio às acções do Departamento de Comunicação Global na liderança de respostas à comunicação de crise nos níveis nacional e global, incluindo o combate à desinformação.A CPLP elogiou, igualmente, os esforços do Departamento de Comunicação Global em apoiar a agenda das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, paz e segurança, direitos humanos e outros desafios enfrentados pela ONU, voltando a afirmar o seu compromisso na prossecução dos seus objectivos de divulgar informação sobre as actividades da ONU em língua portuguesa.

FONTE: Notícias de Moçambique

PhD Thesis Seminar UNESCO Chair on LPM, UFSC + Universidad de Antioquia, in Medellín, Colombia.

UFRR aprova título Doutor Honoris Causa para liderança indígena – Davi Kopenawa

imagem sem descrição.

O líder xamã indígena Davi Kopenawa, da etnia Yanomami, recebeu na última sexta-feira, 5, a aprovação do Conselho Universitário da Universidade Federal de Roraima (CUNI/UFRR) para ser agraciado com a máxima distinção acadêmica concedida pela instituição, o título de Doutor Honoris Causa.

A titulação será concedida por sua liderança e contribuição na luta pelos direitos indígenas, reconhecidas tanto nacional como internacionalmente. A decisão aprovada pelo CUNI pode ser acessa neste endereço https://bit.ly/3vIN6vS.

FONTE: UFRR

Conselho Indigenista Missionário (Cimi) alerta: diversidade linguística e cultural dos povos indígenas no Brasil está em risco!

A diversidade linguística e cultural dos povos indígenas no Brasil está em risco, alerta o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), na 15ª sessão do Mecanismo de Especialistas em Direitos dos Povos Indígenas (EMRIP).

A intervenção ocorreu durante o debate sobre línguas indígenas. Paulo Lugon Arantes, assessor internacional do Cimi, deu voz às denúncias. “Os povos indígenas no Brasil têm sido ativos na promoção e preservação de suas próprias línguas, assumidas por eles como parte integrante de suas identidades étnicas e de seus modos de vida tradicionais”, destacou. No Brasil, há uma grande diversidade de línguas indígenas: atualmente, 274 línguas nativas são faladas, segundo o Censo Demográfico 2010. Os povos indígenas e parceiros no Brasil têm assumindo a liderança na proteção de suas línguas, diante das políticas indígenas hostis do governo brasileiro, abertamente anti-indígena.

Neste ano, professores indígenas dos povos Jamamadi, Apurinã, Jarawara e Paumari, do Rio Purus, na região amazônica, produziram quatro livros escolares bilíngues. O objetivo desses livros é potencializar o registro e o desenvolvimento do conhecimento oral e escrito, bem como as pedagogias específicas indígenas, lista o assessor do Cimi ao Mecanismo. “Os povos indígenas, mais do que ninguém, possuem compreensão oral de suas línguas. Catalogação de livros é uma atividade imensa que parece não ser a principal preocupação dos povos indígenas. Catalogar todos os livros publicados em línguas indígenas no Brasil é uma tarefa gigantesca”, afirma Paulo. Só em Mato Grosso foram publicados sete livros em diversas línguas indígenas neste ano. Porém, “essa rica diversidade linguística e cultural está em risco diante das práticas integracionistas do governo federal, combinadas com o discurso de ódio no mais alto nível de comando”, alerta o Cimi, com seus 50 anos de atuação junto aos povos indígenas.

No entanto, é necessário garantir o uso das línguas indígenas nos serviços básicos de saúde, educação e no sistema de justiça, a fim de cumprir plenamente as normas internacionais do direito indígena, como também assegura a Constituição Brasileira. Na oportunidade, Paulo lembra que, durante uma exposição de arte, no espaço do Embú das Artes, em São Paulo, organizada para celebrar o Ano Internacional das Línguas Indígenas, 30 obras de arte dedicadas às línguas indígenas foram danificadas por vândalos anônimos. “Embora a atribuição direta aos funcionários públicos não possa ser estabelecida, é certo que a abordagem integracionista e o discurso de ódio do governo no Brasil legitimam tais atos violentos e diminuem os custos de perpetração, em detrimento da preservação e promoção da rica diversidade de terras e de povos indígenas no Brasil”, denunciou o representante do Cimi no evento. Paulo ainda completa: “este é um exemplo triste sobre como um ambiente hostil aos povos indígenas por ser prejudicial às suas línguas, culturas e sobrevivência”.

A 15ª sessão do Mecanismo de Especialistas sobre os Direitos dos Povos Indígenas foi realizada de 4 a 8 de julho de 2022, em Genebra, na Suíça. Devido à pandemia de Covid-19, o evento ocorre em formato híbrido, com participação presencial e remota. O debate acontece durante a “Década Internacional das Línguas Indígenas”, ressaltando a importância de protegê-las e promover seus usos.

Passado, Presente e Futuro: discutindo a relevância dos Estudos do discurso | IX JADIS / IV CIED

A Faculdade de Letras da Universidade do Porto sedia, nos dias 12, 13 e 14 de outubro de 2022, as IX Jornadas Internacionais de Análise do Discurso (IX JADIS) e o IV Congresso Internacional de Estudos do Discurso (IV CIED), subordinados ao tema geral: Passado, Presente e Futuro: discutindo a relevância dos Estudos do discurso.

As propostas poderão ser submetidas, até ao dia 4 de julho, em português, inglês, espanhol ou francês, pela plataforma Easychair.

Consulte a segunda chamada de trabalhos em anexo.

Mais informações: http://web4.letras.up.pt/jadis/

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