Questões indígenas

NÃO AO MARCO TEMPORAL

Texto por @marcossabaru

O marco temporal é mais uma tentativa de apagamento.

O MARCO TEMPORAL é uma máquina de moer história.

Ele acaba com a história, muda toda a história. Porque, para ele, de 5 de outubro de 88 pra trás não há mais história, e sim a partir daquele dia, ele inverte a lógica também: quem não estava passa a estar, e quem estava passa a ser invasor.

PARECE QUE QUEM CHEGOU NAS CARAVELAS FORAM OS INDÍGENAS.
Ele coloca o colonizador como dono da terra e o indígena como invasor.

O marco temporal nega a presença do indígena neste território e negando a presença do indígena ele nega a contribuição. O marco temporal nega as práticas que a gente teve de sobrevivência, nega a nossa ciência, nega o canto, a pintura, a culinária. O marco temporal nega o Brasil da democracia.

Pela democracia
NÃO AO MARCO TEMPORAL

Assista aos vídeo e repasse!

 

NÃO AO MARCO TEMPORAL (Texto por @marcossabaru )

Raoni Metuktire (Cacique kayapó )

Tukumã Pataxó

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Saiba mais, visite:

Apib – Articulação dos povos indígenas do Brasil

https://apiboficial.org

https://apiboficial.org/marco-temporal/

CIMI – Conselho Indigenista Missionário

https://cimi.org.br/2022/08/contra-o-marco-temporal-povos-indigenas-desembarcaram-na-capital-federal-para-reivindicar-seus-direitos/

Greenpeace

https://www.greenpeace.org/brasil/blog/nao-ao-marco-temporal-um-brasil-democratico-nao-pode-permitir-o-retrocesso-dos-direitos-indigenas/

 

Crianças indígenas de MS serão alfabetizadas na língua materna; programa atende quatro línguas

Alfabetiza MS Indígena será implantado nos 79 municípios do Estado

Publicado em 18/05/2023 por Dândara Genelhú
língua indígena

Seminário debateu o tema na UEMS. Foto: Dândara Genelhú/ Midiamax.

O processo de alfabetização de indígenas de Mato Grosso do Sul será feito na própria linguagem utilizada pela comunidade. Isso porque o programa Alfabetiza MS traduzirá materiais didáticos para quatro línguas de povos originários do Estado.

A ação foi tema de seminário na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) nesta quinta-feira (18). “É um programa que nós lançamos, assinamos ele em 21, implementamos no estado em 22. MS Alfabetiza é um regime de colaboração que o Estado faz com todos os municípios”, lembrou o secretário-adjunto de Educação, Edio de Castro.

Segundo o adjunto, a parceria entre o Estado e município se dá pela distribuição de material pedagógico produzido por MS. “A educação visa alfabetizar na idade certa, ou seja, no primeiro e no segundo ano”, afirmou.

Nestas fases, o ensino é ofertado pelas redes municipais. Assim, 60 escolas de MS participam, sendo que 30 serão premiadas pelo bom desempenho.

Alfabetiza MS Indígena

Para melhor atender as crianças indígenas, criadas em línguas originárias, o programa passou por adaptação. “Vamos transcrever todo esse material a partir deste ano, para implementar no que vem junto com eles na linguagem deles”, explicou.

Além disso, destacou que “isso vai facilitar, evidentemente, a alfabetização deles, em igualdade de condições com os que estão nas nossas redes no dia a dia”. No início, haverá tradução do material para quatro línguas.

“Esse início vai começar com quatro, Guarani, Kaiowá, Terena e Kadiwéu”, apontou. No entanto, são sete línguas originárias em MS, sendo que três estão quase extintas do território sul-mato-grossense.

Assim, a coordenadora do MS Alfabetiza, Estela Andrade, disse que estão em processo de contratação de tradutores. “As línguas ainda serão de acordo com os linguistas que nós vamos conseguir contratar para fazer tradução do material”, ressaltou.

Quando o projeto começa?

Conforme a diretora da Fadeb (Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Educação Básica de MS), Cecília Motta, “ano que vem a criança será alfabetizada em duas línguas, na língua indígena e na portuguesa”.

Ela ressaltou que o projeto é o primeiro do país. “O Brasil está construindo uma alfabetização na língua portuguesa, mas no Brasil não tem apenas a língua portuguesa, temos outras línguas. E MS é o segundo estado com maior população indígena”, lembrou.

“A gente é alfabetizado na língua da gente e eles falam uma língua toda diferenciada”, disse. Sobre as três línguas que estão em processo de extinção, a diretora garantiu que haverá um trabalho de resgate.

 

língua indígena joaquim

Joaquim foi coordenador da Organização dos Professores Indígenas do Acre. Foto: Dândara Genelhú/ Midiamax.

Comunicação pela língua nativa

Na Aldeia Bananal, em , 90% da comunidade se comunica com a língua nativa. Anciões usam o terena na aldeia, língua que se mantém entre as crianças.

Ao Jornal Midiamax, o cacique e professor, Celio Fialho, disse que os materiais traduzidos ajudam na manutenção da língua.

“A importância da manutenção da língua é a valorização da cultura. Uma vez que a comunidade indígena ela perde sua língua, ela perde uma parte da sua cultura”, explicou.

Assim, destacou que o “trabalho dentro da Secretaria de Educação, dentro do âmbito da educação, ele é muito importante, porque lá dentro da escola além manter a cultura, valoriza”.

Secretaria de Educação Indígena

Por fim, o professor e técnico pedagógico indígena nacional, Joaquim Maná Kaxinawá, palestrou no seminário. Em entrevista, lamentou que a educação formou-se no país de forma não inclusiva. “Os povos começaram a pensar: Por que a gente só aprende conhecimento e não ensina o nosso conhecimento?”, lembrou.

Então, reforçou a importância do projeto pioneiro em MS. “De 1,3 mil povos que existia, só existem 305 povos. São estimadas 70 línguas falantes e outras já não falam mais”, lastimou a perda da cultura.

“Futuramente nós queremos que seja criada a Secretaria Especial de Educação Indígena, tanto no meu estado [Acre], quanto no MEC, quanto nos municípios. Onde tiver esses povos tem que ter essa demanda, essa instituição”, comentou.

 

leia mais em https://midiamax.uol.com.br/cotidiano/2023/criancas-indigenas-de-ms-serao-alfabetizadas-na-lingua-materna-programa-atende-quatro-linguas/

Txai Suruí conta como os povos indígenas da Amazônia usam a tecnologia para defender seus territórios

Por Lia Hama, Época Negócios – 

 

Txai Suruí

Txai Suruí Acervo Pessoal

“Na época em que meu avô Marimop Suruí era o chefe maior do povo Paiter Suruí, as armas que eles tinham para defender seu território eram o arco e a flecha. Hoje temos os drones, os satélites do Google, as câmeras de vídeo, os celulares e as redes sociais para denunciar as invasões às nossas terras na Amazônia”, afirmou à ÉPOCA Negócios a ativista indígena Txai Suruí.

Em 2021, a estudante de Direito atraiu os holofotes do mundo inteiro ao discursar na abertura da 26ª Conferência da ONU sobre o Clima em Glasgow. Hoje, aos 26 anos, é uma das vozes mais potentes na defesa dos povos indígenas do Brasil. A ativista acumula as funções de coordenadora-geral da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé (que trabalha com 21 povos indígenas da Amazônia), coordenadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia e conselheira da WWF-Brasil e do Pacto Global da ONU no Brasil.

Txai também é produtora-executiva do documentário “O Território”, que narra a luta do povo Uru-eu-wau-wau e da indigenista Ivaneide Bandeira, mãe de Txai, contra a invasão de terras indígenas em Rondônia. Dirigido por Alex Pritz, o filme levou os prêmios de Público e Especial do Júri para Obra Documental no Festival de Sundance em 2022. Boa parte das imagens foram feitas por Bitaté Uru-eu-wau-wau, líder indígena que aprendeu a usar o drone e o GPS para denunciar o avanço de fazendeiros em seu território.

Txai participa hoje (1/05) da noite de abertura do Web Summit Rio, edição brasileira do festival de tecnologia e inovação. Também estarão no palco: Paddy Cosgrave, fundador e CEO do evento; Ayo Tometi, cofundadora do movimento Black Lives Matter; David Vélez, fundador e CEO do Nubank; os apresentadores Luciano Huck e Maju Coutinho; Eduardo Paes, prefeito da cidade do Rio de Janeiro, e outros convidados. O festival acontece até quinta-feira (4/05) no Riocentro, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

Na entrevista a seguir, Txai fala sobre as políticas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o uso das tecnologias para a defesa dos territórios indígenas, a parceria pioneira feita por seu pai, o cacique Almir Suruí, com o Google Earth, o assassinato do amigo Ari Uru-eu-wau-wau e as ameaças de morte recebidas pela família.

ÉPOCA NEGÓCIOS – Você se tornou conhecida no mundo inteiro como porta-voz dos povos indígenas no Brasil. Como você avalia as políticas adotadas pelo governo Lula nessa área?

TXAI SURUÍ – Esse governo começou com algo histórico, que foi a criação do Ministério dos Povos Indígenas. É um exemplo para outros países, porque até então os povos originários não estavam representados. Há muito tempo vínhamos denunciando a situação dos Yanomamis e ninguém fazia nada a respeito. Agora temos um ministério que não deixa isso ser invisibilizado, que luta por essas questões, que são de direitos humanos. Claro que há um caminho longo pela frente, mas existe um olhar novo em relação aos povos indígenas e à floresta.

Você é produtora-executiva do filme “O Território”, sobre a luta por sobrevivência do povo Uru-eu-wau-wau em Rondônia. O documentário mostra jovens indígenas usando drones para fiscalizar o território. Quando essa tecnologia chegou para vocês e qual é a sua importância?

Essa tecnologia veio como uma forma de responder às ameaças e invasões. Os últimos seis anos foram muito difíceis para nós, indígenas. Houve uma militarização muito grande, tanto da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) quando da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena). Colocaram pessoas que não gostam de indígenas nesses órgãos que deveriam zelar pelo nosso bem-estar. Quando denunciávamos o que estava acontecendo, falavam: “Vocês estão mentindo, só acreditamos se trouxerem provas”. Então, junto com a Associação Kanindé e a WWF, levamos os drones para as aldeias e formamos jovens para lidar com a tecnologia, fortalecendo assim o monitoramento e a proteção do território. Também usamos esses equipamentos para fazer o levantamento da fauna e da flora e realizar a análise das mudanças do clima da região.

O filme mostra duas visões opostas: a dos indígenas que vivem na floresta e a dos invasores, que acham que progresso é derrubar árvore para plantar soja e criar gado. Como conciliar essas visões?

Não adianta fazer a desintrusão, que é a retirada dos invasores, e não oferecer outro caminho para a pessoa seguir. É preciso mostrar que é possível proteger a floresta e ganhar dinheiro com isso. Não gosto de falar em termos financeiros, mas é preciso conversar sobre alternativas de renda para essas pessoas. Existem soluções que são baseadas na natureza. É possível, por exemplo, fazer reflorestamento e participar do mercado de carbono. Eles podem ganhar mais dinheiro com isso do que com a criação de gado.

Você poderia citar um exemplo de projeto bem-sucedido com uma solução baseada na natureza?

Outro dia, o Luciano Huck visitou a nossa aldeia Lapetanha em Cacoal, na Terra Indígena Sete de Setembro, em Rondônia. Ele conheceu nosso trabalho de reflorestamento chamado Pamine, que significa “renascer da floresta”. O projeto acabou de ser premiado com o “Nobel Verde”, o United Earth Amazonia Award. As nossas agroflorestas produzem um café premiadíssimo, vendido para uma das maiores empresas de café do Brasil, a 3 Corações. Plantamos o café junto com bananeiras, cacauzeiros, castanheiras e outras plantas sagradas para nós. Também trabalhamos com etnoturismo, temos as nossas bangalocas (mistura de bangalôs e ocas) para hospedar turistas. Mostramos a eles nosso modo de vida e nossa cultura ancestral. Queremos que as pessoas da cidade entendam por que nós, indígenas, nos entendemos como parte da natureza e porque é tão importante preservá-la.

Quem banca esses projetos?

Às vezes são doadores do Brasil, às vezes são doadores do exterior. O projeto de turismo foi financiado pelo Fundo LIRA (Legado Integrado da Região Amazônica), uma parceria entre o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), a Fundação Gordon and Betty Moore e o Fundo Amazônia.

O filme “O Território” mostra um amigo de infância seu, o Ari Uru-eu-wau-wau, que era um guardião da floresta e foi assassinado. Você tem esperança de que o responsável seja punido?

Não posso perder a esperança. Vamos continuar exigindo justiça para o Ari, para que o que aconteceu com ele não se repita e para que a morte dele não tenha sido em vão. A gente sabe que a pessoa que matou o Ari estava envolvida com as invasões ao território. Até hoje, existem mais de 6 mil cabeças de gado só numa pequena parte do território dos Uru eu-wau-wau.

Quando o filme foi lançado mundialmente em setembro do ano passado, você temia por ameaças de morte contra você e a sua família. Isso aconteceu? Vocês tiveram a segurança reforçada?

O filme mostra como tiveram que subir o muro da casa da minha mãe em Porto Velho, por causa das ameaças recebidas por ela. Em certo momento, tivemos que levá-la para outro lugar. Isso é uma constante em nossa vida. Quando eu tinha 14 anos, tivemos que ficar um ano sendo acompanhados pela Força Nacional por causa das ameaças que meus pais receberam após denúncias sobre invasões e retiradas ilegais de madeira do nosso território. Quando voltei da COP26, essas ameaças ocorreram também, tanto na internet quanto pessoalmente. Fui perseguida mais de uma vez por um carro com vidro escuro em Porto Velho. Passei um período viajando por causa disso, não podia ficar na cidade.

Quem são as pessoas que te inspiram na luta pela defesa dos povos indígenas?

Minha mãe [a indigenista Ivaneide Bandeira Neidinha Suruí], porque é uma mulher forte, batalhadora e corajosa. E meu pai [o cacique Almir Suruí], porque é visionário. Os Paiter Suruí foram o primeiro povo indígena do Brasil a trabalhar com mercado de carbono, por ideia dele. Também veio dele a iniciativa de fazer uma parceria com o Google. Em 2007, ele bateu na porta deles na Califórnia e disse que faltava um projeto da empresa com os povos indígenas. Foi daí que nasceu o Mapa Cultural dos Suruí, no Google Earth.

O cineasta João Moreira Salles está fazendo um documentário sobre você e o seu pai. Como foram as gravações?

João me acompanhou na época das eleições presidenciais do ano passado. Eu estava em Nova York, depois voltei para o Brasil. Uma outra equipe acompanhou meu pai, que estava se candidatando a deputado federal por Rondônia. Para a gente, essas eleições eram uma questão de vida ou morte, assim como era para os Yanomami ou para os Munduruku. O João mostrou o que eu estava vivendo como uma jovem mulher indígena, que tem uma perspectiva de luta diferente das gerações passadas. O povo Paiter Suruí tem 54 anos de contato com não indígenas. Meu avô lutou com arco e flecha para que o nosso território não fosse invadido. Ele mandou meu pai estudar na cidade para aprender como o homem branco vive. Meu pai fez a mesma coisa comigo. Hoje falo inglês, estudo Direito e tenho facilidade em usar novas tecnologias.

Qual é a importância das redes sociais no seu trabalho como ativista?

Uso as redes sociais para denunciar o que acontece em nossos territórios. Outro dia estava agoniada porque, em Rondônia, o povo Tupari estava com cinco aldeias alagadas. As famílias perderam tudo, ficaram sem comida e sem água potável, porque a roça delas foi alagada e o poço foi infiltrado com a lama das enchentes. Não tenho como dormir enquanto meu povo está sofrendo. Meu trabalho é usar as redes sociais, acionar os meios de comunicação e tentar levar ajuda para esses lugares. Até pouco tempo atrás, a gente falava de crise climática como algo do futuro, mas são coisas que já estão acontecendo.

Em que outros projetos você está trabalhando?

Me formo este ano no curso de Direito. Estou tentando escrever um livro infantil e, mais para frente, quero trabalhar em um livro que mostre como é possível viver em harmonia com a natureza. Busco fazer um trabalho decolonial, trazer outra visão sobre a vida. O homem branco diz: “Só existe este caminho a seguir, não existe outra alternativa”. Nós, indígenas, estamos aqui para dizer: “Não é verdade. Dentro desse mundo, existem vários outros mundos. Há muitas outras filosofias, ciências e tecnologias”. Como diz o líder indígena Ailton Krenak, se existe um futuro, o futuro é ancestral.

(A participação de Txai está em 2h14min e 51s  … https://www.youtube.com/watch?v=zAWFvYwmc2c)

https://umsoplaneta.globo.com/sociedade/noticia/2023/05/01/txai-surui-conta-como-os-povos-indigenas-da-amazonia-usam-a-tecnologia-para-defender-seus-territorios.ghtml

Nunca mais um Brasil sem nós!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A campanha “Nunca mais um Brasil sem nós” é uma ação que propõe dar visibilidade a luta dos 305 povos indígenas que resistem e existem no Brasil, e que garantem a preservação de 274 línguas faladas. Os povos indígenas habitam todos os biomas brasileiros e são os protagonistas da sua preservação.

 

http://www.abi.org.br/nunca-mais-um-brasil-sem-nos/

https://www.instagram.com/reel/CrmKXlXgkkX/?utm_source=ig_web_copy_link

Lançado aplicativo de dicionário da língua Wai Wai

Na quarta-feira, 22, foi lançado o aplicativo Dicionário Wai Wai, em sua versão beta, no miniauditório do Instituto de Ciências da Sociedade (ICS) da Ufopa, e o evento contou com a presença da equipe do projeto e de autoridades.

O dicionário consiste de um aplicativo para celulares com Android e de um site, ambos desenvolvidos pela equipe do projeto “Wai Wai Tapota: tradução, conhecimento e interculturalidade”. O projeto contou com recursos do Programa Integrado de Ensino, Extensão e Pesquisa (PEEX) e articulou docentes, técnicos e estudantes do ICS, do Isco, dos cursos de Ciências Biológicas e Sistemas de Informação do Campus Oriximiná e do programa de Pós-Graduação em Biociências.

Para Cauan Ferreira Araújo, que representou a Reitoria no evento, “o PEEx é um modelo inovador, promovendo ensino-pesquisa-extensão em interação com a educação básica, em grupos de pesquisa interdisciplinares. No projeto Wai Wai Tapota temos ainda a dimensão da interculturalidade, que adiciona outra dimensão riquíssima. Além disso, temos o protagonismo discente com a participação de vários cursos, de indígenas e não indígenas, contando ainda com a execução CBSI Jr, empresa júnior do Campus Oriximiná. Gostaria ainda de destacar a funcionalidade de dicionário aberto, com contribuições de usuários, o que possibilita o acréscimo de termos e traduções para aplicação por alunos de todos os cursos da Ufopa”.

A coordenadora do projeto, Camila Pereira Jácome, ressaltou que “ele foi pensado por professoras e professores que já têm pesquisa com os Wai Wai, em diversas áreas do conhecimento, como Arqueologia, Antropologia, Biologia, mas, como professoras e orientadoras desses estudantes, entendemos que as diferenças linguísticas trazem dificuldades no percurso acadêmico aos estudantes. Essas dificuldades com o português dizem respeito à comunicação falada, escrita e também à compreensão de termos técnicos ou específicos das diferentes áreas acadêmicas”.

 

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Composição da mesa de autoridades no lançamento do Dicionário Wai Wai.

 

Ainda de acordo com Jácome, a expectativa é de que o dicionário possa facilitar a vida dos estudantes na Ufopa e também dos que estão na educação básica, seja nas aldeias ou nas cidades. Segundo ele, o projeto trouxe uma parceria com estudantes indígenas Wai Wai, que vivenciaram a experiência de registrar e valorizar suas línguas, entendendo que elas estão inseridas em contextos históricos dinâmicos. “É importante ressaltar que essa é uma experiência colaborativa de documentação da língua, na qual os estudantes se engajam, e não são apenas informantes ou tradutores”.

O projeto devolve para a sociedade uma metodologia participativa para a documentação e revitalização das línguas indígenas e alia-se ao esforço da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032), decretada pela Unesco.

O aplicativo foi desenvolvido pela empresa júnior do Campus Oriximiná, e possibilitou a capacitação dos estudantes na elaboração de soluções tecnológicas para as demandas das comunidades indígenas.

Para Flávia Pessoa, professora do curso de Sistemas de Informação do Campus Oriximiná e membro do projeto, a participação da empresa júnior é um diferencial: “A CBSI Jr é uma empresa feita por cidadãos da região, aplicando seus conhecimentos para a resolução de problemas em tecnologia com o olhar de quem nasceu aqui, executando um trabalho de qualidade e com um custo justo. Tudo isso com a orientação e coordenação de docentes doutoras e mestres dos cursos de Ciências Biológicas e Sistemas de Informação”.

Envolvidos diretamente na tradução de termos técnicos utilizados no cotidiano dos estudos na Universidade, o projeto contou com bolsistas indígenas Wai Wai. Para Elaide Tapuri Wai Wai, aluna do curso de Saúde Coletiva e bolsista do projeto, “esse dicionário pode ajudar estudantes Wai Wai dentro da universidade para aprender o significado das palavras e verificar como são escritas, porque os estudantes têm muitas dificuldades em falar a língua portuguesa, e pode ajudar também aquelas pessoas que querem aprender a falar a língua”.

Carolina Wanaperu Wai Wai, estudante do curso de Arqueologia e bolsista do projeto, destaca que o dicionário é muito importante para os indígenas que não têm a língua portuguesa como primeira língua, além de ajudar nas pesquisas e estudos.

Elisio Wai Wai, estudante do curso de gestão pública e coordenador do coletivo indígena da Calha Norte da Ufopa, considera o aplicativo muito importante para auxiliar na comunicação dos professores, da Ufopa e fora dela, com os estudantes Wai Wai.

O projeto do dicionário continua em fase de aperfeiçoamento das ferramentas, inclusão de novos verbetes e com a participação da comunidade falante Wai Wai de estudantes e professores inseridos em diferentes espaços de ensino.

Para mais informações sobre o projeto e acesso ao aplicativo para Android, clique AQUI.

 

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Equipe participante da elaboração do projeto.

 

Comunicação/Ufopa, com informações da coordenação do projeto Wai Wai Tapota
27/03/2023

Fotos: Arquivo do projeto Wai Wai Tapota.

Publicado em27 de Março de 2023 às 17:15

http://www.ufopa.edu.br/ufopa/comunica/noticias/lancado-aplicativo-de-dicionario-em-lingua-wai-wai/

 

Diversidade dos idiomas falados pelos indígenas é tema de uma exposição em São Paulo

Os idiomas indígenas, que estão entre as quase 200 línguas que o Brasil tem, ganharam uma exposição dentro do Museu da Língua Portuguesa.

Assista o vídeo… https://globoplay.globo.com/v/11299138/

 

A diversidade de idiomas falados pelos indígenas é tema de uma exposição no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.

O Brasil não fala uma língua só. Além do português, tem outras quase 200: bororo, que é diferente de aruaque, que também não é igual a mura. São as línguas dos povos da floresta. Os idiomas indígenas que sobreviveram ao tempo como árvores de tronco forte e que ganharam uma exposição dentro do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. “Nhe porã”, algo como “belas palavras” em guarani-mibyá.

“O português que a gente fala no Brasil é uma variante, não é o mesmo português, por exemplo, que é falado em Portugal e em outros países. Ele é uma variante em função da interferências das línguas originárias, das línguas indígenas e de línguas de africanos que foram escravizados e trazidos para cá”, explica Marília Bonas, diretora técnica do Museu da Língua Portuguesa.

https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2023/01/20/diversidade-dos-idiomas-falados-pelos-indigenas-e-tema-de-uma-exposicao-em-sao-paulo.ghtml

 

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