Pós-Graduação online gratuita em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e Literaturas Afro-brasileira
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A Secretaria de Relações Internacionais (SINTER), a Secretaria de Educação a Distância (SeAd) e a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPG) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) convidam professores da educação básica dos países e regiões de língua portuguesa, exceto do Brasil, a se inscreverem no processo seletivo para o curso de pós-graduação lato sensu em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e Afro-Brasileira da UFSC, Brasil.
O curso faz parte da Universidade Aberta do Brasil (UAB/Capes) e tem como objetivo do Curso formar, em nível de especialização, professores da educação básica na área de literaturas africanas e afro-brasileiras, para atuação em disciplinas de língua portuguesa e correlatas, bem como em projetos interdisciplinares.
Serão oferecidas 100 vagas para estudantes internacionais dos países e regiões de língua portuguesa, exceto do Brasil, conforme Projeto de Extensão da UFSC cadastrado sob no 202500388.
Entenda-se como países de língua portuguesa: os membros plenos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP); os observadores associados da organização como região de língua portuguesa; e a Região Administrativa Especial (RAE) de Macau, na República Popular da China (RPC)
Para mais informações siga o link na publicação.
Participe! Divulgue!
GT Geopolíticas do Multilinguismo publica e-book sobre Atlas UNESCO
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Por GT Geopolíticas do Multilinguismo
Publicado em

Fonte: Nicoly Reis Teixeira.
O Grupo de Trabalho Geopolíticas do Multilinguismo da Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo (UCLPM/UFSC) acaba de dar um passo importante na promoção da diversidade linguística brasileira a nível global. A equipe desenvolveu uma cartilha que orienta pesquisadores e voluntários sobre como preencher o Questionário do Atlas UNESCO das Línguas do Mundo para a seção de Línguas Brasileiras.
ㅤㅤㅤO material, de fácil acesso e com exemplos práticos, busca oferecer suporte para facilitar o processo de coleta de informações e incentivar a colaboração em um dos maiores projetos globais de valorização linguística. O Atlas, promovido pela UNESCO, tem como missão documentar as línguas orais e de sinais dos Estados-membros.
ㅤㅤㅤIntitulado Atlas UNESCO das Línguas do Mundo: Orientações para a seção de Línguas Brasileiras, o documento é mais um reflexo do papel de destaque da Universidade Federal de Santa Catarina na pesquisa acadêmica e na preservação da diversidade linguística. A cartilha foi desenvolvida sob a autoria de Ma. Kerolyn Sarate, organizada por Emanuelli Oliveira e Gabriel Campos e coordenada pelo professor Dr. Gilvan Müller de Oliveira. A colaboração entre os membros do GT reflete o esforço coletivo para criar um material acessível e de alta relevância para os pesquisadores de todo o Brasil envolvidos no projeto Atlas UNESCO das Línguas do Mundo – Seção das Línguas Brasileiras.
ㅤㅤㅤVocê pode conferir a cartilha aqui e, em breve, também estará disponível no repositório da Biblioteca Universitária da UFSC. Além disso, todos os pesquisadores interessados no projeto receberão contato do GT com o material, garantindo sua ampla disseminação.
ㅤㅤㅤAtualmente, a seção de Línguas Brasileiras do Atlas UNESCO conta com equipes já estruturadas e questionários desenvolvidos, mantendo-se aberta à colaboração de voluntários de diversos setores da sociedade. O projeto convida novos pesquisadores a contribuírem para essa importante iniciativa de valorização linguística. Para participar, basta acessar o formulário disponível aqui.
ㅤㅤㅤO GT reafirma, com este projeto, seu compromisso com a promoção da inclusão, do respeito às diferenças culturais e da preservação do patrimônio linguístico, fortalecendo a visibilidade das línguas brasileiras no cenário internacional. Essa iniciativa demonstra o impacto positivo das ações desenvolvidas pela Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo, reforçando o protagonismo do Brasil na valorização da sua diversidade linguística.
Confira a matéria no link: GT Geopolíticas do Multilinguismo publica e-book sobre Atlas UNESCO – Geopolíticas do Multilinguismo
Conferência internacional: POLIGLOTISMO, INTEGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO NO SUL GLOBAL: DIÁLOGOS INTER-CONTINENTAIS NO SÉCULO XXI
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POLIGLOTISMO, INTEGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO NO SUL GLOBAL: DIÁLOGOS INTER-CONTINENTAIS NO SÉCULO XXI
Maputo, Campus principal da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), De 4 a 6 de Dezembro de 2024
Pela Diversidade Linguística e Integração no Sul Global
Objectivos da Conferência:
– Promover a valorização das línguas, culturas, amizade e a fraternidade entre os povos;
– Dar maior visibilidade ao poliglotismo como ferramenta de desenvolvimento para os países do Sul Global;
– Contribuir para a valorização do ser humano num mundo caracterizado por intensas integrações.
Resumo Executivo
Dia 4/12: Abertura oficial e realização de plenárias;
Dia 5/12: Realização de mesas-redondas;
Dia 6/12: Lançamento do Movimento Poliglota em Moçambique.
Modelo do evento: Híbrido.Língua oficial do evento:
Português, com tradução simultânea para Inglês e Espanhol via Zoom.
A Conferência Internacional POLIGLOTISMO, INTEGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO NO SUL GLOBAL: DIÁLOGOS INTER-CONTINENTAIS NO SÉCULO XXI, que tem como lema “Pela Diversidade Linguística e Integração no Sul Global”, é uma iniciativa conjunta do Instituto Yglota de Poliglotismo e Integração, sediado na região trinacional do Iguaçu (Brasil, Argentina, Paraguai) e de pesquisadores moçambicanos integrados em algumas das Universidades de Moçambique, das quais destacamos as Universidades Eduardo Mondlane (UEM), onde será realizado o evento, a Universidade Aberta ISCED (UNISCED), Universidade Save (UNISAVE), Universidade WUTIVI (UNITIVA) e Instituto Superior de Transportes e Comunicações (ISUTC).
O evento o congrega pesquisadores e activistas pela defesa e valorização de línguas, culturas, integração e desenvolvimento dos povos de alguns países de África, América do Sul, América do Norte, Europa e Ásia, com o objectivo de promover o diálogo inter-continental em torno do poliglotismo, integração e desenvolvimento, com maior ênfase para a região do Sul Global.
A aproximação e integração dos povos, bem como a valorização das línguas e culturas constituem um imperativo do Século XXI de modo a garantir-se o equilíbrio inter-geracional e assegurar a sustentabilidade e resiliência na gestão dos recursos, incluindo o capital humano, razão pela qual as acções de indivíduos, instituições e governos devem estar associadas nas metas de desenvolvimento do milénio e na promoção da estabilidade geopolítica assente na substituição das guerras do passado pela consolidação da paz no presente e no futuro no mundo. E para o efeito, o poliglotismo desempenha um papel importante neste processo uma vez que a aprendizagem e o uso de diferentes línguas e valorização das diversas e diferentes culturas pelo indivíduo e pela sociedade constitui uma das ferramentas mais eficientes para a compreensão do Outro e para a criação de laços de amizade, concórdia e fraternidade entre os povos, sendo esta uma das formas mais eficazes para diminuir as tensões inter-étnicas e inter-culturais. Ademais, o poliglotismo e a integração apresentam vantagens econômicas concretas considerada a sua aplicação na educação, na saúde pública, e no turismo. A Conferência Internacional representa o início de diálogo inovador, em que a diversidade linguística, cultural e étnica entre os povos do Sul Global ganha capital importância e erige-se como tema central para a aproximação dos povos e o desenvolvimento económico, a partir da discussão e cotejo das especificidades e convergências das diferentes realidades, pois apesar de sermos separados por rios, mares e oceanos temos todos o mesmo denominador comum: a valorização dos povos nas suas múltiplas e complexas diferenças.
Por isso, Moçambique, ao receber esta Conferência Internacional inscreve o seu nome no panorama internacional como uma país que que valoriza a diversidade e promove a integração dos diferentes, dos desiguais e dos desconectados num mundo cada vez mais globalizado e no qual as línguas e culturas, mais do serem vistas como forma de expressão de identidades, devem ser, também, encaradas como instrumentos impulsionadores de integração e desenvolvimentos dos Estados e respectivos povos.
Programação
PRIMEIRO DIA
04/12 (Quarta-feira)
14:00 – 15:30 Plenária de abertura.
15:35 – 16:25 Plenária principal 1
Título: O Papel das línguas na qualidade da educação e na formação do espírito de cidadania.
Oradores:
– Prof. Doutor Feliciano Chimbutana (UEM)
– Profª. Doutora Maria Elena Pires-Santos (UNIOESTE – Brasil)
– Profª. Doutora Ângela Souza (UNILA – Brasil)
– Prof. Doutor Mário Ramão (UNILA – Brasil)
– Prof. Doutor Eduardo Navarro (USP)
– Prof. Doutor David Galeano Olivera (Ateneo de Lengua y Cultura Guaraní- Paraguai)
16:30 – 17:20 Plenária principal 2
Título: O Poliglotismo como ferramenta de integração sócio-cultural e desenvolvimento económico dos países do Sul Global.
Oradores:
– Prof. Doutor Gervásio Absolone (UEM)
– Profª. Doutora Ísis Berger (UNIOESTE – Brasil)
– Gestor de Projetos Diogo Marcel, Presidente do Conselho Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu (COMTUR – Brasil)
– MsC. Otto Mendonça (Instituto Yglota | Poliglotismo e Integração)
– Prof. Lic. Hugo López (Instituto Tecnológico Iguazu – Argentina)17:20 – 17:30 Fim dos trabalhos para o primeiro dia.
SEGUNDO DIA
05/12 (Quinta-feira)09:05 – 10:35 Mesa-redonda 1
Um olhar sobre os 50 anos das Políticas Linguísticas de Moçambique: Desafios e perspectivas.
Moderador: Mestre Danifo Chutumiá (ISUTC)- Prof. Doutor Ilídio Macaringue (UNISCED)
– Prof. Doutor Beltamiro Patrício (UNISAVE)
– Mestre Lucério Gundane (UNISAVE)
10:45 – 12:15 Mesa-redonda 2
Tikwini tirimi ta Mosambiki a sekundarya: Mabulu ya kuyaka mundzuku“Onde estão as línguas moçambicanas no ensino secundária: Um debate futurista”Moderador: Prof. Doutor Gervásio Absolone (UEM)- Prof. Doutor David Langa (UEM)
– Profª. Doutora Célia Cossa (UP)
– Lic. Egídio Monjane (INDE)
– Mestre Atanásio Majuisse (IFP de Matola)
– Representante de Direcção Nacional de Ensino Secundário, MINEDH
13:00 – 14:30 Mesa-redonda 3
Poliglotismo no Brasil, Poliglotismo na África: especificidades e convergências
Moderador: Mestre Dherek Cabral (Instituto Yglota)- Georgos Jurobola (Clube Polglota Brasil)
– Juliano Timbó (Poliglotar)
– Otto Mendonça (Instituto Yglota)Organizadores do African Languages Conference (Conferência de Línguas Africanas)
– Avishta Seeras (The Lingua-Cultura Experience / Cultura Connector)
– Ady Namaran Coulibaly (Bolingo Consult)
– Christian Elongué (Kabod Group)Organizadores do Ongea Afrika (Polyglot Movement Afrika)
– Edson Osmond (Tanzania)
– Maureen Motho (Quénia)
14:40 – 16:10 Mesa-redonda 4
Diversidade Linguística e Saúde Pública: desafios em contextos fronteiriços e migratórios.
Moderadora: Mestre Layse de Souza (Instituto Yglota)- Prof. Doutor Henrique Mateus – Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique)
– Profª. Doutora Rosângela Morello – IPOL (Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Políticas Linguísticas)
– Profa. Doutora Denise Rissato (Mestrado em Saúde Pública em Região de Fronteira – UNIOESTE)
– Lic. Ignacio Peña Ruiz – Asociación Salud Entre Culturas (Espanha)
16:10 – 16:30 Leitura da síntese do evento e Encerramento.
TERCEIRO DIA
06/12 (Sexta-feira)
Manhã 08:00–13:00 Lançamento do Movimento Poliglota Moçambique em Maputo. Projecto Itinerante de Promoção de Línguas e Culturas em comunidades.
Confira link original:
https://poliglotismosulglobal.carrd.co/
Blumenau amplia rede de escolas bilíngues com novas línguas em 2025
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O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, anunciou a implantação da primeira escola municipal bilíngue em espanhol, a EBM Lauro Müller, no bairro Badenfurt. A iniciativa faz parte de um plano que prevê a expansão do ensino bilíngue na rede pública municipal.
A partir de 2025, mais seis escolas passarão a oferecer ensino bilíngue, incluindo as línguas polonês, alemão, inglês e Libras, ampliando o número total para 27 escolas bilíngues, o que representa quase 60% da rede municipal.
Novidades para 2025
- Espanhol: EBM Lauro Müller (Badenfurt)
- Polonês: EM Carlos Manske (Vila Itoupava) – primeira escola bilíngue em polonês do município
- Alemão:
- EBM Lore Sita Bollmann (Itoupava Central)
- EIM Dr. Blumenau (Itoupava Central)
- EIM Willy Müller (Vila Itoupava)
- Inglês: EBM Machado de Assis (Itoupava Seca)
- Libras: EBM Profª Zulma Souza da Silva (Velha Central)
Expansão contínua do bilinguismo
O programa de ensino bilíngue começou em 2019 com apenas duas escolas e, em 2024, alcança números expressivos. O prefeito destacou os benefícios da iniciativa:
“A educação transforma a sociedade, e construir oportunidades para nossas crianças e jovens é uma das nossas missões enquanto gestão pública. A segunda língua abre portas para o mundo.”
O secretário de Educação, Alexandre Matias, complementou:
“Os resultados são positivos, com impacto direto nos índices educacionais e mais oportunidades profissionais para as crianças.”
Processo seletivo para professores de espanhol
Para atender à demanda do ensino bilíngue em espanhol, a Prefeitura abriu vagas para professores licenciados em Letras com habilitação em Espanhol. As inscrições para o Processo Seletivo 002/2024 estão abertas até 28 de novembro no site concursos.furb.br.
Escolas bilíngues já existentes
Blumenau já conta com uma rede diversificada de escolas bilíngues:
- Inglês: 14 escolas, incluindo a EBM Profº Fernando Ostermann e a EBM Bilíngue Annemarie Techentin.
- Alemão: 5 escolas, como a EM Bilíngue Erich Klabunde e a EBM Duque de Caxias.
- Libras: EBM Bilíngue Profª Norma D. Huber.
Com esse avanço, Blumenau se consolida como uma referência em educação bilíngue, oferecendo às crianças ferramentas essenciais para um futuro globalizado.
Fonte e Imagem: PMB.
Leia diretamente na fonte: https://blogdojaime.com.br/blumenau-amplia-rede-de-escolas-bilingues-com-novas-linguas-em-2025/
Saiba mais:
Blumenau terá primeiras escolas municipais bilíngues em espanhol e em polonês
VALORIZAÇÃO: leis aprovadas na ALERR mantêm vivos costumes e tradições indígenas
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Textos aprovados valorizam línguas indígenas, artesanatos produzidos em comunidades locais e incentivo à produção agrícola
Por ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE RORAIMA
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Roraima tem quase cem mil pessoas declaradas indígenas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para valorizar os povos originários, a Assembleia Legislativa (ALE-RR) aprovou textos que enaltecem e preservam os costumes e tradições das comunidades. Além disso, a Casa tem a Comissão de Políticas Indigenistas, que trata e discute as necessidades dos indígenas no estado.
Em setembro deste ano, os parlamentares aprovaram a Lei nº 2055/2024, que reconhece as línguas indígenas faladas em Roraima como patrimônio cultural imaterial, estabelece a cooficialização de todas elas e cria a Política Estadual de Proteção das línguas indígenas. Além do português, o texto menciona como idiomas cooficiais: Hixkaryana, Ingarikó, Maku, Makuxi, Ninam, Patamona (Kapon), Sanumá, Taurepang (Pemón), Wai-wai, Wapixana, Yanomami, e Yekwana (Maiongong)
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Línguas indígenas faladas em Roraima são patrimônio cultural imaterial — Foto: Eduardo Andrade/ SupCom ALE
A lei é uma iniciativa do presidente do Poder Legislativo, deputado Soldado Sampaio, e reforça a Lei nº 1782/2023, do ex-deputado Evangelista Siqueira, que reconhece as línguas locais como de relevante interesse cultural.
Para Sampaio, a diversidade linguística existente em meio aos povos originários precisava ser materializada em um texto legislativo, já que a Constituição Federal assegura às comunidades indígenas a utilização das línguas maternas em processos próprios de aprendizagem. Por essa razão, muitas comunidades adotam o ensino da língua indígena e do português.
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Presidente da ALE-RR, deputado Soldado Sampaio — Foto: Nonato Sousa/ SupCom ALE-RR
“É dever do Estado proteger e manter vivos os idiomas como direito dos povos indígenas. Essa é também uma política internacional da qual o Brasil é signatário, e esses tratados determinam a implementação de iniciativas e ações de valorização e o reconhecimento das línguas indígenas no âmbito da cultura, da educação, da ciência, da tecnologia, em todos os níveis. Então a lei discutida e aprovada por este parlamento vai ao encontro da valorização dos povos originários e tudo o que eles representam para o país”, declarou Sampaio.
Para a ativista pelos direitos indígenas Marilena da Silva Ramos, que possui o nome artístico Mari Makuxi, as leis que abordam as pautas indigenistas são importantes para o movimento. Filha de Makuxi com Monaikó, nasceu na comunidade Contão, em Pacaraima, e morou na comunidade Pacú, localidade de difícil acesso na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, Normandia.
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Ativista Mari Makuxi fala da necessidade de leis para preservar cultura indígena — Foto: Marley Lima/ SupCom ALE-RR
“Falo um pouco Makuxi e entendo um pouco Taurepang. Hoje, sei a importância da língua materna na família ou nas comunidades. Nossa cultura milenar, as nossas ancestralidades, que nos preparou, nossos costumes, estão se perdendo. Já não se faz o que a minha avó ou meu avô repassou para a família. As leis são importantes para dar segurança de cada povo e dos povos originários como um todo, para que possam [influenciar a visibilidade indígena] nos jogos, nas músicas, nas histórias, nas memórias, no teatro, para as nossas crianças manterem nossa cultura viva”, enfatizou Mari Makuxi.
Comissão permanente na Casa
Criada no ano de 1999, a Comissão de Políticas Indigenistas tem papel crucial no parlamento, pois é responsável por discutir as propostas de lei que tratam de temas relacionados aos indígenas, promover audiências públicas e debates com as comunidades. Hoje, o grupo é formado pelo deputado Dr. Meton, que está como presidente, Armando Neto, que é vice-presidente, e os membros Marcelo Cabral, Soldado Sampaio e Odilon.
Na atual legislatura, Armando Neto conseguiu aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 004/2023, que mudou o termo “índio” para “indígenas” e “povos indígenas” na Constituição Estadual. A Casa Legislativa também aprovou a Lei nº 1818/2023, que mudou o nome da Secretaria de Estado do Índio para Secretaria dos Povos Indígenas, como forma de valorizar a diversidade das comunidades. Também foi apreciada pelos parlamentares a Lei nº 1877/2023, de Dr. Meton, que criou a Semana da Mulher Indígena em Roraima.
Já a Lei nº 1180/2017 institui o Dia Estadual do Professor Indígena, como forma de homenagear esse profissional que é considerado uma autoridade nas comunidades indígenas, além de fortalecer a categoria. Importante ressaltar que a Educação roraimense é pioneira no reconhecimento de uma educação indígena específica, diferenciada, bilingue e intercultural, tendo sido Roraima o primeiro estado a criar a carreira do professor indígena.
O presidente da Comissão de Políticas Indigenistas, deputado Dr. Meton lembrou que a Casa Legislativa tem desempenhado um importante trabalho de valorização das comunidades, aprovando os projetos de lei que enaltecem as línguas, os costumes e as tradições dos povos originários. Para ele, os indígenas representam um legado de luta, resistência, conhecimento e conquistas, que são essenciais para a preservação da história brasileira.
Ele destacou que, nos últimos meses, fez indicações ao Governo de Roraima para atender as demandas das comunidades. Entre as requisições estão uma ambulância para atender a unidade de saúde Bom Samaritano, e a reforma das escolas indígenas Hermenegildo Sampaio, Marechal Cândido Rondon e Professor Geraldo Crispim, localizadas, respectivamente, nas comunidades Barata, Boqueirão e Coqueirinho.
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Deputado Dr. Meton é presidente da Comissão de Políticas Indigenistas — Foto: Marley Lima/ SupCom ALE-RR
Na infraestrutura, Dr. Meton solicitou a retomada da obra das vicinais 6 e 10, na região da Vila Reislândia, a reconstrução da ponte de madeira no Boqueirão, a construção urgente de um novo destacamento da Polícia Militar na Vila do Taiano, a destinação definitiva de um trator e equipamentos agrícolas para atender produtores da Comunidade Indígena do Coqueirinho. A mais recente indicação se trata da criação de uma galeria em memória dos povos originários e tradicionais na Assembleia Legislativa de Roraima.
“Somos o estado com a maior população indígena do Brasil, em termos proporcionais, e os deputados estão atentos às pautas indigenistas. Por toda a contribuição que os indígenas tiveram ao longo dos séculos, compartilhando seus saberes com a sociedade, a medicina tradicional, mostrando o respeito pela natureza, este parlamento tem debatido suas necessidades, mantendo o diálogo com as lideranças, para continuar atuando em benefício das comunidades. As indicações que fizemos têm por objetivo contribuir com a qualidade de vida de quem vive nas comunidades”, declarou Dr. Meton.
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Textos enaltecem artesanato produzido em comunidades locais — Foto: Nonato Sousa/ SupCom ALE-RR
A Lei nº 864/2012 trata do Programa Estadual de Incentivo à Produção nas Comunidades Indígenas, como forma de dar autonomia às localidades, respeitando as diferenças culturais. Recentemente, os parlamentares estaduais aprovaram a Lei nº 1848/2023 que cria um plano de fomento para a agricultura familiar indígena, bem como discute a destinação de recursos financeiros.
Também estão em vigor as Leis nº 1591/2021 e 1594/2021 que criou o Selo de Qualidade Artesanal Indígena e o programa de certificação do artesanato indígena, para atestar e incentivar o consumo de produtos feitos pelos indígenas do estado.
E com o intuito de promover a inclusão econômica e social, além de fomentar a produção com sustentabilidade, foi aprovada a Lei nº 942/2013 que criou o Programa de Incentivo e Apoio à Produção Agrícola Familiar e Indígena em Roraima. A norma estimula o consumo e a valorização dos alimentos produzidos pela agricultura familiar e indígena, melhorando as condições de vida, gerando emprego e renda no campo.
SAPL
Para conferir todas as normas aprovadas pela Casa Legislativa, basta entrar no Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL), ferramenta implementada em parceria com o Senado Federal, que facilita o acesso da população às matérias em tramitação, pautas das sessões plenárias, informações institucionais, normas em vigor e a outros assuntos referentes ao parlamento estadual.
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