Timor quer que língua de instrução no sistema educativo seja só o português
Os ministérios da Educação e do Ensino Superior timorenses querem tornar obrigatório que a instrução no sistema educativo do país seja apenas em português, e que outras línguas sejam “auxiliares” e de apoio.
“Os dois Ministérios estão a propor alterações à lei de bases da educação, e a proposta é que a língua de instrução seja apenas o português. O tétum e outras lingas nacionais vão servir de lingas auxiliares e de apoio pedagógico quando forem necessárias”, disse hoje o ministro da Educação, Juventude e Desporto, Armindo Maia.
“Este é um dos grandes problemas que temos estado a enfrentar” no sistema educativo nacional, disse.
Armindo Maia falava no Centro Cultural Português, na Embaixada de Portugal em Díli, à margem de uma cerimónia de boas-vindas a um grupo de professores que vai ser destacado para os 13 Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE) de Timor-Leste, um projeto luso-timorense para a requalificação do ensino timorense em língua portuguesa.
Armindo Maia explicou que a proposta, que mexe na lei de bases da educação, ainda terá que passar pelo Conselho de Ministros e posteriormente pelo Parlamento Nacional, mostrando-se esperançado que essa discussão possa ocorrer antes das eleições, marcadas para 21 de maio.
“Com essa alteração, esperamos que os professores se possam começar a esforçar para lecionar em português”, disse, referindo-se a uma das duas línguas oficiais do país, a par do tétum.
Armindo Maia respondia a perguntas dos jornalistas sobre dados de que 80% da comunidade educativa timorense não utiliza o português na escola, explicando que esse é um dos maiores desafios do setor.
Neste âmbito recordou os esforços que têm sido feitos para fortalecer as capacidades de ensino em português dos docentes timorenses, inclusive através do projeto luso-timorense PRO-Português.
“O projeto PRO-Português no ano passado formou mais de 4.000 professores timorenses em formação intensiva em língua portuguesa. Esperamos este ano um número idêntico. Vamos apostar nisso”, vincou.
Questionada sobre a mesma matéria, a embaixadora de Portugal em Díli, Manuela bairros disse que no que toca ao uso do português em Timor-Leste se deve “ver o copo meio cheio”, notando os progressos na última década.
“Podemos fazer a leitura dos números como acharmos melhor. Pode haver 80% de pessoas que se sintam mais confortáveis a falar outras línguas que não a língua portuguesa, mas o que tenho verificado nas minhas viagens pelo país é que há muitas pessoas a quem me dirijo em português, que reagem em português, com melhor ou pior fluência”, disse.
“A partir do momento em que as pessoas sentem confiança na língua portuguesa esse número vai cair. O projeto CAFE está a trabalhar no sentido das pessoas se sentirem confortáveis com a língua portuguesa. É um processo, complexo e moroso, mas estive aqui há oito nos e senti uma grande mudança na proficiência do português por parte dos timorenses nesses oito anos”, afirmou.
Armindo Maia reiterou na cerimónia de hoje a vontade do Governo alargar a rede de escolas CAFE ao novo município de Ataúro “já no próximo ano”, com planos de abertura de uma segunda escola em Díli.
O plano “mais ambicioso” veria a implementação do programa, atualmente nas capitais dos municípios e da RAEOA, aos postos administrativos do país.
Maia explicou à Lusa que o sucesso dos CAFE é evidente pelos resultados, manifestando-se esperançado que a iniciativa possa contribuir para melhorias em todo o sistema.
Dia Internacional da Língua Materna – 21 de fevereiro
Proclamado pela UNESCO em 1999, o Dia Internacional da Língua Materna é celebrado no 21 de fevereiro, sendo comemorado em todos os seus países membros e visa promover, preservar e proteger todas as línguas faladas pelos povos em todo o mundo.
Inventário da Língua Pomerana distribui exemplares da publicação
O Inventário da Língua Pomerana (ILP), uma pesquisa coordenada pelo IPOL para conhecer a situação atual da língua pomerana presente em alguns estados do Brasil concluiu mais uma etapa do projeto com a publicação do livro Inventário da Língua Pomerana (Língua brasileira de imigração) e dá início a distribuição de exemplares aos munícipios participantes do projeto. Neste início de fevereiro de 2023, é a vez da comunidade de Jatibocas, Itarana, no estado do Espírito Santo.
Diversidade dos idiomas falados pelos indígenas é tema de uma exposição em São Paulo
Os idiomas indígenas, que estão entre as quase 200 línguas que o Brasil tem, ganharam uma exposição dentro do Museu da Língua Portuguesa.
Assista o vídeo… https://globoplay.globo.com/v/11299138/
A diversidade de idiomas falados pelos indígenas é tema de uma exposição no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.
O Brasil não fala uma língua só. Além do português, tem outras quase 200: bororo, que é diferente de aruaque, que também não é igual a mura. São as línguas dos povos da floresta. Os idiomas indígenas que sobreviveram ao tempo como árvores de tronco forte e que ganharam uma exposição dentro do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. “Nhe porã”, algo como “belas palavras” em guarani-mibyá.
“O português que a gente fala no Brasil é uma variante, não é o mesmo português, por exemplo, que é falado em Portugal e em outros países. Ele é uma variante em função da interferências das línguas originárias, das línguas indígenas e de línguas de africanos que foram escravizados e trazidos para cá”, explica Marília Bonas, diretora técnica do Museu da Língua Portuguesa.
ONU divulgará material de jornalistas de países menos avançados em português
Propostas devem ser submetidas até 15 de janeiro; textos, fotos, vídeos e material de rádio devem refletir prioridades do Programa de Ação de Doha; conteúdo deve ser produzido em português e outras oito línguas.
Na preparação da 5ª Conferência da ONU sobre os Países Menos Desenvolvidos, conhecidos por PMDs, a organização do evento convida jornalistas do grupo de economias a produzir material para várias plataformas, que será divulgado em todo o mundo.
Os autores não serão renumerados pela publicação de seus trabalhos, que devem ser submetidos até este 15 de janeiro. Depois da seleção das participações, estas poderão ser publicadas nas páginas da ONU News.
Seis áreas prioritárias
As propostas de conteúdos devem ser submetidas em formato de word devendo ter entre 600 e 800 palavras, destacando uma ou mais das seis áreas prioritárias do Programa de Ação de Doha.
Os tópicos envolvem investimento em pessoas, erradicação da pobreza e capacitação, aproveitamento do poder da ciência, tecnologia e inovação além do apoio à transformação estrutural como máquina da prosperidade.
Questões como reforço do comércio internacional e integração regional, ação climática, Covid-19 e construção da resiliência, além da mobilização de parcerias internacionais para uma graduação sustentável.
Idiomas e formatos
As reportagens devem ter interesse humano, comunicar a importância das prioridades do Programa de Ação aos habitantes dos PMAs, fazendo alusão à conferência da ONU a ser realizada no Catar entre 5 de março e 9 de março.
O conteúdo deve ser escrito em árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol, além de português, kiswahili e hindi, que são línguas usadas na ONU News, até meados deste mês ao e-mail sass@un.org.
A iniciativa acolherá matérias com conteúdo fotográfico com identidade do autor, legenda, data e local em que o material foi gerado.
Além de textos também serão consideradas reportagens em formato de vídeo, material de rádio e fotojornalismo.
Saiba mais em https://news.un.org/pt/story/2023/01/1807742
Publicado no site da ONU em 08/01/2022