Idiomas do tupi-guarani avançaram pela América do Sul em escala épica
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SÃO CARLOS, SP (FOLHAPRESS) – Os idiomas da família linguística tupi-guarani, que se expandiram pela América do Sul numa escala épica antes da chegada dos europeus, provavelmente surgiram há cerca de 2.500 anos, na região onde hoje fica Santarém, no Pará. A estimativa vem de um novo estudo sobre a “genealogia” dessas línguas, que mapeou seu avanço no tempo e no espaço e o parentesco entre elas.
Diferentemente do que muita gente pensa, o termo “tupi-guarani” não designa um único idioma, mas um grupo que engloba cerca de 40 línguas ainda faladas hoje e pelo menos mais uma dezena de idiomas extintos. Antes da invasão europeia, falantes dessas línguas tinham se expandido num raio de 4.000 km dentro da América do Sul.
Essas comunidades podiam ser encontradas da foz do rio da Prata, entre o Uruguai e a Argentina, até a atual Guiana Francesa. Segundo Gerardi, de modo geral, a semelhança entre os idiomas da família, apesar dessa distribuição geográfica tão ampla, era comparável à que existe entre os idiomas da família românica (o que inclui o português e seus “primos” –espanhol, italiano, francês, romeno e várias outras línguas com menos falantes).
“Você percebe que muitos aspectos da origem comum se mantiveram em diversas línguas que estão separadas há muito tempo. Há relatos sobre uma etnia do Maranhão que conseguia entender em parte o que falavam indígenas da fronteira do Amapá com a Guiana Francesa, por exemplo”, diz ele.
Apesar desse relativo conservadorismo, é inevitável que, com o passar dos séculos, as línguas descendentes de um ancestral comum comecem a divergir. Em parte, isso acontece pelo contato com idiomas de outras famílias linguísticas.
“No processo de expansão, isso certamente aconteceu com frequência, porque cada vez mais a gente tem percebido que não existiam vazios de população no Brasil antes da chegada dos europeus. Ou seja, por onde passaram, os falantes da família tupi-guarani foram encontrando outros indígenas”, afirma o pesquisador. Assim, ocorrem empréstimos –como “futebol”, palavra de origem inglesa, no nosso idioma.
Há vários outros processos de mudança linguística, como as transformações do som das palavras ao longo do tempo. É por isso que hoje dizemos “eu” e os espanhóis, “yo” — e não “ego”, como os antigos romanos.
Esse último detalhe é a chave da metodologia utilizada pelos pesquisadores. Eles montaram uma grande lista com centenas de possíveis cognatos, isto é, palavras que, apesar dessas mutações de som, muito provavelmente descendem de uma mesma palavra ancestral comum na origem da família tupi-guarani. O processo de sobrevivência ou desaparecimento desses cognatos ao longo das diferentes línguas da família é usado para tentar inferir a árvore genealógica da família como um todo.
Por exemplo, a palavra para “morcego” em tupinambá (também conhecido como tupi antigo) é “anira”; em wayampi, “anila”. Mas em guarani o termo é “mopi”; em kaiowá, “mbopiri” –o que indica uma “mutação”, semelhante à do DNA, na divergência entre o ancestral dos dois pares de línguas.
Após testar várias possibilidades, os pesquisadores acabaram optando por montar a árvore genealógica dos idiomas do grupo usando o que se costuma chamar de “relógio relaxado” –uma espécie de “tique-taque” que mede a taxa de transformações das línguas ao longo do tempo.
Mais uma vez, trata-se de uma ideia emprestada da biologia evolutiva. O “relógio relaxado” considera que os diferentes ramos da árvore podem evoluir em ritmos muito diferentes, explica Tiago Tresoldi, coautor do estudo ligado à Universidade de Uppsala (Suécia). “É a expressão de uma família que teve uma rapidíssima expansão em alguns ramos, mas que ainda é relativamente muito jovem e menos diferenciada”, diz ele.
A análise produziu uma árvore com três grandes subdivisões e um processo de expansão que só decola mesmo séculos depois da origem da família, a partir de 1.700 anos atrás. O aparente berço do grupo, entre os cursos altos dos rios Tapajós e Xingu e perto de Santarém, é interessante porque a região acabaria sendo palco da formação de grandes aldeias e estilos requintados de arte em cerâmica séculos depois. As coisas estariam ligadas de alguma forma?
Segundo Gerardi, ainda é cedo para dizer o que exatamente estaria acontecendo ali para impulsionar a expansão tupi-guarani, mas já se sabe que a região abrigava uma confluência de diferentes povos com papel importante na pré-história amazônica. Uma hipótese é que os membros da família linguística tenham combinado a criação de um pacote agrícola ideal para o cultivo de plantas de floresta tropical com uma ideologia guerreira que facilitou seu confronto com outras etnias ao longo dos séculos.
Leia diretamente na fonte: https://www.acessa.com/noticias/2023/12/189653-idiomas-do-tupi-guarani-avancaram-pela-america-do-sul-em-escala-epica.html
Puxando a Rede com IPOL:
. Acesse o artigo do PLoS ONE journal: Lexical phylogenetics of the Tupí-Guaraní family: Language, archaeology, and the problem of chronology
https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0272226
. Avanço épico dos idiomas Tupi-Guarani pela América do Sul
https://revistacenarium.com.br/avanco-epico-dos-idiomas-tupi-guarani-pela-america-do-sul/
. Siga o pesquisador Fabricio Ferraz Gerardi: https://twitter.com/fabricioicirbaf. O autor repostou uma mensagem da pesquisador Tábita Hünemeier (twitter: @hunemeier_t) : “Check out our review of the complex dynamics surrounding the Tupi expansion, one of the greatest demographic movements in the late Holocene of America and arguably one of the least studied / Confira nossa análise da complexa dinâmica em torno da expansão Tupi, um dos maiores movimentos demográficos do final do Holoceno da América e, sem dúvida, um dos menos estudados.”
Acesse o artigo em https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ajpa.24876
. Publicação em LA NACION – La milenaria trayectoria del idioma guaraní
Universidad de las Lenguas Indígenas de México – publicado el decreto de la creación de ULIM
Ejecutivo federal publica decreto de creación de la Universidad de las Lenguas Indígenas de México.
INPI | Instituto Nacional de los Pueblos Indígenas | 06 de noviembre de 2023
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Ciudad de México, 6 de noviembre de 2023.
Hoy el Diario Oficial de la Federación (DOF) publica el decreto firmado por el presidente de la República, Andrés Manuel López Obrador, por el que se crea la Universidad de las Lenguas Indígenas de México (ULIM) como organismo público descentralizado (OPD) de la Administración Pública Federal, con personalidad jurídica, patrimonio propio y autonomía operativa, técnica y de gestión, sectorizado a la Secretaría de Educación Pública (SEP).
El objeto de la ULIM es impartir educación superior para la formación de profesionistas en lenguas indígenas en los niveles de licenciatura, especialidad, maestría y doctorado, en las modalidades escolarizada, no escolarizada, mixta y dual; realizar investigación, promoción y vinculación, con el propósito de proteger, revitalizar, fortalecer y desarrollar el patrimonio lingüístico de los pueblos indígenas de México, y contribuir en la construcción de una sociedad basada en el reconocimiento y respeto de su diversidad lingüística, étnica y cultural.
Actualmente, en la ULIM se encuentran inscritas 24 mujeres y 28 hombres, quienes hablan náhuatl, huasteco, wixárika, mazahua, mazateco, mixe, mixteco, otomí, tepehuano, tlapaneca, tojolabal, tsotsil, zapoteco y español.
Con esto se cumple el compromiso del presidente durante el diálogo con el pueblo náhuatl de Milpa Alta el 9 de febrero de 2020.
La ULIM tendrá sus instalaciones en dicha demarcación de la Ciudad de México; inició actividades el pasado 12 de octubre, en el marco del Día de la Resistencia Indígena, con la licenciatura en Enseñanza de las Lenguas Indígenas. El próximo año también se impartirán: Traducción e Interpretación en Lenguas Indígenas; Literatura Indígena y Comunicación Indígena Intercultural.
Entre otras atribuciones de la ULIM está prestar, desarrollar, coordinar y orientar servicios de educación superior para la formación de profesionistas en la materia; establecer, expedir e implementar normas pedagógicas contenidos, planes, programas de estudio, modelos y métodos educativos con validez oficial; expedir constancias, certificados, diplomas, títulos y grados académicos a quienes concluyan estudios conforme a los planes y programas de estudio.
Igualmente, fomentar la vinculación con los pueblos y comunidades indígenas para fortalecer sus iniciativas y procesos relacionados con la revitalización, protección y desarrollo de las lenguas indígenas para ser un espacio académico abierto y de construcción colectiva.
La ULIM contará con una Junta de Gobierno y una Dirección General o Rectoría como órganos de gobierno, y un consejo académico. La Junta de Gobierno será su máxima autoridad administrativa y está integrada por:
Secretaría de Educación Pública, quien la presidirá; Secretaría de Cultura; Secretaría de Hacienda y Crédito Público; Instituto Nacional de los Pueblos Indígenas; Instituto Nacional de Antropología e Historia; Instituto Nacional de Lenguas Indígenas; Consejo Nacional de Humanidades, Ciencias y Tecnologías; Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social y una representación del Consejo Nacional de los Pueblos Indígenas.
Asimismo, los pueblos y las comunidades indígenas, por medio de sus autoridades e instituciones representativas podrán participar con voz en la Junta de Gobierno.
Lea el decreto aquí: DECRETO por el que se crea el organismo público descentralizado Universidad de las Lenguas Indígenas de México “ULIM”.
Leia a matéria na fonte: https://www.gob.mx/inpi/articulos/ejecutivo-federal-publica-decreto-de-creacion-de-la-universidad-de-las-lenguas-indigenas-de-mexico-350630?idiom=es
Saiba mais puxando a rede do IPOL:
. 28 de enero de 2021: La Universidad de las Lenguas Indígenas de México se construye con la participación de los pueblos y profundo sentido social. Los miembros de la Academia de la Lengua y la Cultura Náhuatl se integran al Comité Interinstitucional para establecer la Universidad en un lugar que cuente con el consenso y la aprobación de los pueblos de Milpa Alta.
. 12 de marzo de 2021: La Universidad de las Lenguas Indígenas de México tendrá una amplia legitimación social. Instalan el grupo de trabajo que tendrá la misión de llevar a cabo el proceso de diálogo y consulta con las comunidades nahuas de Milpa Alta para la creación de la ULIM.
. 09 de agosto 2022: Universidad de las Lenguas Indígenas de México: Estas serán las licenciaturas. AMLO prometió la creación de la Universidad de las Lenguas Indígenas de México en febrero de 2020.
. 21 de febrero de 2023: Gobierno federal sienta las bases para crear Universidad de las Lenguas Indígenas de México. En el contexto del Día Internacional de las Lenguas Maternas, autoridades firman acuerdo para el nacimiento de la ULIM.
. 15 de mayo de 2023: Gobierno de México garantiza derecho a la educación de los pueblos indígenas. Trabaja por una educación integral sustentada en conocimientos tradicionales y lenguas indígenas
. 06 de octubre 2023: Nace la ULIM para revitalizar y proteger las lenguas indígenas de México. La universidad arrancará con la Licenciatura en Enseñanza de Lenguas Indígenas, pero se proyecta contar con otras 3 licenciaturas
. 12 de octubre de 2023: Nace Universidad de las Lenguas Indígenas de México (ULIM) para preservar nuestra riqueza lingüística y cultural. En el Día de la Resistencia Indígena se cumple compromiso del presidente López Obrador.
. 16 de octubre, 23: Nace Universidad de las Lenguas Indígenas de México (ULIM) para preservar nuestra riqueza lingüística y cultural
17 de outubro 23: Diario Jurídico
https://www.facebook.com/INPImx/?locale=es_LA
. Acompanhe o Twitter do INPI | Instituto Nacional de los Pueblos Indígenas, Mexico
. Conheça o Atlas de los Pueblos indígenas de México.
Línguas e políticas linguísticas no atendimento à saúde: um curso para compartilhar desafios e soluções.
O encontro de terça-feira, 31 de outubro, encerrou nosso curso Línguas e políticas linguísticas no atendimento à saúde que tematizou a urgência de políticas para uma saúde multilíngue.
Contanto com a participação, como alunos, de pesquisadores e profissionais da área da saúde e de acolhimento aos que não falam ou falam pouco a língua portuguesa, o curso trouxe para o debate as demandas do multilinguismo em face das práticas monolíngues do Estado brasileiro, os cenários históricos e políticos envolvendo as centenas de línguas brasileiras históricas, as recentes imigrações e a condição de refugiado no Brasil, os desafios da comunicação multilíngue em saúde envolvendo intérpretes e os fundamentos dos Direitos Humanos e do Direito Linguístico no Sistema Público de Saúde.
Para a abordagem e discussão dos temas selecionados, tivemos a honra de contar com Rosângela Morello (coordenadora do IPOL), Marco Aurélio Machado de Oliveira (Observatório Fronteiriço das Migrações Internacionais), Mylene Queiroz Franklin (Associação Brasileira de Tradutores e Intérpretes), Alexandra Mara Pereira (docente na UFGD e intérprete de LIBRAS), Andressa Santana Arce (Defensoria Pública da União) e Marcos Paulo Santa Rosa Matos (advogado e pesquisador na área do direito linguístico). Em todos os encontros, o debate foi intenso!
O curso se encerrou! Mas o diálogo e as trocas continuarão.
Essa continuidade foi, de fato, uma demanda manifesta por todos os participantes. De acordo com os depoimentos, o curso não somente propôs discussões de problemáticas essenciais para que avancemos no direito a uma saúde multilíngue como funcionou como espaço para compartilhar os desafios enfrentados no trabalho e nas pesquisas e soluções que têm sido dadas nos vários contextos vividos pelos participantes.
Assim, o grupo saúde multilíngue seguirá ativo, consolidando-se com uma rede de trabalho, de trocas de informações e soluções. Juntos somos mais fortes!
Pesquisador colaborador do IPOL lança o Repositório Brasileiro de Legislações Linguísticas (RBLL)
Marcos Paulo, o mais novo pesquisador colaborador do IPOL, Doutor e Mestre em Letras na área de Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Sergipe e Doutorando em Direito na Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolveu e apresenta o site Repositório Brasileiro de Legislações Linguísticas (RBLL)
Com a formação acadêmica iniciada emFilosofia, chegou a Licenciatura em Letras e através do PROUNI alcançou o Direito. Essa formação plural o conduziu a pesquisas que exploram interdisciplinaridades como Filosofia e Direito, mas foi a interface entre Linguística e Direito que o aproximou das comunidades nos cantos do país. Segundo Marcos, essa interface o conquistou “especialmente por ser uma questão sensível às minorias linguísticas, grupos radicalmente vulneráveis nos mais diversos contextos sociais, porque estão excluídos da comunicação considerada legítima e aceitável.”
Foi no percurso do desenvolvimento de sua tese que chegou ao entendimento de que “uma análise orgânica do sistema jurídico brasileiro em relação às línguas e aos direitos linguísticos seria mais útil e consistente”. Diz que “lidar com a intrincada amálgama entre relações jurídicas, práticas linguísticas e processos histórico-políticos que as conformaram, foi algo especialmente complexo porque a maior parte dos trabalhos que se propuseram a fazer algo semelhante quanto a regimes linguísticos de outros países situavam-se mais estritamente no campo das Ciências Jurídicas (é o caso da tese de Sophie Weerts da Universidade de Louvain, por exemplo). Considerando que nosso objeto já era em si mesmo interdisciplinar, nossa análise também foi construída a partir de interface: como método de trabalho e dispositivo analítico lançamos mão da Análise de Discurso de tradição pecheutiana; para situar, descrever e compreender (em parte) o corpus precisamos recorrer ao próprio Direito (especialmente os ramos Constitucional e Comparado), à Linguística Jurídica e a uma área de Linguística Aplicada denominado Política e Planejamento Linguístico.”
Como um desdobramento que surgiu a partir do levantamento de leis que fez na pesquisa doutoral, Marcos esclarece que “o Repositório Brasileiro de Legislações Linguísticas (RBLL) procura ser um instrumento útil à tutela jurídica das línguas minoritárias do Brasil. Para os beneficiários dessa proteção, ele oferece acesso direto aos instrumentos legais que contém a formalização de seus direitos linguísticos. Para pesquisadores da área e estudiosos em geral, possibilita não apenas o acesso à materialidade textual das leis, mas também a recursos de busca e de agrupamento por língua, tipo de língua, Município, Estado etc. “
Marcos comenta “que durante a pesquisa realizada no Brasil e América Latina se deparou com uma intrincada e complexa teia de questões jurídicas e linguísticas que devem ser continuamente revisitadas do ponto de vista cientifico e acadêmico, mas também político e jurídico. Considerando que estas legislações são publicadas por força da lei mas que acabam ficando dispersas, se não ocultas, nos meandros da web, esboçou o Repositório como uma ferramenta que contribui para a divulgação do valoroso trabalho de cooficialização de línguas iniciado no Município de São Gabriel da Cachoeira, em 2002, contando com a intensa colaboração do IPOL, e que já alcança mais de 67 jurisdições (aí incluídos 66 Municípios e 1 Estado) e 38 línguas (26 indígenas, 10 alóctones e 2 gestuais). O Repositório possui atualmente a coleção “Normas de Cooficialização”, mas pretendemos ampliá-lo para exibir outras coleções de normas relacionadas a línguas minoritárias, bem como apresentar o levantamento de projetos legislativos em andamento, tendo em vista que essa é a fase mais sensível e crucial em termos políticos.”
Por fim, Marcos anota que “somando-se a tudo isso, há o fato de que o Brasil está entre os dez países com a maior diversidade linguística do planeta, mas dispõe de uma proteção jurídica notadamente frágil em relação às línguas minoritárias e às suas comunidades de falantes; precisamos avançar em termos de justiça linguística e para isso é extremamente útil termos acesso aos passos já dados, às conquistas legais que podem tomar como ponto de partida para novas empreitadas. Então o Repositório foi construído animado por múltiplos propósitos: divulgar as leis que já conseguimos promulgar e publicar, que são conquistas a serem conhecidas por seus beneficiários e acompanhadas para que sejam efetivamente implementadas e não apenas documentos de arquivos; fornecer aos pesquisadores que queiram se aventurar pelo Direito Linguístico materialidades a serem melhor investigadas e também uma indicação mínima de seus efeitos jurídicos; ser um espaço de memória no que diz respeito às legislações linguísticas brasileiras.”
Siga o link para conhecer a primeira versão do RBLL:
https://direitolinguistico.com.br/repositorio/
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Saiba mais.
Em 2015 o IPOL lançou durante a realização do 1 ENMP (Encontro Nacional de Municípios Plurilingues), realizado em Florianópolis, a publicação Leis e línguas no Brasil: o processo de cooficialização e suas potencialidades. Florianópolis: IPOL, 2015. 137p. MORELLO, Rosângela. (Org.). A coordenadora do IPOL Rosangela Morello comenta que “este livro foi concebido no momento em que se imaginava o 1ºENMP. Considerando o objetivo do Encontro de promover uma discussão multifacetada sobre a diversidade linguística e a política de cooficialização de línguas por municípios no Brasil, decidimos reunir, comentando, as leis e demais documentos ligados ao processo de cooficialização com o intuito de oferecer ao leitor uma compreensão histórica desse fato político e social.”
Veja a matéria sobre o livro: http://ipol.org.br/?s=leis+e+l%C3%ADnguas
Idiomas pouco conhecidos e seus peculiares dialectos
Explore línguas pouco comuns que ainda são faladas ao redor do mundo, revelando suas origens, estruturas e algumas palavras ou expressões únicas.
Foto ilustrativa
A diversidade linguística do mundo é um reflexo da riqueza cultural da humanidade. Enquanto muitos de nós estamos familiarizados com idiomas amplamente falados como o inglês, espanhol ou chinês, há uma infinidade de línguas menos conhecidas que apresentam peculiaridades e dialectos que cativam os estudiosos da linguagem. Neste artigo, exploraremos alguns idiomas pouco conhecidos e os intrigantes dialectos que os acompanham.
1. Pirahã – A Língua Sem Números
O Pirahã, falado pelo povo Pirahã, na Amazônia brasileira, é conhecido por sua notável ausência de palavras para números. A língua é focada no presente imediato e não possui conceitos para quantidades exatas. Essa característica desafia as noções tradicionais de linguagem e cognição.
2. Whistled Language de Silbo Gomero – O Assobio como Comunicação
Na ilha de Gomera, nas Ilhas Canárias, Espanha, existe uma linguagem assobiada chamada Silbo Gomero. Os habitantes locais usam assobios para se comunicar à distância em terrenos montanhosos. Surpreendentemente, essa linguagem transmite as mesmas informações que o espanhol falado.
3. Xhosa – Os Clics e Sons Únicos
O Xhosa, um idioma Bantu falado na África do Sul, apresenta cliques em sua fonética. Esses sons únicos, produzidos pela sucção ou estalo da língua, são considerados consoantes na língua. Os cliques são essenciais para a comunicação e têm diferentes significados quando associados a diferentes tons.
4. Ainu – A Língua Indígena do Japão
O Ainu é a língua do povo indígena Ainu do Japão. Essa língua é altamente aglutinante, o que significa que as palavras podem ser alongadas por meio da adição de sufixos. Além disso, o Ainu possui uma rica variedade de sons, incluindo vogais nasalizadas e consoantes finais que desafiam as expectativas linguísticas japonesas.
5. Rotokas – O Menor Alfabeto do Mundo
Falado em Bougainville, uma ilha da Papua-Nova Guiné, o Rotokas é notável por seu pequeno alfabeto de apenas 12 letras. A simplicidade do sistema de escrita é um exemplo de como as línguas podem se adaptar e evoluir para se adequarem às necessidades locais.
6. N|uu – O Idioma dos Clics do Kalahari
O N|uu é falado por um pequeno grupo de pessoas no deserto do Kalahari, na Namíbia. Assim como o Xhosa, o N|uu também incorpora cliques em sua fonética. Esse idioma é importante como parte da cultura e identidade do povo da região.
7. Línguas Uto-Aztecas – Verbos Complexos
Algumas línguas Uto-Aztecas, como o Nahuatl, apresentam construções verbais extremamente complexas. Os verbos são frequentemente modificados por meio de prefixos e sufixos para expressar informações sobre sujeito, objeto, tempo e outras nuances, tudo em uma única palavra.
8. WALS – A Linguagem dos Silvos
Os Silvos, habitantes das montanhas da ilha de La Gomera, nas Canárias, têm uma linguagem de assobio distinta chamada WALS. Essa linguagem permite a comunicação à distância em um ambiente montanhoso e é transmitida de geração em geração.
9. A Língua dos Pássaros – Silbo Biskra
Em uma área rural da Argélia, existe um dialeto conhecido como Silbo Biskra, que é compreendido por humanos e pássaros. Os habitantes locais imitam os sons dos pássaros para se comunicarem entre si e também com as aves.
10. Ithkuil – A Língua da Precisão
O Ithkuil é uma língua construída criada por John Quijada, que visa alcançar um nível extremo de precisão e concisão na comunicação. Com gramática complexa e uma vasta gama de formas verbais, o Ithkuil foi desenvolvido para expressar pensamentos e sentimentos de maneira detalhada.
Esses exemplos destacam a maravilhosa diversidade e complexidade das línguas ao redor do mundo. A linguagem é uma expressão única da cultura, identidade e criatividade humana, e cada língua, por mais desconhecida que seja, oferece insights sobre a riqueza da comunicação humana.
Publicado em https://jornaldafronteira.com.br/Publicacao.aspx?id=431500