Inicia projeto ‘Talian: perspectivas e ações’ nas escolas de Flores da Cunha, RS.
Na última semana a secretaria de Educação, Cultura e Desporto, em parceria com a secretaria de Turismo, Indústria, Comércio e Serviços deu o pontapé inicial no projeto “Talian: perspectivas e ações”, que desenvolverá oficinas para os estudantes de 4º ano de todas as escolas da rede pública ou particular da cidade de Flores da Cunha, RS.
Entrevista com Gilvan Müller de Oliveira na ReVeL
“Políticas linguísticas são uma faceta das políticas públicas dos países, das organizações internacionais, das corporações e instituições, e nesse sentido são um fazer permanente do homem, sempre adaptadas à sua época, aos interesses geopolíticos, econômicos e culturais em jogo numa determinada fase histórica. Não se esgotam, mudam de foco; não se completam, estão sempre em construção.”
A entrevista foi publicada no volume 14, número 26, da Revista Virtual de Estudos da Linguagem – ReVEL, dedicado ao tema Política Linguística.
A Revista Virtual de Estudos da Linguagem – ReVEL é uma publicação eletrônica, com periodicidade semestral. Idealizada por dois jovens estudantes de Linguística, a ReVEL lançou seu primeiro volume em 2003 e desde então vem contribuindo com a formulação de um pensar e divulgar os estudos da linguagem no Brasil. A atual edição apresenta 11 artigos inéditos, 3 resenhas, 1 artigo traduzido e na seção ReVEL na Escola conta com mais dois artigos.
O número apresenta ainda duas entrevistas inéditas sobre o tema, com os linguistas Bernard Spolsky, da Universidade Bar-Ilan de Israel, e Gilvan Müller de Oliveira, professor da Universidade Federal de Santa Catarina e pesquisador do IPOL.
Em sua entrevista, Gilvan Müller de Oliveira responde a dúvidas conceituais, cita ações importantes que vem desenvolvendo nas diversas instituições em que atua, coordenando e assessorando projetos e pesquisas sobre as diferentes línguas do Brasil e sobre as políticas públicas que elas demandam. Também discute as questões linguísticas da era digital.
Leia a entrevista completa na edição atual da Revista ReVEL em http://www.revel.inf.br/files/e92f933a3b0ca404b70a1698852e4ebd.pdf
Fonte: IPOL Comunicação
Final de semana com atividades do IPOL no Vale do Itajaí
Aconteceu no sábado, dia 19, na Sede da AMMVI, em Blumenau, a Oficina do projeto “Línguas de imigração como patrimônio: (re)conhecendo a diversidade linguística no sabor da herança culinária”.
O Projeto, contemplado pelo edital Elisabete Anderle de estimulo à Cultura/ 2014, prevê a realização de oficinas, objetiva promover a educação patrimonial com destaque ao cenário plurilíngue e multicultural e às histórias das imigrações e das comunidades linguísticas da região através da culinária.
Participaram da Oficina representantes do IPOL, do IPHAN, autoridades locais e interessados no tema.
Após a abertura do evento pela coordenadora geral do IPOL, Rosângela Morello, a palavra foi dada à representante do IPHAN regional, a historiadora Regina Helena Meirelles Santiago,que situou as ações do IPHAN e a parceria com o IPOL no campo da promoção da diversidade linguística.
Para a temática da oficina – Diversidade Linguística e Patrimônio, foi convidado Gilvan Müller de Oliveira, professor adjunto da UFSC e assessor do IPOL que, retomando situações ocorridas em diferentes momentos e países, contextualizou a importância histórica das políticas linguísticas no Brasil e no mundo.
Sobre as línguas do vale, ressaltou os momentos de repressão vividos pelas línguas, em diferentes momentos históricos e destacou o fato de que, apesar dessa repressão, houve o que os estudiosos chamam de um processo de aclimatação das línguas, ou seja, como uma planta que se adapta a sua nova paisagem, muitas línguas brasileiras, entre as quais o alemão, polonês e italiano, viveram transformações e se adequaram ao novo solo cultural.
Para entender o quanto as discussões a respeito da diversidade étnica e linguística são recentes, Gilvan lembrou que apenas em 1988 os indígenas foram reconhecidos como cidadãos brasileiros e explicou que “desde 1988 estamos tento uma mudança de rumo, de olhar a diversidade brasileira e a diversidade no mundo, exigindo que os estados criem e estimulem formas de governanças que contemplem a diversidade étnica, linguística, religiosa nas nações, plurais em sua natureza.”
Dando continuidade, Rosângela Morello, coordenadora do IPOL, contextualizou as políticas de legimitação das línguas no Brasil, destacando que são muito atuais e estão servindo de exemplo para outros países que ensaiam formas de reconhecer e valorizar as suas línguas. Desde 2001, o IPOL esteve envolvido com a criação de políticas que culminaram, em 2006, com o INDL – Inventário Nacional da Diversidade Linguística, uma ação que permitiu, segundo a pesquisadora “mapear um conjunto de ações, gerando dados que mostrassem como e onde funcionam as línguas e qual seu grau de vitalidade.” Na metodologia do INDL houve a necessidade de categorização das línguas presentes no Brasil, pois dependendo do número de falantes e regiões onde habitam, há demandas diferentes de organização e métodos de pesquisa para olhar e compreender as situações nas quais as línguas funcionam. Houve interação e debates com os participantes. Na última parte da oficina, o grupo assistiu ao filme “Meio”, que aguçou o debate sobre a percepção de falantes sobre suas línguas.
O lançamento do livro Receitas de Imigração iniciou com a saudação em italiano de Paola Da Rui Gadotti, 9 anos, neta de Oliva e Mário Da Rui, moradores de Timbó e que foram entrevistados durante a pesquisa que conduziu ao livro. A publicação foi produzida no âmbito do projeto Receitas da Imigração – Língua e Memória na Preservação da Arte Culinária (2011-2014) fomentado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) através do Edital do Programa Nacional de Patrimônio Imaterial-PNPI/2012 e executado pelo IPOL.
Na cerimônia de lançamento, o Presidente do Colegiado de Cultura da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI), José Gabriel Corrêa, iniciou dizendo que desde o início do projeto esteve à disposição do IPOL para ajudar a concretizar a ideia. Segundo ele, o livro é importante para a região, pois a gastronomia significa muito para os municípios e através dela se organizam muitos encontros entre moradores das comunidades e de outras pessoas que visitam o Vale. Para ele, o livro é especial, pois nele são contadas as histórias do povo do Vale do Itajaí.
Regina Helena Meirelles Santiago, representante do IPHAN, também destacou a importância da Constituição de 1988, a partir da qual o conceito de patrimônio mudou sua natureza, se deslocando do sentido mais físico e material para a concepção de patrimônio imaterial, que exige formas diferentes de preservar. O livro, de acordo com Regina “é manifestação da concepção de patrimônio dos moradores das comunidades do Vale do Itajaí, ou seja, significa o que é importante para eles, o que eles julgam importante guardar nesse registro, através do trabalho de pesquisa.”
Como coordenadora do IPOL, Rosângela saudou a todos, conectando a pesquisa sobre as receitas e as imigrações com outros contextos no Brasil, em especial com o Espírito Santo, estado também plurilíngue. Ressaltou a atuação do IPOL no Vale do Itajaí, citando os projetos desenvolvidos e seus desdobramentos.
Ao final, as pesquisadoras Ana Paula Seiffert e Mariela Silveira destacaram a importância da pesquisa e um pouco mais do processo que viveram de escuta e registro das histórias, envolvendo a imigração dos diferentes povos que constituíram a região.
Ana Paula destacou que a escolha das receitas foi feita pelos moradores e agradeceu às Instituições que apoiaram o projeto, aos parceiros de trabalho no IPOL e principalmente às famílias presentes, citando as famílias envolvidas presentes e lembrando também aquelas que não estavam.
Mariela Silveira também agradeceu a oportunidade de participar do Projeto e enfatizou como as histórias ouvidas no Vale nos remetem a tantas outras histórias de nosso Brasil, que precisam ser escutadas e valorizadas.
Finalmente, os familiares presentes manifestaram os agradecimentos ao Projeto e com muita emoção o dia terminou com o sentimento comum de gratidão, de alegria sincera e celebração ao finalizar um trabalho que partilha saberes e fazeres dos moradores do Vale do Itajaí.
Fonte: IPOL Comunicação
Línguas do Vale do Itajaí no Registro Receitas da Imigração e nas Oficinas de Políticas Linguísticas do IPOL.
Um conjunto de ações vem sendo recentemente desenvolvido pelo IPOL e parceiros junto a comunidades linguísticas do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, com o objetivo de conhecer e reconhecer a diversidade linguística da região e promover as práticas sociais e identitárias dos diferentes grupos.
Inscrições para oficinas do projeto línguas de imigração como patrimônio
Estão abertas as inscrições para as oficinas do projeto “Línguas de imigração como patrimônio: (re)conhecendo a diversidade linguística no sabor da herança culinária”, coordenado pela pesquisadora do IPOL e do NAUI – Dinâmicas Urbanas e Patrimônio Cultural – da UFSC, Mariela F. da Silveira
e executado pelo Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística (IPOL). O Projeto do IPOL, contemplado pelo edital Elisabete Anderle de Estimulo à Cultura 2014, prevê a realização de três oficinas objetivando promover a educação patrimonial com destaque ao cenário plurilíngue e multicultural e às histórias das imigrações e das comunidades linguísticas da região através da culinária.
As oficinas são gratuitas e serão realizadas neste semestre na Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI), em Blumenau, nos dias 19 de março, 9 de abril e 14 de maio de 2016. Vagas limitadas.
Serviço:
O quê: Inscrições gratuitas para Oficinas do projeto “Línguas de Imigração como Patrimônio: (re)conhecendo a diversidade linguística no sabor da herança culinária”
Onde: Sede da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí. Rua Alberto Stein, n° 466, Bairro Velha, Blumenau
Quando:
Oficina 1 “Diversidade Linguística e Patrimônio” em 19/03/2016
Oficina 2 “Línguas e Imigração no Brasil” em 09/04/2016
Oficina 3 “Línguas e políticas de reconhecimento e promoção” em 14/05/2016
Quem pode participar?
Membros das comunidades da região (professores, lideranças, comunidade em geral);
Gestores locais (representantes de Secretaria de Cultura, Secretaria de Educação e de associações);
Inscrição: no endereço https://docs.google.com/…/1E1MHt4PsBM7-laUH201UyuqJHuw…/edit ou entre em contato pelo e-mail lingua.patrimonio@gmail.com ou telefone: (48) 9122-8517
Fonte: IPOL/Notícias da UFSC
Inventário irá promover língua pomerana em nível nacional
Por: Leonardo Meira
Com um trabalho intenso, de mais de 10 anos, a língua pomerana finalmente será reconhecida no Inventário das Línguas Brasileiras. Bastante discutida, debatida e avaliada, a proposta foi uma das 20 selecionadas no Edital de Chamamento Público do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, do Ministério da Justiça.
O Inventário da Língua Pomerana (ILP) se alinha à Política do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), desenvolvida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e toma por base o Guia para Pesquisa e Documentação, que orienta essa política.
Sua concepção e proposta de execução é parte de uma parceria que vem se consolidando desde 2007, e que envolve o Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística (IPOL), sediado em Florianópolis, Santa Catarina, e instituições e pesquisadores do Espírito Santo, estado onde estão concentradas as comunidades pomeranas focalizadas na proposta. Continue lendo