24 anos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
Em 17 de julho, comemoram-se os 24 anos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Presente em 4 continentes e reunindo quase 300 milhões de membros, a CPLP promove a amizade, o entendimento e a cooperação entre seus membros.
Além do Brasil, integram a CPLP Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal e Timor-Leste.
Também prova de sua importância são os vários países e organizações internacionais que participam da Comunidade como Observadores Associados.
O Brasil, por meio da ABC, mantém com os países da CPLP projetos de cooperação em áreas como saúde, educação, recursos hídricos, justiça, administração pública, segurança alimentar e nutricional e inclusão de pessoas com deficiência.
No combate à Covid-19, o Brasil fez doações para a aquisição de medicamentos e insumos médico-hospitalares para parceiros da CPLP.
A promoção da língua portuguesa constitui outro pilar essencial da CPLP.
Abrigando o maior número de falantes do idioma e uma diversificada indústria criativa em língua portuguesa, o Brasil está ciente de suas responsabilidades para o fortalecimento e difusão do português no contexto internacional.
O presente aniversário da CPLP é particularmente especial, pois, em 2020, comemorou-se, pela primeira vez, o dia 5 de maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa, após o reconhecimento dessa data pela UNESCO.
Dia Internacional da Língua Portuguesa
“A Língua Portuguesa será uma das grandes línguas do século XXI”
O Tratado da Gratidão de São Tomás de Aquino inspirou o professor Sampaio da Nóvoa num agradecimento público que, há alguns anos, se tornou viral. Pela primeira vez, Sampaio da Nóvoa viu o seu discurso, num vídeo que a TVI decidiu recuperar neste dia da Língua Portuguesa.
Assistam:
“Sua Excelência, de Corpo Presente”, de Pepetela, ganha o prêmio Correntes d’Escrita
O escritor angolano Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudônimo de Pepetela, autor de obras de referência como Mayombe, A Geração da Utopia e Predadores, entre outras, ganhou no último dia 20 de fevereiro, o prêmio Correntes d’Escrita com seu último livro “Sua Excelência, de Corpo Presente”.
Leia a reportagem e ouça a entrevista divulgadas pelo Voz da América.
A “humanidade está muito conflituosa”, diz-nos Pepetela por um lado, mas por outro o escritor angolano tem esta crença incurável nessa mesma humanidade que o inspira a escrever obras que o tornaram um autor premiado mundialmente.
Mas o que nos fez embarcar numa longa conversa com Artur Pestana, Pepetela, não foram as suas crenças, mas os seus prémios. O escritor angolano foi distinguido com o prémio literário Correntes d’Escrita a 20 de fevereiro, pelo seu mais recente livro “Sua Excelência, de Corpo Presente”.
Pepetela habituou o leitor à sátira, à crítica e esta obra não é muito diferente, mas o escritor ressalva que é um livro que destaca a mudança nas sociedades africanas, numa altura em que se vive um contra-ciclo no mundo. Desta vez, a realidade africana é o exemplo positivo e não o mau exemplo.
Educação, um bem que vai de mal a pior
Pepetela vê em si um optimista, com esperança na juventude, mas ao mesmo tempo assume uma posição realista no que toca ao estado da literatura e educação angolanas, descrevendo um cenário pouco auspicioso nesse campo: “O ensino da língua portuguesa está muito mau e eu não vejo quando é que para de piorar”.
Pepetela refere que além da falta de domínio da língua portuguesa, os jovens angolanos não aprendem a escrever e não têm referências de obras em línguas nacionais, pelo que não têm portanto uma alternativa à língua portuguesa.
Com dezenas de obras publicadas e traduzido em 15 línguas, o ex professor universitário, ex-vice ministro da Educação, lamenta a falta de investimento no departamento que um dia ajudou a gerir, mas mais um vez o seu optimismo não o deixa desesperar: “Um dia vai ter que ser”, referindo-se à melhoria do sistema angolano.
Nesta conversa, o autor de obras mundialmente conhecidas como Lueji, Mayombe, Jaime Bunda, Yaka, Os Predadores, Geração da Utopia ou o Cão e os Calús, vencedor do Prémio Camões em 1997, falou também de possíveis adaptações dos seus livros ao cinema e como tudo emperra no obstáculo dinheiro. Por isso, ainda que gostasse de ver uma obra sua adaptada ao ecrã, é algo que não tira o sono a Pepetela: “Se acontecer, aconteceu, se não acontecer não aconteceu”.
Mandinga – Revista de Estudos Linguísticos
