Museu celebra a potência da música brasileira e de nosso idioma no Dia Internacional da Língua Portuguesa 2023
Publicado em 28 de abril de 2023 na página do Museu da Lgua Portuguesa
Chico César, Lirinha, KL Jay e Samba da Vela estão entre os convidados. Cantos indígenas, lusofonia, música caipira, funk, rap, embolada, coco e MPB estão presentes na programação, toda gratuita, que vai ocupar vários espaços do Museu nos dias 5 e 6 de maio
O Museu da Língua Portuguesa promove uma celebração à potência e à diversidade da música brasileira no contexto do Dia Internacional da Língua Portuguesa 2023, comemorado em 5 de maio, com uma série de atividades nos dias 5 e 6 em diversos espaços do Museu. O tema principal do evento será Língua e Canção, que permeia boa parte da programação da instituição da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo neste ano. Todas as ações, assim como a entrada ao Museu, serão gratuitas nesses dois dias.
Com curadoria do historiador e músico Cacá Machado, o Dia Internacional da Língua Portuguesa 2023 vai abordar a variedade da língua portuguesa e do cancioneiro do país, que se manifesta por meio de diferentes gêneros musicais. Pois, se tem uma gente, um povo, que se revela por meio da música, é o brasileiro.
“O Dia da Língua do Museu da Língua Portuguesa se organizará em dois eixos temáticos/poéticos: ‘Cio da terra: sonoridades da língua e da canção’ e ‘Máquina de ritmo: a misturada geral sob o signo do suingue’. O ‘Cio da terra’ abarca a vocação da língua portuguesa (e brasileira em particular) em transformar tudo em canção: religião, trabalho, jogos, afetos. Tradição oral do litoral e do sertão. Tradição lírica. Cantos vindos pelo mar: Portugal, África, Brasil. Nossos cantos das terras. Já o ‘Máquina de ritmo’ é o reconhecimento do ritmo brasileiro (importado, recriado e exportado) como força motriz de uma tradição poderosa de dicção da língua e da canção brasileira. Do samba ao rap, passando pelo coco, pela embolada, pelo funk e outros sacolejos”, afirma Machado.
Na programação, a MPB se fará presente em um show de voz e violão de Chico César. A influência africana no português e a lusofonia aparecem em conversa entre o sociólogo brasileiro Mário Medeiros e a professora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na Universidade de São Paulo, Rita Chaves – o escritor e professor angolano Ondjaki participará virtualmente deste bate-papo.
A atriz Luah Guimarães, a percussionista Victória dos Santos, o diretor Vadim Nikitin e o compositor e curador da programação, Cacá Machado, farão uma performance remixando literatura e canções da língua portuguesa. Já o tradicional Samba da Vela aporta no Saguão Central da Estação da Luz.
A música caipira também é lembrada em trabalho de Suzana Salles e Lenine Santos, que recebem o instrumentista Webster Santos. O funk é destaque na participação de Meno del Picchia, MC Lanzinho, MC Tizzi e Batata Boy. Ritmos originários do Norte e Nordeste do país, como coco, ganham espaço com Caçapa, Lirinha e os cantadores de embolada Antônio Caju e Rouxinol Pereira. Contos e cantos indígenas estarão em performance com Denilson Baniwa, Lilly Baniwa e Andreia Duarte.
Para fechar a programação, Xis e KL Jay realizam o Papo da Quebrada, uma aula-show em que falarão sobre o rap com uma discotecagem ao vivo. A mediação será da jornalista Gisele Coutinho.
Enquanto essas atividades estiverem acontecendo, será exibido, em looping, no miniauditório do Museu, o documentário “Nelson Cavaquinho” (1969), dirigido por Leon Hirszman.
“Pensei a programação em três camadas. Uma primeira são as rodas de conversas, que chamamos aqui de ‘Conversas de botequim’. Serão dois encontros, um sobre a língua portuguesa viva na literatura negra contemporânea (Portugal-África-Brasil) e outro sobre a língua brasileira nordestina. Outra camada são os shows: da música caipira ao funk de São Paulo, passando pelo rap e emboladas. Por fim, duas performances acontecerão junto ao público do Museu, trazendo as línguas dos povos originários e um remix da literatura e de canções da língua portuguesa. Enfim, o público terá uma ampla amostra da língua portuguesa contemporânea”, finaliza o curador.
Confira a programação completa:
5 DE MAIO
11h – Performance Antes do Tempo Existir
No Pátio A e na Rua da Língua
O artista visual Denilson Baniwa, a atriz Lilly Baniwa e a diretora Andreia Duarte se valem de memórias longínquas dos povos originários na apresentação de uma performance em que real e ficção se mesclam para questionar a lógica de produtividade da sociedade contemporânea.
Grátis (com necessidade de retirada de ingressos para entrar no Museu)
13h – Show Samba da Vela
No Saguão Central da Estação da Luz
O tradicional Samba da Vela, com a presença de 13 integrantes, apresenta clássicos do gênero, além de canções de novos compositores e autorais, nesta apresentação no Saguão Central da Estação da Luz. O show tem hora para começar, às 13h, e só vai acabar quando a vela acesa para a ocasião se apagar.
Grátis (sem necessidade de retirada de ingressos)
16h – Conversa de botequim Língua Negra Lusoafrobrasileira
No Auditório e pelo YouTube do Museu da Língua Portuguesa (com libras)
A influência da língua africana no português e lusofonia são os temas desta conversa que vai reunir o sociólogo brasileiro Mário Medeiros e a professora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na Universidade de São Paulo, Rita Chaves. O escritor e professor angolano Ondjaki participará remotamente deste bate-papo.
Grátis (com necessidade de retirada de ingressos para entrar no Museu – quem já estiver no Museu terá entrada livre para este evento)
17h – Show Caipira
No Pátio B
A cantora Suzana Salles e o tenor Lenine Santos convidam o multi-instrumentista Webster Santos para realizar uma releitura de clássicos da música caipira, como “Boi Soberano”, “Beijinho Doce” e “Índia”, tendo como referências artistas fundamentais para este gênero da música brasileira, como Cascatinha e Inhana, Angelino de Oliveira, Tião Carreiro e Pardinho e João Pacífico.
Grátis (sem necessidade de retirada de ingressos)
19h – Show Chico César, voz e violão
No Auditório e na Praça da Língua
Nesta apresentação de voz e violão especial para o Museu, Chico César celebra a língua portuguesa em suas canções. Algumas delas, como “Mama África”, “À Primeira Vista” e “Pensar em Você”, viraram hits e fizeram o cantor e compositor paraibano ser conhecido em todo o Brasil.
Grátis (retirada de ingressos a partir das 17h – dois por pessoa – na bilheteria do portão A. Sujeito a lotação)
9h às 18h – Documentário Nelson Cavaquinho
No miniauditório
Dirigido por Leon Hirszman, este filme, lançado em 1969, acompanha o dia a dia do sambista Nelson Cavaquinho, autor de músicas como “Juízo Final” (com Élcio Soares), “A Flor e o Espinho” (com Guilherme de Brito e Alcides Caminha) e “Folhas Secas” (com Guilherme de Brito).
Grátis (com necessidade de retirada de ingresso para entrar no Museu)
6 DE MAIO
11h – Performance Já passou de português
No Saguão Central da Estação da Luz
A atriz Luah Guimarães, a percussionista Victória dos Santos, o diretor Vadim Nikitin e o compositor Cacá Machado reúnem literatura e canções da língua portuguesa em performance que passará por diversos espaços do Museu da Língua Portuguesa. A ideia é mostrar as relações entre a língua escrita e a musicalidade em nosso idioma.
Grátis (sem necessidade de retirada de ingressos para entrar no Museu)
13h – Show Fluxo do Funk
No Saguão Central da Estação da Luz
O músico e pesquisador Meno del Picchia faz um apanhado do funk paulista, marcado pela ostentação em suas letras, entre outros estilos. Neste pocket show, ele recebe como convidados MC Lanzinho, MC Tizzi e Batata Boy, representantes da nova geração do funk.
Grátis (sem necessidade de retirada de ingressos)
15h – Conversa de botequim: Do Nordeste brasileiro
No Pátio B e pelo YouTube do Museu da Língua Portuguesa (com libras)
A influência da língua e canção nordestinas na formação da cultura brasileira é o tema da roda de conversa Do Nordeste brasileiro. Lirinha, do Cordel do Fogo Encantado, e os cantadores de embolada Antônio Caju e Rouxinol Pereira participam do encontro, que terá mediação do compositor e produtor musical Caçapa.
Grátis (sem necessidade de retirada de ingressos)
16h – Show Do Nordeste brasileiro
No Pátio B
Logo após a roda de conversa, Lirinha, Caçapa, Antônio Caju e Rouxinol Pereira colocam em prática o que falaram no debate realizado no Dia Internacional da Língua Portuguesa do Museu. No repertório, eles cantam e tocam emboladas, cocos e repentes.
Grátis (sem necessidade de retirada de ingressos)
18h – Papo da Quebrada: aula-show com Xis e KL Jay
No Pátio B e pelo YouTube do Museu da Língua Portuguesa (com libras)
Os rappers Xis, autor do sucesso “Us Mano e As Mina”, e KL Jay, DJ do grupo Racionais MC’s, vão promover uma aula-show sobre o rap e ainda apresentar alguns clássicos do gênero por meio de uma discotecagem ao vivo. A mediação será da jornalista Gisele Coutinho.
Grátis (sem necessidade de retirada de ingressos)
9h às 18h – Documentário Nelson Cavaquinho
No miniauditório
Dirigido por Leon Hirszman, este filme, lançado em 1969, acompanha o dia a dia do sambista Nelson Cavaquinho, autor de músicas como “Juízo Final” (com Élcio Soares), “A Flor e o Espinho” (com Guilherme de Brito e Alcides Caminha) e “Folhas Secas” (com Nelson Antonio da Silva e Guilherme de Brito).
Grátis (com necessidade de retirada de ingressos para entrar no Museu)
ATENÇÃO: INGRESSO PARA O SHOW DO CHICO CÉSAR
A entrada ao Museu da Língua Portuguesa não garante acesso ao show do cantor Chico César. Para prestigiar este evento, é preciso retirar ingressos – dois por pessoa – a partir das 17h, no dia 5 de maio (sexta-feira), inclusive quem já está dentro do Museu. Sujeito a lotação.
SERVIÇO
Museu da Língua Portuguesa
De terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência até 18h)
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Grátis nos dias 5 e 6 de maio
Grátis para crianças até 7 anos
Grátis aos sábados
Acesso pelo Portão A
Venda de ingressos na bilheteria e pela internet
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Museu da língua portuguesa terá exposição sobre canção popular do Brasil
Matéria na Folha de São Paulo por Monica Bergamo em 19 MAIO 2023
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A canção popular do Brasil será o tema da próxima exposição temporária do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.
Bossa nova, MPB, funk, rap, sertanejo e outros gêneros serão abordados em “Essa Nossa Canção”, mostra que será inaugurada em julho. A curadoria será de Hermano Vianna e Carlos Nader, com coordenação geral de José Miguel Wisnik e Isa Grinspum Ferraz.
Crianças indígenas de MS serão alfabetizadas na língua materna; programa atende quatro línguas
Alfabetiza MS Indígena será implantado nos 79 municípios do Estado
O processo de alfabetização de crianças indígenas de Mato Grosso do Sul será feito na própria linguagem utilizada pela comunidade. Isso porque o programa Alfabetiza MS Indígena traduzirá materiais didáticos para quatro línguas de povos originários do Estado.
A ação foi tema de seminário na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) nesta quinta-feira (18). “É um programa que nós lançamos, assinamos ele em 21, implementamos no estado em 22. MS Alfabetiza é um regime de colaboração que o Estado faz com todos os municípios”, lembrou o secretário-adjunto de Educação, Edio de Castro.
Segundo o adjunto, a parceria entre o Estado e município se dá pela distribuição de material pedagógico produzido por MS. “A educação visa alfabetizar na idade certa, ou seja, no primeiro e no segundo ano”, afirmou.
Nestas fases, o ensino é ofertado pelas redes municipais. Assim, 60 escolas de MS participam, sendo que 30 serão premiadas pelo bom desempenho.
Alfabetiza MS Indígena
Para melhor atender as crianças indígenas, criadas em línguas originárias, o programa passou por adaptação. “Vamos transcrever todo esse material a partir deste ano, para implementar no que vem junto com eles na linguagem deles”, explicou.
Além disso, destacou que “isso vai facilitar, evidentemente, a alfabetização deles, em igualdade de condições com os que estão nas nossas redes no dia a dia”. No início, haverá tradução do material para quatro línguas.
“Esse início vai começar com quatro, Guarani, Kaiowá, Terena e Kadiwéu”, apontou. No entanto, são sete línguas originárias em MS, sendo que três estão quase extintas do território sul-mato-grossense.
Assim, a coordenadora do MS Alfabetiza, Estela Andrade, disse que estão em processo de contratação de tradutores. “As línguas ainda serão de acordo com os linguistas que nós vamos conseguir contratar para fazer tradução do material”, ressaltou.
Quando o projeto começa?
Conforme a diretora da Fadeb (Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Educação Básica de MS), Cecília Motta, “ano que vem a criança será alfabetizada em duas línguas, na língua indígena e na portuguesa”.
Ela ressaltou que o projeto é o primeiro do país. “O Brasil está construindo uma alfabetização na língua portuguesa, mas no Brasil não tem apenas a língua portuguesa, temos outras línguas. E MS é o segundo estado com maior população indígena”, lembrou.
“A gente é alfabetizado na língua da gente e eles falam uma língua toda diferenciada”, disse. Sobre as três línguas que estão em processo de extinção, a diretora garantiu que haverá um trabalho de resgate.
Comunicação pela língua nativa
Na Aldeia Bananal, em Aquidauana, 90% da comunidade se comunica com a língua nativa. Anciões usam o terena na aldeia, língua que se mantém entre as crianças.
Ao Jornal Midiamax, o cacique e professor, Celio Fialho, disse que os materiais traduzidos ajudam na manutenção da língua.
“A importância da manutenção da língua é a valorização da cultura. Uma vez que a comunidade indígena ela perde sua língua, ela perde uma parte da sua cultura”, explicou.
Assim, destacou que o “trabalho dentro da Secretaria de Educação, dentro do âmbito da educação, ele é muito importante, porque lá dentro da escola além manter a cultura, valoriza”.
Secretaria de Educação Indígena
Por fim, o professor e técnico pedagógico indígena nacional, Joaquim Maná Kaxinawá, palestrou no seminário. Em entrevista, lamentou que a educação formou-se no país de forma não inclusiva. “Os povos começaram a pensar: Por que a gente só aprende conhecimento e não ensina o nosso conhecimento?”, lembrou.
Então, reforçou a importância do projeto pioneiro em MS. “De 1,3 mil povos que existia, só existem 305 povos. São estimadas 70 línguas falantes e outras já não falam mais”, lastimou a perda da cultura.
“Futuramente nós queremos que seja criada a Secretaria Especial de Educação Indígena, tanto no meu estado [Acre], quanto no MEC, quanto nos municípios. Onde tiver esses povos tem que ter essa demanda, essa instituição”, comentou.
Vila Pavão, município no estado Espirito Santo, recebe exemplares do Inventário da Língua Pomerana
INVENTÁRIO DA LÍNGUA POMERANA
IPOL faz entrega de exemplares do livro Inventário da Língua Pomerana para a Secretaria Municipal de Educação do municipio de Vila Pavão, no Espirito Santo.
A publicação é fruto de um projeto de pesquisa que durante três anos levou aos estados de Espirito Santo, Santa Catarina Rio Grande do Sul.
Educadores e lideranças pedem mais atenção à educação escolar indígena
Publicado em 26/04/2023 por Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil – Brasília
Participantes da 19ª edição do Acampamento Terra Livre – espécie de assembleia que o movimento indígena realiza anualmente, desde 2004, em Brasília – aprovaram, hoje (26), a redação de um documento em que cobram mais atenção do Poder Público à educação escolar indígena.
Escrito a partir das contribuições de educadores e de lideranças de diversas etnias e de diferentes localidades, a carta deve ser apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, provavelmente na sexta-feira (26), quando Lula deve comparecer ao encerramento do evento organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A expectativa do movimento indígena é que, na ocasião, o presidente anuncie a homologação de novas terras indígenas.
Cópias do documento com as principais reivindicações do movimento quanto à oferta pública de instrução formal para os povos indígenas também serão encaminhadas ao ministro da Educação, Camilo Santana, e a outros membros do governo federal, bem como a governadores e prefeitos de cidades onde há a presença de comunidades indígenas.
Entre as principais demandas do movimento indígena para o segmento está a criação, no âmbito do Ministério da Educação, de uma secretaria integralmente dedicada à educação escolar indígena. “Não é interessante termos professores e gestores indígenas [atuando em] territórios indígenas de acordo com um modelo de educação anti-indígena que continue colonizando a educação e que não reforça o projeto de cada povo”, argumentou o pedagogo e integrante da Organização dos Professores Indígenas do Ceará, Thiago Anacé.
Para os participantes da plenária sobre educação indígena realizada na manhã de hoje, no Acampamento Terra Livre, a criação de uma secretaria especial poderia contribuir institucionalmente para agilizar as ações do Poder Público em resposta a uma série de problemas elencados no documento, tais como “a precariedade da educação escolar indígena e da infraestrutura das escolas indígenas”; “a desvalorização dos professores indígenas” e a “frágil execução das políticas públicas de educação escolar indígena nos estados e municípios”.
“Nos últimos anos, sofremos muitos retrocessos. A precarização nas escolas indígenas aumentou muito; os processos seletivos para contratação de professores indígenas e de pagamento destes profissionais estão caóticos. Por isso estamos pedindo para retomarmos de fato a política de educação escolar indígena. Estamos pedindo socorro, que a educação escolar indígena seja encarada como uma prioridade”, comentou Alva Rosa Tukano, do Fórum de Educação Escolar Indígena, entidade que vem propondo a criação de uma secretaria especial desde a transição entre o governo Jair Bolsonaro e a posse de Lula.
Universidade indígena
No documento aprovado esta manhã, os participantes do Acampamento Terra Livre e membros das entidades que atuam com a educação escolar indígena também voltam a reivindicar a criação de uma instituição federal de educação superior. Em 2014, o tema motivou o então ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a instituir um grupo de trabalho para “realizar estudos sobre a criação de instituição de educação superior intercultural indígena que promova, por meio do ensino, pesquisa e extensão, atividades voltadas para a valorização dos patrimônios epistemológicos, culturais e linguísticos dos povos indígenas, considerando-se suas demandas e necessidades”.
O movimento indígena também pede que volte a lhe ser garantida uma vaga no Conselho Nacional de Educação; a retomada da implementação dos chamados Territórios Etnoeducacionais; a discussão ou consolidação de um fundo específico para a educação escolar indígena – espécie de Fundo de Manutenção e Desenvolvimento (Fundeb) específico para o subsistema educacional; a retomada das políticas de ação afirmativa para estudantes indígenas; uma política de promoção e pesquisa das línguas e dialetos indígenas falados no país e a garantia de que crianças e adolescentes de áreas em disputa tenham acesso ao ensino indígena.
“Nós que moramos nas [áreas] retomadas temos grandes dificuldades na implementação da educação escolar indígena. Só em Mato Grosso do Sul há mais de 150 áreas em litígio, não demarcadas, e muitas destas comunidades não recebem sequer o que já é assegurado pela Constituição Federal. Por isso, reivindicamos que seja assegurado às áreas retomadas o mesmo tratamento destinado às escolas homologadas de aldeias indígenas. E que seja assegurado o mesmo tratamento às escolas de aldeias urbanas ainda não homologadas”, propôs Gilmar Veron, do Fórum de Educação de Mato Grosso do Sul.
Edição: Juliana Andrade
Lula levanta faixa contra marco temporal e diz que vai demarcar ‘maior número possível de terras indígenas’
Presidente assinou decretos de demarcação de seis áreas nesta sexta-feira (28), durante encerramento do acampamento Terra Livre. Também prometeu melhorar plano de carreira da Funai.
Publicado em G1 / Por Guilherme Mazui, Beatriz Borges e Kellen Barreto, g1 e TV Globo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (28) que o governo vai trabalhar para demarcar o “maior número possível de terras indígenas”. A declaração foi dada durante evento de encerramento do acampamento indígena Terra Livre, em Brasília.
Na cerimônia, o presidente assinou os decretos de demarcação de seis terras indígenas (veja quais são as terras) e também levantou uma faixa contra o marco temporal sobre essas áreas, questão em análise no Supremo Tribunal Federal (STF) (relembre abaixo).
“Nós vamos legalizar as terras indígenas, é um processo um pouco demorado. A nossa querida ministra sabe do processo. Tem que passar por muitas mãos e a gente vai ter que trabalhar. A gente vai ter que trabalhar muito para que a gente possa fazer a demarcação do maior número possível de terras indígenas. Não só porque é um direito de vocês, mas porque se a gente quer chegar em 2030 com desmatamento zero na Amazônia, a gente vai precisar de vocês como guardiões da floresta”, disse.
Siga a leitura da matéria:
https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/04/28/lula-terras-indigenas-acampamento-terra-livre.ghtml
Nunca mais um Brasil sem nós!
A campanha “Nunca mais um Brasil sem nós” é uma ação que propõe dar visibilidade a luta dos 305 povos indígenas que resistem e existem no Brasil, e que garantem a preservação de 274 línguas faladas. Os povos indígenas habitam todos os biomas brasileiros e são os protagonistas da sua preservação.
http://www.abi.org.br/nunca-mais-um-brasil-sem-nos/
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