Palestra e Exposição – Entre a subordinação e a emancipação: passado, presente e futuro da tradução para as línguas indígenas do México
O professor José Antonio Flores Fárfan, do Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social (CIESAS) apresentará uma breve revisão da história da tradução no México, com referência às línguas nativas, enfatizando as diferentes políticas de tradução que estiveram e continuam a estar em jogo, nomeadamente o modelo de subordinação e o modelo de emancipação. Concebidos em estado de fluxo, ou seja, como um continuum, a desconstrução destes modelos permite compreender as diferentes dinâmicas e contextos em que a tradução se desenrola como exercício de poder, desde ilustrações como a multivocalidade de La Malinche, passando pelas adoções e adaptações da tradução cultural em contexto (pós)colonial, até à revisitação das contradições do Estado moderno face aos esforços e agência contemporâneos dos tradutores e intérpretes nativos na luta pela sua sobrevivência e pela das suas línguas e culturas minoritárias. Tudo isto incluirá a consideração da tradução como um desdobramento de práticas a diferentes níveis que constitui um complexo de desafios para a tradução em línguas nativas Além disso, o professor fará uma exposição de materiais e livros indígenas da região do México.
Data: 30/10/2024
Horário: 17h15 – Exposição 18h00 – 20h00: Palestra
Modalidade: Presencial
Local: Sala 408 – CCE – Bloco D
Todos os participantes terão direito a um certificado de 2 horas.
Página oficial da atividade: https://www.instagram.com/geopolimulti
Podcast do G20 em Guarani será apresentado na Unesco
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Projeto do coletivo de comunicadores Djagwa Etxa faz parte do projeto Opaná, em parceria com a Itaipu Binacional
O podcast do G20 Brasil produzido na língua indígena guarani, parte do projeto Opaná: Chão Indígena, em parceria com a Itaipu Binacional, será apresentado na reunião multissetorial sobre Povos Indígenas e Mídia, na sede da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), nos dias 26 e 27 de novembro, em Paris, na França.
O programa, produzido pelo coletivo de comunicadoras e comunicadores indígenas Djagwa Etxa, em parceria com o G20 Brasil, será apresentado pelo comunicador indígena Micael Eliabe, da comunidade Tekoha Nara’i, Terra Indígena Laranjinha, localizada no norte do Paraná.
Paulo Porto, gestor do Programa de Sustentabilidade Indígena da Itaipu Binacional, avalia que o convite para participar no evento junto à Unesco demonstra a relevância de programas que fortaleçam comunidades originárias.
O encontro na Unesco irá reunir organizações de mídia indígenas e não indígenas, incluindo emissoras públicas, reguladores de mídia, mídia privada e comunitária, além de acadêmicas e acadêmicos e representantes de entidades vinculadas à ONU para discutir o desenvolvimento de mídias livres, independentes e pluralísticas para promover o direito à liberdade de expressão e acesso à informação.
Podcast em parceria com o G20
Desde março deste ano, o coletivo Djagwa Etxa trabalha na produção de podcast em parceria com o G20 Brasil, com o objetivo de produzir boletins de rádio na língua indígena Guarani para disseminar informação e ser uma forma de consolidar a cultura oral do povo Guarani.
O coletivo é responsável pelas traduções e produção dos boletins em Guarani, com conteúdo jornalístico produzido pela comunicação do G20 Brasil. A distribuição é gratuita para emissoras de rádio no Brasil e no exterior. Os boletins estão disponíveis nos sites Rádio Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), e no site g20.org, do G20 Brasil.
O coletivo Djagwa Etxa, que significa “olhar da onça”, um dos animais sagrados dos povos originários e que cuida das matas, é formado por jornalistas e comunicadoras e comunicadores indígenas dos povos Guarani e Kaingang da Terra Indígena Laranjinha (PR). Surgiu em 2023 durante o Acampamento Terra Livre (ATL), a maior assembleia dos povos indígenas realizada, desde 2004, no mês de abril, em Brasília (DF).
Micael explica que o surgimento do coletivo partiu da necessidade em dar visibilidade às línguas indígenas brasileiras. Para o comunicador, o convite para produzir e gravar conteúdos para o G20 é uma oportunidade para preservar culturas, tradições e conhecimentos ancestrais. “É uma maneira de valorizarmos e fortalecermos nossas línguas, o seu uso e, ao mesmo tempo, estamos contribuindo para o desenvolvimento de habilidades linguísticas e comunicativas dos indígenas que estão envolvidos no projeto”, considera.
Sobre o convite em participar do encontro na França, Micael diz que está muito otimista e feliz pela oportunidade de apresentar o trabalho de comunicadoras e comunicadores indígenas do sul do Brasil para o mundo. “Este é um evento que mostra que estamos no caminho certo e que tem gente de olho nos nossos trabalhos. Teremos mais visibilidade para os povos indígenas do sul do País”, afirma.
OPANÁ: Chão Indígena
O podcast na língua indígena guarani faz parte do Opaná: Chão Indígena, projeto da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), por meio do Programa CAPA em parceria com a Itaipu Binacional. O projeto tem como foco a segurança alimentar às comunidades indígenas com base na agroecologia, o acesso ao saneamento e água potável, além do fortalecimento cultural. Atua com as comunidades Guarani localizadas no Oeste e Litoral do Paraná, atendendo um total de 32 comunidades do povo Avá Guarani e Guarani Mbya, distribuídas em dez municípios paranaenses.
Entre as ações do projeto, está a produção de podcasts que tratam de temas sobre segurança alimentar, segurança hídrica e combate ao racismo.
Jhony Luchmann, coordenador do projeto Opaná, observa que a ação complementa um conjunto de atividades que estão sendo executadas para que políticas públicas cheguem às comunidades Guarani do Oeste e do Litoral do Paraná e proporcionem qualidade de vida e dignidade para todas as pessoas. “É a presença do Estado através de uma parceria que tem experiência e condições técnicas de executar estas políticas públicas”, afirma.
Vozes da Terra: Línguas Indígenas e Justiça Climática (17/10)
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O encontro é organizado pelo Grupo de Estudos de Línguas Indígenas (Geli), pelo Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) e pela União Plurinacional dos Estudantes Indígenas (UPEI).
O encontro abordará temas urgentes sobre a preservação das línguas indígenas, o impacto da justiça climática e a criação e o fortalecimento de universidades indígenas.
O evento contará com a participação do cacique Raoni, líder indígena da etnia caiapó, e dos líderes indígenas Txai Suruí e Edson Kayapó.
Confira a programação completa no link https://drive.google.com/file/d/1chgkkut5H_K6xciAO633ORuzqcUOPnJm/view?usp=drive_link.
Acadêmicos, estudantes de linguística, de antropologia e áreas afins, líderes e representantes indígenas e interessados na preservação das línguas e culturas indígenas são o público-alvo.
O encontro é apoiado pela Pró–Reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (Proec).
Para outras informações, escreva para o e-mail comuniel@unicamp.br.
Saiba mais buscando o link: https://jornal.unicamp.br/agenda/2024/10/04/liderancas-indigenas-participam-do-evento-vozes-da-terra-linguas-indigenas-e-justica-climatica/
Funai lança Gramática Pedagógica da Língua Wapichana e reforça importância da preservação das línguas indígenas
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Após uma década de luta e dedicação, o povo indígena Wapichana, de Roraima, celebrou um momento histórico nesta terça-feira (24) com o lançamento da Gramática Pedagógica da Língua Wapichana. A iniciativa, promovida pelo Museu do Índio, órgão científico-cultural da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), em parceria com professores e lideranças indígenas, representa a consolidação de anos de esforços para o reconhecimento e a preservação da língua.
A Gramática Pedagógica Wapichana foi construída para ser uma das frentes de fortalecimento e revitalização da língua Wapichana para que possa ser repassada às futuras gerações. Além disso, a iniciativa contribui com a educação nas escolas indígenas. O lançamento ocorreu na Comunidade Indígena Tabalascada, no município de Cantá (RR).
A presidenta da Funai, Joenia Wapichana, celebrou a conquista. Ela lembrou que a autarquia tem como atribuição orientar a política indigenista para promover a defesa dos direitos indígenas. Sendo assim, buscar a consolidação e garantir a perpetuação das línguas indígenas é uma forma de assegurar que suas culturas, saberes e tradições sejam repassados e eternizados. Joenia também reforçou que proteger os direitos dos povos indígenas é uma obrigação conjunta dos governos Federal, estaduais e municipais.
“Estamos retornando os trabalhos para que a Funai seja mais presente nas comunidades e caminhe ao lado dos povos indígenas para que projetos iguais a esse não sejam apenas uma novidade, mas sejam mais frequentes. A gente vai buscar parcerias com as organizações indígenas e outros órgãos. Esse lançamento é uma porta para que outros trabalhos nessa linha sejam lançados”, afirmou a presidenta.
O lançamento é um marco importante para a educação indígena em Roraima, beneficiando diretamente os professores, alunos e demais comunidades indígenas da região. A gramática busca atender à heterogeneidade dos falantes, contribuindo para o fortalecimento da identidade e preservação cultural do povo Wapichana. Para a diretora do Museu do Índio, Fernanda Kaingáng, a iniciativa representa um importante incentivo à educação — ponto de partida para garantir a presença indígena nos espaços de poder.
“Estamos aqui celebrando o resultado de dez anos de trabalho de muitos professores, porque cultura viva é o que nos garante direito a território. A cada duas semanas desaparece uma língua no mundo, são línguas indígenas, são as nossas línguas. Então a gente quer parabenizar a força do movimento indígena e dos professores indígenas aqui de Roraima. Os alunos que estão aqui serão a presidência de amanhã, serão os parlamentares de amanhã, serão os coordenadores regionais de amanhã”, destacou a diretora.
A criação da gramática pedagógica atende a uma demanda por continuidade da formação de professores e ampliação dos materiais de apoio ao ensino da língua Wapichana. A iniciativa se soma a outros esforços de valorização e preservação da língua e cultura indígena no Brasil, num momento em que a educação e o fortalecimento identitário se mostram mais necessários do que nunca. A professora Wanja Sebastião participou da construção da gramática e comemorou o lançamento. Ela lembrou a contribuição fundamental de Wendy Wapichana, que faleceu em decorrência da covid-19.
“Chegamos a este momento, que é de gratidão e orgulho para nós, do povo indígena Wapichana. Nossa luta vem de longe, desde nossos ancestrais. Aqui, lembramos de todos os colegas que contribuíram para este trabalho e que não estão mais entre nós. Wendy Wapichana foi fundamental para este trabalho, participando das entrevistas, pesquisas e levantamentos em todas as comunidades. Hoje, ela não está conosco, mas sempre estará em nossa história e memória”, pontuou a professora.
Também participaram do evento a coordenadora regional da Funai em Roraima, Marizete de Souza; o coordenador e Tuxaua da comunidade, Cesar da Silva; os professores indígenas Benedita André da Silva, Nilzimara da Souza Silva, Thomas Pinto Isaac e Wanja Sebastião; a coordenadora-geral de Educação Escolar Indígena, Rosilene Tuxá; a coordenadora-geral da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), do Ministério da Educação (MEC), Pierangela Nascimento; o secretário de educação do município do Cantá, Igor Rodrigues; a coordenadora estadual da Organização dos Professores Indígenas de Roraima, Marileia Teixeira; e o coordenador-geral do Conselho Indígena de Roraima, Edinho Batista.
Confira a íntegra da Gramática Pedagógica da língua Wapichana.
Gramáticas Pedagógicas
A nova coleção de Gramáticas Pedagógicas em línguas indígenas foi produzida no contexto do Projeto de Documentação de Línguas Indígenas, desenvolvido desde 2008 por meio de uma parceria entre Funai/Museu do Índio e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e surge como uma ferramenta essencial para fortalecer o ensino e a aprendizagem das línguas originárias, ao mesmo tempo em que promove reflexões sobre as estruturas gramaticais e a importância política do uso contínuo de suas línguas maternas.
Assessoria de Comunicação/Funai
Leia a matéria na fpnte no link: https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2024/funai-lanca-gramatica-pedagogica-da-lingua-wapichana-e-reforca-importancia-da-preservacao-das-linguas-indigenas
Dia da Amazônia: livro resgata língua indígena que chegou a ser considerada extinta
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Publicação desenvolvida pelos anciões indígenas, linguistas, Norte Energia e secretarias de Educação é uma forma de preservar a cultura e a memória
Siga a matéria em: https://exame.com/bussola/dia-da-amazonia-livro-resgata-lingua-indigena-que-chegou-a-ser-considerada-extinta/
Comissão aprova proposta que cria programa para preservar línguas dos povos indígenas
A Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 3690/19, que obriga a administração pública a criar programa de preservação, recuperação e transmissão das línguas indígenas brasileiras. Já aprovado pelo Senado Federal, o texto altera a Lei Rouanet.
A proposta determina que documentos públicos solicitados pelos indígenas sejam fornecidos em português e no idioma nativo. O projeto também considera dialetos indígenas como bens de natureza imaterial do patrimônio cultural brasileiro.
Definições
Segundo o texto, a preservação se dará por meio da realização de inventários, registros, vigilância e tombamento, além de outras formas de manutenção de acervo. Já a recuperação ocorrerá pelo registro das línguas indígenas em vocabulários ortográficos e dicionários e sua codificação em gramáticas.
A transmissão, por sua vez, deverá ocorrer pela divulgação das línguas indígenas nas regiões em que são faladas nos canais públicos de comunicação, na sinalização urbana e rural, no serviço público comunitário e nos ensinos fundamental e médio, a título de disciplina curricular facultativa. Também deverá ser garantida a oferta de cursos para o ensino dessas línguas em escolas do ensino médio, sempre que houver o número necessário de alunos interessados
O parecer da relatora, deputada Juliana Cardoso (PT-SP), foi favorável ao projeto, apresentada pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO).
“Ao incluir a preservação, recuperação e transmissão dessas línguas no âmbito das políticas públicas, o PL contribui para combater a extinção de idiomas que carregam conhecimentos ancestrais, tradições, e uma visão de mundo única”, avaliou a relatora.
Próximos passos
O projeto será analisado, em caráter conclusivo, pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Leia a matéria na fonte: https://ptnacamara.org.br/comissao-aprova-proposta-que-cria-programa-para-preservar-linguas-dos-povos-indigenas/