Índia: o dilema linguístico chega ao ensino oficial de Goa
Índia: o dilema linguístico chega ao ensino oficial de Goa
A ministra do Desenvolvimento de Recursos Humanos da Índia, Smriti Irani, em declarações recentes à imprensa, afirmou seu apoio à nova política educacional de ensino trilingue nas escolas oficiais de Ensino Secundário de todo o país.
A nova política das línguas de instrução, conhecida como a “fórmula das três línguas”, foi adotada em 2013 pelo Conselho Central da Educação Secundária, órgão oficial do governo indiano que fiscaliza os estabelecimentos de ensino do país, tanto públicos quanto privados.
A declaração da ministra Irani gerou fortes controvérsias por ter, por exemplo, apoiado a substituição do alemão – uma língua viva, porém, estrangeira – pelo sânscrito – língua antiga da Índia e de uso litúrgico no hinduísmo – como terceira língua de instrução, e não como uma língua estrangeira.
As escolas goesas têm aderido largamente à “fórmula das três línguas”, mas as autoridades do Estado de Goa – antigo território português na Índia – têm ainda dúvidas quanto à determinação de uma terceira língua de instrução para as escolas.
Na maioria das escolas secundárias em Goa, a língua inglesa é ensinada como primeira língua e o hindi – a outra língua oficial da Índia – é a segunda língua de instrução. A partir do 8º ano, as escolas goesas oferecem, como opção de terceira língua, a de maior preferência na região onde se situam: o sânscrito, línguas locais como concani e marata, o urdu, o francês e a Língua Portuguesa.
Modo de falar e regionalismos distinguem português brasileiro do africano
Modo de falar e regionalismos distinguem português brasileiro do africano
Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil | Edição: Lílian Beraldo
Camba? Kumbu? Kota? Você pode não saber, mas essas são palavras da língua portuguesa faladas em Angola, país da costa sudoeste da África colonizado por portugueses. Esses são termos usados para designar, respectivamente, “amigo”, “dinheiro” e “pessoa mais velha e respeitável”, e são uma pequena amostra de como a língua portuguesa tem variações que podem torná-la incompreensível até mesmo para seus falantes.
Comunidade Hunsriqueana comemora a aprovação do Projeto para Inventário de sua Língua
Comunidade Hunsriqueana comemora a aprovação do Projeto para Inventário de sua Língua
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) divulgou no mês passado (ver notícia aqui) o resultado da habilitação e avaliação das propostas do Edital de Chamamento Público 004/2014 – Identificação, Apoio e Fomento à diversidade linguística no Brasil – Línguas de Sinais, Línguas de Imigração e Línguas Indígenas. Dentre as propostas aprovadas estão duas parcerias com o IPOL: o Inventário da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e o Inventário do Hunsrückisch (hunsriqueano) como língua brasileira de imigração. Este último será desenvolvido pelo IPOL e pela UFRGS, e tem por base o Projeto ALMA, coordenado pelo prof. Cleo Vilson Altenhofen, o qual será ampliado desde a perspectiva do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), abrangendo novas comunidades linguísticas, especialmente no Espírito Santo.
A notícia da aprovação do Projeto do Inventário do Hunsrückisch foi comemorada euforicamente pela comunidade Hünsriqueana. Como exemplo dessa celebração apresentamos a seguir a correspondência do prof. Cleo Vilson Altenhofen destinada àquela comunidade e demais parceiros envolvidos no Projeto.
Línguas Nacionais Logo Estarão no 1º Ano das Escolas de Angola
Línguas Nacionais Logo na 1ª Classe
Por Onélio Santiago

Para já, projecto abrange nove províncias e chega a 100 mil alunos – Foto: Manuel Tomás e Mário Mujetes.
Mais de 100 mil alunos, de nove províncias, já aprendem línguas nacionais na escola. A iniciativa, que só abrangeu ainda a 1.ª classe, é do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE), que pretende implementar o bilinguismo. Entre os académicos, há quem fale de “cobardia” e “falta de vontade”, enquanto outros apelam à uniformização da escrita.
As línguas nacionais já são leccionadas como disciplinas na 1.ª classe em 681 escolas do ensino primário, num processo que envolve 2.458 professores e 113.227 alunos. Kwanza-Norte, com 43.025, é que tem mais alunos, enquanto a Huíla, com 134, é a província com mais escolas. Os dados são da secção de línguas nacionais do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE), coordenada por António Chamuhongo. No entanto, esta estatística é “provisória”, porque inclui apenas os dados de nove províncias, das quais Luanda não faz parte. O objectivo, segundo António Chamuhongo, é “reaver” o ensino da cultura nacional, através das línguas nacionais e implementar o bilinguismo, permitindo que se comunique em português e numa das línguas nacionais. “Todo o angolano deverá ser bilingue, com capacidade de usar correctamente uma língua nacional e a oficial, que é o português”, explica.
Crônica de Bessa Freire sobre o Seminário Ibero-Americano da Diversidade Linguística

Prof. Dr. José Ribamar Bessa Freire durante a conferência “Direitos Linguísticos e Línguas Minoritárias” – Foto: Facebook Diversidade Linguística.
Cortem a Língua Deles
José Ribamar Bessa Freire
A cada quinze dias acontece uma morte. Dizem que cortam a língua da vítima com requintes de crueldade. O cadáver desaparece misteriosamente sem deixar vestígio. Daqui até o natal haverá mais dois assassinatos em algum lugar do mundo, segundo previsão do investigador irlandês David Crystal, que busca pistas para explicar tantos crimes. Nenhum organismo policial, nacional ou estrangeiro, identificou até hoje os assassinos. Um seminário realizado em Foz do Iguaçu (PR), nesta semana, reuniu autoridades e especialistas da América Latina para discutir, entre outras questões, como evitar essas mortes consideradas crime contra a humanidade.
Defensores do mirandês exigem assinatura da Carta Europeia de Línguas Minoritárias
Defensores do mirandês exigem assinatura da Carta Europeia de Línguas Minoritárias
Amadeu Ferreira, presidente da Associação de Língua e Cultura Mirandesa, diz que a assinatura deste convénio é um desejo antigo ainda não concretizado.
A Associação de Língua e Cultura Mirandesa (ALCM) reclama que Estado português assine da Carta Europeia das Línguas Minoritárias, já que se trata “dos poucos países” do continente que ainda não o fez. A Carta Europeia das Línguas Minoritárias é um tratado adoptado em 1992 pelo Conselho Europeu para promover e proteger as línguas regionais e minoritárias históricas.
“A assinatura da Carta Europeia é um processo diplomático pelo qual os Estados se comprometem a dizer, preto no branco, aquilo que estão dispostos a fazer para apoiar as línguas minoritárias existentes dentro do seu território”, explicou à agência Lusa Amadeu Ferreira, o presidente da ALCM, uma estrutura sediada em Miranda do Douro, distrito de Bragança.




