Direitos Humanos

III Congreso Internacional Lenguas Migraciones Culturas – CILMIC 2024

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“Subjetividades migrantes en un ‘mundo feroz’: debates relacionales sociolingüísticos y culturales en ambientes geofísicos y mediados”

En su tercera instancia, el Congreso Internacional de Lenguas Migraciones y
Culturas propone poner nuevamente el foco en el cruzamiento de fenómenos
sociolingüísticos y culturales que atraviesan y experimentan las subjetividades
migrantes. A partir de diferentes perspectivas y dentro de los márgenes de un
horizonte interdisciplinario, desde la construcción del congreso se pretende debatir
sobre los principales problemas conceptuales y metodológicos que conllevan los
estudios interseccionales que confrontan e interrogan a las interfaces de múltiples
sistemas de poder.
Las subjetividades migrantes como construcciones identitarias son un fenómeno
físico y social que implican tanto el cambio de posición de los cuerpos como el
legado de huellas en distintas trayectorias personales y comunitarias. La noción de
migración alude al desplazamiento, y a la concreción de los procesos de mudanza a
ámbitos transnacionales donde se entrecruzan diferentes lenguas, culturas y
experiencias. La metáfora de “mundo feroz”, tomada del libro de Gita Sen y Marina
Durano (2014), titulado “Refundando los contratos sociales: Feministas en un
mundo feroz” remite a un espacio de tránsito social y lingüístico convulsionado, a un lugar de fracciones políticas y fricciones culturales, a un territorio de promesas que
reordenan las dimensiones de la vida, los comportamientos y los deseos, y a un
ambiente físico o mediado virtualmente, pleno de incertidumbres y contradicciones.
Asimismo, es en este “mundo feroz” donde se erige el encuentro, el intercambio y la
reciprocidad.

El campo de estudio de los fenómenos sociolingüísticos y culturales abre un camino
interesante para explorar el mundo feroz en el que vivimos, y a través de diferentes
miradas interdisciplinarias e intersectoriales nos acerca el impacto que toca,
interpela y transforma a las subjetividades migrantes.

Acesse o programa aqui: Programa Publicado CILMIC 2024.docx

. Rosângela Morello, coordenadora do IPOL, participa do evento com a exposição “Saúde Multilíngue: tradução e interdição no atendimento à saúde” refletindo sobre necessidades urgentes que envolvem o uso das línguas e o sistema de saúde brasileiro, em especial nas regiões fronteiriças.

Dados do relatório consolidado do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra – 2023)
revelam tendência de crescimento dos processos migratórios internacionais e a consolidação do
eixo migratório do Sul Global em direção ao Brasil. Os dados disponibilizados mostram o aumento e a capilaridade dos imigrantes nas diferentes regiões do país, com um número estimado de 1,5 milhão de imigrantes entre 2011 e
2022, somando os de registros migratórios para solicitantes de refúgio e refugiados. Tal situação
geopolítica têm impacto direto nos repertórios e nas práticas linguísticas locais, bem como
produzem tensões, hierarquias e desigualdades em diversos setores da sociedade, como é o caso
do atendimento à saúde. Acrescenta-se a esse cenário, a diversidade das comunidades indígenas,
das populações transfronteiriças e das comunidades surdas que vivem e se deslocam no território
nacional.
Leia mais sobre a proposta de curso desenvolvida em parceria entre o Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Políticas Linguísticas (IPOL), o Grupo de Estudos em Linguagem e Transculturalidade (GELT/CNPq/UFGD), a Cátedra UNESCO de Políticas Linguísticas para o Multilinguismo. Confira o link: http://ipol.org.br/linguas-e-politicas-linguisticas-no-atendimento-a-saude-um-curso-para-compartilhar-desafios-e-solucoes/


Saiba mais puxando a rede IPOL:

AMANHECER Feminista

. DAWN (Development Alternatives with Women for a New Era / Alternativas de Desenvolvimento com Mulheres para uma Nova Era)  é uma rede feminista transnacional de acadêmicas, pesquisadoras e ativistas do Sul global. A DAWN trabalha no âmbito do quadro de género, ecologia e justiça económica (GEEJ), que destaca as ligações entre estas três áreas de advocacia. A rede oferece um fórum para a defesa feminista, investigação e análise sobre questões sociais, políticas e económicas globais que afetam as mulheres, com foco nas mulheres pobres e marginalizadas do Sul global. Saiba mais sobre as atividades  da organização DAWN visitando sua página: https://www.dawnfeminist.org/about-us

 

. “Refundando los contratos sociales. Feministas en un mundo feroz”  O livro citado na apresentação do evento tem em sua introdução que “Este libro indaga, desde una perspectiva feminista del Sur, el potencial
que tiene un enfoque interrelacionado de los derechos humanos para confrontar y
transformar el mundo feroz en el que vivimos. El libro no pretende brindar fórmulas.
Es un esfuerzo por abrir debates en la búsqueda de la comprensión de los complejos
y difíciles dilemas existentes en terrenos políticamente tensos.”

acesse o link para ver o índice da publicação: http://biblio.trabajosocial.unlp.edu.ar/meran/opac-detail.pl?id1=14109

Acesse um resumo do livro aqui:

https://dawnnet.org/sites/default/files/articles/20160914_socialcontractsabridgedespbooklet.pdf



. Leia entrevista com Gita Sen sobre o “mundo feroz”:

https://dialogosdelsur.operamundi.uol.com.br/mundo/56945/gita-sen-define-este-mundo-feroz

GT NACIONAL NO COLÓQUIO INTERNACIONAL DE LÍNGUAS INDÍGENAS – Paris

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GT NACIONAL NO COLÓQUIO INTERNACIONAL DE LÍNGUAS INDÍGENAS NO COLLÈGE DE FRANCE

 

O GT Nacional da Década das Línguas Indígenas estará presente no Colóquio Internacional de Línguas Indígenas no Collège de France em Paris no próximo dia 15 de março. O evento marca também a abertura da exposição Nhe’ẽ Porã na sede da Unesco, que vai ficar em exibição entre os dias 14 e 26 desse mês.

Altaci Rubim, integrante do GT Brasil da DILI, vai participar da mesa “Língua e Memória: transmissão de saberes originários”. Na apresentação, a professora e pesquisadora Kokama vai tratar da concepção de língua-espírito como proposta de renovação epistemológica no estudo das línguas indígenas, bem como das atividades do GT Nacional da Década das Línguas Indígenas no Brasil, que desde 2021 tem implementado o Plano de Ação para salvaguarda e fortalecimento dos idiomas originários no país.

 

 

 

 

 

 

 

 

. Confira aqui a programação: 

Programacao-Coloquio-College-de-France

 

“Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”

A exposição “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”, criada pelo Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, ocupará entre 14 e 26 de março o Hall Ségur, no prédio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris. A exibição estará disponível para visitação ao longo do Conselho Executivo da entidade, com 195 observadores — além de 58 estados-membros participantes. No museu paulistano, a exibição foi vista entre outubro de 2022 e abril de 2023 e recebeu 189 mil visitantes.

Museu da Língua Portuguesa lança exposição virtual de 'Nhe'ẽ Porã ...

São Paulo para crianças - Línguas indígenas! Nhe'ẽ Porã: Memória e ...

. Museu da Língua Portuguesa “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”

https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/memoria/exposicoes-temporarias/nhee-pora-memoria-e-transformacao/

 

 

 

 


Saiba mais puxando a rede IPOL:

“Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação” em Paris

 

Conferência  “UNIVERSIDADE E A GARANTIA DE DIREITOS A POPULAÇÕES REFUGIADAS, MIGRANTES E APÁTRIDAS”, 23 de março. Participe!

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Conferência Livre Nacional das Cátedras Sérgio Vieira de Mello (CL_CSVM): UNIVERSIDADE E A GARANTIA DE DIREITOS A POPULAÇÕES REFUGIADAS, MIGRANTES E APÁTRIDAS                                                     23 DE MARÇO DE 2024 das 8:00h às 13:00h (Horário de Brasília)
Esse formulário de inscrição ficará aberto até às 23:59h do dia 19/03/2024. O tempo estimado para preenchimento é de 2 (dois) minutos.
 

Esse formulário se destina a todos docentes, discentes, técnicos em educação, servidores e membros da comunidade acadêmica das Instituições de Ensino Superior que fazem parte da Rede de Cátedras SVM/ACNUR, bem como beneficiários das políticas de ensino, pesquisa e extensão das CSVMs, e que irão participar da Conferência Livre Nacional das CSVMs. As vagas finais para participação na CL_CSVM serão distribuídas entre as Universidades, visando garantir representação proporcional e regional.

 

A Conferência tem como objetivo estimular a discussão sobre temas afeitos à política de migrações, refúgio e apatrídia e organizar propostas para subsidiar os trabalhos da 2a. Conferência Nacional de Migrações, Refúgio e Apatrídia (COMIGRAR). A II COMIGRAR está sendo capitaneada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e terá lugar entre os dias 7-9 de junho de 2024, em Foz do Iguaçu.

As Cátedras Sérgio Vieira de Mello são fruto de uma parceria entre universidades (públicas e privadas) e o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) desde 2003, totalizando atualmente 42 instituições compromissadas com as temáticas de migrações, refúgio e apatrídia, tendo sua atuação voltada sobretudo ao acesso a direitos dessas populações em nosso país. Nesse sentido, dentre as ações realizadas pelas Cátedras, há o oferecimento de curso de português (PLAc), atendimento médico/ psicológico e assistência jurídica a pessoas migrantes, em situação de refúgio e apatridia que frequentam os espaços das universidades. Somando-se a isso, há a produção de pesquisas e o ensino (em nível de graduação e pós-graduação) a respeito de tais temas, que corroboram a importância de se conhecer questões relativas a essas populações e debatê-las com a sociedade.

Assim, a Conferência das Cátedras SVM tem como tema “UNIVERSIDADE E A GARANTIA DE DIREITOS A POPULAÇÕES REFUGIADAS, MIGRANTES E APÁTRIDAS”. Objetiva discutir e compilar propostas com ênfase em políticas públicas para essas populações dentro do quadro de defesa e promoção de direitos humanos, em especial a partir das experiências e atividades desenvolvidas pela comunidade universitária envolvida na Rede das Cátedras. Nas propostas, sugere-se foco nas dimensões de ensino (disseminação e aprendizagem de conhecimento), pesquisa (produção e sistematização de conhecimento) e extensão (atividades de articulação entre universidade e comunidade, em especial pessoas migrantes, refugiadas e apátridas). As discussões se darão em torno de 6 eixos temáticos (alinhados à COMIGRAR): 1. Igualdade de tratamento e acesso a serviços públicos; 2. Inserção socioeconômica e promoção do trabalho decente; 3. Enfrentamento a violações de direitos; 4. Governança e participação social; 5. Regularização migratória e documental; 6. Interculturalidade e diversidades.

A Conferência Livre das CSVMS acontecerá em formato virtual no dia 23 de março de 2024 de 8:00h às 13:00h na plataforma TEAMS.

A proposta do regimento interno da CL_CSVM/24 será enviada aos inscritos até o dia 21/03/24 para leitura e aprovação dos participantes.

Apenas pessoas devidamente inscritas receberão o link de acesso por e-mail, até dia 21/03/24.

Confira a programação!

Saiba mais puxando a rede IPOL:

Cidadania em Movimento > https://help.unhcr.org/brazil/2a-comigrar-cidadania-em-movimento/

 

 

 

. A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) está participando #ComOsRefugiados da 2ª Conferência Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia (2ª COMIGRAR).

 

 

Organizado pela Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a iniciativa mobiliza diversos atores sociais, políticos e institucionais para o debate inclusivo e desenvolvimento conjunto de políticas públicas que aprimorem o acesso a direitos para pessoas refugiadas, migrantes e apátridas.

As agências das Nações Unidas (ACNUR, OIM e OIT) se somam aos esforços do Estado brasileiro para que a nova Política Nacional para Migrações, Refúgio e Apatridia reflita os interesses dessa população em face da realidade vivenciada por elas.

Acompanhe abaixo os destaques de cada etapa estadual da 2ª COMIGRAR:

https://www.acnur.org/portugues/ii-comigrar/

心 Kokoro | Coração – Ailton Krenak e Hiromi Nagakura – CONVERSA NA REDE

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“Conversa na Rede” é uma série de Conversas Selvagem onde os pensamentos fluem com a delicadeza e frescor do balanço das redes, objeto repleto de simbologia na história do Brasil e de seus povos nativos. São conversas sobre a vida, realizadas entre Ailton Krenak e uma constelação de pensadores.

“O coração podia ser pensado como a chave para todas as transformações que a gente deseja no mundo.” – Ailton Krenak “Talvez seja aí que resida o poder dos povos originários: manter as portas abertas para o futuro. É o que penso.” – Hiromi Nagakura Neste quarto episódio da série “Conversa na Rede” – ‘心 Kokoro’, que quer dizer ‘coração’ em japonês –, Ailton Krenak e Hiromi Nagakura se encontram na casa-ateliê de Tomie Ohtake, em São Paulo. Reunidos após muitos anos, os dois amigos relembram episódios de suas vivências na Amazônia enquanto refletem sobre temas como as fronteiras no mundo contemporâneo, a relação entre floresta e metrópole e a possibilidade de conexão verdadeira entre as pessoas. A conversa conta ainda com a participação musical de Marlui Miranda, trazendo uma camada sensível com cantigas e histórias dos povos indígenas com os quais conviveu.

Rio de Janeiro (RJ), 27/02/2024 - O fotógrafo, Hiromi Nagakura e o filósofo indígena, Ailton Krenak, se emocionam em frente a uma foto dos dois, da década de 90. Exposição fotográfica “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, no CCBB, centro da cidade . Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Foto by Tania Rego

Entre 1993 e 1998, Ailton e Nagakura viajaram juntos por diferentes territórios indígenas. A exposição traz os registros dos encontros com os povos Krikati, Guarani Mbya, Ñandeva e Kaiowá, Yawanawá, Yanomami, Huni Kuï – Kaxinawá, Akrãtikatêjê – Gavião da Montanha e Ashaninka. Essa conversa foi filmada no âmbito da exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, que foi inaugurada em outubro de 2023 no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, com a presença de ambos. O livro “Um rio, um pássaro” (Dantes Editora, 2023), com reflexões feitas por Ailton durante essas viagens, também foi lançado durante a semana de abertura da exposição. “Conversa na Rede” é uma série de Conversas Selvagem onde os pensamentos fluem com a delicadeza e frescor do balanço das redes, objeto repleto de simbologia na história do Brasil e de seus povos nativos. AILTON KRENAK é pensador, ambientalista e uma das principais vozes do saber indígena. Criou, juntamente com a Dantes Editora, o Selvagem – ciclo de estudos sobre a vida. Vive com sua família na aldeia Krenak, nas margens do rio Doce, em Minas Gerais. É autor dos livros “Ideias para Adiar o fim do mundo” (Companhia das Letras, 2019), “O amanhã não está à venda” (Companhia das Letras, 2020), “A vida não é útil” (Companhia das Letras, 2020), “Futuro ancestral” (Companhia das Letras, 2022) e “Um rio um pássaro” (Dantes Editora, 2023). Em 2022, foi eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras. HIROMI NAGAKURA nasceu em 1952 na cidade de Kushiro, ao norte da ilha de Hokkaido, no Japão. Desde criança, amou gente e a natureza, interessado em pessoas e culturas de outros lugares do mundo. Em 1979, com 27 anos, Nagakura decidiu tornar-se fotojornalista independente, caminho que o levou à África do Sul, União Soviética, Afeganistão, Turquia, Peru, Brasil e vários outros países, em todos os continentes. Sua obra, já reconhecida no Japão, é exposta pela primeira vez no Brasil na exposição Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak, com curadoria desse amigo e personagem de seu trabalho.

Assista aqui a conversa entre Krenak e Hiromi Nagakura relembrando 30 anos de memórias e sobre a floresta e a vida. Ouça o canto de Marlui Miranda, cantora, compositora, arranjadora, pesquisadora e produtora cultural nascida em Fortaleza. É considerada a mais importante intérprete e pesquisadora da música indígena do Brasil, realizando turnês no Brasil e no exterior. Gravou, interpretou e realizou turnês com importantes nomes da música popular brasileira, entre os quais Egberto Gismonti, Gilberto Gil e Naná Vasconcelos.

 


Selvagem – ciclo de estudos sobre a vida é um projeto que realiza atividades e diálogos entre saberes a partir de perspectivas indígenas, acadêmicas, científicas, tradicionais e de outras espécies.

Todas as atividades são gratuitas e incluem rodas de conversas, publicação de cadernos, ciclos de leituras e conteúdos audiovisuais (conversas online, vídeos e bate-papos), com enfoque na diversidade de saberes [1].

O Selvagem também realiza ações de apoio a projetos indígenas de fortalecimento e transmissão de saberes tradicionais, através de uma rede intitulada de Escolas Vivas. As escolas recebem repasses financeiros mensais, com o intuito de apoiar sua manutenção.

História

Selvagem – ciclo de estudos sobre a vida foi criado por Anna Dantes, pesquisadora e editora, e Ailton Krenak, escritor, ativista e liderança indígena, com a proposta inicial de realizar um ciclo de estudos presencial [2] que promovesse conversas e encontros relacionando conhecimentos de diferentes perspectivas.

A primeira edição do ciclo de estudos aconteceu nos dias 13, 14 e 15 de novembro de 2018 no teatro do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e foi mediada por Ailton Krenak, assim como as edições posteriores.[3] Nesse ano, foram abordados temas como as origens da vida, as plantas mestras e o DNA. A edição foi construída a partir de uma diversidade de perspectivas, recebendo nomes relevantes da antropologia, como Els Lagrou e Jeremy Narby [4], lideranças indígenas, como Moisés Piyãko e Torami-Kehiri (Luiz Luna), e cientistas, como Gustavo Porto de Mello e Alexandre Quinet. [5][6]

 

Assista aqui a Conversa na Rede com Krenak e : https://www.youtube.com/watch?v=j_wBZgh6wcs


 

Saiba mais puxando a rede com IPOL:

. Visite o canal Youtube SELVAGEM ciclo de estudos sobre a vida

https://www.youtube.com/c/SELVAGEMciclodeestudossobreavida

. Visite e conheça os conteúdos na página https://selvagemciclo.com.br/

. Matéria “Amazônia entre amigos ” publicada por Nelson Gobbi em O Globo

Confira na fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/artes-visuais/noticia/2024/02/29/amazonia-entre-amigos-mostra-no-ccbb-do-rio-traz-160-fotos-de-viagens-de-hiromi-nagakura-e-ailton-krenak-nos-anos-1990.ghtml

Hiromi Nagakura é a imagem; Ailton Krenak, a palavra. Vindos de realidades distintas, separados por milhares de quilômetros e quase um ano de nascimento (o japonês é de outubro de 1952 e o brasileiro é de setembro de 1953), o fotógrafo e o escritor se conheceram em 1993, quando o primeiro veio registrar o povo krikati, no sudoeste do Maranhão, e pediu ajuda ao segundo, para acompanhá-lo nas viagens à floresta que fazia na época.

Do primeiro contato, a dupla fez expedições, de cerca de 40 dias cada uma, entre 1993 e 1998. Viajando pelos estados de Amazonas, Acre, Pará, Roraima, Mato Grosso, Maranhão e São Paulo, o fotógrafo registrou o cotidiano de sete etnias: ashaninka, xavante, krikati, gavião, yawanawá, yanomami e kaxinawá, além da população ribeirinha e de trabalhadores da floresta. Toda essa trajetória está documentada na mostra “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, que acaba de chegar ampliada ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio, após ser montada no ano passado no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

Além das 160 fotos, vídeos e objetos dos povos visitados, a mostra é um registro da amizade entre Nagakura e Krenak, que perdura por mais de três décadas após o fim das jornadas dos anos 1990. Mesmo sem trocarem nenhuma palavra em japonês ou português (assim como nas viagens, Nagakura é acompanhado todo o tempo por uma tradutora), os dois passam todo o tempo brincando e se comunicando por gestos e expressões faciais, como na tarde em que O GLOBO acompanhou a finalização da montagem da exposição.

Krenak, que assina a curadoria da mostra junto de Angela Pappiani, Eliza Otsuka e Priscyla Gomes, lembra com precisão o dia em que Nagakura chegou à sede da Aliança dos Povos da Floresta, no bairro do Butantã, em São Paulo, acompanhado da própria Eliza Otsuka (que seria sua intérprete nas expedições), para apresentar seu plano de segui-lo “como uma sombra” em suas futuras viagens.

— No primeiro contato houve uma desconfiança natural. Pensei: como vou levar esse cara que não conheço para andar no meio do mato, pelas aldeias, e se acontece alguma coisa com ele? Ficava com aqueles versos de “Bye, bye, Brasil” na cabeça: “Mas a ligação tá no fim/Tem um japonês ’trás de mim” — brinca o imortal da ABL, citando a canção de Chico Buarque e Roberto Menescal. — Fiz uns comentários assustadores para ver se ele mudava de ideia, sobre onça, sucuri, mas ele era duro na queda e não se assustava com qualquer barulho.

Antes de decidir vir ao Brasil, Nagakura já era um fotógrafo premiado, que cobriu a guerra civil em El Salvador, a ocupação soviética no Afeganistão, e o fim do apartheid na África do Sul. Após ler um artigo sobre a luta dos krikatis pela demarcação de suas terras, decidiu iniciar um projeto no Brasil.

— Além de ficar impressionado com o relato, tinha uma simpatia pela causa porque acredito que os indígenas têm uma identidade étnica com os japoneses. Quando cheguei ao Brasil, ouvi falar muito sobre o Ailton, que era envolvido nos projetos de demarcação de terras, e que seria ideal para me conduzir pelas aldeias — relembra Nagakura. — Não queria fotografar um conflito, de forma abrangente, como já havia feito. Minha ideia era ir para a Amazônia com alguém que conhecesse profundamente a sua cultura, e registrar como essa luta (pela demarcação) influencia cada família, cada indivíduo.

Criança yanomâmi — Foto: Divulgação/Hiromi Nagakura
Criança yanomâmi — Foto: Divulgação/Hiromi Nagakura

Maior exposição de Nagakura dedicada às suas viagens no Brasil, a mostra no CCBB conta com um conjunto inédito de fotos, com o registro dos bastidores das expedições e da amizade desenvolvida a cada ano, além de um vídeo gravado com os dois no Tomie Ohtake.

— Eu não tenho que saber japonês para conversar com ele, nem ele tem que saber português para falar comigo. A gente se comunica há 30 anos assim, sem ficar preso à barreira do idioma, da gramática — comenta Krenak. — O Nagakura-san é um fotógrafo com os ouvidos abertos para a palavra. Tem grandes fotógrafos que preferem publicar só suas imagens. Ele não, ele sabe que são coisas complementares. Essa série continua me dando muitos presentes. Um deles é ver um profissional da sua estatura, aos 71 anos, vindo do Japão novamente só para acompanhar essa abertura.

O fotógrafo conta que, nas aldeias, viu que a barreira da língua não seria um impedimento principalmente pela forma com que as crianças se aproximavam dele. E brinca, dando uma explicação para a longa amizade com Krenak.

— O Ailton também é uma criança, o seu coração é assim. Adultos criam barreiras para a comunicação, as crianças, não. Por isso nossa amizade deu certo — diz Nagakura, sorrindo.

Diversidade étnica

Em cartaz no Rio até 27 de maio, e contando com rodas de conversas com lideranças ashaninka, huni kuin, krikati, entre outras, a mostra vai seguir para os CCBBs de Brasília (11/6 a 18/8) e Belo Horizonte (24/09 a 18/11). A curadora adjunta Angela Pappiani torce para que a mostra possa passar também pela Região Norte.

— Nosso desejo é que ela siga, mesmo em tamanho reduzido, para a Amazônia. Ainda há muita discriminação contra os indígenas nas regiões próximas as aldeias, inclusive com o risco de violência física — comenta Angela. — Seria uma forma de reforçar a identidade e a autoestima dessas populações e mostrar aos não-indígenas toda essa beleza. Há uma dificuldade logística e de recursos, mas vamos batalhar por isso.

Mãe yanomâmi amamentando — Foto: Divulgação/Hiromi Nagakura
Mãe yanomâmi amamentando — Foto: Divulgação/Hiromi Nagakura

Para Krenak, a exposição pode também alertar para a responsabilidade dos brasileiros de todo o país com a proteção da floresta e com a autonomia dos povos nativos sobre os seus territórios.

— Esse ideia da Amazônia como patrimônio da Humanidade nos parece desgastada, diante da situação em que nos encontramos. Mas é real, sobretudo para nós, brasileiros, que temos a maior parte deste bioma no nosso território — ressalta o escritor. — Mesmo com fotos feitas há 30 anos, a mostra eleva a nossa autoestima por pertencer a uma comunidade tão plural, com uma diversidade étnica e cultural magnífica. Muitas dessas fotos não poderiam ser mais feitas hoje, com várias destes locais devastados pelo desmatamento, o garimpo. Gostaria que a euforia trazida pela beleza e a vida dessas imagens fosse compartilhada por todos, para mudarmos essa realidade.

Nagakura lembra que os problemas citados por Krenak já eram vistos por ele nos anos 1990.

— Infelizmente, é algo que não mudou, embora tenha piorado. Naquela época já víamos garimpeiros e os ianomâmis já enfrentavam problemas. Na época não existia a demarcação das terras, mas mesmo hoje, pelos relatos que acompanho, ainda está difícil — compara o fotógrafo. — Eu nunca quis fazer nada exótico, essa não é uma série sobre “indígenas”. Somos todos seres humanos, nascidos em lugares diferentes. Você não precisa ter conhecimento sobre cada um dos povos retratados para ver o lado humano em cada imagem.

Após os anos 1990, Nagakura voltou ao Brasil em outras oportunidades para encontrar Krenak (para a foto que ilustra a capa desta edição, eles posaram diante de um registro de ambos feito em 2004, de volta ao território Krikati). O fotógrafo planeja voltar às aldeias em breve, com um equipamento bem diferente do usado há 30 anos.

— Fotografava com cromo 35mm, com câmera analógica. No processo, não sinto uma grande diferença em usar o digital agora. Você tem mais opções e é um formato mais amigável. Antes, havia muita curiosidade das pessoas em saberem como foram fotografadas, e poder mostrar para elas na hora facilita a comunicação.

Aplicativo permite que indígenas da Amazônia enviem mensagens em seus idiomas

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Por Mohamed RACHEDI com Michael DANTAS em 30/01/2024

Escrever mensagens em seus telefones foi, durante muito tempo, uma dor de cabeça para os povos indígenas da Amazônia. Agora, um aplicativo facilita a sua comunicação, ao colocar seus idiomas nativos ao seu alcance.

 

Lançado em agosto de 2022, o “Linklado” — palavra formada pela combinação de “lin”, em referência às línguas indígenas, e “klado”, derivado da palavra “teclado” — disponibiliza um teclado digital adequado para populações indígenas que vivem em áreas remotas da imensa região amazônica ou em centros urbanos.  “O aplicativo Linklado traz assim muitas coisas boas pra mim e tantos pra povos indígenas”, disse à AFP Cristina Quirino Mariano, de 30 anos, da comunidade ticuna.

“Facilita muito porque antes a gente não conseguia escrever no celular”, explica, já que nestas comunidades nem todos dominam o português.

Nos smartphones vendidos no país, só é possível escrever mensagens com caracteres latinos. Historicamente orais, as culturas indígenas do Brasil entraram no mundo escrito quando os colonizadores europeus procuraram transcrever suas línguas, especialmente para convertê-los ao cristianismo. Na tentativa de reproduzir melhor os sons dessas línguas, foi necessário encontrar recursos específicos, associando os caracteres do alfabeto latino a um conjunto de acentos e símbolos, conhecidos como “diacríticos” pelos linguistas.

Mas até recentemente nada disso estava disponível nos celulares, indispensáveis para os cerca de 1,7 milhão de indígenas brasileiros, assim como para outros cidadãos do país. Na falta de um teclado adequado, “os indígenas falavam muito no celular em áudio”, explica Noemia Ishikawa, coordenadora do projeto Linklado.  Essa bióloga, de 51 anos, também teve dificuldades para traduzir seu trabalho de pesquisa: “Eu fiquei 14 anos reclamando que precisava de um teclado para resolver esse problema”, afirma.

– Quatro dias –

Dois estudantes, nativos da região e não indígenas, atenderam ao seu pedido. Juliano Portela tinha 17 anos e seu amigo Samuel Benzecry, 18. Alertado por Benzecry sobre as dificuldades que os nativos encontravam, Portela, que já havia aprendido a programar, começou a desenhar a ferramenta com o amigo.

“Demoramos quatro dias para criar o aplicativo, não imaginávamos que faríamos isso tão rápido”, afirma Portela. Os testes começaram em maio de 2022 e foi lançado gratuitamente em agosto do mesmo ano. Hoje, “o aplicativo funciona para todas as línguas indígenas da Amazônia”, ou seja, cerca de quarenta, comemora Portela, que agora estuda nos Estados Unidos, assim como Benzecry.  Até o momento, o aplicativo conta com mais de 3.000 downloads.

Mas, segundo Portela, tem mais usuários diários: “Para as fases de testes usamos um arquivo que enviamos via WhatsApp; alguns nativos enviaram o arquivo entre si antes mesmo do lançamento do aplicativo”.

– Renda para as comunidades –

Além da comunicação diária, o aplicativo também permite a tradução de livros e outros textos do português para as línguas indígenas.  Isso permite que algumas mulheres destas comunidades gerem renda, utilizando o seu conhecimento das línguas locais. O projeto denominado “Linkladas” foi criado para reunir essas tradutoras.

Rosilda Cordeiro Da Silva, de 61 anos, é uma delas.  Para esta ex-professora de línguas indígenas, o aplicativo é algo “muito positivo” que lhe permite ter “mais confiança” na hora de fazer traduções.  Além disso, o aplicativo auxilia nos esforços de preservação das línguas indígenas. Vanda Witoto, uma ativista de 35 anos, tenta “resgatar a língua buré”, falada pelo seu povo witoto.  “Esse teclado tem dado a oportunidade da gente não utilizar aqueles símbolos que não são da nossa língua”, diz ela.  Além da Amazônia, preservar as línguas nativas é um desafio global.  Metade está condenada a desaparecer até 2100, sendo a maioria línguas indígenas, segundo um relatório publicado pela ONU em 2018.

Leia esta matéria diretamente na fonte: https://www.em.com.br/internacional/2024/01/amp/6794853-aplicativo-permite-que-indigenas-da-amazonia-enviem-mensagens-em-seus-idiomas.html

 

Para saber mais, acesse a postagem puxando a rede IPOL:

Linklado: app de línguas indígenas na final do Prêmio Jabuti

O acadêmico brasileiro Gilvan Muller de Oliveira foi selecionado para compor o seleto Grupo de Reflexão da UNESCO sobre a Diversidade de Expressões Culturais no Ambiente Digital.

O acadêmico brasileiro Gilvan Muller de Oliveira foi selecionado para compor o seleto Grupo de Reflexão da UNESCO sobre a Diversidade de Expressões Culturais no Ambiente Digital.

A criação desse Grupo de Reflexão decorre de uma solicitação feita em junho de 2023 pela Conferência das Partes da Convenção de 2005 em sua nona sessão, que reconheceu a urgência e a necessidade de realizar uma reflexão aprofundada sobre a implementação da Convenção no ambiente digital.

Uma maior diversidade cultural no ambiente digital está diretamente relacionada ao aprimoramento de tecnologias e modos de governança que fortaleçam o multilinguismo no cyber-espaço. É justamente essa relação entre língua, cultura e tecnologia que deverá orientar as discussões do Grupo de Trabalho da UNESCO.

Gilvan Muller de Oliveira é Professor Associado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mestre em Linguística Teórica, Filosofia e História pela Universidade de Konstanz, na Alemanha e doutor em Linguística pela UNICAMP. Fundou e coordenou o IPOL – Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística entre 2002 e 2010), foi Diretor Executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em Cabo Verde, de 2010 a 2014, e hoje coordena a Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo que integra 31 universidades em 17 países, dedicada à pesquisa de diferentes facetas do multilinguismo, incluindo as políticas linguísticas para a ciência e a educação superior.

 

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