Cooficialização de línguas

Línguas indígenas do AM podem se tornar patrimônio cultural imaterial

A Aleam recebeu nesta segunda-feira (10) a mensagem governamental enviada pelo governador Wilson Lima (UB).

Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil

 

Manaus (AM) – O governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), enviou à Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) uma mensagem governamental que propõe o reconhecimento das línguas indígenas faladas no estado como patrimônio cultural imaterial.

O documento também “estabelece a cooficialização de línguas indígenas e institui a Política Estadual de Proteção das Línguas Indígenas do Estado do Amazonas”.

A mensagem foi apresentada na Aleam nesta segunda-feira (10) e esta será analisada pelas Comissões da Casa e, posteriormente, entra em pauta para ser votada.

Conforme o texto, cabe às instituições públicas a implementação de medidas voltadas à difusão, preservação e reconhecimento das línguas tradicionais no âmbito das políticas públicas do estado.

“Serão igualmente reconhecidas como patrimônio cultural imaterial do Estado do Amazonas outras línguas que sejam revitalizadas após a publicação desta Lei”, diz parte da matéria.

O documento deixa claro que as línguas não causam “prejuízo do idioma oficial brasileiro. No Amazonas, são cooficiais as línguas indígenas, dentre outras: Apurinã, Baniwa, Desána, Kanamari, Marubo, Matis, Matsés, Mawé, Múra, Nheengatu (Língua Geral Amazônica) Tariána, Tikuna, Tukano, Waiwái, Waimirí e Yanomami.

“O reconhecimento e a garantia do direito fundamental das pessoas e comunidades indígenas ao pleno uso público da própria língua, dentro ou fora das terras indígenas”, ressalta o projeto.

Leia a matéria na fonte acessando o link: https://amazonas1.com.br/linguas-indigenas-do-am-podem-se-tornar-patrimonio-cultural-imaterial/

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Leia mais sobre a mensagem do Governador

Na mensagem o Governador afirma que “considerando que a linguagem envolve diretamente uma compreensão de mundo e códigos de conduta próprios, é de suma importância o reconhecimento das línguas faladas pelos povos indígenas do Amazonas como patrimônio cultural imaterial, bem como sua cooficialização. Tais medidas garantem que os direitos dos povos indígenas se consolidem por meio de ações e serviços, promovendo sua visibilidade, preservando as particularidades socioculturais de cada etnia, fundamentais para a manutenção da organização social, costumes, línguas, crenças e tradições.

Foto: Diego Peres / Secom

Além disso, compreendendo que o reconhecimento, a valorização e a institucionalização das línguas indígenas requer um conjunto de medidas amplas e contínuas, propõe-se a instituição de uma Política Estadual de Proteção das Línguas Indígenas, que deve considerar as condições sociais, econômicas, ambientais e da saúde dos falantes indígenas, bem como políticas linguísticas indígenas já desenvolvidas pelas próprias comunidades.

A política Estadual reunirá ações destinadas a assegurar a manifestação das línguas indígenas maternas e garantir a necessária base para que sejam implementadas medidas concretas em defesa dos direitos linguísticos de todos os povos.”

Leia a mensagem governamental na íntegra!

https://sapl.al.am.leg.br/media/sapl/public/materialegislativa/2023/163776/mg_57_23.pdf

 

IPOL puxando a rede:

 

https://novocantu.com.br/noticia/159199/projeto-do-governo-do-amazonas-reconhece-linguas-indigenas-como-patrimonio-cultural-imaterial

 

Amazonas terá Política Estadual de Proteção das Línguas Indígenas

 

Wilson Lima propõe que línguas indígenas usadas no Amazonas se tornem patrimônio cultura imaterial do estado

 

Sustentabilidade na Amazônia: Wilson Lima destaca importância de dar lugar de fala para quem vive na região

 

Wilson e Lula se unem para fortalecer políticas públicas a indígenas do AM

Uma trajetória de trabalho na educação escolar indígena, a experiência de Gilvan M. de Oliveira

 

Prof Lino João de Oliveira Neves (UFAM) e Gilvan M. de Oliveira (UFSC)

Em 2013, o professor Gilvan M. de Oliveira, fundador do IPOL (Instituto de Investigação e  Desenvolvimento em Politicas Linguisticas), e então a frente do IILP (Instituto Internacional de Língua Portuguesa) como Diretor Executivo,  participou de uma entrevista com o Prof Lino João de Oliveira Neves – Departamento de Antropologia UFAM, fazendo um recorte histórico a partir do primeiro processo de cooficialização de língua a nível municipal quando em  2002, São Gabriel da Cachoeira no Amazonas cooficializou três das línguas faladas no seu território a partir de uma lei ordinária da Câmara de Vereadores: o baniwa, o nheengatu e o tukano, criando assim uma via nova e uma tecnologia social para o reconhecimento do multilinguismo brasileiro.

Gilvan comenta que “a cooficialização de línguas em nível municipal, através de lei promulgada pela câmara de vereadores, é um verdadeiro movimento social no Brasil que conta já com 22 línguas oficializadas em 51 municípios, 13 línguas indígenas e 9 línguas alóctones ou de imigração, em onze estados brasileiros nas regiões norte, centro oeste, sudeste e sul (dados de 2022)”.

Assista a sequencia de 6 vídeos com Gilvan Mûller de Oliveira, Trajetórias na Educação Bilíngue Intercultural Indígena

  1. Parte 1: Reconhecimento da diversidade linguística do Rio Negro e no Brasil https://youtu.be/cJikLQ1IBzM
  2. Parte 1: Reconhecimento da diversidade linguística do Rio Negro e no Brasil (Continuação) https://youtu.be/x06Qtw3Qg04
  3. Parte 2: Vitalidade linguística e promoção do conhecimento https://youtu.be/z4_onKt6HDk
  4. Parte 2: Vitalidade linguística e promoção do conhecimento (Continuação) https://youtu.be/RMo9BcY7Ebo
  5. Parte 3: Línguas locais e os desafios da educação diferenciada https://youtu.be/jNRKRBiFPxU
  6. Parte 3: Línguas locais e os desafios da educação diferenciada (Continuação) https://youtu.be/GFP_bV5QUrA

 

Para conhecer a Universidade Federal da Amazônia e a Licenciatura, visite as páginas abaixo:

 

 

Universidade Federal do Amazonas – UFAM Instituto de Ciências Humanas e Letras – ICHL

 

 

Licenciatura Indígena Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável

 

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Saiba mais sobre Gilvan M. de Oliveira nesta entrevista publicada na página da Revista Virtual de Estudos da Linguagem – ReVEL  (http://www.revel.inf.br/pt),

edição número 14 (http://www.revel.inf.br/pt/edicoes/?id=41)

Link para a entrevista: http://www.revel.inf.br/files/e92f933a3b0ca404b70a1698852e4ebd.pdf

Palestra: “Políticas linguísticas no Brasil: desafios e potencialidades da cooficialização de línguas”

 

 

O Programa Pós-graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) apresenta a palestra “Políticas linguísticas no Brasil: desafios e
potencialidades da cooficialização de línguas” com a Dra. Rosângela Morello,
Coordenadora do Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Políticas Linguísticas (IPOL), Cátedra UNESCO Políticas Linguísticas para o Multilinguismo

Dra. Morello comenta que “É importante  contextualizar e discutir as políticas de promoção e valorização de línguas minoritárias no Brasil, especialmente cooficializações de línguas em âmbito municipal e o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), assim como abordar as potencialidades dos processos de cooficialização como política que vem se disseminando e que já ultrapassa as 22 línguas (9 de descendentes de imigrantes e 13 de indígenas) em 51 municípios brasileiros registradas em  2022. Neste últimos meses vários outros municípios e etnias vem aderindo a esse movimento que amplifica a diversidade linguística no país.  Se discute também o estatuto jurídico para as línguas em crescente uso ou aplicação no Brasil:  os processos de reconhecimento das línguas como patrimônio, como referência cultural de um município, estado ou mesmo em âmbito nacional, como é o caso do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), instituído através do Decreto nº 7387 de 10 de dezembro de 2010. A política do INDL, segundo seu Art. 3º, concederá à língua incluída no Inventário Nacional da Diversidade Linguística o título de “Referência Cultural Brasileira”, expedido pelo Ministério da Cultura.

Confira a lista de línguas cooficiais em municípios brasileiros (dados de 2022): http://ipol.org.br/lista-de-linguas-cooficiais-em-municipios-brasileiros/

 

Quando: 22-06-2023
Horário: 19h00
Local: Edificio DomPedro II, Rua General Carneiro, 460 (DPII) Reitoria, sala 409.
Curitiba – Pr
A palestra será acessível em Libras!

LINK: https://www.facebook.com/NELUFPR1?mibextid=ZbWKwL

Conheça todas as línguas do Brasil que se tornaram oficiais

 

O Brasil é um país enorme, carregado de histórias, com diferentes paisagens, culturas e estilos de vida, muitas vezes desconhecido pela maior parte dos brasileiros.

 

 

 

 

 

 

 

Vamos conhecer as regiões do Brasil onde existem outros idiomas oficiais além do português. No Brasil são falados mais de 140 idiomas, entre línguas indígenas, línguas europeias trazidas pelos imigrantes e outras, e temos inclusive brasileiros que não falam português. No vídeo de hoje vamos mostrar para você cada uma dos idiomas falados no Brasil que se tornaram oficiais, são 22 línguas oficializadas em 51 municípios diferentes, para que você entenda de uma vez por todas a diversidade cultural e linguística que existe no nosso país.

Assista aqui o vídeo: “Não falamos português!”

“Conhecendo o Brasil” é um canal do Youtube dedicado a mostrar neste algumas histórias, informações, curiosidades e lugares do país. Visite:

https://www.youtube.com/@ConhecendooBrasiloficial/about

(texto e informação extraída diretamente do canal Youtube)

 

Línguas de povos originais se tornam “segundo idioma” em cidade cheia de aldeias – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

“Eu creio que é um avanço, uma conquista para nossos direitos”, comentou morador da aldeia Lagoinha

Por Geniffer Valeriano | 26/04/2023 09:21

Vista aérea da aldeia Lagoinha, localizada em Miranda (Foto: Divulgação)

 

Mais três línguas são acrescentadas como “cooficiais” no município de Miranda, cidade que fica a 201 km da Capital. São como outras formas de comunicação paralelas à língua portuguesa. Desde 2017, a língua Terena já faz parte dessa lista, mas no dia 11 de abril deste ano, a língua Kinikinau, Libras (Língua Brasileira de Sinais) e a LTS (Língua Terena de Sinais) começaram a fazer parte também.

Morador da aldeia Lagoinha, Arildo Cebalio, de 49 anos, conta que vê a nova emenda publicada como um incentivo a preservação da cultura indígena. “Alguns anos atrás, crianças quando começavam a aprender a falar, primeiro aprendiam a falar o terena e depois a falar português. Hoje está bem diferente, nós vemos as nossas crianças a falar o português e não o terena”, disse.

Cercados pela língua portuguesa, Arildo conta que atualmente tem sido um desafio passar o ensinamento da língua Terena para os mais novos. “Hoje é até difícil de passar para os filhos, mesmo que eles tenham apoio e nós como pais, os mais velhos que ensinam, mas a gente já está rodeado de tanta coisa que já vem em português pra gente, né?”.

Com o novo decreto, fica estabelecido que não pode haver descriminação de nenhuma das línguas, sendo ela oficial ou cooficial. Sendo garantido o direito à escolha da opção pedagógica que mais parecer adequada às famílias.

“No caso dos estudantes que apresentem necessidades de comunicação, o acesso aos conteúdos deve ser garantido por meio da utilização de linguagens e códigos aplicáveis, como o sistema de Braille, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a Língua Terena de Sinais (LTS), sem prejuízo do aprendizado”, diz trecho do parágrafo único.

CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

https://www.campograndenews.com.br/cidades/interior/linguas-de-povos-originais-se-tornam-segundo-idioma-em-cidade-cheia-de-aldeias

 

 

Para acolher clientes, supermercado tem placa até em terena

Além da língua indígena, “bem-vindo” está escrito em inglês, espanhol e português

Por Aletheya Alves | 19/03/2023 07:50 – Publicado em CAMPO GRANDE NEWS

 

Placas do mercado recebem os clientes em quatro idiomas diferentes. (Foto: Arquivo pessoal)

Quando Silval Palaoro e Shirley Leão Palaoro decidiram abrir um pequeno mercado em Nioaque, os dois perceberam que o comércio só daria certo se demonstrassem o carinho pelo atendimento. Assim, levando em conta a variedade de pessoas da cidade, o casal criou placas em quatro idiomas para garantir que todos se sentissem bem-vindos.

Logo na entrada do comércio, os clientes são recebidos com a saudação em inglês, espanhol e terena, além do português. Em teoria, os primeiros idiomas são vistos mais comumente, mas em conjunto com a língua terena chamam atenção.

Já acostumada com as reações, Shirley conta que a ideia nasceu quando seu marido, Silval, começou a pensar em como o supermercado se desenvolveria. Na época, mais do que pensar puramente no lucro, ela narra que a proximidade do atendimento no Interior esteve sempre presente.

Com quatro aldeias indígenas na cidade, proprietários decidiram inserir "bem-vindo" em terena. (Foto: Arquivo pessoal)

Com quatro aldeias indígenas na cidade, proprietários decidiram inserir “bem-vindo” em terena. (Foto: Arquivo pessoal)

“Aqui na cidade nós temos aldeias, colônias e o Silval queria atender todo mundo. Tanto que contratamos funcionários de todos esses grupos, a ideia era mostrar que todos realmente seriam bem-vindos”, explica a proprietária.

Inicialmente, o mercado era realmente pequeno e ela comenta que o crescimento foi possível graças à cidade acolher a ideia. “A gente sempre fala que com a ajuda de todo mundo conseguimos aumentar. Cada um deu sua ajuda, seja através de sugestão para melhorar, através das compras”.

E, desde 2004, as placas nos quatro idiomas já estavam presentes, sendo que até hoje ninguém pensou em retirá-las. Explicando sobre as escolhas, Shirley pontua que o objetivo é mostrar a pluralidade e, caso visitantes apareçam, também se sintam bem no Palboch.

Repassando o gosto pelo atendimento aos três filhos, a matriarca comenta que a partir da evolução do mercado, outros idiomas podem se somar. Uma das filhas, Suellen explica que a família já pensou em levar os idiomas para os panfletos do supermercado.

“Nós estamos pensando, vendo a necessidade, mas uma coisa que estamos planejando é trazer mais a cultura dos indígenas. Expor alguns dos trabalhos também, mas por enquanto continuamos com as placas”, diz.

Sobre a repercussão, ela completa que a família sempre cresceu no comércio e, sabendo do carinho com o público, a ideia é “abraçar” ainda mais os clientes.

 

Acompanhe Campo Grande News. https://www.campograndenews.com.br/lado-b/comportamento-23-08-2011-08/para-acolher-clientes-supermercado-tem-placa-ate-em-terena

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