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Censo 2022: Brasil tem 391 etnias e 295 línguas indígenas

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Editoria: IBGE | Jana Peters e Marília Loschi | Arte: Claudia Ferreira

Com 53.446 indígenas, etnia Makuxí é a terceira mais populosa do país – Foto: Mario Vilela/ Funai

Dados do Censo Demográfico 2022 mostram a existência de 391 etnias, povos ou grupos indígenas no Brasil. Do total da população indígena em 2022 (1.694.836 pessoas), 74,51% declararam etnia, sendo as etnias mais populosas Tikúna (74.061), Kokama (64.327) e Makuxí (53.446). No Censo de 2010, havia um total de 896.917 indígenas e 305 diferentes etnias.

O Censo identificou 295 línguas indígenas, com 474.856 falantes de dois anos ou mais de idade. As três línguas com maior número de falantes são: Tikúna (51.978), Guarani Kaiowá (38.658) e Guajajara (29.212), mas a pesquisa captou línguas faladas por grupos menores e até por uma única pessoa. Em 2010, foram identificadas 274 línguas entre os indígenas de cinco anos ou mais.

Entre 2010 e 2022, houve um aumento de falantes de língua indígena entre as pessoas indígenas de cinco anos, passando de 293.853 para 433.980 falantes. Contudo, percentualmente ocorreu uma redução no período: passando de 37,35% para 28,51%. Por outro lado, dentro de Terra Indígena, o peso de falantes de língua indígena se ampliou, passando de 57,35%, em 2010, para 63,22%, em 2022.

Estas informações fazem parte do Censo Demográfico 2022: Etnias e línguas indígenas – Principais características sociodemográficas – Resultados do universo, divulgado hoje (24) pelo IBGE.

O evento de divulgação acontece a partir das 10h no Instituto de Geociências da Unicamp, em Campinas (SP). Haverá transmissão ao vivo pelo IBGE Digital. Os dados poderão ser acessados no portal do IBGE e em plataformas como o SIDRA, o Panorama do Censo e a Plataforma Geográfica Interativa (PGI), sendo que nesses dois últimos poderão ser visualizados, também, por meio de mapas interativos.

Marta Antunes, gerente de Povos e Comunidades Tradicionais e Grupos Populacionais Específicos do IBGE, salienta que a importância desta divulgação reside no retrato da diversidade da população indígena no país. “O Brasil, quando você olha para outros países da América Latina, tem essa diversidade étnica e linguística. Esse quantitativo expressivo de etnias, esse quantitativo expressivo de línguas faladas”, comenta. “Ao mesmo tempo, a gente teve esse grande aumento da população indígena entre 2010 e 2022, de quase 90%. Então, havia muita curiosidade: quem são esses indígenas?”

 

Brasil registra aumento expressivo na diversidade étnica indígena

Com a passagem do número de etnias de 305, em 2010, para 391, em 2022, verificou-se que dentro de Terras Indígenas foram registrados 335 etnias, povos ou grupos indígenas em 2022, número acima daquele de 2010, que foi 250. Fora de Terras Indígenas foram contabilizados 373 etnias, povos ou grupos indígenas em 2022 e 300 em 2010.

Os resultados destacam as diversas formas de organização social dos povos indígenas e múltiplos fatores devem ser considerados na sua interpretação, como os movimentos migratórios, o processo de urbanização, os processos de autoafirmação e reemergência étnica, que ocorrem quando grupos indígenas voltam a se diferenciar perante outros grupos e a sociedade não indígena. “São pessoas que se declaravam indígenas, mas não acionavam o pertencimento a uma etnia povo ou grupo indígena específico, mas que ao longo dos anos vêm valorizando esse pertencimento fruto de diferentes processos socio organizativos. Nos últimos anos, fruto também do próprio Censo, isso passa a ser valorizado”, explica Marta Antunes. “Declarar para o IBGE o seu pertencimento àquela etnia passa a ser valorizado. Depois de anos de ocultação para lidar com o racismo, principalmente no contexto urbano, se reúnem condições favoráveis para a declaração do pertencimento étnico”.

Além da declaração de 75 novas etnias, não informadas em 2022, Marta destaca outros fatores que contribuem para um aumento no número de etnias, como processos de desagregação de subgrupos que passaram a se identificar como etnias distintas, migrações recentes (como a de indígenas venezuelanos e consolidadas, e melhorias na captação e validação dos dados realizadas pelo IBGE durante o Censo 2022.

Em 2022, 73,08% dos residentes declararam ao menos uma etnia. O Censo captou, pela primeira vez, a dupla declaração de etnia, permitindo que indígenas declarem seu duplo pertencimento étnico, e 1,43% do total de indígenas declarou pertencer a duas etnias.

“Há pessoas que acionam as etnias da mãe e do pai e declaram seu duplo pertencimento étnico. Não tinha como o IBGE pedir ao informante que dissesse qual é a principal. Isso é uma riqueza que o Censo conseguiu captar”, explicou Marta.

A declaração de dupla etnia é mais comum entre os jovens de até 29 anos residentes em Terras Indígenas. Na análise por sexo, verificam-se poucas diferenças na participação de mulheres e homens nas etnias declaradas como única ou dupla etnia.

Fora de Terras Indígenas, é preciso considerar as dinâmicas distintas conforme a localização, urbana ou rural, do domicílio. Em 2022, a população indígena fora de Terras Indígenas em áreas urbanas cresceu significativamente, de 324.834 pessoas em 2010 para 844.760 pessoas em 2022. Em áreas rurais fora de Terras Indígenas o aumento foi menor, de 80.663 pessoas em 2010 para 227.232 pessoas em 2022.

São Paulo tem o maior número de etnias, povos ou grupos indígenas

São Paulo é a Unidade da Federação com o maior número de etnias, povos ou grupos indígenas identificados pelo Censo. Ao todo, foram 271 etnias declaradas. Em seguida, destacam-se o Amazonas, com 259 etnias, e a Bahia, com 233.

Em todos os estados, com exceção do Amapá, ocorreu uma ampliação do total de etnias, com destaque para Amazonas, Bahia e Goiás, em termos absolutos. Já os estados com maior aumento percentual foram Mato Grosso do Sul, Roraima e Tocantins.

Os municípios com maiores quantitativos de etnias eram São Paulo/SP (194 etnias), seguido de Manaus/AM (186), Rio de Janeiro/RJ (176) e Salvador/BA (142). Em Brasília/DF, foram identificadas 167 etnias. Fora das capitais, os que apresentaram maiores quantitativos foram Campinas (SP), com 96 etnias, Santarém (PA), com 87 e Iranduba (AM), com 77. Fernando Damasco, gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, atribui o aumento da diversidade étnica em cidades médias à presença de universidades, políticas de inclusão e mobilizações indígenas.

“Campinas, Foz do Iguaçu e cidades do Mato Grosso do Sul passaram a ser polos de atração da população indígena. Isso mudou o mapa da diversidade no Brasil na última década”, diz Fernando.

 

 

 

Tikúna é a maior etnia

A etnia Tikúna tinha o maior quantitativo de indígenas, com 74.061 pessoas, seguida pela etnia Kokama, com 64.327 pessoas, e a Makuxí, com 53.446 pessoas. Por outro lado, 21 etnias, povos ou grupos indígenas apresentaram menos de 15 pessoas.

Os Kokama são um dos principais exemplos de amplo crescimento de seu quantitativo entre 2010 e 2022. Os aperfeiçoamentos metodológicos do Censo 2022 e os processos de reafirmação identitária nos últimos anos tornaram os Kokama a segunda etnia mais populosa registrada no levantamento. Segundo Fernando Damasco, “habitantes do rio Amazonas, no lado peruano, e no rio Solimões, no lado brasileiro, os Kokama estão localizados principalmente fora de Terras Indígenas reconhecidas e em áreas urbanas. Além disso, têm um histórico de migração nas últimas décadas, principalmente proveniente do Peru. Nos últimos anos, fortaleceram suas formas de organização comunitária, com reinvindicações pelo acesso a direitos fundamentais. Com essa mobilização e as melhorias que efetuamos no levantamento, o retrato desse grupo no Brasil foi aperfeiçoado”. reafirmação étnica, somado à migração e à melhoria da captação nas cidades”.

Analisando as 29 etnias mais populosas (com mais de 10 mil pessoas), o maior percentual de pessoas residindo em Terra Indígena é da etnia Yanomami/Yanomán, com 94,34% de sua população nesta situação, seguida da Guajajara, com 80,28% e da Xavante, com 79,5%. A etnia com menor percentual vivendo em Terra Indígena é a Pankará, com apenas 0,13%.

 

Censo 2022 identifica 295 línguas indígenas, Tikúna é a mais falada

Os resultados do Censo mostram aumento do número de línguas indígenas faladas ou utilizadas no domicílio por pessoas indígenas de dois anos ou mais. Em 2010, eram 274 e, em 2022, 295 línguas. As quatro línguas com maior número de falantes são: Tikúna (51.978); Guarani Kaiowá (38.658); Guajajara (29.212); e Kaingang (27.482).

Entre 2010 e 2022, dentro das Terras Indígenas, houve um aumento de falantes de língua indígena entre as pessoas indígenas de cinco anos ou mais, passando de 293.853 para 433.980 falantes. Contudo, percentualmente, ocorreu uma redução entre 2010 (37,35%) e 2022 (28,51%).

“O avanço do português nas Terras Indígenas é um destaque dos resultados desse Censo. O principal fator é certamente a necessidade crescente de uso do português em necessidades da vida social, como estudo e trabalho, muitas vezes com deslocamento para áreas urbanas, ou com avanço da urbanização sobre as Terras Indígenas. A ausência de políticas educacionais específicas que garantam o ensino em línguas indígenas contribui decisivamente para esse cenário. Fatores históricos são relevantes, pois em muitas situações, por racismo e discriminação, os indígenas foram obrigados a deixar de utilizar as suas línguas no cotidiano e em espaços públicos, substituindo-as pelo português, o que impacta também o uso no domicílio. Apesar disso, esse Censo revelou também que, apesar da ampliação do uso do português, houve crescimento de falantes de línguas indígenas, seja por razões demográficas, seja pelo fortalecimento do uso das línguas pelos indígenas, por meio de ações de revitalização e de fomento da educação bilíngue”, explicou Fernando Damasco.

O Censo permitiu a declaração de até três línguas indígenas por pessoa, revelando regiões com forte multilinguismo, como o Alto Rio Negro, o Norte do Pará e o Parque do Xingu. A análise etária mostra que os falantes exclusivos de línguas indígenas são majoritariamente jovens, o que pode indicar potencial de continuidade.

“Os dados mostram que a transição do uso exclusivo da língua indígena para o uso combinado com o português ocorre principalmente entre jovens, a partir dos 15 anos de idade para os homens, e dos 20 a 24 anos para as mulheres. Essa mudança pode estar diretamente relacionada à entrada na escola, ao contato com o ensino formal e a necessidade de uso do português nos espaços de trabalho”, observou Fernando.

A distribuição dos falantes de língua indígena também revela desafios para o exercício da cidadania. “A oficialização das línguas indígenas é uma demanda central. Sem reconhecimento formal, os indígenas enfrentam barreiras no acesso a serviços públicos, como ausência de intérpretes em escolas e prefeituras. Isso afeta diretamente o acesso à cidadania”, destacou Fernando.

Taxa de alfabetização é mais elevada entre indígenas que falam apenas português

Das 1,19 milhão de pessoas indígenas de 15 anos ou mais, cerca de 308 mil são falantes de língua indígena. Destes, 78,55% (242 mil) são alfabetizados, uma taxa de alfabetização inferior à das pessoas indígenas como um todo, que foi de 84,95% em 2022. Na comparação com os dados de 2010, ocorreu uma redução significativa da taxa de analfabetismo: de 32,13% para 21,45%.

Ainda no grupo de pessoas indígenas de 15 anos ou mais, as que falam apenas línguas indígenas têm a taxa de analfabetismo mais elevada, 31,85%, seguida das que falam língua indígena e português no domicílio, 15,45%, e aquelas que não falam nem língua indígena e nem português no domicílio, 14,98%. Os indígenas que falam apenas português têm a taxa de alfabetização mais elevada, 87,21%.

Mais de 3 mil crianças yanomami não têm registro de nascimento

Considerando a população indígena de até cinco anos, 94,09% possuem registro de nascimento, totalizando 194 mil crianças com registro em cartório (89,12%) ou com Registro Administrativo de Nascimento Indígena – RANI (4,97%). O percentual de crianças de até cinco anos que não têm registro de nascimento foi de 5,42%, 4,91 p.p. acima na comparação com a população residente até cinco anos do país (0,51%), em 2022.

Entre as etnias com os maiores quantitativos de crianças de até cinco anos sem registro de nascimento, os destaques vão para os Yanomami/Yanomán, com 3.288 crianças sem registro, o que corresponde a 65,54%, seguido dos Sanumá, pertencentes ao mesmo agrupamento étnico, com 879 crianças sem registro (97,34%), e em seguida pelos Makuxí, com 748 crianças sem registro (7,89%).

Principais etnias enfrentam precariedades no saneamento básico

Como é possível que pessoas de etnias diferentes residam no mesmo domicílio, a divulgação de informações de saneamento básico (acesso à forma principal de abastecimento de água, destinação de esgoto e de lixo) está elaborada por moradores dos domicílios segundo sua etnia, povo ou grupo indígena. Outra consideração metodológica é que a análise excluiu os domicílios do tipo maloca e habitações indígenas sem parede, uma vez que são arranjos com suas próprias soluções culturais.

Considerando esta exceção, entre as etnias com maiores quantitativos de moradores em domicílios particulares permanentes sem acesso a água encanada até dentro do domicílio proveniente de rede geral de distribuição, poço, fonte, nascente ou mina, destacam-se os Tikúna, com 54.897 moradores nessa situação, correspondendo a 74,21% dos moradores desse grupo étnico, seguidos dos Guarani-Kaiowá, com 35.011 (70,77%), e dos Kokama, com 29.641 (46,26%). Os Guajajara, com 73,78%, representam mais de 27 mil indígenas nessa situação; Makuxí, com 51,52%, são mais de 26 mil. Em termos percentuais, destacam-se os Yanomami/Yanomán, com 93,07%, ou 7.343 pessoas.

Quando à destinação do esgoto, os maiores quantitativos de moradores que utilizavam fossa rudimentar, buraco, vala, rio, córrego, mar ou outra forma ou sem esgotamento devido a inexistência de banheiro ou sanitário estavam entre os Tikúna, com 68.670 moradores nessa situação, correspondendo a 92,82% dos moradores desse grupo étnico, seguidos dos Kokama, com 53.197 (83,02%) e dos Guarani-Kaiowá, com 40.590 (82,05%). Os Makuxí, com 72,23%, representam mais de 37 mil indígenas nessa situação; Kaingang, com 81,41%, são 36.941. Em termos percentuais, destacam-se os Guajajara, com 91,41%, ou 34.152 pessoas, e os Xacriabá, com 90,96%, mais de 12 mil pessoas.

Em relação à destinação do lixo, os maiores quantitativos de moradores sem acesso a serviço de coleta direta ou indireta do lixo estavam entre os Tikúna, com 56.660 moradores nessa situação, correspondendo a 76,59% dos moradores desse grupo étnico, seguidos dos Guarani-Kaiowá com 39.837 (80,53%) e dos Makuxí, com 36.329 (70,35%). Em termos percentuais, destacam-se os Guajajara, com 85,66%, cerca de 32 mil pessoas, e os Xavante, com 81,43%, mais de 15 mil pessoas.

Mais sobre a pesquisa

O Censo Demográfico é a mais completa operação estatística realizada no país, indo a todos os domicílios dos 5.570 municípios brasileiros. A divulgação “Censo 2022: Etnias e línguas indígenas: Principais características sociodemográficas – Resultados do universo” traz estatísticas sobre as diversidades étnica e linguística da população indígena, com indicadores de sexo, idade, alfabetização, registro de nascimento e acesso a saneamento básico, desagregadas segundo as etnias, povos ou grupos indígenas a que pertencem.

As informações contemplam os seguintes recortes territoriais: Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Municípios, Amazônia Legal, Amazônia Legal por Unidades da Federação, Terras Indígenas e Terras Indígenas por Unidades da Federação.

Confira a matéria na fonte: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/44848-censo-2022-brasil-tem-391-etnias-e-295-linguas-indigenas

 

 

II Encontro Nacional de Municípios Plurilíngues – II ENMP Publica a Carta do Encontro

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A Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo (UCLPM) e o Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística (IPOL) reafirmaram o compromisso com a promoção de políticas linguísticas plurais e inclusivas realizando o II Encontro Nacional de Municípios Plurilíngues (II ENMP).

O evento aconteceu nos dias 1 e 2 de setembro de 2025 na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e reuniu gestores públicos, pesquisadores, educadores, agentes culturais e comunidades linguísticas, com o objetivo de tematizar os processos de regulamentação e implementação das leis de cooficialização. Em formato híbrido, o evento promoveu atividades presenciais, como mesas-redondas, palestras e workshop, e comunicações orais realizadas de forma online, ampliando o alcance e a participação de todos os interessados.

Considerando a relevância histórica das políticas que reconhecem e promovem as línguas brasileiras como cooficiais em vários municípios e considerando que estas são políticas de gestão compartilhada, que dialogam com outras iniciativas em todos os níveis de governo, os participantes do IIENMP publicam Carta do II Encontro Nacional de Municípios Plurilingues final

Confira e divulgue!

CNJ lança manual para fortalecer acesso de povos indígenas à Justiça

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Foto Romulo Serpa – CNJ

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no âmbito do Programa Justiça Plural, lançou o Manual de Implementação daResolução n. 454/2022, que reúne orientações para que o Poder Judiciário assegure o acesso à Justiça a pessoas, comunidades e povos indígenas.

“O Manual oferece diretrizes práticas para questões específicas como comunicação processual, realização de perícias antropológicas, depoimentos em línguas indígenas, direitos de crianças e adolescentes indígenas, demandas territoriais, criminais e trabalhistas, entre outras”, explica João Paulo Schoucair, conselheiro do CNJ e coordenador do Fórum Nacional do Poder Judiciário para monitoramento e efetividade das demandas relacionadas aos Povos Indígenas (Fonepi).

Acesse o Manual de Implementação da Resolução n. 454/2022

Entre essas diretrizes, destaca-se a importância de formar mediadoras e mediadores, conciliadoras e conciliadores e intérpretes indígenas, a fim de fortalecer o protagonismo das próprias comunidades na resolução de conflitos, além de garantir processos culturalmente adequados às particularidades de cada povo.

Nas demandas que envolvem mulheres, crianças, adolescentes e pessoas indígenas privadas de liberdade, o texto orienta a observância dos protocolos específicos do CNJ voltados à proteção de grupos vulneráveis e à adoção de procedimentos sensíveis às diferenças culturais.

Também recomenda a realização de mutirões de atualização processual, com o objetivo de garantir a correta identificação de pessoas e comunidades indígenas nos registros judiciais. Outro ponto central é a necessidade de adequação de sistemas informatizados para incluir campos específicos que registrem a identidade e a etnia das partes envolvidas nos processos.

Paradigmas

A publicação é resultado de um amplo processo de diálogo intercultural que se iniciou no Grupo de Trabalho “Direitos Indígenas: Acesso à Justiça e Singularidades Processuais”, instituído pelo CNJ. O grupo foi composto por lideranças indígenas, magistradas e magistrados, representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, da OAB, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), além de pesquisadoras e pesquisadores, antropólogas e antropólogos e organizações da sociedade civil.

Esse trabalho em conjunto permitiu uma troca inédita entre o conhecimento jurídico e os saberes tradicionais dos povos indígenas. Isso deu mais legitimidade e consistência técnica à Resolução CNJ nº 454/2022 e ao manual, que transforma esses princípios em orientações práticas para o trabalho do Judiciário.

“O diálogo estabelecido no Grupo de Trabalho foi fundamental para que a Resolução 454 e este manual refletissem as nossas vozes, nossas práticas e nossos modos de compreender a justiça”, ressaltou Samara Pataxó, jurista indígena e embaixadora do Observatório dos Direitos Humanos do Poder Judiciário (ODH/CNJ), que também integrou o Grupo de Trabalho que deu origem à proposta da Resolução n. 454/2022.

O Grupo de Trabalho se uniu para mudar a ideia antiga de que os povos indígenas precisam ser tutelados. O objetivo foi reafirmar que eles têm total capacidade de decidir e agir por si mesmos, como garantem a Constituição de 1988 e acordos internacionais assinados pelo Brasil, como a Convenção 169 da OIT e as declarações da ONU e da OEA sobre os direitos dos povos indígenas.

O manual reúne essas ideias e coloca em prática princípios como o direito de os povos se identificarem por si mesmos, o diálogo entre diferentes culturas, o respeito aos territórios e às formas próprias de cada povo resolver seus conflitos. Além de explicar esses conceitos, o documento também traz orientações práticas para que a Justiça atue de forma mais adequada e respeitosa à diversidade étnica do Brasil.

Programa Justiça Plural

A publicação também contou com o apoio do programa Justiça Plural, iniciativa do CNJ em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) que busca fortalecer as capacidades do Poder Judiciário na promoção dos direitos humanos e socioambientais e na ampliação do acesso à Justiça por populações estruturalmente vulnerabilizadas.

Texto: Lali Mareco
Edição: Sâmia Bechelane
Agência CNJ de Notícias

Confira a matéria diretamente no site CNJ: https://www.cnj.jus.br/cnj-lanca-manual-para-fortalecer-acesso-de-povos-indigenas-a-justica/

Povo Zo’é lança documentário e leva suas vozes à Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil

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Realizado em parceria entre a Tekohara Organização Zo’é, Iepé e ISA, “Zo’é rekoha – modo de vida zo’é” é narrado pela voz de quatro lideranças deste povo indígena que vive no Norte do Pará

Por Tatiane Klein – Jornalista e antropóloga do ISA

“É muito bonito meu território! Neste mesmo território, os primeiros Zo’é já viviam antigamente, por isso ele é bonito!”. É assim que Supi Zo’é, uma das lideranças deste povo indígena apresenta a Terra Indígena Zo’é, no Norte do Pará, em um documentário que vem a público nesta segunda-feira (20/10).

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Jovens zo'é participam de um dos encontros de letramento em 2019
Jovens zo’é participam de um dos encontros de letramento em 2019 📷 Hugo Prudente/Iepé

Narrado pelas vozes de Tokẽ, Se’y, Awapo’í e Supi Zo’é, o vídeo “Zo’é rekoha – modo de vida zo’é” é fruto de uma parceria com a Tekohara Organização Zo’é e com Instituto Iepé, e abre uma nova janela de comunicação com o mundo zo’é na Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil, do Instituto Socioambiental (ISA).

Assista agora!

A produção foi realizada em maio de 2024, durante uma das primeiras viagens das lideranças zo’é à cidade de São Paulo (SP) – quando puderam conhecer mais sobre o modo de vida dos não indígenas nas grandes metrópoles, a atuação de organizações parceiras dos povos indígenas e visitar a Terra Indígena Tenondé Porã, do povo Guarani.

Incorporado ao novo verbete do povo Zo’é na Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil, o documentário traz as vozes indígenas para o primeiro plano, lado a lado com o texto produzido pela antropóloga não indígena Dominique Tilkin Gallois – parceira histórica dos Zo’é e uma das mais antigas colaboradoras da pesquisa-movimento mantida há mais de 30 anos pelo ISA sobre a sociodiversidade indígena.

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Visita do povo Zo'é ao ISASP para entrevista sobre o seu povo
Visita do povo Zo’é ao ISASP para entrevista sobre o seu povo 📷 Tatiane Klein/ISA
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Lideranças do povo Zo’é, assessores do Iepé e Funai vê fotos antigas de seu povo no setor de Documentação do ISA
Lideranças do povo Zo’é, assessores do Iepé e Funai vê fotos antigas de seu povo no setor de Documentação do ISA 📷 Tatiane Klein/ISA
Os povos se apresentam

As autorias indígenas sempre fizeram parte desse movimento. No ano 2000, foi iniciada a série “Narrativas indígenas”, que apresentava depoimentos de lideranças de diferentes povos sobre temas fundamentais, como a chegada dos não indígenas e as explicações sobre as mudanças climáticas.

Na primeira edição da série, foram as vozes dos eminentes líderes Jurusi uhu, Pa’hi e Tatitu Zo’é, lado a lado com a de Dominique, que apresentaram a narrativa do herói mítico Jipohan, que recriou os Zo’é após um dilúvio e que tem roupas, gravadores e outras tecnologias como as dos kirahi, não indígenas. “Jipohan é gente como você”, conta Tatitu Zo’é à antropóloga no depoimento registrado em 1992.

Leia também

Jipohan é gente como você

De lá pra cá, já foram publicadas 64 narrativas indígenas, além de incontáveis artigos e imagens de autoria indígena nos livros e sites mantidos pelo ISA. Sempre buscando não só divulgar a diversidade cultural e produzir informações qualificadas sobre o Brasil indígena, mas também reforçar a atualidade dos modos indígenas de existir e a imagem desses povos como autores de suas próprias narrativas.

É para dar continuidade a esse esforço histórico que inauguramos, com esse documentário, a série especial “Os povos se apresentam”, que traz conteúdos produzidos em estreita colaboração com pessoas e organizações indígenas. São vídeos, narrativas, imagens, clipes para redes sociais e outros materiais de autoria indígena que, agora,  ganham destaque nesse site pioneiro e nos canais do ISA nas redes sociais.

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Se'y Zo'e sendo entrevistada para vídeo sobre o seu povo, para a Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil
Se’y Zo’e sendo entrevistada para vídeo sobre o seu povo, para a Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil 📷 Claudio Tavares/ISA
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oke Zo'é, liderança, sendo entrevistado para vídeo sobre o seu povo, para a Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil, no escritório do ISA-SP
Toke Zo’é, liderança, sendo entrevistado para vídeo sobre o seu povo, para a Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil, no escritório do ISA-SP 📷 Claudio Tavares/ISA
Os Zo’é, em primeira pessoa

O convite para que as lideranças da organização Tekohara falassem em voz própria sobre seu território, seus cantos, festas, artesanato, roças e casas, simboliza a atual situação deste povo de contato recente – que hoje soma 350 pessoas.

No passado, os Zo’é viveram por anos sob uma política indigenista de isolamento, que buscava restringir sua interação com os não indígenas e com outros povos indígenas. Como escreve Dominique Tilkin Gallois no verbete do povo, eles “foram apresentados ao mundo em 1989, em reportagens que enfatizavam sua ‘pureza’ e ‘fragilidade’ e os descreviam como um dos últimos povos ‘intactos’ na Amazônia”.

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Supi Zo'é, jovem liderança, parte da Tekohara -Associação Zo'é, sendo entrevistado para vídeo sobre o seu povo, para a Enciclopédia Povos Indígenas no Brasil
Supi Zo’é, jovem liderança, parte da Tekohara – Associação Zo’é 📷 Claudio Tavares/ISA
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Awapo'í Zo'é, jovem liderança, parte da Tekohara - Associação Zo'é, sendo entrevistado para vídeo sobre o seu povo
Awapo’í Zo’é, jovem liderança, parte da Tekohara – Associação Zo’é 📷 Claudio Tavares/ISA

Após superar a invasão de seu território por caçadores de felinos nos anos 1960,a instalação de uma base da Missão Novas Tribos (MNT) na TI Zo’é por anos a fio e as mortes causadas por falhas na assistência à saúde no final dos anos 1980, os Zo’é não só recuperaram sua população, mas também suas formas próprias de organização frente aos desafios da atualidade.

“Foi para tornar conhecidos os nossos pensamentos que nós tivemos essa ideia”, explica Supi Zo’é sobre a ideia de fundar a Tekohara, em 2022, com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Instituto Iepé.

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, recebe o presidente da Funai, Márcio Meira, a linguista Ana Suely Arruda e os indígenas Zo'é de Santarém-PA
O ano de 2011 foi um marco para os Zo’é, quando suas lideranças estiveram pela primeira vez em Brasília, dialogando com o então o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acompanhados pelo presidente da Funai, Márcio Meira, a linguista Ana Suely Arruda e a antropóloga Dominique Gallois 📷 Isaac Amorim/MJ

Hoje, eles estabeleceram suas próprias diretrizes para a proteção da TI Zo’é em um PGTA; consolidaram um programa de letramento não escolar; registram e traduzem seus cantos tradicionais; produzem livros para difundir os saberes zo’é; além de gerenciarem um fundo coletivo de artesanato, o FAZ, com apoio da Frente de Proteção Etnoambiental Cuminapenama (FPE-CPM), da Funai.

Confira o catálogo do Fundo e descubra como adquirir produtos do povo Zo’é!

Saiba mais em https://www.socioambiental.org/noticias-socioambientais/povo-zoe-lanca-documentario-e-leva-suas-vozes-enciclopedia-povos-indigenas

Seminário Diversidade Cultural e Tecnologias: a Economia Criativa em foco

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“Seminário Diversidade Cultural e Tecnologias: a Economia Criativa em foco”.

O encontro acontece no dia 21 de outubro e será imperdível para refletir sobre os rumos da economia criativa, seus impactos sociais e como as novas tecnologias vêm transformando o setor cultural. Entre os nomes já confirmados estão: Cláudia Leitão (Secretária de Economia Criativa no MinC); Márcia Rollemberg (Secretária de Cidadania e Diversidade Cultural no MinC); Marília Marton (Secretária da Cultura, Economia e Indústrias Criativas do Estado de São Paulo); Totó Parente (Secretário de Cultura e Economia Criativa da Cidade de São Paulo); e Profª Dra. Lilian Hanania (Universidade Paris Cité). O seminário faz parte das comemorações dos 20 anos da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO e será um espaço para debates com especialistas e gestores que pensam a cultura em diferentes escalas.

Saiba mais acessando a programação

MinC e MEC inauguram IX Encontro Ibero-Americano de Redplanes, no Rio de Janeiro

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Evento reúne representantes de 21 países para discutir políticas de leitura, escrita e oralidade como pilares da democracia e da inclusão social

Rio de Janeiro, reconhecido em 2025 como Capital Mundial do Livro pela Unesco, foi palco da abertura do IX Encontro Ibero-Americano de Redplanes: Leitura, Diversidade e Democracia, nesta segunda-feira (13), no Museu de Arte do Rio (MAR). A cerimônia contou com a presença de Márcio Tavares, secretário-Executivo do MinC e ministro substituto da Cultura.

Márcio Tavares reforçou a importância da leitura como base da democracia e da inclusão social. “Falar de políticas de livro, leitura e literatura é falar sobre construção de cidadania. A leitura é ferramenta essencial para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, crítica e democrática”.

“No Brasil, temos um compromisso firme e renovado com a democratização do acesso ao livro e à leitura. O nosso Plano Nacional do Livro e Leitura, o PNLL, que se encontra em fase final de construção para o decênio 2025-2035, reflete este compromisso histórico. Queremos garantir que cada vez mais brasileiros e brasileiras tenham acesso a bibliotecas, a livros e a programas de formação de leitores que respeitem e valorizem nossa diversidade cultural”, afirmou Márcio Tavares.

 

O representante do MinC celebrou ainda o título e Capital Mundial do Livro, concedido pela Unesco à capital carioca: “É a primeira vez que uma cidade de língua portuguesa é reconhecida com esse título”.

O Ministério da Educação (MEC) também apresentou ações em andamento. Anita Stefani, diretora de Apoio à Gestão Educacional do MEC, relembrou que o país conduz o maior programa de distribuição de livros didáticos e literários do mundo, com foco na diversidade e na formação de leitores desde a infância. “A leitura, o livro e a formação de leitores têm papel fundamental desde a alfabetização, desde a educação infantil. A leitura é um direito para ajudar a ler o mundo, a interpretar o mundo e a viver melhor”, salientou.

Para a diretora do Cerlalc, Margarita Cuéllar Barona, o compromisso dos governos com a cultura escrita e oral é essencial para garantir cidadania plena. “A leitura é um direito que permite que se tenha cidadania plena. E isso é democracia”, afirmou. Citando o escritor Paulo Freire, completou: “A leitura, fora da decodificação de signos, nos faz compreender a realidade. E só essa compreensão nos dá o poder de transformá-la. E essa é a nossa missão”.

No âmbito local, o Plano Municipal de Leitura do Rio de Janeiro foi citado como uma iniciativa estruturante, com quatro eixos principais — democratização do acesso, literacidade, indústria do livro e estímulo ao artista. Segundo Henrique Dau,gerente de Livro e Leitura da Secretaria Municipal de Cultura do Rio; a sustentação dessas políticas depende da valorização de iniciativas comunitárias.“A democratização do acesso à leitura depende do apoio às bibliotecas comunitárias. Se nós não apoiarmos essas iniciativas que mudam realidades locais, estaremos fadados ao fracasso. As políticas de leitura são para o cidadão, cujo hábito de leitura queremos estimular”, explicou.

Os discursos também refletiram sobre os desafios contemporâneos que impactam o setor do livro, como as transformações tecnológicas, a inteligência artificial, as brechas sociais e as mudanças climáticas. Alexander Leicht, diretor do Escritório Regional da Unesco para a América Central, México e Colômbia analisou que essas transformações exigem políticas adaptativas e cooperação internacional. “Ter e ver a colaboração internacional em prática de forma concreta é uma grande conquista. O setor do livro e da leitura é afetado pelas mudanças da sociedade — climáticas, tecnológicas e sociais — e precisamos responder a isso”.

Por sua vez, o diretor-geral da OEI, Raphael Callou, destacou a importância de manter o título de Capital Mundial do Livro associado a ações efetivas. “A leitura, a escrita e a oralidade são geradoras de oportunidades de bem-estar e desenvolvimento que beneficiam todos os setores da população. Fortalecer e posicionar o título de Capital Mundial do Livro com iniciativas palpáveis e objetivas, como a que a Redplanes propõe, se materializa neste encontro”, declarou.

Sobre o Encontro Ibero-Americano de Redplanes

O encontro, que se estende até o dia 16, reúne delegações governamentais e especialistas de 21 países para debater os desafios e caminhos comuns das políticas públicas de leitura na Iberoamérica. A iniciativa é promovida pelo Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e o Caribe (Cerlalc), em parceria com o MinC, o MEC e a OEI, com o objetivo de fortalecer a leitura, a escrita e a oralidade como instrumentos de cidadania e desenvolvimento democrático.

Em um cenário marcado por profundas desigualdades e crise de aprendizagem leitora, o encontro propõe renovar compromissos e estratégias de cooperação regional. Segundo o Cerlalc, a leitura deve ser tratada como um direito fundamental e uma ferramenta de inclusão social, capaz de ampliar o acesso ao conhecimento e reduzir as lacunas culturais e educacionais na região.

Durante os quatro dias de programação, o evento conta com palestras, painéis e debates com nomes de destaque, como Judith Kalman, Eliana Yunes, Altaci Corrêa Rubim, Conceição Evaristo, Roger Chartier e Inés Miret. Também serão lançados estudos e publicações estratégicas sobre políticas públicas e práticas de leitura, entre eles o Estudo Regional sobre Políticas Públicas e Planos Nacionais de Leitura, Escrita, Oralidade e Livro na Iberoamérica, desenvolvido pelo Cerlalc e pela OEI, e o guia “Planos Nacionais de Leitura, Escrita e Oralidade: Um Roteiro de Ação e Renovação para sua Formulação e Implementação”.

O evento marca ainda um momento simbólico para o Brasil, que ocupa a presidência do Conselho do Cerlalc e avança na formulação do novo Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL 2025–2035), a ser sancionado em breve. O plano estabelece metas para democratizar o acesso ao livro e consolidar a leitura como prática cultural e direito de todos os cidadãos.

 

Confira a programação:  Agenda académica IX Encuentro Redplanes

 

Assista a abertura do evento: https://www.youtube.com/watch?v=9anEwyiHihw

Siga assistindo no canal da OEI https://www.youtube.com/@oeibrasil

 

Confira a transmissão:

Transmissão e atividades online

O Encontro oferecerá atividades com transmissão ao vivo por meio dos canais no YouTube do Cerlalc, do Ministério da Cultura do Brasil, do Ministério da Educação e da OEI. As atividades são:

Segunda-feira, 13 de outubro, 19:00-20:00, Inauguração e abertura do IX Encontro Ibero-Americano da Redplanes com Márcio Tavares, ministro da Cultura Substituto, Ministério da Cultura do Brasil; Camilo Santana, ministro da Educação do Brasil; Lucas Padilha, secretário de Cultura do Rio de Janeiro; Alexander Leicht, diretor e representante do Escritório Regional da UNESCO para a América Central, México e Colômbia; Margarita Cuéllar Barona, diretora do Cerlalc-UNESCO; e Raphael Callou, diretor-geral de Cultura da OEI.

Terça-feira, 14 de outubro, 9:00 – 10:00, Diálogo de abertura: “O direito à expressão e à leitura como alicerce para o futuro”, com Roger Chartier, Conceição Evaristo e Fabiano dos Santos.

Terça-feira, 14 de outubro, 10:00 – 11:00, painel “Direito à leitura, à escrita e à palavra”, com Eliana Yunes, Daniel Munduruku e Inés Miret.

Quarta-feira, 15 de outubro, 14:00 – 15:00, “Línguas Nativas e Diversidade Linguística na Iberoamérica”, com Vanessa Sagica, Eliel Benites, Alicia Sellés Carot e Andressa Marques.

Quarta-feira, 15 de outubro, 15:00 – 16:00, Mesa Redonda sobre equidade racial e igualdade de gênero, com Danieli Christóvão Balbi, Franciéle Carneiro Garcês, Margarita Cuéllar Barona e Dolores Prades.

Quarta-feira, 15 de outubro, 16:00 – 16:45, palestra principal “Leitura, conhecimento e democracia”, com Roger Chartier.

Quinta-feira, 16 de outubro, 16:30 – 17:15, conferência de encerramento “Leitura, escrita e oralidade, práticas sociais em tempos de crise”, por Judith Kalman.

 

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