Milhares falavam sua língua na Amazônia. Agora, ele é o único
O taushiro, idioma antes falado por uma tribo que desapareceu na selva da bacia amazônica no Peru, é um mistério para linguistas e antropólogos
Amadeo García García navegou apressado rio acima em sua canoa, entrando no acampamento escondido e protegido por armadilhas em que o irmão Juan agonizava.
Juan se contorcia de dor e tremia de forma incontrolável enquanto a febre subia, lutando contra a malária. Quando Amadeo o consolou, o enfermo murmurou algumas palavras que ninguém mais na Terra entendia.
Je- intavea-, disse ele naquele dia sufocante em 1999. “Estou muito doente.” Continue lendo
Livros sobre Terra Indígena Alto Rio Guamá estão disponíveis para download
Uma das missões do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-bio), por intermédio da Diretoria de Biodiversidade/Gerência de Sociobiodiversidade, é apoiar a implementação da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial de Terras Indígenas (PNGATI) no estado do Pará, através de ações de proteção, recuperação, conservação e uso sustentável dos recursos naturais dos territórios indígenas, estabelecendo o mapeamento e zoneamento participativos, como ferramentas de gestão dos territórios indígenas.
Em 2014, iniciaram-se os estudos de campo para o Diagnóstico Participativo e Etnozoneamento da Terra Indígena Alto Rio Guamá (TIARG). Os trabalhos resultaram na elaboração dos livros “Gestão Ambiental e Territorial da Terra Indígena Alto Rio Guamá: Diagnóstico Etnoambiental e Etnozoneamento” e “Narrativas Tembé sobre Biodiversidade”, que foram lançados pelo Instituto recentemente, em um Seminário realizado em Paragominas, município que aloja grande parte da área florestada da Terra Indígena Alto Rio Guamá. Continue lendo
Por que todo mundo não fala a mesma língua?
Muitas das línguas que você sabe que existem vieram de uma raiz comum
Porque as línguas foram surgindo nas várias regiões do mundo de forma independente. Algumas têm a mesma origem, como o hindu, o sueco, o inglês e o português. Eles vieram de uma grande língua comum, chamada proto-indo-europeu, que há milhares de anos era falada na Ásia. Esse idioma deu origem a quase todas as línguas ocidentais e algumas orientais. “Supõe-se que o indo-europeu tenha sido uma língua só, que foi se diferenciando com o tempo”, explica o professor de linguística Paulo Chagas de Souza, da Universidade de São Paulo. Continue lendo
Há línguas quase extintas. Como as podemos salvar?
Em todo o planeta há línguas ameaçadas. Agora, uma equipa de cientista fez uma nova árvore evolutiva com algumas línguas do Sudeste asiático e do oceano Pacífico que devem ser preservadas. Também em Portugal há uma “quase extinta” que se tem procurado revitalizar.
Numa aldeia de Taiwan, existe uma língua que tem apenas 24 falantes, muitos deles já pessoas mais velhas. É o kavalan, considerado uma língua “quase extinta” e que ocupa o primeiro lugar de um ranking de línguas a preservar segundo um artigo na revista científica Royal Society Open Science. Construído por cientistas do Canadá, Reino Unido e da África do Sul, esse ranking é uma como árvore evolutiva para línguas de ilhas do Sudeste asiático e do oceano Pacífico. Continue lendo
Dia Mundial da Língua Árabe
Em 18 de dezembro celebra-se o Dia Mundial da Língua Árabe. A data foi estabelecida pela UNESCO em 2012 com dois objetivos: “Celebrar o multilinguismo e a diversidade cultural, e promover o uso igualitário das seis línguas oficiais dentro da organização.” Em 18 de dezembro de 1973, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a introdução do árabe nas línguas oficiais e de trabalho da ONU com base numa proposta apresentada pelos reinos de Marrocos e da Arábia Saudita durante a 190.ª sessão do Conselho Executivo da UNESCO em 1973.
O número de falantes do árabe como primeiro idioma é, atualmente, de cerca de 360 milhões, a população dos países árabes, para além de outros 130 milhões que falam o árabe como segunda língua. É também a língua de cultura religiosa de mil milhões de muçulmanos. O árabe ocupa atualmente o quarto lugar depois do inglês, francês e espanhol, em termos de número de falantes de línguas no mundo, e é uma das línguas mais difundidas no mundo de hoje. Continue lendo
O que o mundo perde quando morre uma língua
Quando Yang Huanyi faleceu, em 2004, morreu também o nushu, um sistema de escrita silábico conhecido apenas pelas mulheres de uma área remota da província chinesa de Hunan. Aos 98 anos, ela era a última detentora de um conhecimento passado de mãe para filha que, durante séculos, permitiu que as mulheres se comunicassem secretamente entre si e burlassem o controle dos homens, ainda que fossem proibidas de receber educação formal.
De acordo com o Atlas Interativo das Línguas em Perigo, da UNESCO, mais de 100 línguas desapareceram nos últimos 10 anos e outras 2.572 são consideradas vulneráveis ou em risco de extinção. Dessas, 519 estão em situação crítica e 51 são faladas por uma única pessoa. A organização afirma que uma língua morre a cada 14 dias. Nesse ritmo, metade dos 7.000 idiomas falados hoje no mundo desaparecerá até o final do século 21, alguns deles sem nunca terem sido gravados ou documentados. Continue lendo