Patrimônio Cultural

Carta Aberta do coletivo de Servidores do Iphan à Sociedade

Coletivo Iphan

 

O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
Constituição Federal de 1988, Art. 215

Nós, do Coletivo de Servidores do Iphan, instância composta por 280 servidores pertencentes ao quadro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, queremos expressar nosso permanente compromisso com os princípios que norteiam a Constituição Federal de 1988. Lembramos que o serviço que prestamos à sociedade é o de zelar pela garantia dos direitos culturais e de acesso à memória e ao patrimônio cultural pelos diferentes grupos sociais, étnicos e culturais formadores da sociedade brasileira, enquanto um compromisso assumido pelo Estado brasileiro com sua população.

Ao longo dos 83 anos de existência, o Iphan vem coordenando a gestão de políticas públicas de patrimônio cultural que possibilitam a ampliação do conjunto de narrativas identitárias que conformam a nação brasileira. Lembramos que os servidores do IPHAN, ao longo dessas décadas, estiveram envolvidos nas lutas pela democratização do acesso à cultura, protagonizando debates que levaram à redação dos artigos 215 e 216 da Constituição Federal de 1988, assim como à promulgação de legislação regulamentando a ampliação da abrangência da proteção e representatividade do patrimônio cultural pelo Estado brasileiro, como é o caso do Decreto nº 3.551/2000, que instituiu o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial/ PNPI.

Se, no plano da legislação, a nossa atuação se somou à da sociedade civil e de outras instituições para contribuir com o fortalecimento da democracia no universo simbólico, no plano da gestão, vimos diagnosticando a necessidade de fortalecimento da estrutura da instituição, à medida que lidamos no cotidiano com a complexidade e a abrangência de atribuições e responsabilidades do IPHAN.

Por se tratar de um conjunto amplo de políticas públicas, amparado nos princípios constitucionais e em marcos legais específicos, o campo da preservação do patrimônio cultural exige que seus gestores, técnicos e analistas manejem um repertório técnico de instrumentos, conhecimentos e experiências. Afinal, somos responsáveis pelo planejamento, execução e monitoramento de uma variedade de programas, projetos e ações voltadas à preservação/salvaguarda de bens culturais de natureza material e imaterial.

Enquanto agentes da gestão pública, precisamos conhecer e aplicar seus princípios legais e normativos em tudo que realizamos, o que nos demanda constante atualização profissional para o aprimoramento das metodologias, demandas e conhecimentos que compõem esse universo específico da administração pública. Essa expertise profissional está relacionada a processos de longa duração, nos quais o trabalho administrativo compreende as formas de manutenção dos elementos simbólicos das diferentes matrizes culturais da nação, expressos pelos bens culturais herdados e transmitido por gerações. Nossa qualificação profissional garante, desse modo, a continuidade e a coerência com os princípios constitucionais nas ações e programas de gestão do patrimônio cultural, a despeito da conjuntura dos programas políticos de governo, que se movem no fluxo e nos prazos das dinâmicas eleitorais.

Nesse sentido, externamos a nossa preocupação com as nomeações, nesses últimos tempos, de profissionais que estão assumindo cargos de gerência e direção nas unidades do IPHAN, quando identificamos que os requisitos profissionais de nossa área não são atendidos. Alertamos para os riscos que a inserção de agentes não experimentados na gestão pública e nos conhecimentos técnicos do campo do patrimônio cultural podem trazer à garantia dos princípios constitucionais de valorização e defesa da diversidade cultural da nossa sociedade.

Preocupamo-nos, em especial, com a integridade da Política de Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, e de como as nomeações afetarão o protagonismo e a centralidade da participação dos diversos segmentos sociais portadores dos bens culturais de natureza imaterial, inviabilizando, assim, os mecanismos de governança que são norteadores dessa política pública.

Salientamos que, ao mencionar os requisitos para que os gestores do IPHAN articulem conhecimento técnico, habilidade e iniciativa para o diálogo com instituições, agentes da sociedade civil e dos poderes públicos da União, nos referimos às premissas, às diretrizes e às normas tanto do âmbito nacional, como a Constituição Federal de 1988 e a regulamentação do Programa Nacional do Patrimônio Imaterial – PNPI, quanto do âmbito internacional, como a Convenção da UNESCO para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial (2003), aprovada pelo Congresso Nacional e ratificada pelo Decreto nº 5.753/2006.

Caminhamos junto com as instituições representativas dos profissionais que movimentam o campo do patrimônio cultural, com as autoridades políticas e as lideranças da sociedade civil que reivindicam o comprometimento da gestão pública com o conceito de democracia e de respeito à diversidade cultural brasileira, expressa pelos diversos modos de ser, estar e expressar-se no mundo.

Por fim, lembramos que, dentro das possibilidades legais e da responsabilidade ética, continuaremos atentos a quaisquer ações que possam prejudicar ou implicar em retrocesso a direitos já conquistados pela sociedade brasileira.

Brasília, 16 de dezembro de 2020.

Coletivo de Servidores do Iphan
coletivoiphan.wordpress.com
servidores.iphan.2020@gmail.com

Chamada para artigos| Dossiê Temático “Patrimónios (in)visíveis, colonialidade(s) em escuta”

A Revista Eletrônica Cadernos NAUI, do Núcleo de Dinâmicas Urbanas e Patrimônio Cultural, torna pública a chamada de artigos para o Dossiê Temático  “Patrimónios (in)visíveis, colonialidade(s) em escuta” do Cadernos NAUI, Vol.10, n∘ 18, jan-jun 2021.Serão aceitos para avaliação artigos acadêmicos resultados de pesquisas e investigações concluídas ou em andamento alinhados com a proposta do dossiê, bem como, resenhas de livros recentes publicados nessa temática. A submissão dos artigos e outras formas de publicação, estão sujeitas à avaliação por pares e devem seguir os critérios para publicação, formatação e demais  diretrizes  para autores que estão disponíveis no site da revista.
Os autores interessados em submeter trabalhos devem encaminhá-los para o e-mail: cadernosnaui@gmail.com 
Data de submissão: 15/02/2021 

Chamada para artigos| Dossiê Temático “Indígena? Presente! Processos (Inter)culturais de apropriação territorial e (trans)formação identitária indígena em diferentes contextos temporais e espaciais”.

Revista Eletrônica Cadernos NAUI, do Núcleo de Dinâmicas Urbanas e Patrimônio Cultural, torna pública a chamada de artigos para o Dossiê Temático “Indígena? Presente! Processos (Inter)culturais de apropriação territorial e (trans)formação identitária indígena em diferentes contextos temporais e espaciais”.

Serão aceitos para avaliação artigos acadêmicos resultados de pesquisas e investigações concluídas ou em andamento alinhados com a proposta do dossiê, bem como, resenhas de livros recentes publicados nessa temática.  

A submissão dos artigos e outras formas de publicação, estão sujeitas à avaliação por pares e devem seguir os critérios para publicação, formatação e demais  diretrizes  para autores que estão disponíveis no site da revista.

Os autores interessados em submeter trabalhos devem encaminhá-los para o e-mail: cadernosnaui@gmail.comaté o dia 10 de abril de 2021.

UNILA: I Congresso Internacional Epistemologias do Sul: Perspectivas Críticas”

epistemogias-do-sul-perspectivas-criticasO I Congresso Internacional Epistemologias do Sul: Perspectivas Críticas” da Universidade Federal da Integração Latino-Americana(UNILA) acontece de 7 a 9 de novembro, no Paraná. As inscrições para ouvintes podem ser feitas até 30 de outubro.

Embora a expressão “epistemologias do sul” esteja ligada a um conjunto muito vasto de pensadores e pensadoras, implicando inúmeros problemas de ordem teórica, histórica e metodológica, seu uso tem se tornado bastante comum nas esferas de circulação acadêmica. É, pois, inserindo-se no interior desse debate que o I Congresso Internacional Epistemologias do Sul pretende contribuir para o avanço das discussões desse campo. Continue lendo

Patrimônio Cultural Brasileiro em Pomerode (SC): tombamento e cooperação

pomeEm Santa Catarina, no Vale do Itajaí e, especialmente na cidade de Pomerode, estão alguns dos lugares mais especiais do Brasil. Assim como Ouro Preto, São Luís, Salvador e tantas outras cidades históricas brasileiras internacionalmente reconhecidas, o Vale do Testo Alto é um dos lugares onde a riqueza e a diversidade do Patrimônio Cultural Brasileiro encontram sua maior expressão.

Desde a década de 1980, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) atua nesta região, tendo como uma das atividades principais a realização de estudos sobre o patrimônio – material e imaterial – da imigração no Sul do Brasil.

Milhares de quilômetros foram percorridos de norte a sul do Estado, em todos os municípios e localidades que surgiram a partir das colônias de imigrantes que aqui aportaram em meados do século XIX. Centenas de propriedades rurais foram identificadas e catalogadas e, ao final das pesquisas, concluiu-se que estão em Pomerode alguns dos mais importantes e expressivos exemplares da arquitetura teuto-brasileira, onde as tradições – das festas, da língua, da culinária – sobrevivem e são passadas de geração a geração, onde o contexto cultural está imerso em uma paisagem singular e exuberante. Continue lendo

Chamada para artigos: Imigração, práticas de linguagem e políticas linguísticas

homepageimage_pt_brA revista Gragoatá (ISSN (online) 2358-4114, Qualis A1)  abre chamada para submissão de artigos para sua edição de número 42 que tem como tema Imigração, práticas de linguagem e políticas linguísticas. O prazo para o envio de artigos vai até o 30 de dezembro, e a revista tem publicação prevista para abril de 2017.

A revista Gragoatá é editada pelos Programas de Pós-Graduação em Letras da UFF. São aceitos originais sob forma de artigos inéditos e resenhas de interesse para estudos de língua e literatura, em língua portuguesa, inglesa, francesa e espanhola. Os originais devem ser redigidos por doutores ou por doutores e colaboradores.

Ementa Gragoatá 42: Imigração como fenômeno geopolítico e histórico que envolve diversidade linguística, plurilinguismo, línguas de fronteira, multiculturalismo. Políticas e direitos linguísticos. Descrição de línguas de fronteira e de fenômenos de mescla linguística. Práticas de linguagem que tematizam e instituem questões identitárias. Saberes, memórias e patrimônio. O português em uso em regiões de fronteira e em comunidades de imigrantes.

Organizadoras: Monica Savedra (UFF) e Konstanze Jungbluth (Europa – Universität Viadrina Frankfurt (Oder))

Fonte: Plataforma 9

 

 

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