IPHAN

Portaria designa integrantes da Comissão Técnica do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (CTINDL)

A Comissão Técnica do Inventário Nacional da Diversidade Linguística é órgão deliberativo destinado a examinar as propostas de inclusão de línguas no Inventário Nacional da Diversidade Linguística. Confira o texto da  Portaria SECULT/MTUR Nº 71, DE 31 DE AGOSTO DE 2022 que designa os novos integrantes:

O SECRETÁRIO ESPECIAL DE CULTURA do MINISTÉRIO DO TURISMO, no uso da atribuição que lhe confere o § 2º do Art. 3° do Decreto nº 11.119, de 1º de julho de 2022, publicado no Diário Oficial da União em 4 de julho de 2022, seção 1, página 1, e considerando o disposto no Decreto nº 9.938, de 24 de julho de 2019, e no Processo nº 72031.003933/2021-35, resolve:

Art. 1º Ficam designados os seguintes representantes para integrar a Comissão Técnica do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (CTINDL):

I – Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo, que a coordenará:

a) Titular: Juliana Nepomuceno Pinto; e

b) Suplente: Adriana Correa Maia Morais.

II – Ministério da Justiça e Segurança Pública:

a) Titular: Felipe de Lucena Rodrigues Alves; e

b) Suplente: Elena Guimarães.

III – Ministério da Economia:

a) Titular: Leandro Okamoto da Silva; e

b) Suplente: Marta de Oliveira Antunes.

IV – Ministério da Educação:

a) Titular: Maria Carolina Machado Mello de Sousa; e

b) Suplente: Ludmila Rejane Freitas Brandão.

V – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações:

a) Titular: Joana Marie Girard Ferreira Nunes; e

b) Suplente: Elaine Martins Pasquim.

Art. 2º A Secretaria-Executiva da Comissão Técnica do Inventário Nacional de Diversidade Linguística será exercida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

HÉLIO FERRAZ DE OLIVEIRA

FONTE: Diário Oficial da União 

 

 

Encontro de Falantes Pomeranos discute os resultados do Inventário da Língua Pomerana

Nos dias 12 e 13 de agosto de 2022, acontecerá em Santa Maria de Jetibá, Espírito Santo, o Encontro de Falantes da Língua Pomerana. O evento tem como foco a apresentação dos resultados do  Inventário da Língua Pomerana (ILP), uma pesquisa coordenada pelo IPOL para conhecer a situação atual da língua e credenciá-la para reconhecimento como Referência Cultural Brasileira, previsto no Decreto Federal 7.387, dezembro de 2010. O trabalho contou com o apoio do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (CFDD), Ministério da Justiça e Segurança Pública, e teve, como parceiros: o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo/UFSC; a Prefeitura Municipal de Santa Maria de Jetibá, Estado do Espírito Santo; a Prefeitura Municipal de Pomerode, Estado de Santa Catarina; a FAPERJ – Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro; a UFF – Universidade Federal Fluminense; a APOP – Associação Pomerana de Pancas; o Grupo de Pesquisa (CNPq) “Culturas, Parcerias e Educação do Campo” do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo (PPGE/UFES); o Núcleo de Pesquisa (CNPq) “Educamemória” do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande (PPGEDU /FURG) e o Grupo de Pesquisa (CNPq) “LABPEC – Laboratório de pesquisas em contato linguístico” do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem da Universidade Federal Fluminense (Posling/UFF).

Contando com a presença de falantes, pesquisadores, gestores municipais e público interessado, o Encontro promoverá o debate sobre os resultados e acolherá encaminhamentos para ampliar os espaços de usos e de valorização da língua pomerana.  Na programação estão previstas palestras, exibição de documentário e outras atividades culturais. 

Além disso, destaca-se o lançamento do VOLB-Pomer (Vocabulário de Línguas Brasileiras- Pomerano), um iniciativa inédita, concebida como um sistema web aberto e interativo que se converteu em um instrumento de registro e promoção da língua pomerana no Brasil.

 No VOLB-Pomer, o utilizador pode ouvir palavras pomeranas, descobrir se elas mudam de uma localidade para outra e pode ainda aprender novas palavras, ampliando seu conhecimento, além disso, a interface interativa e colaborativa acolhe a participação dos falantes que podem e devem contribuir para a ampliação da  base de palavras. 

Iphan lança plataforma online sobre diversidade linguística indígena no Brasil

Plataforma Nimuendajú

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo, lança na próxima quinta-feira (30) a Plataforma Nimuendajú. Trata-se de uma versão para web do Mapa Etno-Histórico do Brasil e Regiões Adjacentes, concebido e desenhado pelo etnólogo Curt Nimuendajú na primeira metade do século XX. O evento será transmitido pelo canal do Iphan no Youtube.

A plataforma objetiva permitir a interação do usuário com o Mapa, em ambiente digital, por meio de consultas diretas ao banco de dados elaborado a partir das informações contidas nos documentos originais e nas versões impressas (mapas e livros). Foram desenvolvidos filtros e camadas inter-relacionadas que aprimoram a fruição desse valioso documento-monumento sobre a história, a territorialidade dos povos e das línguas indígenas no Brasil.

Esta versão do Mapa visa atualizar para o meio digital-informacional o acesso aos conteúdos elaborados por Nimuendajú, com a possibilidade de associá-los a camadas como sítios arqueológicos cadastrados pelo Iphan, Biomas, Terras Indígenas, Unidades de Conservação, Estados e Municípios. A Plataforma é fruto da parceria entre Iphan, Universidade Federal do Pará e Cooperativa Eita.

Curt Nimuendajú

Nascido Curt Unckel na cidade alemã de Jena, Nimuendajú (1883-1945) foi batizado assim pelos guaraní em suas vivências com povos indígenas pelo Brasil. O etnólogo foi um dos principais pesquisadores da diversidade social e cultural da Amazônia e catalogou cerca de 1.400 etnônimos indígenas e 972 referências bibliográficas para compor o mapa.

Nimuendajú elaborou três versões do Mapa Etno-Histórico do Brasil e Regiões Adjacentes. Foram encomendadas em meados dos anos 1940 pelas prestigiosas instituições científicas Smithsonian Institution, Museu Paraense Emilio Goeldi e Museu Nacional do Rio de Janeiro. Esses documentos são testemunhos do estado da arte do conhecimento sobre os povos indígenas do Brasil disponível até 1944.

Consciente de que seu empreendimento não era definitivo, Nimuendajú o entendia apenas como uma tentativa de servir de base para trabalhos futuros, pois devia ser completado e corrigido constantemente, de acordo com novos dados.

Serviço:

Lançamento da Plataforma Nimuendajú

Data e horário: 30/06/2022, 16h

Transmissão: canal do Iphan no YouTube

A Plataforma pode ser acessada por meio dos seguintes links:

Para navegação web:
http://mapa-nimuendaju.eita.coop.br/

Aplicativo para smatphone android:
https://play.google.com/store/apps/details?id=io.kodular.lexicografialinguasindigenas.Nimuendaju

IV Encontro de Professores e Intérpretes de Línguas Indígenas de Roraima

Já está disponível o 1º dia de discussões do IV Encontro de Professores e Intérpretes de Línguas Indígenas de Roraima, confira aqui !

 

Mesa 1 – ABERTURA (OPIRR, CIR, OMIRR) Mediação Larissa Guimarães (Iphan-RR; PPGAS/UFAM)​

Mesa 2 – LÍNGUAS INDÍGENAS DE RR EM TESES, DISSERTAÇÕES E TCCS

Tereza Pereira De Souza

Felipe Souza Waiwai

Jama Peres Pereira

Mediação Adine da Silva Ramos

 

 

 

 

Um passo decisivo para a preservação do Talian

Lançamento de livro multidisciplinar resgata a história da língua e consolida sua gramática

Foto: Marcos Fernando Kirst

“Talian Par Cei e Grandi – Gramàtica e Stòria”. Acaba de ser publicado um livro com este título, que pode ser assim traduzido: “Talian para Crianças e Adultos – Gramática e História”.

Trata-se de uma obra coletiva e multidisciplinar, tendo três nomes como coordenadores e editores: Juvenal Jorge Dal Castel, Loremi Loregian Penkal e João Wianey Tonus. Além deles, mais de uma dezena de colaboradores assina essa produção. Dividida em três partes, a obra cria um alicerce sólido para que crianças e adultos tenham acesso ao Talian, aprendendo a ler, a falar e a escrever nessa língua.

A primeira parte, La Gramàtica del Talian, expõe metodicamente qual o alfabeto utilizado, como é a grafia e como é feita a acentuação gráfica. Segue-se o estudo do artigo, do substantivo, do adjetivo, do pronome, do verbo, do advérbio, da preposição, da conjunção, da interjeição. Ou seja, estabelece um padrão para todos os elementos mórficos, com as regras de uso dentro da língua Talian.

A segunda parte, intitulada Stòria e Leteratura del Talian, apresenta, como diz o título, uma síntese da história da língua e da literatura nela produzida, desde os precursores até os dias de hoje.

Na terceira parte, Talian par Cei, é selecionada uma série de textos para crianças, de nove autores diferentes. Os textos foram elaborados com essa finalidade: a de dar uma base textual para o ensino e aprendizado da língua. Nesse enorme desafio (granda sfida) tomaram parte professores, falantes e difusores do Talian: são cinquenta textos, alguns em verso, para despertar no mundo da infância o gosto pela língua dei noni, i pupà e i zii (dos avós, dos pais e dos tios).

O mínimo que se pode dizer é que este lançamento é um passo decisivo para preservar e difundir o Talian, reconhecido como Referência Cultural Brasileira pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – órgão do Ministério da Cultura.

Obra é um marco histórico na saga do resgate e da difusão da língua Talian

 

Outros passos decisivos foram dados antes deste, sendo que alguns deles tive a honra de acompanhar de perto. Meu último trabalho de pesquisa na Universidade de Caxias do Sul, por sinal, foi o de ter elaborado e coordenado o projeto para registro do Talian como patrimônio linguístico brasileiro.

O projeto nasceu de diversos fatores. O primeiro foi a declaração da Unesco, em 2005, em defesa da diversidade linguística como patrimônio cultural.

Um segundo passo decisivo foi o de o Ministério da Cultura e o IPHAN terem seguido a orientação da Unesco e aberto um programa para inventário e resgate de quatro categorias de línguas no Brasil: as indígenas, as afro-brasileiras, as derivadas de imigração e as línguas de sinais.

Entre as línguas de imigração, o inventário do Talian foi aceito como projeto piloto no Brasil. Como não sou linguista, montei uma equipe técnica de especialistas para realizar o trabalho…

O êxito da empreitada foi total: em novembro de 2014, o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional acolheu o pedido e o Talian foi reconhecido oficialmente como integrante do patrimônio linguístico brasileiro, na categoria das línguas de imigração. A primeira a chegar ao pódio! Uma vitória tanto mais emocionante quanto mais se sabe a restrição que essa língua teve no passado, levando-a à beira da extinção.

Por algum tempo fiquei com receio de que o Talian, mesmo com essa vitória, fosse considerado uma peça arqueológica, a ser guardada atrás de um vidro inquebrável para ninguém tocar, dentro de um museu!

Felizmente, não foi isso que aconteceu. Organizações de difusores do Talian, tendo à frente a Assodita de Serafina Corrêa e outros militantes, trataram de colocar alicerces sólidos para a sua sustentação.

O primeiro, sem dúvida, foi a constituição do Comitê Nacional de Gestão da Língua Talian, que promoveu já diversas ações.

Outro alicerce é este que acaba de ser construído: o de elaborar uma gramática do Talian, endereçada às crianças e a seus pais, tios e avós!

Bon profito!

NOTA DA REDAÇÃO: O livro será apresentado oficialmente a todos os interessados no resguardo, na difusão e no estudo do Talian em um filó (reunião) virtual no dia 17 de maio, às 19h30. Em datas subsequentes, também online, será apresentada a “Cucagna Scola de Talian”, escola totalmente virtual e gratuita, que trabalhará elementos da cultura italiana, em parceria firmada entre a Assodita (Associação dos Difusores do Talian) e a Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste do Pará). Os interessados em se inscrever para participar do “Filó Formativi” do dia 17 devem enviar um e-mail para joaotonus48@gmail.com, informando município onde reside, nome completo, e-mail e WhatsApp, para então receberem o link de acesso ao evento.

Produzido por José Clemente Pozenato, escritor e autor do aclamado “O Quatrilho”, que foi adaptado ao teatro pelo grupo caxiense Miseri Coloni; ao cinema por Fábio Barreto, concorrendo ao Oscar e transformado em ópera.

 

mail pozenato@terra.com.br

Manifesto do Patrimônio Imaterial Brasileiro

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O Patrimônio Imaterial é parte constitutiva da identidade de um povo guardando uma relação íntima com o exercício de cidadania, da memória e dos direitos culturais, não podendo ser resumido à dimensão econômica e/ou turísticas dos saberes, fazeres e tecnologias tradicionais que se designa como Bem Cultural. A salvaguarda do Patrimônio Imaterial brasileiro precisa está em consonância com o acúmulo histórico e científico, mas acima de tudo em sinergia com aqueles e aquelas que o produzem, reproduzem e transmitem como guardiões vivos da memória e dos saberes, aqueles a quem a política da UNESCO chama de detentor(a).
Como fruto da construção de uma cidadania plena a Constituição Federal traz, em seus artigos 215 e 216, uma ampla noção de patrimônio cultural e reconhece a existência de bens culturais de natureza imaterial e reconhece que o Estado em conjunto com a sociedade tem o dever de proteger esses bens como forma de preservar as referências dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. Entretanto somente em 2000, decreto 3551/2000 que institui o Registro de Bens Imateriais e criou o Programa Nacional de Patrimônio Imaterial – PNPI, e que se começa a vislumbrar ferramentas para reconhecimento de bens de natureza Imaterial e intangível, bem antes da convenção da UNESCO que data 2003 e retificada no ano de 2006.
Porém, Junto com a Democracia brasileira, a cidadania cultural vem sofrendo duros golpes nos últimos anos. A extinção do MinC e os, cada vez mais acentuados, desmontes do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que resultam, entre outras perdas, na inviabilização da política, de reconhecimento, registro e salvaguarda dos Bens Imateriais.
Em novembro de 2019, consolidou-se a transferência do IPHAN para o Ministério do Turismo e a nomeação de uma servidora de carreira deste ministério à sua Presidência, sem domínio das políticas de Patrimônio Cultural (material ou imaterial), após longo período de “gestão temporárias em apenas assinava-se processos ordinários.
Essa paralisia institucional representa um recuo de ações voltadas ao que preconiza a Constituição Federal, somado a isto estão as nomeações de pessoas sem perfil técnico para cargos do segundo escalão nas superintendências, colocando esse importante instrumento no jogo do “toma lá e dá cá”, prática que sempre existiu nas estatais.
A atuação com relação ao PCI – Patrimônio Cultural Imaterial, frente à pandemia tem sido basicamente ações de valorização por meio das lives dos mestres, que acontecem às sextas-feiras e são divulgadas pelo página oficial do IPHAN. Não há presidência ativa e nem diretrizes de atuação específicas frente à crise. Essa vinculação ao Ministério do Turismo indica que para esse governo Bolsonaro não interessa pensar em patrimônio e cidadania, mas sim patrimônio e indústria do Turismo. Ainda não houve uma proibição explícita com relação à política de PCI, mas pelo desenrolar das movimentações, haverá cobranças por projetos de turismo em detrimento de trabalhos com ações formativas e de participação social permanecerá sem apoio e recursos.
Diante desse quadro, agravado pela pandemia, os servidores tentam manter a política de salvaguarda do jeito que é possível, e sem efetivo direcionamento e incentivos para o patrimônio cultural do Brasil ou iniciativas de apoio aos detentores em situação de vulnerabilidade.
O Patrimônio Cultural brasileiro, assim como sua Democracia correm risco, mais que em qualquer outro momento de nossa história desde a redemocratização e faz-se urgente um posicionamento dos organismos internacional de proteção ao Patrimônio sobre este duro momento de nossa República.

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