Opinião: “Assim (não) se vê a influência da língua portuguesa”
Opinião
Assim (não) se vê a influência da língua portuguesa
Renato Epifânio
Presidente do MIL: Movimento Internacional Lusófono
Muito poucas línguas deveriam estar acima da língua portuguesa, desde logo pela sua geográfica difusão.
Num interessante artigo publicado no dia 22 de Dezembro (“Influência de uma língua mede-se pela capacidade de ligar línguas diferentes”, [republicado no e-Ipol aqui]), o jornal Público reproduz os dados essenciais de um estudo saído na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Neste, defende-se que “ao contrário do que se poderia pensar, a influência global de uma língua mede-se principalmente pelo seu nível de ligação com outras línguas, e, em particular, pela sua capacidade de mediar a comunicação entre línguas que de outra forma não conseguiriam ‘falar’ entre si”.
Influência de uma língua mede-se pela capacidade de ligar línguas distantes
Influência de uma língua mede-se pela capacidade de ligar línguas distantes
Ana Gerschenfeld

Na rede de ligações linguísticas derivada do Twitter, o português é das línguas mais influentes a nível global.
Leia também: Opinião: “Assim (não) se vê a influência da língua portuguesa”
Nem o número de falantes, nem a riqueza económica são o que mais condiciona a influência de uma dada língua a nível global, conclui estudo com participação portuguesa.
Está a pensar em aprender chinês (ou melhor, mandarim) ou a aconselhar os seus filhos a optarem por essa segunda língua estrangeira? É certo que, quando olhamos para o astronómico número de pessoas que fala hoje chinês – e para o crescente poderio económico da China –, temos tendência para pensar que, a par (ou talvez em vez) do inglês, o chinês é que será a língua do futuro. Porém, a acreditar nas conclusões de um estudo realizado por uma equipa internacional, entre os quais um cientista português, essa escolha poderá não ser a mais acertada… A língua franca do futuro poderá ser outra – e as mais importantes no ranking mundial também poderão ser outras.
Os resultados, publicados na última edição da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), mostram que, ao contrário do que se poderia pensar, influência global de uma língua mede-se principalmente pelo seu nível de ligação com outras línguas. E em particular, pela sua capacidade de mediar a comunicação entre línguas que de outra forma não conseguiriam “falar” entre si.
Disponibilizadas Atas do III EMEP – Encontro Mundial sobre o Ensino de Português
Disponibilizdas Atas do III EMEP – Encontro Mundial sobre o Ensino de Português
Estão agora disponíveis as Atas do III EMEP – Encontro Mundial sobre o Ensino de Português. Reúnem 23 dos trabalhos apresentados no III EMEP, que foi organizado pela American Organization of Teachers of Portuguese nos dias 1 e 2 de agosto de 2014, na Columbia University em Nova York, EUA. A comissão científica, formada por educadores das mais prestigiadas universidades de várias partes do mundo, selecionou 71 trabalhos dentre as 164 propostas recebidas.
As atas estão disponíveis em todos os sites internacionais da Amazon:
EUA http://goo.gl/ZcNLzq
Canadá http://goo.gl/yDcwcc
Reino Unido http://goo.gl/2nLhK5
França http://goo.gl/tqJtxz
Alemanha http://goo.gl/wW33MQ
Espanha/México/Colômbia/Argentina http://goo.gl/75GWbS
Itália http://goo.gl/oRLnBu
Japão http://goo.gl/jg12ni
Confira abaixo o índice da publicação.
Rosângela Morello em entrevista ao programa Páginas de Português da RTP: seminário em Foz e políticas linguísticas no Brasil
Rosângela Morello em entrevista ao programa Páginas de Português da RTP: seminário em Foz e políticas linguísticas no Brasil

Fala de Rosângela Morello na entrega do diploma de reconhecimento da língua indígena Guarani Mbya no Seminário de Foz do Iguaçu (Fonte: Facebook de Maria Ceres Pereira)
A coordenadora-geral do IPOL, Rosângela Morello, concedeu uma entrevista ao programa Páginas de Português, transmitido no último dia 07 pela Rádio Antena 2, afiliada da Rádio e Televisão de Portugal (RTP).
Os temas centrais da entrevista são o Seminário Ibero-Americano de Diversidade Linguística, realizado em Foz do Iguaçu-PR mês passado, e as políticas linguísticas no Brasil. Na entrevista, Morello destaca a importância do evento em Foz do Iguaçu tanto como uma política de reconhecimento e conhecimento das línguas brasileiras por parte do governo brasileiro, quanto uma oportunidade privilegiada de diálogo com outros países e suas respectivas iniciativas políticas concernentes à gestão da diversidade de suas línguas. A entrevistada discorre também sobre questões como o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL) e a cooficialização de línguas indígenas e de imigração nos municípios brasileiros, a importância do espanhol nas regiões de fronteira entre o Brasil e países vizinhos, além da difusão e do futuro da língua portuguesa no mundo.
Ouça abaixo a íntegra da entrevista.
Índia: o dilema linguístico chega ao ensino oficial de Goa
Índia: o dilema linguístico chega ao ensino oficial de Goa
A ministra do Desenvolvimento de Recursos Humanos da Índia, Smriti Irani, em declarações recentes à imprensa, afirmou seu apoio à nova política educacional de ensino trilingue nas escolas oficiais de Ensino Secundário de todo o país.
A nova política das línguas de instrução, conhecida como a “fórmula das três línguas”, foi adotada em 2013 pelo Conselho Central da Educação Secundária, órgão oficial do governo indiano que fiscaliza os estabelecimentos de ensino do país, tanto públicos quanto privados.
A declaração da ministra Irani gerou fortes controvérsias por ter, por exemplo, apoiado a substituição do alemão – uma língua viva, porém, estrangeira – pelo sânscrito – língua antiga da Índia e de uso litúrgico no hinduísmo – como terceira língua de instrução, e não como uma língua estrangeira.
As escolas goesas têm aderido largamente à “fórmula das três línguas”, mas as autoridades do Estado de Goa – antigo território português na Índia – têm ainda dúvidas quanto à determinação de uma terceira língua de instrução para as escolas.
Na maioria das escolas secundárias em Goa, a língua inglesa é ensinada como primeira língua e o hindi – a outra língua oficial da Índia – é a segunda língua de instrução. A partir do 8º ano, as escolas goesas oferecem, como opção de terceira língua, a de maior preferência na região onde se situam: o sânscrito, línguas locais como concani e marata, o urdu, o francês e a Língua Portuguesa.
Modo de falar e regionalismos distinguem português brasileiro do africano
Modo de falar e regionalismos distinguem português brasileiro do africano
Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil | Edição: Lílian Beraldo
Camba? Kumbu? Kota? Você pode não saber, mas essas são palavras da língua portuguesa faladas em Angola, país da costa sudoeste da África colonizado por portugueses. Esses são termos usados para designar, respectivamente, “amigo”, “dinheiro” e “pessoa mais velha e respeitável”, e são uma pequena amostra de como a língua portuguesa tem variações que podem torná-la incompreensível até mesmo para seus falantes.