Lançamento oficial da Década Internacional das Línguas Indígenas no Brasil
Sobre a Década Internacional das Línguas Indígenas
Cerca de 97% da população mundial fala somente 4% dessas línguas, e somente 3% das pessoas do mundo falam 96% de todas as línguas existentes. A grande maioria dessas línguas, faladas sobretudo por povos indígenas, continuarão a desaparecer em um ritmo alarmante. Por isso, a Assembleia Geral das Nações Unidas (Resolução A/RES/74/135) proclamou o período entre 2022 e 2032 como a Década Internacional das Línguas Indígenas (International Decade of Indigenous Languages – IDIL 2022-2032), para chamar a atenção mundial sobre a situação crítica de muitas línguas em perigo de desaparecimento e a necessidade de usá-las e preservá-las para as gerações futuras.
Leia mais em https://pt.unesco.org/news/lancamento-oficial-da-decada-internacional-das-linguas-indigenas-no-brasil
Edital seleciona pesquisadores sobre línguas indígenas
Publicado em 27 de fevereiro de 2023
As duas pessoas selecionadas vão receber bolsas de R$ 2 mil para desenvolver estudos sobre línguas indígenas
O Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, está com inscrições abertas para edital que selecionará duas pessoas para desenvolver pesquisas sobre línguas indígenas durante o ano de 2023, com uma bolsa mensal de R$ 2 mil ao longo de seis meses, entre abril e setembro. Os estudos terão como foco a exposição principal do Museu e podem usar como fonte a atual exposição temporária, dedicada ao tema – Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação.
As inscrições deverão ser feitas entre 23 de fevereiro e 12 de março pela internet (bit.ly/Edital_MLP). Na página do Edital, estão a lista completa de documentos necessários, as regras de participação, prazos e condições. Postulantes precisam ter curso de graduação e/ou comprovante de matrícula de pós-graduação (especialização, mestrado ou doutorado) reconhecido pelo Ministério da Educação, além de já terem atuado anteriormente com línguas e/ou culturas indígenas.
As pessoas selecionadas vão atuar na pesquisa e análise iconográfica documental dos conteúdos da exposição principal; na criação de material editorial sobre os módulos “O enfrentamento dos mundos” e “Terras Brasilis”, da experiência Português do Brasil; além de participar de um ciclo de formação para a equipe interna do Museu. O material produzido durante a pesquisa poderá ser difundido em mídias variadas, como podcasts, redes sociais, vídeos, entre outros, de forma a disseminar o conhecimento gerado.
A carga horária será de 20 horas semanais, sem necessidade de dedicação exclusiva.
O processo de seleção, realizado pelo Comitê de Orientação de Pesquisa do Centro de Referência do Museu da Língua Portuguesa, será realizado em duas fases. Na primeira, serão selecionadas as seis melhores candidaturas com base na Carta de Intenção e no Currículo Lattes/CNPq. Em seguida, as pessoas pré-selecionadas serão convocadas para a fase de entrevista. A nota final será composta pela média ponderada das notas obtidas nas avaliações da Carta de Intenção, do Currículo e da entrevista.
SERVIÇO
Edital de Seleção de Pesquisadores
Inscrições de 23 de fevereiro a 12 de março
No link bit.ly/Edital_MLP.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
O que é o Edital de Seleção de Pesquisadores(as)?
O Centro de Referência do Museu da Língua Portuguesa vai selecionar duas pessoas para realizar pesquisas sobre as línguas indígenas presentes na exposição principal do Museu da Língua Portuguesa.
Quem pode participar?
Pode participar quem já concluiu curso de graduação e/ou algum curso de pós-graduação (especialização, mestrado ou doutorado) reconhecido pelo Ministério da Educação. As pessoas deverão ter formação e/ou atuação anterior com línguas e culturas indígenas.
Qual o período da pesquisa e o valor da bolsa?
As duas pessoas selecionadas vão receber uma bolsa mensal no valor bruto de R$ 2 mil ao longo de seis meses, de abril a setembro de 2023. A carga horária é de 20 horas semanais, sem necessidade de dedicação exclusiva.
Que atividades os(as) pesquisadores(as) bolsistas deverão desenvolver?
Além de desenvolver estudos sobre línguas indígenas, a atuação envolve a atualização dos conteúdos da exposição principal, criação de materiais editoriais sobre os módulos “O enfrentamento dos mundos” e “Terras Brasilis”, da experiência Português do Brasil, participação em ciclo de formação para a equipe interna e de eventos ligados ao tema realizados pelo MLP; além de produzir conteúdo de difusão em mídias variadas e relatório de atividades e acompanhamento.
Qual é o período de inscrição?
De 23 de fevereiro a 12 de março de 2023.
Como se inscrever?
A inscrição deve ser feita pela internet, no link bit.ly/Edital_MLP.
Quais são os documentos necessários?
A lista completa de documentos necessários pode ser encontrada na página do edital (bit.ly/Edital_MLP). Entre eles estão o comprovante de conclusão de curso de graduação e/ou o comprovante de matrícula de pós-graduação, carta de intenção com no máximo duas laudas e link do Currículo Lattes/CNPq atualizado.
Quem avaliará as candidaturas?
O processo de seleção será realizado pelo Comitê de Orientação de Pesquisa do Centro de Referência do Museu da Língua Portuguesa e será composto por duas fases. Na primeira, serão selecionadas as seis melhores candidaturas com base na Carta de Intenção e no Currículo modelo Lattes/CNPq. Em seguida, esses seis participantes serão convocados para a fase de entrevista. A nota final será composta pela média ponderada das notas obtidas nas avaliações da Carta de Intenção, do Currículo e da entrevista.
Quando o resultado será anunciado?
As inscrições homologadas serão publicadas no site do Museu da Língua Portuguesa (www.museudalinguaportuguesa.org.br) no dia 13 de março. Já o resultado final será anunciado, também no site do Museu, no dia 28 de março.
Para quaisquer dúvidas, consultar o edital ou entrar em contato pelo e-mail centrodereferencia@mlp.org.br.
confira a matéria neste link: Edital Museu da Língua Portuguesa
Estudante e jornalista da Unicamp lançam livro na Índia
A estudante do curso de Estudos Literários da Unicamp Daniela (Yepá) Villegas Barbosa e a jornalista Juliana Sangion, que atua na Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), lançaram, na Índia, o livro intitulado “Still I Rise”, em parceria com outros 30 autores indígenas de diferentes etnias e regiões da Índia. As autoras foram convidadas a integrar a publicação, com um capítulo a respeito da atuação de mulheres que são lideranças indígenas no Brasil, especialmente nas questões de território e da Amazônia, denominado “The Rise of the Amazons”.
Daniela conta que o convite foi feito há alguns meses, depois que as duas participaram de um encontro de povos originários da Índia e de outras partes do mundo, em 2019, denominado Samvaad, que aconteceu na cidade de Jamshedpur. Na ocasião, uma equipe da Unicamp, formada por Daniela, pelo estudante indígena Wallace Krenak e pela jornalista Juliana Sangion, levou ao evento um relato sobre a iniciativa do Vestibular Indígena Unicamp. Daniela e Wallace são da primeira turma de estudantes a ingressarem na universidade por essa modalidade. Juliana, além de atuar na comunicação do vestibular, participou da aplicação da sua primeira edição, na cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM), e dirigiu o documentário “Purãga Pesika – Um encontro de boas-vindas”, sobre os primeiros estudantes indígenas a entrarem nos cursos de graduação da Unicamp.
Desde então, o Vestibular Indígena da Unicamp se consolidou como forma de ingresso, tendo passado de 611 candidatos na primeira edição para mais de três mil estudantes inscritos em 2023. No total, cerca de 400 estudantes indígenas de diferentes etnias entraram na Unicamp, em diferentes cursos, nos últimos quatro anos. Desde a edição de 2022, a Unicamp firmou uma parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), unificando o vestibular indígena entre as duas instituições.
A estudante e autora Daniela ressaltou a importância de escrever e falar sobre a representatividade de mulheres indígenas, que vem crescendo no Brasil nos últimos anos. “O livro foi uma oportunidade de abordar a diversidade de atuações dessas mulheres indígenas em seus papeis sociais, desde a atuação na comunidade até o ativismo em nível nacional. E tudo isso sem esquecer suas raízes: a ancestralidade, a questão da territorialidade, sua cultura. Toda vez que a mulher indígena estiver ocupando um espaço, ela leva consigo toda sua ancestralidade”, disse.
No capítulo “The Rise of the Amazons”, as autoras abordaram a trajetória de seis mulheres indígenas brasileiras e seu recente papel de relevância no cenário sociopolítico nacional: Sônia Guajajara, Célia Xakriabá, Elizângela Baré, Vanda Witoto, Txai Suruí e Joênia Wapichana. As duas primeiras, inclusive, foram recém-eleitas deputadas, em um feito histórico. Elas compõem a chamada “Bancada do Cocar”, um coletivo de representantes indígenas no legislativo.
Juliana Sangion, que foi à Índia para o lançamento a convite da organização do evento Samvaad, explica que o livro é um projeto em que jovens líderes indígenas, com papel relevante em suas comunidades, relatam suas experiências de impacto para o empoderamento de povos originários. É também um painel de vozes indígenas e não indígenas comprometidas com projetos e movimentos de rupturas positivas. “Foi uma experiência muito enriquecedora trocar informações e ideias com jovens indígenas de um país tão distante do nosso, mas com anseios e potenciais tão parecidos. Falar da iniciativa do Vestibular Unicamp na Índia foi gratificante, na medida em que percebia o interesse e a motivação deles”, disse Juliana.
Segundo Sourav Roy, chefe de responsabilidade social da Fundação Tata Steel, “O livro é nosso esforço para organizar e manter uma coleção de perspectivas e aprendizados de comunidades indígenas para o país e para o mundo em geral, reunida por indivíduos de todo o mundo apaixonados pela identidade tribal. Muitos jovens homens e mulheres que são uma parte essencial do ecossistema Samvaad certamente se inspirarão nesses aprendizados e os integrarão em seus trabalhos e suas vidas, levando-os adiante dentro de suas próprias comunidades”, afirmou.
Samvaad
O Samvaad é principal programa sobre identidade tribal da Fundação “Tata Steel”. É organizado anualmente na cidade de Jamshedpur, sudeste da Índia. Entre os dias 15 e 19 de novembro de 2022, reuniu cerca de 2.500 pessoas de mais de 100 etnias da Índia e de outros países. A partir do tema ‘Reimaginar’, a proposta foi discutir e imaginar o lugar legítimo das comunidades tribais no processo e nos resultados da reimaginação para todo o planeta.
O livro será aberto em uma plataforma digital e traduzido, no próximo ano, para vários idiomas indígenas da Índia e para algumas línguas indígenas brasileiras.
FONTE: Jornal da UNICAMP
E-books de Morfologia Vegetal ganham versões bilíngues em português e idiomas indígenas no Pará
A iniciativa visa aproximar e valorizar culturas, promover a integração dentro da academia aos monolíngues, que falam apenas a língua portuguesa, com as línguas maternas dos povos originários, fomentando a pluralidade linguística e sociocultural.
Dois e-books elaborados por discentes do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) estão disponíveis para quem tem dificuldade ou curiosidade para entender os termos utilizados na disciplina de Botânica. A novidade é que ambos são bilíngues, em português e idiomas indígenas.
Os e-books, em formato PDF, abordam os conteúdos sobre morfologia da raiz, do caule e da folha. A iniciativa visa aproximar e valorizar culturas, promover a integração dentro da academia aos monolíngues, que falam apenas a língua portuguesa, com as línguas maternas dos povos originários, fomentando a pluralidade linguística e sociocultural.
A apostila ‘Morfologia Vegetal: português e wai wai – Parte 1‘ foi elaborada pelos alunos indígenas Jeremias Xeremias Wai Wai e Lucilene Wai Wai, além dos alunos Andressa Jaqueline Viana de Souza, Jeferson Figueira de Sousa e Alice Gabrielly da Silva Moura, e professoras Cristina Aledi Felsemburgh (disciplina de Botânica no Ibef) e Alanna do Socorro Lima da Silva, ex-diretora do Ibef.
Já a apostila ‘Morfologia Vegetal: português e munduruku – Parte 1‘ foi um trabalho do discente indígena Dinacildo Kirixi Munduruku, também em conjunto com os mesmos alunos e professoras do grupo de trabalho dos discentes Wai Wai.
A disciplina de Botânica está inserida na grade curricular dos cursos de Agronomia, Engenharia Florestal e Bacharelado em Ciências Agrárias da Ufopa.
FONTE: Portal Amazônia