Diversidade linguística

Cinema e teatro com o uso de Libras acontecem em Florianópolis, mas faltam intérpretes

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Mike Oliveira, Miriam Royer, Cleiton Ribeiro e Harrison Adams compõem o núcleo de atores de “Crisálida”. Bruno Ropelato/ND

Primeira série de TV bilíngue do país para surdos e ouvintes foi gravada em Florianópolis e deve ser lançada no segundo semestre deste ano

Por: Karin Barros/ Florianópolis

Como surdos curtem cinema? Talvez você nunca tenha pensado nisso, mas eles formam um grupo de quase 46 mil pessoas na Grande Florianópolis, de acordo com uma pesquisa do IBGE do ano de 2010. O relatório é dividido em dificuldades auditivas, como “alguma dificuldade”, “grande dificuldade” e “não conseguem ouvir de modo algum”, sendo que esse último reúne 1.593 pessoas. No total, a comunidade surda do país é de 10 milhões de pessoas. Continue lendo

Final de semana com atividades do IPOL no Vale do Itajaí

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Oficina Línguas e Patrimônio, na Sede da AMMVI, em Blumenau. Foto: Mariela Silveira/IPOL

Aconteceu no sábado, dia 19, na Sede da AMMVIem Blumenau, a Oficina do projeto “Línguas de imigração como patrimônio: (re)conhecendo a diversidade linguística no sabor da herança culinária”.

O Projeto, contemplado pelo edital Elisabete Anderle de estimulo à Cultura/ 2014, prevê a realização de  oficinas, objetiva promover a educação patrimonial com destaque ao cenário plurilíngue e multicultural e às histórias das imigrações e das comunidades linguísticas da região através da culinária.

Participaram da Oficina representantes do IPOL, do IPHAN, autoridades locais e interessados no tema.

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Rosângela Morello, coordenadora do IPOL, Regina Helena Meirelles Santiago, representante do IPHAN/SC e Mariela Siveira, pesquisadora que coordena as Oficinas. Foto: Cristiano Dums

Após a abertura do evento pela coordenadora geral do IPOL, Rosângela Morello, a palavra foi dada à representante do IPHAN regional, a historiadora Regina Helena Meirelles Santiago,que situou as ações do IPHAN e a parceria com o IPOL no campo da promoção da diversidade linguística.

Para a temática da oficina – Diversidade Linguística e Patrimônio, foi convidado Gilvan Müller de Oliveira, professor adjunto da UFSC e assessor do IPOL que, retomando situações ocorridas em diferentes momentos e países, contextualizou a importância histórica das políticas linguísticas no Brasil e no mundo.

Sobre as línguas do vale, ressaltou os momentos de repressão vividos pelas línguas, em diferentes momentos históricos e destacou o fato de que, apesar dessa repressão, houve o que os estudiosos chamam de um processo de aclimatação das línguas, ou seja, como uma planta que se adapta a sua nova paisagem, muitas línguas brasileiras, entre as quais o  alemão, polonês e italiano, viveram transformações e se adequaram ao novo solo cultural.

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Gilvan Müller de Oliveira, professor e pesquisador do IPOL e UFSC. Foto: Mariela Silveira/IPOL

Para entender o quanto as discussões a respeito da diversidade étnica e linguística são recentes, Gilvan lembrou que apenas em 1988 os indígenas foram reconhecidos como cidadãos brasileiros e explicou que “desde 1988 estamos tento uma mudança de rumo, de olhar a diversidade brasileira e a diversidade no mundo, exigindo que os estados criem e estimulem formas de governanças que contemplem a diversidade étnica, linguística, religiosa nas nações, plurais em sua natureza.”

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Rosângela Morello, contextualizando as políticas linguísticas no Brasil. Foto: Mariela Silveira/IPOL

Dando continuidade, Rosângela Morello, coordenadora do IPOL, contextualizou as políticas de legimitação das línguas no Brasil, destacando que são muito atuais e estão servindo de exemplo para outros países que ensaiam formas de reconhecer e valorizar as suas línguas.  Desde 2001, o IPOL esteve envolvido com a criação de políticas que culminaram, em 2006, com o INDL – Inventário Nacional da Diversidade Linguística, uma ação que permitiu, segundo a pesquisadora “mapear um conjunto de ações, gerando dados que mostrassem como e onde funcionam as línguas e qual seu grau de vitalidade.” Na metodologia do INDL houve a necessidade de categorização das línguas presentes no Brasil, pois dependendo do número de falantes e regiões onde habitam, há demandas diferentes de organização e métodos de pesquisa para olhar e compreender as situações nas quais as línguas funcionam. Houve interação e debates com os participantes. Na última parte da oficina, o grupo assistiu ao filme “Meio”, que aguçou o debate sobre  a percepção de falantes sobre suas línguas.

Livro Receitas de Imigração

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Ana Paula Seiffert, coordenadora do Projeto Receitas da Imigração e Paola Da Rui Gadotti, neta de Oliva e Mário Da Rui, moradores de Timbó/SC. Foto: Cristiano Dums

O lançamento do livro Receitas de Imigração iniciou com a saudação em italiano de Paola Da Rui Gadotti, 9 anos, neta de Oliva e Mário Da Rui, moradores de Timbó e que foram entrevistados durante a pesquisa que conduziu ao livro. A publicação foi produzida no âmbito do projeto Receitas da Imigração – Língua e Memória na Preservação da Arte Culinária (2011-2014) fomentado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) através do Edital do Programa Nacional de Patrimônio Imaterial-PNPI/2012 e executado pelo IPOL.

Na cerimônia de lançamento, o Presidente do Colegiado de Cultura da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI), José Gabriel Corrêa, iniciou dizendo que desde o início do projeto esteve à disposição do IPOL para ajudar a concretizar a ideia. Segundo ele, o livro é importante para a região, pois a gastronomia significa muito para os municípios e através dela se organizam muitos encontros entre moradores das comunidades e de outras pessoas que visitam o Vale. Para ele, o livro é especial, pois nele são contadas as histórias do povo do Vale do Itajaí.

Regina Helena Meirelles Santiago, representante do IPHAN, também destacou a importância da Constituição de 1988, a partir da qual o conceito de patrimônio mudou sua natureza, se deslocando do sentido mais físico e material para a concepção de patrimônio imaterial, que exige formas diferentes de preservar. O livro, de acordo com Regina “é manifestação da concepção de patrimônio dos moradores das comunidades do Vale do Itajaí, ou seja, significa o que é importante para eles, o que eles julgam importante guardar nesse registro, através do trabalho de pesquisa.”

Como coordenadora do IPOL, Rosângela saudou a todos, conectando a pesquisa sobre as receitas e as imigrações com outros contextos no Brasil, em especial com o Espírito Santo, estado também plurilíngue. Ressaltou a atuação do IPOL no Vale do Itajaí, citando os projetos desenvolvidos e seus desdobramentos.

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Momentos do Lançamento do Livro Receitas da Imigração, na AMMVI, em Blumenau. Fotos: Mariela Silveira/IPOL

Ao final, as pesquisadoras Ana Paula Seiffert e Mariela Silveira destacaram a importância da pesquisa e um pouco mais do processo que viveram de escuta e registro das histórias, envolvendo a imigração dos diferentes povos que constituíram a região.

Ana Paula destacou que a escolha das receitas foi feita pelos moradores e agradeceu às Instituições que apoiaram o projeto, aos parceiros de trabalho no IPOL e principalmente às famílias presentes, citando as famílias envolvidas presentes e lembrando também aquelas que não estavam.

Mariela Silveira também agradeceu a oportunidade de participar do Projeto e enfatizou como as histórias ouvidas no Vale nos remetem a tantas outras histórias de nosso Brasil, que precisam ser escutadas e valorizadas.

Finalmente, os familiares presentes manifestaram os agradecimentos ao Projeto e com muita emoção o dia terminou com o sentimento comum de gratidão, de alegria sincera e celebração ao finalizar um trabalho que partilha saberes e fazeres dos moradores do Vale do Itajaí.

Fonte: IPOL Comunicação

Relatora especial da ONU sobre povos indígenas divulga comunicado final após visita ao Brasil

Human Rights Council

Relatora especial das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, durante reunião em Genebra em março deste ano. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

“Em minha capacidade de Relatora Especial das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas realizei uma visita ao Brasil, de 7 a 17 de março de 2016, para identificar e avaliar as principais questões atualmente enfrentadas pelos povos indígenas do país e para fazer um seguimento das importantes recomendações apresentadas, em 2008, por meu antecessor James Anaya.

Ao longo dos últimos dez dias, estive em Brasília e percorri os estados de Mato Grosso do Sul, Bahia e Pará. Na capital, encontrei-me com representantes dos três Poderes do Governo, e participei de reuniões nos escritórios nacionais e locais do Ministério Público Federal, da FUNAI e do Vice-Governador do Mato Grosso do Sul.

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Pesquisadores de Kiel, Alemanha, visitam IPOL e UFSC

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Christian-Albrechts-Universität zu Kiel

Participe da Roda de Conversa.

Nesta sexta, dia 18, pesquisadores e estudantes da Universidade de Kiel, Alemanha, visitam o IPOL – Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística e a Universidade Federal de Santa Catarina. 

O grupo, coordenado pelos professores Monique Fritscher  e Prof. Elmar Eggert, será recepcionado às 8hs, no Bloco B do Centro de Comunicação e Expressão (CCE), da UFSC,  na Sala Drummond, térreo. 

Durante a visita, ocorrerá uma Roda de Conversa, das 8:30h às 10hs, com o objetivo de socializar  os projetos e estudos que o grupo vem realizando desde Kiel, na Alemanha e os que vem sendo desenvolvidos pelo IPOL e pela UFSC, no âmbito do Observatório de Políticas Linguísticas, coordenado pelos professores Gilvan Müller de Oliveira e Rosângela Morello. 

Na sequência, o Grupo visitará a sede do IPOL, visitará a UFSC e participará de atividades como o Lançamento de livro que aborda as experiências de docência e pesquisa no Timor-Leste
Todos estão convidados!

O que: Roda de Conversa com grupo da Universidade de Kiel, Alemanha.

Onde:  Bloco B do Centro de Comunicação e Expressão (CCE), Sala Drummond, térreo, da Universidade Federal de Santa Catarina. 

Quando: Sexta, dia 18 de março, às 8:30 da manhã.

Quem pode participar? Estudantes e pesquisadores da comunidade acadêmica  e interessados nos diálogos de pesquisa entre Alemanha e Brasil.

 

Índios urbanos no Brasil: Considerações demográficas, educacionais e político-linguísticas

O texto Índios Urbanos no Brasil: Considerações demográficas, educacionais e político-linguísticas  foi publicado em 2000, no livro Le Plurilinguisme Urbain, organizado por Louis-Jean Calvet e Auguste Mourrisou-Mouyama e em Revista do Curso de Geografia, da Universidade Federal do Amazonas.

A abordagem problematiza e sinaliza uma questão identitária importante para o Brasil e  permanece no tempo como fonte para pesquisadores e interessados no tema.

Fonte para citação:

OLIVEIRA, Gilvan Müller de. “Indiens urbains au Brésil. Considérations démographiques, éducatives et politico-linguistiques”. In CALVET, Louis-Jean et MOURRISOU-MOUYAMA, Auguste. Le Plurilinguisme Urbain. Paris, Institut de la Francophonie / Diffusion Didier Erudition, 2000, p. 183-98.

 

Indios Urbanos no Brasil versão em português

Línguas do Vale do Itajaí no Registro Receitas da Imigração e nas Oficinas de Políticas Linguísticas do IPOL.

Um conjunto de ações vem sendo recentemente desenvolvido pelo IPOL e parceiros junto a comunidades linguísticas do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, com o objetivo de conhecer e reconhecer a diversidade linguística da região e promover as práticas sociais e identitárias dos diferentes grupos.

As Receitas da Imigração
receitas-289x300Uma dessas ações é a pesquisa sobre as adaptações culinárias ligadas à história dos imigrantes e que permanecem em receitas transmitidas nas línguas, de geração em geração. Dessa pesquisa resultou o livro Receitas da Imigração, que será lançado no próximo dia 19 de março, às 17:30h, na sede da AMMVI – Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí, em Blumenau.
Produzida a oito mãos: Ana Paula Seiffert, Mariela F. da Silveira, Peter Lorenzo e Rosângela Morello, a publicação foi feita pela Editora Garapuvu e conta também com a inestimável participação de falantes das línguas de imigração que compartilharam nas entrevistas do Projeto, além de receitas consideradas fundamentais no estabelecimento dos imigrantes na Região, também um pouco da história de vida das famílias.
O material, com textos em português e receitas traduzidas nas línguas de imigração faladas na região abarcada pela pesquisa, a saber, variedades de alemão, polonês e italiano do Vale do Itajaí, será inicialmente distribuído gratuitamente às comunidades envolvidas e aos parceiros.Chamamos a atenção para o fato de que a concepção da pesquisa tem origem em um conjunto de ações do IPOL no Vale do Itajaí, iniciadas formalmente em 2002 com assessorias para a criação de um programa de ensino bilíngue nas escolas municipais.Em entrevista à Rádio Cultura AM de Timbó, as pesquisadoras Ana Paula Seiffert e Mariela Silveira, coordenadoras da pesquisa, e Rosângela Morello, coordenadora geral do IPOL, contaram um pouco sobre as pesquisas e seus resultados. Confira a entrevista.
 
 
Oficinas para a gestão das línguas
 
Entre os desdobramentos das ações realizadas, uma das mais importantes é a oferta de oficinas gratuitas visando principalmente  a preparar gestores, professores e lideranças locais para atuar na gestão das línguas e das práticas culturais da região. Com um planejamento de 3 encontros mensais, que acontecerão aos sábados na sede da AMMVI, as oficinas são parte do projeto  “Línguas de imigração como patrimônio: (re)conhecendo a diversidade linguística no sabor da herança culinária” e tematizam importantes faces das politicas linguísticas, Em cada oficina, os participantes terão oportunidade de conhecer um pouco sobre as ações de promoção das línguas, poderão compartilhar suas experiências e memórias e ao final poderão identificar perspectivas de ações para avançar na promoção de suas línguas.  O Projeto foi contemplado pelo edital Elisabete Anderle de Estimulo à Cultura.
No dia 19, será lançado o livro Receitas da Imigração, com a presença de representante do IPHAN, do IPOL e dos participantes das pesquisas.
Confira a programação.
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