Línguas Nacionais Logo Estarão no 1º Ano das Escolas de Angola
Línguas Nacionais Logo na 1ª Classe
Por Onélio Santiago
Mais de 100 mil alunos, de nove províncias, já aprendem línguas nacionais na escola. A iniciativa, que só abrangeu ainda a 1.ª classe, é do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE), que pretende implementar o bilinguismo. Entre os académicos, há quem fale de “cobardia” e “falta de vontade”, enquanto outros apelam à uniformização da escrita.
As línguas nacionais já são leccionadas como disciplinas na 1.ª classe em 681 escolas do ensino primário, num processo que envolve 2.458 professores e 113.227 alunos. Kwanza-Norte, com 43.025, é que tem mais alunos, enquanto a Huíla, com 134, é a província com mais escolas. Os dados são da secção de línguas nacionais do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE), coordenada por António Chamuhongo. No entanto, esta estatística é “provisória”, porque inclui apenas os dados de nove províncias, das quais Luanda não faz parte. O objectivo, segundo António Chamuhongo, é “reaver” o ensino da cultura nacional, através das línguas nacionais e implementar o bilinguismo, permitindo que se comunique em português e numa das línguas nacionais. “Todo o angolano deverá ser bilingue, com capacidade de usar correctamente uma língua nacional e a oficial, que é o português”, explica.
Crônica de Bessa Freire sobre o Seminário Ibero-Americano da Diversidade Linguística
Cortem a Língua Deles
José Ribamar Bessa Freire
A cada quinze dias acontece uma morte. Dizem que cortam a língua da vítima com requintes de crueldade. O cadáver desaparece misteriosamente sem deixar vestígio. Daqui até o natal haverá mais dois assassinatos em algum lugar do mundo, segundo previsão do investigador irlandês David Crystal, que busca pistas para explicar tantos crimes. Nenhum organismo policial, nacional ou estrangeiro, identificou até hoje os assassinos. Um seminário realizado em Foz do Iguaçu (PR), nesta semana, reuniu autoridades e especialistas da América Latina para discutir, entre outras questões, como evitar essas mortes consideradas crime contra a humanidade.
Línguas Guarani Mbya, Asurini do Trocará e Talian recebem certificação de Referência Cultural Brasileira em cerimônia
Três línguas são reconhecidas pelo Iphan como Referência Cultural Brasileira
As línguas foram apresentadas em encontro ibero-americano que debater políticas públicas para a preservação da diversidade linguística.
Talian, Asurini do Trocará e Guarani Mbya são as primeiras línguas reconhecidas como Referência Cultural Brasileira pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e que agora passam a fazer parte do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL), conforme dispõe o Decreto 7387/2010. Essas línguas e os representantes de suas comunidades foram homenageados durante o Seminário Ibero-americano de Diversidade Linguística, que acontece em Foz do Iguaçu (PR), até o dia 20 de novembro.
Na última terça-feira, dia 18, as comunidades receberam da presidenta do Iphan, Jurema Machado, o certificado do registro das línguas, que ocorreu em 09 de setembro de 2014. Segundo ela, este é “de fato o primeiro resultado de uma política que se pretende muito ampla de proteção da diversidade linguística. Esses três primeiros ocorrem porque eram estudos mais adiantados, mas o que se pretende é estender ao maior número possível de línguas, de forma que elas tenham direitos e, enfim, a proteção do Estado.”
O Talian é utilizada por uma parte da comunidade de imigração italiana, na Região Sul do Brasil, sobretudo nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. A língua é falada desde que os italianos começaram a chegar ao país, no final do século XIX. Há municípios desses estados nos quais o Talian é língua co-oficial. Ou seja, detém relevância tanto quanto a língua portuguesa.
Asurini do Trocará ou Asurini do Tocantins é a língua falada pelo povo indígena Asurini, que vivem as margens do Rio Tocantins, no município de Tucuruí (PA). A língua pertence à família linguística Tupi-Guarani.
Guarani Mbya é uma das três variedades modernas da Língua Guarani, juntamente com o Nhandeva ou Ava Guarani e o Kaiowa. A língua Guarani Mbya é uma das línguas indígenas faladas no Brasil, ocupando uma grande faixa do litoral que vai do Espírito Santo ao Rio Grande do Sul, além da fronteira entre Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina. Os Guarani representam uma das maiores populações indígenas do Brasil. Estão distribuídos por diversas comunidades.
Seminário Ibero-americano de Diversidade Linguística
O evento vai discutir políticas públicas para a preservação e promoção da diversidade linguística dos países Ibero-americanos. O objetivo do encontro é possibilitar a reflexão sobre as experiências e iniciativas desenvolvidas pelos países, como a política brasileira para a diversidade linguística, além de propiciar um espaço de levantamento, sistematização e análise de experiências e iniciativas voltadas à promoção do espanhol e do português como segundas línguas dos países Ibero-americanos, assim como nos Estados Unidos, Canadá, Caribe e África Lusófona.
Durante o Seminário vão ocorrer ainda os seguintes eventos: Encontro de Autoridades Ibero-Americanas sobre Políticas Públicas para a Diversidade Linguística, reunindo representantes de todos os países que integram a comunidade ibero-americana, e o Fórum Línguas, Culturas e Sociedades, organizado pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA).
O evento é uma parceria do Iphan e do Ministério da Cultura com a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Essa é primeira edição do encontro. A cidade de Foz do Iguaçu foi escolhida para sediar o evento por estar na fronteira do território linguístico do português, espanhol e das línguas minoritárias faladas no espaço ibero-americano.
INDL
Para que uma língua seja reconhecida e passe a fazer parte do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL) ela precisa ser falada em território nacional há, pelo menos, três gerações, o marco temporal é em torno de 75 anos. O objetivo do Inventário é associar a expressão linguística à sua comunidade de referência e valorizar a expressão enquanto aspecto relevante do patrimônio cultural brasileiro.
Para fazer é solicitação, é necessário que a comunidade encaminhe o pedido de inclusão no INDL para o Iphan. O pedido é analisado por uma comissão técnica formada por representantes dos seguintes ministérios: Ministério da Cultura, Educação, Ciência Tecnologia e Inovação, Justiça e Planejamento. Se esses representantes decidirem pelo reconhecimento, o processo segue para a sanção da Ministra da Cultura.
Saiba mais sobre a Política da Diversidade Linguística clicando aqui.
Veja, clicando aqui, o certificado de registro da língua Talian
Veja, clicando aqui, o certificado de registro da língua Asurini do Trocará
Veja, clicando aqui, o certificado de registro da língua Guarani Mbya
Serviço:
Seminário Ibero-Americano de Diversidade Linguística
Data: 17 a 20 de novembro de 2014
Local: Foz do Iguaçu (PR)
Informações: http://diversidadelinguistica.cultura.gov.br/
Página Diversidade Linguística no Facebook.
Fonte: Portal do Iphan
Língua Guarani Mbya receberá certificação de Referência Cultural Brasileira no Seminário Ibero-Americano da Diversidade Linguística
Língua Guarani Mbya receberá certificação de Referência Cultural Brasileira no Seminário Ibero-Americano da Diversidade Linguística
A cerimônia de certificação da Língua Guarani Mbya como Referência Cultural Brasileira ocorrerá na próxima terça, 18/11, como parte das atividades do Seminário Ibero-Americano da Diversidade Linguística, que inicia dia 17 e vai até dia 20/11, em Foz do Iguaçu/PR (ver site do evento aqui).
A Ministra interina da Cultura, Ana Cristina Wanzeler, deverá conduzir a cerimônia, que, além do Guarani Mbya, também certificará as línguas Asurini do Trocará e Talian. Durante a cerimônia, também haverá o lançamento o Guia do Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL).
Em setembro deste ano, a língua Guarani Mbya, juntamente como as línguas Asurini do Trocará e Talian, foram incluídas no INDL pela Comissão Técnica do Inventário, que é formada por representantes do Ministério da Cultura, do Planejamento, da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Educação e da Justiça.
Pela primeira vez o reconhecimento de línguas como referência cultural foi realizado a partir de projetos-piloto, sendo um deles o protagonizado pelo IPOL, que seguiu a metodologia do INDL em parceria com as lideranças das comunidades Guarani de 69 aldeias localizadas em seis estados brasileiros das regiões sudeste e sul (ES, RJ, SP, PR, SC e RS).
Decorrentes do projeto-piloto da Língua Guarani, estão a publicação do Livro-DVD Inventário da Língua Guarani Mbyá (Ed. Guarapuvu, 2011), organizado por Rosângela Morello, atual coordenadora geral do IPOL, e Ana Paula Seiffert, bem como a realização do I Encontro sobre o Inventário da Língua Guarani Mbya (ILG), promovido pelo IPOL na cidade de Florianópolis em 2011. As atividades, reflexões e encaminhamentos desse Encontro podem ser conferidos no Blog e na Revista do Inventário da Língua Guarani Mbya (ILG).
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Simpósio SIPLE 2014: O caráter pluricêntrico da língua portuguesa e as práticas avaliativas
Simpósio SIPLE 2014
O Simpósio SIPLE 2014 – O caráter pluricêntrico da língua portuguesa e as práticas avaliativas está sendo realizado entre os dias 6 e 7 de novembro, na Universidade Estadual de Londrina, na cidade de Londrina, no Paraná, Brasil.
Tem como objetivo fundamental congregar professores, pesquisadores e estudantes do Brasil e do exterior para debater o tema da avaliação como elemento integrador entre o ensino e a aprendizagem de Português para Falantes de Outras Línguas (PFOL). A partir desse tema gerador, diferentes perspetivas de discussão serão promovidas, com o intuito de refletir sobre a importância da formação do professor avaliador.
Tradicionalmente, a Sociedade Internacional de Português Língua Estrangeira (SIPLE) realiza, todos os anos, eventos de interesse para a área do PFOL e seus variados contextos de desenvolvimento. Optou-se neste momento por PFOL para contemplar contextos onde o português seja Língua Estrangeira (LE), Segunda Língua (L2), Língua Adicional (LA), Língua de Herança (LH), Português para crianças e outros.
Para maiores informações acesse aqui a página do evento.
Fonte: Plataforma 9
Encontro em Moçambique debaterá Língua Portuguesa em contextos multiculturais
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O Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, a Universidade Pedagógica de Moçambique e a Universidade Eduardo Mondlane irão realizar em maio do próximo ano, em Nampula, as VIII Jornadas de Língua Portuguesa.
Maputo – As VIII Jornadas de Língua Portuguesa promovidas em Moçambique pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, em parceria com as universidades Pedagógica (UPM) e Eduardo Mondlane (UEM), vão ter lugar a 4 e 5 de maio de 2015, em Nampula, no norte do país, e terão como tema o ensino da língua portuguesa em contextos multilingues e multiculturais.