Podcast em língua indígena será levado a escolas da região Norte

Marcelo Camargo / Agência Brasil
Projeto é desenvolvido por doutoranda da UFRJ
Nas histórias contadas de geração em geração, nos livros e conversas diárias ou nos veículos de comunicação, o idioma se mantém vivo. É assim também com as línguas indígenas.
A partir dessa visão, um projeto desenvolvido por Aline Moschen, doutoranda em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, busca abrir espaços para que o povo Tupiniquim do Espírito Santo mantenha viva a própria língua.
O projeto vai construir um acervo digital composto pelas obras fotográficas de artistas indígenas, além de realizar debates sobre as artes indígenas e a preservação da língua.
Uma das iniciativas do projeto é um podcast, espécie de publicação em áudio na internet, como explica Aline Moschen.
Na região Norte do país, a preservação da língua ticuna, falada por mais de 30 mil pessoas, também se dá nos meios de comunicação. Na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, Otto Farias, indígena do povo Ticuna e radialista na Nacional do Alto Solimões, leva notícias para a população, tanto na língua materna, quanto em português. Ele destaca a relevância do trabalho para as diferentes populações.
Em 2010, o censo do IBGE revelou que pouco mais de 37% dos indígenas de 5 anos ou mais falavam no domicílio uma língua indígena. Ainda de acordo com o censo, são faladas 274 línguas indígenas no Brasil, em 305 povos diferentes.
Por Maíra Heinen – Repórter da Rádio Nacional – Brasília
Técnicos estrangeiros buscam aulas de português para se adaptar ao Brasil
A apostila de exercícios de língua portuguesa e as aulas particulares do idioma viraram as novas armas dos técnicos estrangeiros para se adaptar ao futebol brasileiro. Os argentinos Hernán Crespo, do São Paulo, e Ariel Holan, do Santos, e mais o espanhol Miguel Ramírez, do Internacional, estão empenhados em melhorar a comunicação com os jogadores e superar possíveis barreiras linguísticas no País.
A postura desses estrangeiros em aprender português tem chamado atenção. Até pouco tempo atrás, quem vinha de fora não fazia questão alguma de estudar o idioma nem mesmo de aprender palavras-chave para orientações ao elenco. O argentino Jorge Sampaoli, por exemplo, passou duas temporadas no Brasil e só se comunicava em espanhol. O mesmo valeu para outros técnicos, como o argentino Edgardo Bauza e o colombiano Reinaldo Rueda.
O argentino Holan desembarcou em Santos no mês passado e logo na apresentação ao clube da Vila fez uma promessa. “Meu compromisso também é falar português ou ‘portunhol’. Terei meu professor”, avisou. Mesmo com o calendário apertado, o treinador não deixa de estudar. Nos voos do time, ele aproveita o tempo para treinar. O resultado tem sido visto nas entrevistas. Palavras em português se tornam mais comuns.
Ainda comedido para falar em português, o espanhol Ramírez tem estudado bastante enquanto comanda o Inter em Porto Alegre. O aprendizado de idiomas estrangeiros entre treinadores é comum no futebol europeu. O português José Mourinho, do Tottenham, é fluente em cinco línguas. O espanhol Pep Guardiola contratou uma professora de alemão antes de assumir o Bayern de Munique, em 2013. Ao iniciar o trabalho, o técnico já falava o novo idioma.
Apesar de o Brasil ter aberto suas fronteiras para técnicos estrangeiros nos últimos anos, o aprendizado do português não aparecia como prioridade para eles. O são-paulino Crespo pensa diferente. “Acho que é uma questão de respeito com este país, com o lugar onde estou. É uma questão de respeito com as pessoas. Culturalmente, eu gosto também de aprender”, disse.
O argentino só lamenta que ainda confunda bastante o português com outros idiomas. No São Paulo, o técnico se comunica em espanhol com alguns jogadores estrangeiros e com Daniel Alves. Após mais de uma década na Itália, Crespo usa o idioma para falar com o atacante Éder. “Eu faço confusão porque o português é um mix dos outros dois idiomas. Para mim é difícil porque falo todos os dias com as minhas filhas em italiano, com meus colaboradores do clube em espanhol e depois ainda em português. Mas calma… eu chego lá”, comentou o argentino.
O meia argentino Benítez, do São Paulo, acompanha Crespo nesse processo de aprendizagem. Embora não faça aulas ainda, o jogador está no Brasil há um ano e sabe das dificuldades. “Para aprender, você não pode ter vergonha”, disse. “É importante conseguir falar de outros assuntos que não só o futebol, para você poder falar com um médico ou outras pessoas”, diz.
Um dos primeiros técnicos estrangeiros a estudar português foi o colombiano Juan Carlos Osorio, que passou pelo São Paulo em 2015. Três vezes por semana ele recebia um professor para ter aulas particulares. No ano passado, o espanhol Domènec Torrent, do Flamengo, foi outro a se aventurar pelo idioma.
DIFICULDADE – Professor livre-docente em Língua Espanhola da USP, Adrián Pablo Fanjul explica que o aprendizado do português é um desafio aos treinadores não tanto pela parte escrita, mas pela conversação. “A parte sonora é difícil, tanto a escuta quanto a produção. O português, principalmente falado no Brasil, tem alguns sons que não existem no espanhol”, diz. “Aprender como se fala é mais desafiador, porque exige muito estudo” acrescentou.
Segundo Fanjul, é possível preparar para os treinadores aulas com conteúdo específico à linguagem de futebol. “Existe a possibilidade de direcionar o ensino e a aprendizagem para se concentrar em demandas específicas, seja qual for ela. Ainda assim, existem aspectos básicos que exigem o aprendizado da mesma maneira.”
Políticas de tradução e interpretação para línguas indígenas ou originárias no Peru: da regulamentação à ação
A Comissão Organizadora dos eventos comemorativos dos 10 Anos do POSTRAD – Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução da Universidade de Brasília, juntamente com os grupos de pesquisa Mobilang e Poéticas do Devir têm o prazer de convidar a todas, todos e todes para a palestra intitulada Políticas de tradução e interpretação para línguas indígenas ou originárias no Peru: da regulamentação à ação, a ser ministrada por Gerardo Manuel Garcia Chinchay, do Ministério da Cultura do Peru, no dia 22 de abril de 2021, às 18h, no canal do POSTRAD no YouTube (POSTRAD UnB). Link do canal do POSTRAD no Youtube:
https://www.youtube.com/channel/UCgVOqDEmb8NKEcqp9kmF7fg
Informamos que o link de inscrição para certificado de ouvinte será emitido durante a transmissão do evento no chat do canal.
Abaixo-assinado contra a indicação da nova presidenta da Capes
Pela demissão da nova presidente da CAPES, Cláudia Mansani Queda de Toledo.
Na quinta-feira, 15 de abril, foi nomeada a Dra. Cláudia Mansani Queda de Toledo como nova presidente da CAPES. Uma de suas principais funções será implementar o novo sistema de avaliação da pós-graduação no Brasil. De acordo com o G1 (1), Cláudia coordena um programa de pós-graduação no Centro Universitário de Bauru, anteriormente Instituto Toledo de Ensino (ITE), que foi descredenciado em 2017 pela própria CAPES por qualidade insuficiente (NOTA 2). Segundo notícia da Folha de S. Paulo (2), o Instituto Toledo de Ensino (ITE) foi criado pela família de Cláudia e já em 2002 foi denunciado por desvio de recursos para membros da família, incluindo Cláudia (3).
A comunidade acadêmica brasileira, que se destaca por sua produção científica na América Latina e internacionalmente, não pode aceitar que a CAPES, órgão dedicado à promoção e manutenção da qualidade do ensino superior e da pesquisa no Brasil, seja presidida por uma profissional ligada a programas de baixíssima qualidade e instituições com suspeitas de irregularidades. O Brasil apresenta diversas universidades que se destacam nos rankings internacionais de avaliação, sendo 6º país mais representado no World University Rankings 2021 (4), e tendo 7 universidade no QS World University Ranking 2021, incluindo uma universidade entre as 200 melhores do mundo (5).
Exigimos a demissão imediata da Dra. Cláudia Mansani Queda de Toledo da presidência da CAPES e a entrada de um(a) presidente que represente a qualidade em pesquisa e ensino na edução superior brasileira e com experiência e qualidade técnica para liderar a avaliação da pós-graduação no Brasil.
FONTES:
(3) https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2001200207.htm
(4) https://desafiosdaeducacao.grupoa.com.br/brasil-ranking-universidades-the/
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