Últimas semanas para conferir a exposição ‘Nossa terra-floresta’, de Joseca Yanomami, no MASP
Esta é a primeira exposição individual do artista e exibe desenhos sobre a cosmologia e a vida cotidiana do povo Yanomami.

Até 30 de outubro, o MASP apresenta ‘Nossa terra-floresta’, de Joseca Yanomami. Esta é a primeira dedicada aos desenhos do artista, e acontece no em que celebra-se os 30 anos da homologação da Terra Indígena Yanomami.
A exposição reúne 93 desenhos de personagens, cenas e paisagens do universo yanomami, tanto da vida cotidiana quanto relacionados a cantos e mitos xamânicos.
Além disso, Joseca parte de referências como seus sonhos, seu povo, suas histórias, e seu território – a floresta.

Sobre a mostra
‘Nossa terra-floresta’, ou Kami yamakɨ urihipë, remete a essa entidade viva que é protegida pelos yanomami.
Por isso, as obras são também a expressão de uma luta contra as ameaças que colocam em risco desta terra-floresta.
Assim, muitos desenhos nos contam sobre quem são os responsáveis por essa enorme tarefa, por esse trabalho tão essencial de sustentar o céu: os xamãs.
O conjunto de desenhos é um testemunho da luta cotidiana dos yanomami em defesa da floresta.
Em alguns desenhos, Joseca Yanomami indica o nome do local em que reside: Demini, aldeia também chamada de ‘Watorikɨ’. O nome é uma alusão à ‘serra do vento’ que a circunda, representada no desenho ‘Ai yanomae…’

O povo Yanomami
A Terra Indígena Yanomami é o maior território indígena demarcado no Brasil. A homologação se deu em 25 de maio de 1992.
Mas além dos Yanomami, também residem outros povos isolados. Segundo o MASP, povos da serra da Estrutura, do Amajari, do Auaris/Fronteira, do baixo rio Cauaburis, do Parawa u, do Surucucu/Kataroa) e pelos Ye’kwana.
Desta forma, essa região reúne numa população total de cerca de 30 mil pessoas.

FONTE: São Paulo Secreto
Filmes clássicos da Disney recebem dublagem em língua indígena
As produções que receberão a dublagem são Bambi, Moana e O Rei Leão
Recentemente, foi divulgado que mais três filmes clássicos da Disney agora possuirão a opção de serem assistidos em diferentes línguas indígenas. Isso mesmo! A novidade já entrou em rigor no dia 7 de outubro, sexta-feira. As produções que receberão a dublagem são Bambi, Moana e O Rei Leão, e elas poderão ser conferidas por meio da plataforma do Disney+.
O clássico Bambi recebeu a dublagem em Arapaho na plataforma de streaming. A língua indígena possui origem norte-americana, dos estados do Colorado e Wyoming, e, atualmente, ela é usada por cerca de mil pessoas (no máximo), segundo algumas informações disponibilizadas pelo Collider.
Além disso, há um fato muito interessante. A dublagem desse filme em Arapaho foi gravada pela primeira vez no ano de 1990, e essa foi a primeira oportunidade em que a Disney trabalhou com áudio em língua indígena na história de suas produções.
Já no que diz respeito à animação de Moana, ela receberá a dublagem em taitiano, uma língua que é muito comum de ser falada no Taiti e demais ilhas da Polinésia Francesa. A produção que retrata a história da aventureira de Motu Nui é o primeiro filme totalmente dublado no idioma. Até o presente momento, a adaptação apenas estava disponível nessa língua para escolas e algumas outras instituições.
Por último, porém não menos importante, está O Rei Leão. A produção estará disponível na plataforma do Disney+ com dublagem em zulu, língua que possui origem bantu e é falado principalmente na África do Sul. Uma curiosidade relacionada ao filme é que a história de Simba já possuía arquivos de áudio em zulu desde a data de lançamento do filme original, e como se não fosse suficiente, os diretores Roger Allers e Rob Minkoff se deslocaram até a África do Sul para encontrar um elenco de voz.
No entanto, é necessário relembrar que o suporte a essas línguas indígenas poderão não estar disponíveis em todos os países que possuem o Disney+, incluindo o Brasil.
FONTE: Multiverso Notícias
HQ que retrata língua indígena de sinais concorre ao “Oscar dos quadrinhos”
Material inédito é resultado do trabalho de conclusão de curso de estudante da UFPR

Uma história em quadrinhos (HQ) que retrata a língua indígena de sinais utilizada por pessoas surdas do povo Terena está concorrendo ao 34º Troféu HQMIX, considerado o Oscar dos quadrinhos. A HQ foi desenvolvida em formato plurilíngue e sinalizada também na Língua Brasileira de Sinais (Libras).
O material inédito é resultado do trabalho de conclusão de curso de Ivan de Souza, na licenciatura em Letras Libras da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A história disputa o prêmio na categoria “Produção para outras linguagens”. O resultado do prêmio deverá ser divulgado no final do mês de novembro.
A pesquisa que resultou na HQ começou em 2017, quando Ivan estudava a história de pessoas surdas no Paraná, na iniciação científica. Todo o processo teve acompanhamento de pesquisadoras que já desenvolviam atividades com usuários da língua terena de sinais. A comunidade indígena também teve participação ativa no desenvolvimento e, depois, na validação da obra junto ao seu povo.
“Me sinto muito feliz por conseguir atingir, mais uma vez, um dos objetivos ao criar esse material multilíngue que era levar ao máximo de pessoas possível o conhecimento sobre a existência da diversidade linguística e cultural que temos presente em nosso país”, conta Souza.
A história integra o projeto da UFPR “HQ’s sinalizadas”, que trabalha com temas transversais dos artefatos da cultura surda – história, língua, cultura, saúde. A proposta é criar, aplicar e analisar histórias em quadrinhos sinalizadas como uso de sequências didáticas bilíngues para o ensino de pessoas surdas.
FONTE: Brasil de Fato Paraná
Em Roraima, hospital da criança conta com bloco de internação e atendimento a famílias indígenas

Cuidar da saúde e preservar a cultura de cada família. Desde 2005, o Hospital da Criança Santo Antônio conta com o bloco G, que foi especialmente implementado para atender os povos indígenas. Tem capacidade de internação para 28 pacientes, redário, banheiros adaptados aos costumes e 4 leitos berço respiratório. Além de tudo isso, ainda dispõe de tradutor da língua Yanomami.
Sendo o único hospital infantil do Estado, atendeu mais de 21 mil crianças desde o dia 3 de janeiro deste ano. A unidade atende os 15 municípios e até crianças da Guiana e Venezuela, países que fazem fronteira. No total, são 40 especialidades que a prefeitura disponibiliza nessa unidade.
“O Hospital é referência no norte do país, sendo o único que preserva os costumes dos povos indígenas, mesmo em atendimentos. São duas enfermarias, tendo uma com 9 lugares para redário, banheiros adaptados aos costumes e ainda a alimentação diferenciada para atender tanto o acompanhante, quanto a criança internada. Nesse bloco, também temos pacientes não indígenas, mas que todos respeitam as tradições” disse o Coordenador da Coordenação Indígena, Rodrigo Danin.
A chegada de um tradutor em 2011, fez toda a diferença para o atendimento médico, ajudando na tradução de sintomas. Atualmente são dois tradutores não indígenas que que ajudam na comunicação das 6 línguas dentro da etnia Yanomami. O bloco também recebe famílias das etnias Macuxi e Yekuana.
“Ver os indígenas chegando doentes e ajudar a traduzir tudo o que estão sentindo é uma responsabilidade muito grande, fico o dia inteiro de segunda a sexta-feira. E quando pegam alta hospitalar, fico muito feliz em ter feito meu trabalho de maneira correta”, disse Richard Duque, que há 11 anos é tradutor e intérprete no bloco G.
Atualmente, 60% da equipe médica do bloco trabalhou com a saúde indígena através do Dsei Leste/Yanomami, o que facilita no atendimento. A nutricionista Thays Muniz é um desses profissionais. Seu principal trabalho envolve adaptar a alimentação no hospital, de forma que atenda às necessidades dos pacientes e suas famílias, priorizando a cultura dos povos indígenas.
“A alimentação deles é seca, proteína peixe ou frango, farinha d’gua, arroz. Alguns até trazem a própria farinha e beiju. Eu autorizo essa entrada, pois eles aceitam repor vitaminas através de sucos e frutas. Conseguimos que as crianças também se alimentem de mingau”, afirmou.
FONTE: Roraima em Foco
Comunidade USP pode ajudar na construção de uma política linguística para a Universidade
Grupo de Trabalho PoLinguas da USP está em busca de respostas de alunos, professores, pesquisadores e demais servidores para propor ações de ensino, pesquisa e extensão; questionário on-line pode ser preenchido até o dia 30 de setembro
Grupo quer avaliar competências e demandas linguísticas da comunidade USP – Foto: Freepik
Para formular uma política linguística permanente e plurilíngue para a USP, o Grupo de Trabalho (GT) Interunidades em Políticas Linguísticas para a USP (PoLinguas-USP), da Faculdade de Educação (FE) e da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), criado neste ano, está procurando identificar as competências e demandas linguísticas da comunidade universitária para propor ações de ensino, pesquisa e extensão que as atendam, melhorando as interações entre as pessoas dentro e fora do campus. A primeira etapa desse trabalho é o questionário Línguas na USP para estudantes, incluindo intercambistas, docentes, pesquisadores e funcionários, que estará disponível até o dia 30 de setembro.
O questionário procura elencar as línguas que circulam pela USP e quais outras cada segmento da comunidade deseja aprender para melhorar suas atividades. Para compor a base de seu plano de ação, o grupo também está organizando o I Seminário Políticas Linguísticas na USP para os dias 10 e 11 de outubro, com mesas para debater o que significa promover uma cultura universitária plurilíngue e organizar grupos de trabalho que irão mapear as necessidades linguísticas da comunidade.
“Uma universidade como a USP, com grande inserção regional, nacional e internacional, precisa estar atenta às necessidades de sua comunidade de modo a construir uma política de inclusão consistente e plural”, diz comunicado do grupo sobre a diversidade linguística.
O projeto conta com a parceria da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU), da Pró-Reitoria de Graduação (PRG) e da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG). A comunidade USP pode colaborar respondendo ao questionário daqui até dez dias. Em caso de dúvida, entrar em contato com o PoLinguas-USP pelo e-mail polinguas-usp@usp.br.
Para participar acesse o formulário neste link.
FONTE: Jornal da USP