Licenciatura Indígena da UFAM “Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável” promove seminário de avaliação do curso
Entre os dias 18 e 21 de abril acontece na maloca da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), em São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, o II Seminário Yumuatirisa: nas trilhas e redes dos saberes indígenas, promovido pelo curso de Licenciatura Indígena Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que tem por coordenadora a Profa. Ivani Faria, da UFAM.
O Prof. Gilvan Müller de Oliveira (DLLV/UFSC) participará do evento. A pesquisadora do IPOL, Profa. Ana Paula Seiffert estará na semana seguinte ao evento trabalhando com a nova turma Nheengatu, recém aprovada no curso de Licenciatura Indígena Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável.
O evento contará com a participação de 380 estudantes indígenas das 6 turmas existentes no curso. As apresentações serão realizadas pelos estudantes das turmas de língua Tukano, Baniwa, Nheengatu, Yanomami e Sateré-Mawé que frequentam a licenciatura.
Com o objetivo de fazer uma avaliação do curso a Licenciatura promove este encontro entre egressos do curso, docentes e estudantes indígenas, juntamente com organizações indígenas e indigenistas. O foco é uma reflexão sobre a proposta político-pedagógica do curso e a sua implementação.
De acordo com Gilvan Müller de Oliveira, o encontro demonstra a necessidade de constante reflexão e aprimoramento da proposta pedagógica, já em si mesma inovadora. O curso funciona com Ensino via Pesquisa, que substituiu as tradicionais disciplinas por projetos de pesquisa proposto pelos estudantes, e coloca as línguas indígenas no centro do processo de ensino-aprendizagem, conferindo ao português ao espanhol o caráter de línguas auxiliares, mais utilizadas para a leitura de bibliografia. Funciona ainda dentro das terras indígenas, e não na cidade, nem dentro da sede da universidade, para também conferir centralidade à territorialidade indígena.

A bela adormecida, São Gabriel da Cahoeira Foto: Socioambiental.org
A Licenciatura Indígena Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável foi uma conquista para os povos da região que, através de seus líderes e instituições de ensino e pesquisa, desde 2004, vem participando de discussões para amadurecer a proposta, visando uma educação escolar indígena que respeite as especificidades étnicas, linguísticas e territoriais de seu público principal.
O Curso da Licenciatura Indígena Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável, foi aprovado pela Resolução do CONSUNI n° 028/2007, garantindo assim os direitos indígenas assegurados pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), pela Constituição Federal de 1988, pela Lei n° 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação.
O IPOL esteve presente em vários momentos das discussões e formulações, através dos Profs. Gilvan e Ana Paula, acompanhando, problematizando e buscando garantir, com as demais instituições e lideranças indígenas, os direitos dos povos indígenas a sua língua e cultura.
Acesse a programação dos dias 18, 19,20 e 21/04 em: http://www.ufam.edu.br/attachments/article/5241/Folder%20Semin%C3%A1rio%20-%2030.03.2016%20(2).pdf
Mais informações disponíveis sobre o curso em: www.ensinosuperiorindigena.ufam.edu.br
2ª Oficina do Projeto “Línguas de imigração como patrimônio” em Blumenau
Neste sábado, 9 de abril, acontece na Sede da AMMVI, Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí, em Blumenau, o segundo dia de oficina do Projeto “Línguas de imigração como patrimônio: (re)conhecendo a diversidade linguística no sabor da herança culinária”. O projeto, contemplado pelo edital Elisabete Anderle de Estimulo à Cultura 2014 é coordenado pela pesquisadora do IPOL e do NAUI – Dinâmicas Urbanas e Patrimônio Cultural – da UFSC, Mariela F. da Silveira e e executado pelo Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística(IPOL).
O Projeto objetiva, através das oficinas, promover a educação patrimonial com destaque ao cenário plurilíngue e multicultural e às histórias das imigrações e das comunidades linguísticas da região através da culinária.
o primeiro dia de oficinas ocorreu no dia 19 de março e encerrou com o lançamento do Livro Receitas de Imigração. Segundo a equipe de trabalho, espera-se que o público esteja novamente presente para continuidade. Neste sábado, será abordado o tema Línguas e Imigração no Brasil. Outros participantes ainda podem se inscrever.
Mais informações: lingua.patrimonio@gmail.com ou telefone: (48) 9122-8517
Serviço:
O quê: Inscrições gratuitas para Oficinas do projeto “Línguas de Imigração como Patrimônio: (re)conhecendo a diversidade linguística no sabor da herança culinária”
Onde: Sede da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí. Rua Alberto Stein, n° 466, Bairro Velha, Blumenau
Quando: Oficina “Línguas e Imigração no Brasil” em 09/04/2016
Oficina “Línguas e políticas de reconhecimento e promoção” em 14/05/2016
Quem pode participar?
Membros das comunidades da região (professores, lideranças, comunidade em geral);
Gestores locais (representantes de Secretaria de Cultura, Secretaria de Educação e de associações);
Inscrição: no endereço https://docs.google.com/…/1E1MHt4PsBM7-laUH201UyuqJHuw…/edit ou entre em contato pelo e-mail lingua.patrimonio@gmail.com ou telefone: (48) 9122-8517
Fonte: IPOL Comunicação
Entrevista com Gilvan Müller de Oliveira na ReVeL
“Políticas linguísticas são uma faceta das políticas públicas dos países, das organizações internacionais, das corporações e instituições, e nesse sentido são um fazer permanente do homem, sempre adaptadas à sua época, aos interesses geopolíticos, econômicos e culturais em jogo numa determinada fase histórica. Não se esgotam, mudam de foco; não se completam, estão sempre em construção.”
A entrevista foi publicada no volume 14, número 26, da Revista Virtual de Estudos da Linguagem – ReVEL, dedicado ao tema Política Linguística.
A Revista Virtual de Estudos da Linguagem – ReVEL é uma publicação eletrônica, com periodicidade semestral. Idealizada por dois jovens estudantes de Linguística, a ReVEL lançou seu primeiro volume em 2003 e desde então vem contribuindo com a formulação de um pensar e divulgar os estudos da linguagem no Brasil. A atual edição apresenta 11 artigos inéditos, 3 resenhas, 1 artigo traduzido e na seção ReVEL na Escola conta com mais dois artigos.
O número apresenta ainda duas entrevistas inéditas sobre o tema, com os linguistas Bernard Spolsky, da Universidade Bar-Ilan de Israel, e Gilvan Müller de Oliveira, professor da Universidade Federal de Santa Catarina e pesquisador do IPOL.
Em sua entrevista, Gilvan Müller de Oliveira responde a dúvidas conceituais, cita ações importantes que vem desenvolvendo nas diversas instituições em que atua, coordenando e assessorando projetos e pesquisas sobre as diferentes línguas do Brasil e sobre as políticas públicas que elas demandam. Também discute as questões linguísticas da era digital.
Leia a entrevista completa na edição atual da Revista ReVEL em http://www.revel.inf.br/files/e92f933a3b0ca404b70a1698852e4ebd.pdf
Fonte: IPOL Comunicação
Final de semana com atividades do IPOL no Vale do Itajaí

Oficina Línguas e Patrimônio, na Sede da AMMVI, em Blumenau. Foto: Mariela Silveira/IPOL
Aconteceu no sábado, dia 19, na Sede da AMMVI, em Blumenau, a Oficina do projeto “Línguas de imigração como patrimônio: (re)conhecendo a diversidade linguística no sabor da herança culinária”.
O Projeto, contemplado pelo edital Elisabete Anderle de estimulo à Cultura/ 2014, prevê a realização de oficinas, objetiva promover a educação patrimonial com destaque ao cenário plurilíngue e multicultural e às histórias das imigrações e das comunidades linguísticas da região através da culinária.
Participaram da Oficina representantes do IPOL, do IPHAN, autoridades locais e interessados no tema.

Rosângela Morello, coordenadora do IPOL, Regina Helena Meirelles Santiago, representante do IPHAN/SC e Mariela Siveira, pesquisadora que coordena as Oficinas. Foto: Cristiano Dums
Após a abertura do evento pela coordenadora geral do IPOL, Rosângela Morello, a palavra foi dada à representante do IPHAN regional, a historiadora Regina Helena Meirelles Santiago,que situou as ações do IPHAN e a parceria com o IPOL no campo da promoção da diversidade linguística.
Para a temática da oficina – Diversidade Linguística e Patrimônio, foi convidado Gilvan Müller de Oliveira, professor adjunto da UFSC e assessor do IPOL que, retomando situações ocorridas em diferentes momentos e países, contextualizou a importância histórica das políticas linguísticas no Brasil e no mundo.
Sobre as línguas do vale, ressaltou os momentos de repressão vividos pelas línguas, em diferentes momentos históricos e destacou o fato de que, apesar dessa repressão, houve o que os estudiosos chamam de um processo de aclimatação das línguas, ou seja, como uma planta que se adapta a sua nova paisagem, muitas línguas brasileiras, entre as quais o alemão, polonês e italiano, viveram transformações e se adequaram ao novo solo cultural.

Gilvan Müller de Oliveira, professor e pesquisador do IPOL e UFSC. Foto: Mariela Silveira/IPOL
Para entender o quanto as discussões a respeito da diversidade étnica e linguística são recentes, Gilvan lembrou que apenas em 1988 os indígenas foram reconhecidos como cidadãos brasileiros e explicou que “desde 1988 estamos tento uma mudança de rumo, de olhar a diversidade brasileira e a diversidade no mundo, exigindo que os estados criem e estimulem formas de governanças que contemplem a diversidade étnica, linguística, religiosa nas nações, plurais em sua natureza.”

Rosângela Morello, contextualizando as políticas linguísticas no Brasil. Foto: Mariela Silveira/IPOL
Dando continuidade, Rosângela Morello, coordenadora do IPOL, contextualizou as políticas de legimitação das línguas no Brasil, destacando que são muito atuais e estão servindo de exemplo para outros países que ensaiam formas de reconhecer e valorizar as suas línguas. Desde 2001, o IPOL esteve envolvido com a criação de políticas que culminaram, em 2006, com o INDL – Inventário Nacional da Diversidade Linguística, uma ação que permitiu, segundo a pesquisadora “mapear um conjunto de ações, gerando dados que mostrassem como e onde funcionam as línguas e qual seu grau de vitalidade.” Na metodologia do INDL houve a necessidade de categorização das línguas presentes no Brasil, pois dependendo do número de falantes e regiões onde habitam, há demandas diferentes de organização e métodos de pesquisa para olhar e compreender as situações nas quais as línguas funcionam. Houve interação e debates com os participantes. Na última parte da oficina, o grupo assistiu ao filme “Meio”, que aguçou o debate sobre a percepção de falantes sobre suas línguas.

Ana Paula Seiffert, coordenadora do Projeto Receitas da Imigração e Paola Da Rui Gadotti, neta de Oliva e Mário Da Rui, moradores de Timbó/SC. Foto: Cristiano Dums
O lançamento do livro Receitas de Imigração iniciou com a saudação em italiano de Paola Da Rui Gadotti, 9 anos, neta de Oliva e Mário Da Rui, moradores de Timbó e que foram entrevistados durante a pesquisa que conduziu ao livro. A publicação foi produzida no âmbito do projeto Receitas da Imigração – Língua e Memória na Preservação da Arte Culinária (2011-2014) fomentado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) através do Edital do Programa Nacional de Patrimônio Imaterial-PNPI/2012 e executado pelo IPOL.
Na cerimônia de lançamento, o Presidente do Colegiado de Cultura da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI), José Gabriel Corrêa, iniciou dizendo que desde o início do projeto esteve à disposição do IPOL para ajudar a concretizar a ideia. Segundo ele, o livro é importante para a região, pois a gastronomia significa muito para os municípios e através dela se organizam muitos encontros entre moradores das comunidades e de outras pessoas que visitam o Vale. Para ele, o livro é especial, pois nele são contadas as histórias do povo do Vale do Itajaí.
Regina Helena Meirelles Santiago, representante do IPHAN, também destacou a importância da Constituição de 1988, a partir da qual o conceito de patrimônio mudou sua natureza, se deslocando do sentido mais físico e material para a concepção de patrimônio imaterial, que exige formas diferentes de preservar. O livro, de acordo com Regina “é manifestação da concepção de patrimônio dos moradores das comunidades do Vale do Itajaí, ou seja, significa o que é importante para eles, o que eles julgam importante guardar nesse registro, através do trabalho de pesquisa.”
Como coordenadora do IPOL, Rosângela saudou a todos, conectando a pesquisa sobre as receitas e as imigrações com outros contextos no Brasil, em especial com o Espírito Santo, estado também plurilíngue. Ressaltou a atuação do IPOL no Vale do Itajaí, citando os projetos desenvolvidos e seus desdobramentos.

Momentos do Lançamento do Livro Receitas da Imigração, na AMMVI, em Blumenau. Fotos: Mariela Silveira/IPOL
Ao final, as pesquisadoras Ana Paula Seiffert e Mariela Silveira destacaram a importância da pesquisa e um pouco mais do processo que viveram de escuta e registro das histórias, envolvendo a imigração dos diferentes povos que constituíram a região.
Ana Paula destacou que a escolha das receitas foi feita pelos moradores e agradeceu às Instituições que apoiaram o projeto, aos parceiros de trabalho no IPOL e principalmente às famílias presentes, citando as famílias envolvidas presentes e lembrando também aquelas que não estavam.
Mariela Silveira também agradeceu a oportunidade de participar do Projeto e enfatizou como as histórias ouvidas no Vale nos remetem a tantas outras histórias de nosso Brasil, que precisam ser escutadas e valorizadas.
Finalmente, os familiares presentes manifestaram os agradecimentos ao Projeto e com muita emoção o dia terminou com o sentimento comum de gratidão, de alegria sincera e celebração ao finalizar um trabalho que partilha saberes e fazeres dos moradores do Vale do Itajaí.
Fonte: IPOL Comunicação
Pesquisadores de Kiel, Alemanha, visitam IPOL e UFSC

Christian-Albrechts-Universität zu Kiel
Participe da Roda de Conversa.
Nesta sexta, dia 18, pesquisadores e estudantes da Universidade de Kiel, Alemanha, visitam o IPOL – Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística e a Universidade Federal de Santa Catarina.
O grupo, coordenado pelos professores Monique Fritscher e Prof. Elmar Eggert, será recepcionado às 8hs, no Bloco B do Centro de Comunicação e Expressão (CCE), da UFSC, na Sala Drummond, térreo.
Durante a visita, ocorrerá uma Roda de Conversa, das 8:30h às 10hs, com o objetivo de socializar os projetos e estudos que o grupo vem realizando desde Kiel, na Alemanha e os que vem sendo desenvolvidos pelo IPOL e pela UFSC, no âmbito do Observatório de Políticas Linguísticas, coordenado pelos professores Gilvan Müller de Oliveira e Rosângela Morello.
O que: Roda de Conversa com grupo da Universidade de Kiel, Alemanha.
Onde: Bloco B do Centro de Comunicação e Expressão (CCE), Sala Drummond, térreo, da Universidade Federal de Santa Catarina.
Quando: Sexta, dia 18 de março, às 8:30 da manhã.
Quem pode participar? Estudantes e pesquisadores da comunidade acadêmica e interessados nos diálogos de pesquisa entre Alemanha e Brasil.
Línguas do Vale do Itajaí no Registro Receitas da Imigração e nas Oficinas de Políticas Linguísticas do IPOL.
Um conjunto de ações vem sendo recentemente desenvolvido pelo IPOL e parceiros junto a comunidades linguísticas do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, com o objetivo de conhecer e reconhecer a diversidade linguística da região e promover as práticas sociais e identitárias dos diferentes grupos.

