Walter Benjamin e as crianças na Era do Rádio
Walter Benjamin e as crianças na Era do Rádio
José Ribamar Bessa Freire
No momento em que a rádio nascia, no final dos anos 1920, uma emissora alemã convidou o filósofo marxista Walter Benjamin (1892-1940), de origem judaica, para fazer um programa dirigido a crianças.
Durante quatro anos, ele produziu 86 emissões com periodicidade variada, cujas gravações ficaram esquecidas até 1985, quando só então, depois de transcritas, foram publicadas na Alemanha. Agora, saiu em português “A hora das crianças. Narrativas radiofônicas de Walter Benjamin“. Bebi o livro de uma só talagada e quero compartilhá-lo aqui com o leitor do Diário do Amazonas.
IPOL realiza 1ª formação de digitadores e 2ª etapa de formação recenseadores para o censo linguístico do município de Antônio Carlos-SC
IPOL realiza 1ª formação de digitadores e 2ª etapa de formação recenseadores para o censo linguístico do município de Antônio Carlos-SC
Nos dias 10 e 16 de abril foram realizadas, respectivamente, a 1ª formação dos digitadores e a 2ª etapa de formação dos recenseadores que atuarão no censo linguístico do município de Antônio Carlos-SC.
Leia também: Ipol realiza Censo Linguístico e Diagnóstico da Língua Hunsrückisch
“Em quase 3 horas de trabalho pudemos discutir sobre as orientações para digitação, conhecer os questionários, entender sua lógica e também conversar sobre as implicações de um censo e sua relevância. Assim, além dos questionários, das planilhas, incluindo de controle de fluxo, os digitadores receberam o manual do recenseador e o tutorial para digitação”, informou Márcia R. P. Sagaz, coordenadora técnica do censo e responsável pela formação.
De acordo com Sagaz, nessa etapa de formação dos recenseadores foram discutidos aspectos relativos à coleta e ao modo de abordagem. Também foram tematizados alguns pontos conceituais a partir da vivência dos recenseadores nestas primeiras semanas de coleta de dados, que já vem sendo realizada desde o dia 24 de março.
Antônio Carlos e a língua Hunsrückisch Continue lendo
Resenha do livro “A relevância social da linguística”
Acerca da Relevância Social Urgente da Linguística: Ensino de Língua Portuguesa e Formação Cidadã no Brasil.
Resenha da Obra: Correa, D. A. (org.). (2007). A relevância social da lingüística: linguagem, teoria e ensino. São Paulo / Ponta Grossa: Parábola / Editora UEPG
Revista Interamericana de Educación para la Democracia – International Journal of Education for Democracy, v. 2, n.1, jun. 2009, p. 121-128.
por Milton Francisco
Disponibilizamos a resenha do livro “A relevância social da linguística”, organizado por Djane Antonucci Correia.
A resenha “Acerca da Relevância Social Urgente da Linguística: Ensino de Língua Portuguesa e Formação Cidadã no Brasil“, publicada na Revista Interamericana de Educación para la Democracia, foi escrita por Milton Francisco, professor da UFAC, e coloborador do IPOL. No livro resenhado consta o artigo A “‘virada político-linguística’ e a relevância social da linguística e dos linguistas”, de Gilvan Müller de Oliveira, Assessor do IPOL.
Clique aqui para visualizar a resenha.
Página do livro no site da Parábola Editorial.
Morre Joshua Fishman, um dos fundadores do campo da sociologia da linguagem e um estudioso de planejamento linguístico e educação bilíngue
Joshua Fishman, um dos fundadores do campo da sociologia da linguagem e um estudioso altamente influente nas áreas de planejamento linguístico e educação bilíngue, morreu no último 01º/03 à noite em sua casa no Bronx aos 88 anos. A nota a seguir, escrita por Ofelia García (professora nos programas de doutorado em Educação Urbana e de Literaturas e Línguas Hispânicas e Luso-brasileiras do Centro de Pós-Graduação da Universidade da Cidade de Nova York), foi compartilhada no Facebook e em The Linguist List.
Um professor amado e estudioso influente, Joshua A. Fishman morreu serenamente em sua casa no Bronx, na segunda-feira à noite, 1º de março de 2015. Ele tinha 88 anos. Joshua A. Fishman deixa para trás sua esposa dedicada, Gella Schweid Fishman, três filhos e noras, nove netos e dois bisnetos. Mas ele também deixa para trás milhares de estudantes em todo o mundo, que aprenderam muito com ele sobre sociologia da linguagem, o campo que fundou, e também sobre a possibilidade de ser um estudioso generoso e comprometido com as comunidades de minorias linguísticas. Como uma vez disse ele, sua vida foi o seu trabalho e seu trabalho era sua vida.
Nova publicação do IPOL: Mapas linguísticos do OBEDF
Nova publicação do IPOL: Mapas linguísticos do OBEDF
O resultado da pesquisa apresentada nesta publicação, na forma de mapas linguísticos, constitui um panorama sobre as línguas declaradas como sendo faladas pela comunidade escolar dos municípios de Ponta Porã (MS), Guajará-Mirim (RO) e Epitaciolândia (AC), observando os modos de uso e lugares de circulação das diferentes línguas e dando visibilidade para esse traço evidentemente importante da região fronteiriça, que se singulariza pela diversidade linguística e cultural. O objetivo do livro é apresentar espacialmente as línguas que circulam nas zonas de fronteira pesquisadas e proporcionar aos professores e alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio elementos para discussão em sala de aula sobre a diversidade linguística no Brasil.
Acabamos de receber da gráfica os exemplares de nossa mais recente publicação: o livro OBEDF – Observatório da Educação na Fronteira: Mapas Linguísticos, de Márcia R. P. Sagaz e Rosângela Morello (Florianópolis: IPOL; Editora Garapuvu, 2014, 40p.).
Diante do quadro de promoção e reconhecimento das línguas brasileiras nos últimos anos, uma questão motivou a realização do projeto Observatório da Educação na Fronteira (OBEDF): “se há tantas línguas no Brasil, como as crianças que aprenderam a falar em outra língua e não sabem ou sabem pouco português aprendem a ler, a escrever, a fazer contas e outros conteúdos quando vão à escola brasileira?”.
Assim, o projeto OBEDF, financiado pela Coordenação de Pessoal de Ensino Superior (CAPES), através do Edital 038/2010/CAPES/INEP, com coordenação interinstitucional envolvendo a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Universidade Federal de Rondônia (Unir), no âmbito do Observatório da Educação (OBEDUC/CAPES) e escolas da rede pública de ensino dos municípios de Ponta Porã (MS), Guajará-Mirim (RO) e Epitaciolândia (AC), desenvolveu suas atividades entre 2010 e 2013.
Nesse contexto, o projeto OBEDF, em parceria com o IPOL, realizou, dentre outras ações, uma série de levantamentos, constituindo um quadro sobre as línguas declaradas como sendo faladas pela comunidade escolar dos três municípios citados acima, observando os modos de uso e lugares de circulação das diferentes línguas e dando visibilidade para esse traço evidentemente importante da região fronteiriça, que se singulariza pela diversidade linguística e cultural.
A partir dos levamentos, o IPOL responsabilizou-se então pela condução das pesquisas do diagnóstico para o qual contou com uma equipe formada por linguistas e profissionais de Letras e também com a colaboração de bolsistas de graduação e pós-graduação do OBEDF nas discussões que nortearam o trabalho.
O diagnóstico da situação das línguas nas escolas tem como objetivo amplo conhecer as línguas que os alunos, o corpo docente, o pessoal de apoio/funcionários e os gestores falam, conhecem, entendem e com as quais se identificam, assim como o contexto de imersão, a cidade,a fronteira. Com essas informações, objetiva-se proporcionar aos docentes e gestores reflexão sobre a presença de outras línguas, além do português, nas escolas.
Os mapas linguísticos do OBEDF foram desenvolvidos a partir dos dados coletados no diagnóstico sociolinguístico por equipe multidisciplinar e têm como foco apresentar espacialmente as línguas que circulam nas zonas de fronteira pesquisadas e proporcionar aos professores e alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio elementos para discussão em sala de aula sobre a diversidade linguística no Brasil.
Professores de todas as áreas podem lançar mão desta publicação. As áreas do conhecimento, tais como Geografia, Matemática, História, Língua Portuguesa e Línguas Estrangeiras, encontram aqui elementos para discussão e pesquisa de ensino-aprendizagem que podem ser desenvolvidas em sala de aula.
Assim, a pergunta sobre as crianças, suas línguas e seu aprendizado na escola motivou-nos a realizar este trabalho. Acreditamos que a partir dele muitos outros questionamentos podem estimular professores e alunos à construção do conhecimento.
Apresentamos a seguir o Sumário da publicação.
Sumário
Apresentação
1 Diagnóstico Sociolinguístico
1.1 Escolas participantes
1.2 Dados coletados
2 As cidades e seus aspectos linguísticos
Ponta Porã (MS): fronteira seca
Guajará-Mirim (RO): pérola do Mamoré
Epitaciolândia (AC): município independente
3 Mapeamento das línguas
3.1 Guia de Símbolos
3.2 Línguas Declaradas
3.3 Sobre os Mapas: Arranjo Geral
Mapa 1 – Línguas declaradas / Línguas indígenas declaradas
Mapa 2 – Arranjo geral
3.4 Sobre os Mapas: Mapas Temáticos
Mapa 3 – Espanhol Proficiência em Leitura
Mapa 4 – Espanhol língua materna – Língua do lar
Mapa 5 – Guarani língua materna – Língua do lar / Guarani âmbitos de uso
Mapa 6 – Espanhol âmbitos de uso
Mapa 7 – Atitudes linguísticas
Mapa 8 – Português língua materna – Língua do lar e âmbitos de uso
Referências
Atlas Sociolingüístico de Pueblos Indígenas en América Latina: disponibilizados links para acessar os dois tomos, o material do DVD e o blog
Atlas Sociolingüístico de Pueblos Indígenas en América Latina
O Atlas Sociolingüístico de Pueblos Indígenas en América Latina, publicado originalmente em 2009 numa parceria entre o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Agencia Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo (AECID) e a Fundación para la Educación en Contextos de Multilingüismo y Pluriculturalidad (FUNPROEIB Andes), mostra a imensa diversidade étnica e cultural da população indígena da região, desempenhando um importante papel de disseminador e valorizador das sociedades indígenas latino-americanas, além de ser um documento que permite aprofundar o debate sobre as políticas, planos e programas de interesse destes povos.
A versão em pdf do Atlas, em dois tomos, pode ser baixada aqui e aqui. Também é possível acessar aqui ao material do DVD que acompanha os tomos, no qual o internauta visualiza vários recursos do Atlas.
Outro recurso importante é o Blog do Atlas (acesse aqui), que apresenta mapas e fichas com informações de cada um de los 522 povos indígenas que vivem na América Latina, distribuídos em 20 países (Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Guiana Francesa, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela).