Confederação Ibero-americana de Comunicação reúne 700 investigadores em Braga
A afirmação do português e do espanhol como línguas do pensamento, criação, conhecimento e cultura vai juntar mais de 700 investigadores, na Universidade do Minho, no 2º congresso da Confederação Ibero-americana de Associações Cientificas e Acadêmicas de Comunicação (Confirbercom).
Sob o tema “Os desafios da Internacionalização”, investigadores de 20 países vão “partilhar conhecimento” com o intuito de “contrariar” a construção de um mundo global “hegemonicamente” de língua inglesa, adianta a academia minhota, em comunicado enviado hoje à agência Lusa. Assim, segundo o presidente da Confirbercom, Moisés de Lemos Martins, as Ciências da Comunicação têm a “responsabilidade política e cívica” de construir uma comunidade científica ibero-americana.
“Uma língua que não se esforce para dizer os avanços do nosso tempo e também as contradições e inquietações, assim como os seus bloqueios e os seus impasses, uma língua que não tenha pensamento, não cria conhecimento, torna-se arcaica, estiola e morre”, salienta o responsável. Para Moisés de Lemos Martins, “o fortalecimento de uma comunidade ibero-americana contraria a ideia única de um mundo globalizado monocolor, hegemonicamente falado em inglês”.
Por isso, o responsável deixa um alerta. “As Ciências da Comunicação têm a responsabilidade de concorrer para a construção da comunidade científica ibero-americana sólida, interrogando em português e espanhol os modos como nos distintos países deste espaço transcontinental interagimos uns com os outros e neles fazemos comunidade”, referiu.
Durante os quatro dias de congresso vão ser apresentadas mais de 900 comunicações em 160 sessões de grupos temáticos. Brasil, Portugal, Espanha e México lideram o número de inscrições registando-se ainda uma “presença substancial” de investigadores da Venezuela, Colômbia, Argentina, Peru e Equador.
Fonte: RTP.
Curso de Especialização em Audiodescrição da UFJF
A especialização em audiodescrição é a primeira no Brasil e vai formar professores audiodescritores, possibilitando aos deficientes visuais formar imagens e as construírem a partir da descrição da realidade feita pelos audiodescritores. O curso vai ao encontro das necessidades socioeducativas dos mais de 16 milhões de deficientes visuais presentes no território brasileiro, sendo uma importante ação de inclusão na sociedade deste grupo, possibilitando-lhe acesso às imagens que os professores, através da audiodescrição, produzem, podendo assim perceber o mundo de forma mais ampla.
A audiodescrição é uma forma de tradução audiovisual, usando as pausas naturais no diálogo ou entre elementos sonoros cruciais para inserir a narrativa, que traduz a imagem visual de uma forma que a torna acessível a milhões de indivíduos que de outro modo não teriam um acesso pleno às informações. Os esforços neste sentido visam não apenas proporcionar o acesso a produtos culturais a uma parcela da população que se encontra excluída, como também estabelecer um novo patamar de igualdade baseado na valorização da diversidade.
O Curso de Especialização em Audiodescrição é um curso semi-presencial promovido pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em parceria com a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, sob coordenação da Profª. Drª. Eliana Lúcia Ferreira e da Drª. Lívia Maria Villela de Mello Motta.
A formação em audiodescrição atende à política nacional sobre acessibilidade da pessoa com deficiência e o profissional pode atuar nos mais diversos contextos e ambientes culturais, educacionais e corporativos. O curso teve início em 20 de março último.
Mais informações: http://www.gime.ufjf.br/gime/ensino/audiodescricao
Política linguística e educacional no ensino superior no Amazonas: línguas e produção de conhecimentos
A Licenciatura Indígena Políticas Educacionais e Desenvolvimento Sustentável é um curso em línguas indígenas e português destinado à formação em nível superior de professores e pesquisadores indígenas.
Considerado o município mais plurilíngue do Brasil, São Gabriel da Cachoeira no estado do Amazonas Em 2002, atendendo a uma demanda de entidades constituídas e representadas pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), decretou oficiais no município as línguas indígenas Tukano, Baniwa e Nheengatu. Para atender esta demanda linguística de forte representação social na cidade, a licenciatura é oferecida pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) para indígenas de três pólos território-lingüísticos: Baniwa, Tukano e Nheegatu.
O aumento do número de estudantes indígenas formados no nível médio que desejavam continuar seus estudos fizeram com que organizações do movimento indígena passassem a formular reivindicações quanto ao acesso ao ensino superior.
Refletindo as políticas no sentido de ampliar e respeitar a pluralidade linguística das mais diversas etnias e culturas presentes no território Brasileiro, o ensino em língua indígena facilita a preservação destas, na Proteção e a Promoção da diversidade das expressões culturais e de garantias de direitos das minorias étnicas e linguísticas, fazendo com que os falantes do Baniwa, Tukano e Nheegatu exerçam sua cidadania na sociedade brasileira.
A licenciatura indígena está sob responsabilidade do Conselho Universitário Consultivo e Deliberativo do Curso, composto pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), pela UFAM, pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SEMEC) de São Gabriel da Cachoeira, e pela Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) do Amazonas, por representantes discentes das turmas Baniwa, Tukano e Nheegatu, coordenadores indígenas de cada turma, lideranças tradicionais e representantes docentes.
Mais informações : http://www.ensinosuperiorindigena.ufam.edu.br/
Lei sobre a violência doméstica traduzida em línguas nacionais na Angola
A Secretária de Estado da Família e Promoção da Mulher, Ana Paula Sacramento Neto revelou a informação, garantiu também que, a lei sobre a violência doméstica já está traduzida em inglês e francês.
“Tão logo foi aprovado, foi traduzido em francês e inglês, depois foi traduzido para a língua kimbundo, agora estamos a trabalhar na língua nganguela, fiote, umbundo e kwanhama”, revelou.
Fonte: Radio nacional da Angola.
Alunos da rede pública aprendem línguas para receber turistas na Copa
Crianças e adolescentes estudam sete idiomas na Zona Leste de SP.
Curso acontece em Itaquera, vizinho ao estádio do mundial de futebol.
Alunos da rede pública de ensino de São Paulo estão aprendendo outras línguas, além do português, para receberem turistas durante a Copa do Mundo no Brasil. A abertura oficial do mundial de futebol é no dia 12 de junho, na Arena Corinthians, em Itaquera, Zona Leste da capital. Os cursos são gratuitos e são oferecidos vizinhos ao estádio da Copa, no Centro de Línguas (CEL) em Itaquera. A informação é do SPTV.
Crianças e adolescentes estão aprendendo sete idiomas diferentes para falar sobre os pontos turísticos da cidade em outras línguas. Eles estudam inglês, espanhol, italiano, francês, alemão, mandarim e japonês. O projeto visa preparar os alunos para a Copa do Mundo de 2014. Por causa da proximidade com o estádio, estudantes estão sendo capacitados para atuarem como profissionais multilíngues. O aluno vai aprender numa língua estrangeira a informar localizações, direcionamentos para o estádio, metrô, descrever pontos turísticos da cidade, etc.
O objetivo é que alunos consigam se comunicar em outra língua, e assim, possam trabalhar com turismo na cidade durante os jogos. Um exemplo aconteceu nas aulas de japonês. A professora percebeu que dois alunos estavam com bom desenvolvimento nas aulas e entregou o currículo deles para trabalharem como intérpretes voluntários durante a Copa. Há também o projeto do professor de francês que vai levar seus alunos para os arredores do estádio em dias de jogo para que eles possam ter contato com estrangeiros e pratiquem o idioma com os estrangeiros. No Estado de São Paulo existem 229 centros de línguas. Leia Mais
Direto da roça
A inusitada herança agrária da linguagem
Luiz Costa Pereira Junior
Nos primórdios, o latim era um dialeto restrito às margens do rio Tibre, língua de lavradores e pastores, que suavam para superar o terreno difícil e os pântanos do Lácio, região central da atual Itália. Parada para caravanas que cruzavam o norte e o sul italianos, o Lácio virou base de propagação do latim. A origem de muitas palavras herdadas do latim é rural. Mas mesmo termos criados há pouco ou importados de idiomas não românicos parecem ter um pé na cultura agrícola.
Ler e escrever
Legere, matriz do português “ler”, significava “colher” frutos. Scribere, ancestral de “escrever”, nomeava o ato de gravar inscrições em árvores ou gado. É sugestiva a ideia de encarar a leitura como um ato de colheita e a escrita como forma de deixar uma marca no mundo.
Delirar
Os camponeses do Lácio tinham em alta conta a habilidade de cultivar e cuidar dos animais – por tabela, condenando tacitamente o trabalho displicente. Por isso, “delirar” nomeava a negligência de quem erra a pontaria ao jogar uma semente no sulco da terra, na “lira”.
Caducar
No mesmo contexto de “delirar”, “caducar” carrega o sentido de decadência explícito: caducus (do verbo cadere, cair) é o fruto que desaba de uma árvore, de tão apodrecido.
Leitura
“Leitura” deriva do latim tardio lectura (comentário). Surgiu quando “ler” já perdera o vínculo agrícola, passando a significar o ato de percorrer o olho por algo, para decodificá-lo. Ler é colher com os olhos, capturar com a vista. A leitura seria um passo além, o de tecer comentário. Há quem leia sem fazer, de fato, leitura, sem usar o ato de ler para captar todas as possibilidades do texto. Leia Mais