Como nasce um filme: mergulho na realidade dos povos indígenas
Cineasta goiano narra a história de fundo que deu origem ao curta-metragem “O Turista no Espelho”, selecionado para a mostra competitiva do IV Fronteira – Festival Internacional do Filme Documentário e Experimental, em Goiânia
Em 2013, participei da “II Oficina de Avaliação das Macrorregionais de DST, AIDS e Hepatites Virais” junto às populações indígenas, no Mato Grosso, cujo relatório, posteriormente, me deu um norte para a construção do argumento de meu documentário mais recente, “O Turista no Espelho”. O filme busca a realidade dos povos nativos da Amazônia e dialoga com a situação de marginalidade de comunidades campesinas do país.
As oficinas de que participei, sobre a política de equidade do Sistema Único de Saúde (SUS) junto aos indígenas, me fizeram sentir como um estrangeiro, observando uma nova organização social. Continue lendo
Jornadas Patrimoniais Santa Catarina: ciclo de debates tem início em abril
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) dará início ao projeto Jornadas Patrimoniais Santa Catarina, ciclo de debates que se propõem a abordar o Patrimônio Cultural, em diversas vertentes: Educação Patrimonial, em abril; Patrimônio Material, em agosto; Patrimônio Imaterial, em setembro; e Arqueologia, em novembro. O evento vai contar com as Bancas do Patrimônio, onde podem ser adquiridas as publicações do Iphan.
O primeiro encontro será em 13 de abril, no Museu Histórico de Santa Catarina, com a Mesa Redonda Conexões culturais: História, Geografia e Patrimônio Cultural. Participam a coordenadora de Educação Patrimonial do Iphan, Sônia Florêncio; as coordenadoras do projeto do Ponto de Cultura Engenhos de Farinha, Gabriella Pieroni e Manuela Braganholo; a coordenadora do Grupo de Pesquisa de Geografia do Turismo da Faculdade de Geografia da UFPA, Maria Goretti Tavares, e a coordenadora do Laboratório de Patrimônio da UDESC, Janice Gonçalves. Continue lendo
7.000 idiomas para 7.000 milhões de pessoas. O mundo é um complexo xadrez linguístico
“Olá”, “Bom dia”, “Boa tarde”, “Boa noite” ou “Obrigado”.
São expressões que utiliza todos os dias. E que se tornaram tão naturais que, provavelmente, nem repara.
Mas já alguma vez pensou quantas formas diferentes há no mundo para dizer tudo isto?
A Sociedade Linguística norte-americana elaborou um levantamento global e não chegou a um número exatamente definitivo.
Porque, apesar de toda a evolução humana e da tecnologia avançada que temos ao nosso dispor, a verdade é que os investigadores do mundo dito civilizado ainda não conseguem chegar a todo o lado. Continue lendo
Advogada conservação das línguas nacionais
O historiador Altino Menezes defendeu na Terça-feira, na cidade do Cuito, província do Bié, a necessidade da valorização das línguas maternas, como meio para fortalecer a identidade nacional, bem como de afirmação da cultura.
Por ocasião do 21 de Fevereiro, consagrado ao Dia Internacional da Língua Materna, o académico Altino Menezes é de opinião que as línguas nativas sejam enquadradas no currículo escolar, pese embora algumas escolas do ensino médio e superior tenham inserido o ensino do Umbundu. Em seu entender, as línguas maternas faladas nesta parcela do país têm estado a perder o valor, pelo facto, sobretudo, de os citadinos motivados pelo fenómeno globalização usarem-nas pouco, até mesmo nas suas próprias comunidades. Continue lendo
O Dia Internacional da Língua Materna
No dia 21 de Fevereiro, comemora-se em todo mundo o Dia Internacional da Língua Materna, uma data instituída pela UNESCO, há dezanove anos, e que lembra a responsabilidade que os Estados, as instituições e as pessoas têm de promover o multilinguismo, a diversidade linguística e cultural.
Em Angola, há um largo segmento da população que possui uma das línguas nacionais como materna, razão pela qual há a protecção constitucional reservada pelo Estado. Não há dúvidas de que há igualmente um grande segmento da população angolana, cada vez mais crescente, que não fala nenhuma das línguas nacionais e que têm o português como língua materna.
A Carta Magna, no seu artigo 19. º, dispõe no seu número dois que “o Estado valoriza e promove o estudo, o ensino e a utilização das demais línguas de Angola, bem como das principais línguas de comunicação internacional”. E embora haja o “guarda-chuva” protector da Constituição da República, na verdade, há ainda um longo caminho a percorrer para alcançarmos metas de satisfação relativamente à preservação, uso e continuidade das línguas nacionais. Continue lendo
Cientistas portugueses reescrevem a história genética da Índia
Um estudo internacional liderado por Pedro Soares, da Universidade do Minho, reabriu a discussão entre cientistas, e na Índia, ao provar que um grupo de falantes indo-europeus migrou para aquele país há 5 mil anos, influenciando a língua e a cultura locais. A Reitoria sublinha que, “este é dos temas mais delicados da história política indiana e tinha sido refutado por defensores da língua indígena, mas as novas evidências genéticas nas linhagens masculinas são claras”. O trabalho saiu na revista “BMC Evolutionary Biology” e está entre os 5% de artigos científicos com mais impacto social de sempre, segundo a Altmetric.
Pedro Soares, investigador no Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da UMinho, em Braga, nota que “a diversidade genética, linguística e cultural indiana é antiga. Remonta aos caçadores-recoletores que colonizaram a região há mais de 50 mil anos e, depois, aos imigrantes vindos do Próximo Oriente e Irão graças às melhorias climáticas há 20-10 mil anos”. Continue lendo