Línguas Indígenas

Pela sobrevivência das línguas indígenas

Luciana Storto, professora do Departamento de Linguística da FFLCH-USP, fala sobre o trabalho de pesquisadores que buscam evitar o desaparecimento de idiomas nativos no Brasil.

Fonte: Revista Fapesp

Roraima discute cooficialização de línguas indígenas

Debate ocorre entre professores e intérpretes de línguas indígenas até o dia 13 de dezembro

O Tarde Nacional desta terça-feira (11) falou sobre o I Encontro dos Professores e Intérpretes de Línguas Indígenas de Roraima, que acontece até o dia 13 de dezembro. A entrevistada foi Ananda Machado, professora do Programa de Pós-Graduação em Letras e do Curso de Gestão Territorial Indígena da Universidade Federal de Roraima (UFRR).

Ela conversou sobre os principais assuntos que serão abordados no evento, entre eles as leis de cooficialização das línguas indígenas nos municípios do estado.

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Jovens indígenas organizam rede de comunicadores no AM para aproximar aldeias distantes

Daniela usa rede de comunicadores para levar informação à aldeias distantes — Foto: Lana Torres/G1

Daniela usa rede de comunicadores para levar informação à aldeias distantes — Foto: Lana Torres/G1

Na tela do celular, a jovem indígena Daniela Patrícia Villegas Barbosa mostra os múltiplos idiomas falados em um grupo de troca de mensagens online. O português prevalece, mas são as frases em tukano, uma das línguas oficiais de São Gabriel da Cachoeira (AM), que revelam o objetivo da ferramenta: reunir e aproximar a juventude das aldeias do Alto Rio Negro. E, como a internet na cidade ainda é privilégio de poucos, os voluntários criaram também um programa de rádio para promover a interação, inclusive, com comunidades mais isoladas. Continue lendo

Gobernanza territorial indígena para proteger Territorios de Vida

Representantes indígenas acuerdan “establecer una alianza entre las diversas formas de gobernanza territorial indígena para compartir experiencias y elaborar mandatos y directrices comunes para fortalecer las áreas conservadas”.

Servindi, 22 de octubre, 2018.- Representantes de trece pueblos indígenas amazónicos coincidieron en exigir al Estado peruano brinde apoyo para la gobernanza territorial indígena “por ser esta la mejor estrategia para la conservación de la naturaleza y la diversidad biológica”.

En tal sentido demandaron que el Estado “reconozca y garantice el derecho de los pueblos indígenas a gobernar nuestros territorios integrales” y los “reconozca (…) como legítimos protectores en el manejo y conservación de nuestros territorios ancestrales”. Continue lendo

Estudantes de Brasilândia (MS) criam dicionário indígena ilustrado para preservar idioma em risco de extinção

niciativa foi premiada no Desafio Criativos da Escola 2018 e garantiu pela segunda vez a representação do estado do Mato Grosso do Sul na premiação

O ofaié costumava ser um idioma falado pelos indígenas “ofaié”, que habitam a região de Brasilândia (MS), localizada a 352 quilômetros da capital Campo Grande. Com o passar dos anos, essa língua praticamente se perdeu, restando, na aldeia, apenas cinco idosos falantes. Ao notar que esse idioma nativo estava prestes a desaparecer, estudantes do 6º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Antônio Henrique Filho se uniram para pensar em como manter viva essa língua. Era o início do projeto “Dicionário indígena Ilustrativo: resgatando a língua ofaié e guarani”, um dos premiados da 4ª edição do Desafio Criativos da Escola, selecionado em conjunto com o programa Parceria Votorantim pela Educação – e mais especificamente com uma das empresas vinculadas ao grupo, a Fibria Celulose.

O primeiro desafio dos jovens indígenas foi romper a barreira cultural que existia na própria escola. Eles se sentiam excluídos pelos colegas, que não interagiam com o grupo por que não entendiam sua língua. A situação começou a mudar quando uma professora sugeriu aos ofaiés que citassem, durante uma aula, algumas palavras de sua etnia, despertando a curiosidade dos demais. Junto com o interesse, surgiu também a vontade de contribuir para a preservação desse idioma. E por que não compilar essas palavras em um dicionário ilustrado e distribuí-lo na região?

Após muitas pesquisas, conversas com um ex-cacique, com um professor da língua na aldeia, e com os últimos falantes do idioma e seus familiares, o grupo selecionou as ilustrações e palavras que fariam parte do material. Comerciantes locais abraçaram o projeto e contribuíram com recursos para o que os jovens pudessem fazer várias cópias e deixá-las nas bibliotecas do município. Essa mobilização entusiasmou os jovens indígenas, pois além de disseminarem sua cultura, essa experiência tornou o convívio com os demais estudantes mais amigável e promoveu a valorização da identidade desses povos por toda a região.

Esta é a segunda vez consecutiva que um projeto do Mato Grosso do Sul é premiado no Desafio Criativos da Escola. A cerimônia de premiação dos 11 projetos selecionados será no dia 4 de dezembro, no Teatro Carlos Câmara, em Fortaleza (CE), com a participação de três estudantes e um educador de cada um dos grupos selecionados. A transmissão do evento será feita ao vivo pelo canal do Youtube o Criativos da Escola.

Pelo terceiro ano consecutivo, o Desafio contou com o apoio do programa Parceria Votorantim pela Educação, do Instituto Votorantim, nos 104 municípios onde desenvolve suas atividades. Este projeto desenvolvido na cidade de Brasilândia é fruto desta parceria.

Sobre o Instituto Alana

Instituto Alana é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que aposta em programas que buscam a garantia de condições para a vivência plena da infância. Criado em 1994, é mantido pelos rendimentos de um fundo patrimonial desde 2013. Tem como missão “honrar a criança”.

Fonte: Jornal Dia Dia

O peso das palavras das histórias indígenas

Quantos quilos tem uma palavra? Palavrão pesa mais do que palavrinha? E por acaso palavras têm peso? Os participantes do “Amazônia das Palavras” conferiram isso numa balança da expedição literária iniciada em Manaus.

Por José Ribamar Bessa Freire, de Niterói:

Contando histórias nos rios da Amazônia: o peso das palavrasPesaram suas palavras, navegando 1.300 km pelos rios Negro, Amazonas e Madeira. Trabalho intenso. De manhã e de tarde, oficinas com alunos de escolas de oito cidades ribeirinhas e de uma aldeia indígena. À noite, aula-espetáculo e apresentação do palhaço engolidor de letras. Descanso, só no trajeto de barco de uma cidade à outra.

Os estivadores da cultura desceram em cada porto se equilibrando em pranchas. Subiram barrancos, enfiaram o pé na lama, enfrentaram chuva torrencial e sol escaldante, brigaram com mosquito, mutuca, muriçoca, pium e potó – um inseto parente do besouro que queima a pele. Tudo isso para levar e recolher vozes, frases, narrativas.

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