Estudante e jornalista da Unicamp lançam livro na Índia
A estudante do curso de Estudos Literários da Unicamp Daniela (Yepá) Villegas Barbosa e a jornalista Juliana Sangion, que atua na Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), lançaram, na Índia, o livro intitulado “Still I Rise”, em parceria com outros 30 autores indígenas de diferentes etnias e regiões da Índia. As autoras foram convidadas a integrar a publicação, com um capítulo a respeito da atuação de mulheres que são lideranças indígenas no Brasil, especialmente nas questões de território e da Amazônia, denominado “The Rise of the Amazons”.
Daniela conta que o convite foi feito há alguns meses, depois que as duas participaram de um encontro de povos originários da Índia e de outras partes do mundo, em 2019, denominado Samvaad, que aconteceu na cidade de Jamshedpur. Na ocasião, uma equipe da Unicamp, formada por Daniela, pelo estudante indígena Wallace Krenak e pela jornalista Juliana Sangion, levou ao evento um relato sobre a iniciativa do Vestibular Indígena Unicamp. Daniela e Wallace são da primeira turma de estudantes a ingressarem na universidade por essa modalidade. Juliana, além de atuar na comunicação do vestibular, participou da aplicação da sua primeira edição, na cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM), e dirigiu o documentário “Purãga Pesika – Um encontro de boas-vindas”, sobre os primeiros estudantes indígenas a entrarem nos cursos de graduação da Unicamp.

Desde então, o Vestibular Indígena da Unicamp se consolidou como forma de ingresso, tendo passado de 611 candidatos na primeira edição para mais de três mil estudantes inscritos em 2023. No total, cerca de 400 estudantes indígenas de diferentes etnias entraram na Unicamp, em diferentes cursos, nos últimos quatro anos. Desde a edição de 2022, a Unicamp firmou uma parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), unificando o vestibular indígena entre as duas instituições.
A estudante e autora Daniela ressaltou a importância de escrever e falar sobre a representatividade de mulheres indígenas, que vem crescendo no Brasil nos últimos anos. “O livro foi uma oportunidade de abordar a diversidade de atuações dessas mulheres indígenas em seus papeis sociais, desde a atuação na comunidade até o ativismo em nível nacional. E tudo isso sem esquecer suas raízes: a ancestralidade, a questão da territorialidade, sua cultura. Toda vez que a mulher indígena estiver ocupando um espaço, ela leva consigo toda sua ancestralidade”, disse.
No capítulo “The Rise of the Amazons”, as autoras abordaram a trajetória de seis mulheres indígenas brasileiras e seu recente papel de relevância no cenário sociopolítico nacional: Sônia Guajajara, Célia Xakriabá, Elizângela Baré, Vanda Witoto, Txai Suruí e Joênia Wapichana. As duas primeiras, inclusive, foram recém-eleitas deputadas, em um feito histórico. Elas compõem a chamada “Bancada do Cocar”, um coletivo de representantes indígenas no legislativo.
Juliana Sangion, que foi à Índia para o lançamento a convite da organização do evento Samvaad, explica que o livro é um projeto em que jovens líderes indígenas, com papel relevante em suas comunidades, relatam suas experiências de impacto para o empoderamento de povos originários. É também um painel de vozes indígenas e não indígenas comprometidas com projetos e movimentos de rupturas positivas. “Foi uma experiência muito enriquecedora trocar informações e ideias com jovens indígenas de um país tão distante do nosso, mas com anseios e potenciais tão parecidos. Falar da iniciativa do Vestibular Unicamp na Índia foi gratificante, na medida em que percebia o interesse e a motivação deles”, disse Juliana.
Segundo Sourav Roy, chefe de responsabilidade social da Fundação Tata Steel, “O livro é nosso esforço para organizar e manter uma coleção de perspectivas e aprendizados de comunidades indígenas para o país e para o mundo em geral, reunida por indivíduos de todo o mundo apaixonados pela identidade tribal. Muitos jovens homens e mulheres que são uma parte essencial do ecossistema Samvaad certamente se inspirarão nesses aprendizados e os integrarão em seus trabalhos e suas vidas, levando-os adiante dentro de suas próprias comunidades”, afirmou.

Samvaad
O Samvaad é principal programa sobre identidade tribal da Fundação “Tata Steel”. É organizado anualmente na cidade de Jamshedpur, sudeste da Índia. Entre os dias 15 e 19 de novembro de 2022, reuniu cerca de 2.500 pessoas de mais de 100 etnias da Índia e de outros países. A partir do tema ‘Reimaginar’, a proposta foi discutir e imaginar o lugar legítimo das comunidades tribais no processo e nos resultados da reimaginação para todo o planeta.
O livro será aberto em uma plataforma digital e traduzido, no próximo ano, para vários idiomas indígenas da Índia e para algumas línguas indígenas brasileiras.
FONTE: Jornal da UNICAMP
E-books de Morfologia Vegetal ganham versões bilíngues em português e idiomas indígenas no Pará
A iniciativa visa aproximar e valorizar culturas, promover a integração dentro da academia aos monolíngues, que falam apenas a língua portuguesa, com as línguas maternas dos povos originários, fomentando a pluralidade linguística e sociocultural.
Dois e-books elaborados por discentes do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) estão disponíveis para quem tem dificuldade ou curiosidade para entender os termos utilizados na disciplina de Botânica. A novidade é que ambos são bilíngues, em português e idiomas indígenas.
Os e-books, em formato PDF, abordam os conteúdos sobre morfologia da raiz, do caule e da folha. A iniciativa visa aproximar e valorizar culturas, promover a integração dentro da academia aos monolíngues, que falam apenas a língua portuguesa, com as línguas maternas dos povos originários, fomentando a pluralidade linguística e sociocultural.
A apostila ‘Morfologia Vegetal: português e wai wai – Parte 1‘ foi elaborada pelos alunos indígenas Jeremias Xeremias Wai Wai e Lucilene Wai Wai, além dos alunos Andressa Jaqueline Viana de Souza, Jeferson Figueira de Sousa e Alice Gabrielly da Silva Moura, e professoras Cristina Aledi Felsemburgh (disciplina de Botânica no Ibef) e Alanna do Socorro Lima da Silva, ex-diretora do Ibef.
Já a apostila ‘Morfologia Vegetal: português e munduruku – Parte 1‘ foi um trabalho do discente indígena Dinacildo Kirixi Munduruku, também em conjunto com os mesmos alunos e professoras do grupo de trabalho dos discentes Wai Wai.
A disciplina de Botânica está inserida na grade curricular dos cursos de Agronomia, Engenharia Florestal e Bacharelado em Ciências Agrárias da Ufopa.
FONTE: Portal Amazônia
Filmes clássicos da Disney recebem dublagem em língua indígena
As produções que receberão a dublagem são Bambi, Moana e O Rei Leão
Recentemente, foi divulgado que mais três filmes clássicos da Disney agora possuirão a opção de serem assistidos em diferentes línguas indígenas. Isso mesmo! A novidade já entrou em rigor no dia 7 de outubro, sexta-feira. As produções que receberão a dublagem são Bambi, Moana e O Rei Leão, e elas poderão ser conferidas por meio da plataforma do Disney+.
O clássico Bambi recebeu a dublagem em Arapaho na plataforma de streaming. A língua indígena possui origem norte-americana, dos estados do Colorado e Wyoming, e, atualmente, ela é usada por cerca de mil pessoas (no máximo), segundo algumas informações disponibilizadas pelo Collider.
Além disso, há um fato muito interessante. A dublagem desse filme em Arapaho foi gravada pela primeira vez no ano de 1990, e essa foi a primeira oportunidade em que a Disney trabalhou com áudio em língua indígena na história de suas produções.
Já no que diz respeito à animação de Moana, ela receberá a dublagem em taitiano, uma língua que é muito comum de ser falada no Taiti e demais ilhas da Polinésia Francesa. A produção que retrata a história da aventureira de Motu Nui é o primeiro filme totalmente dublado no idioma. Até o presente momento, a adaptação apenas estava disponível nessa língua para escolas e algumas outras instituições.
Por último, porém não menos importante, está O Rei Leão. A produção estará disponível na plataforma do Disney+ com dublagem em zulu, língua que possui origem bantu e é falado principalmente na África do Sul. Uma curiosidade relacionada ao filme é que a história de Simba já possuía arquivos de áudio em zulu desde a data de lançamento do filme original, e como se não fosse suficiente, os diretores Roger Allers e Rob Minkoff se deslocaram até a África do Sul para encontrar um elenco de voz.
No entanto, é necessário relembrar que o suporte a essas línguas indígenas poderão não estar disponíveis em todos os países que possuem o Disney+, incluindo o Brasil.
FONTE: Multiverso Notícias
Google Tradutor ganha 24 novas línguas, incluindo o guarani!
O Google anunciou, nesta quarta-feira (11) durante o Google I/O 2022, que a ferramenta Tradutor terá acesso a novos 24 línguas. Um dos novos idiomas é o Guarani, que é originalmente da população indígena da América do Sul e ainda falado pela etnia tupi-guarani em países como o Brasil.
O recurso de tradução também poderá identificar palavras e frases em bambara (Mali), concani (Índia), Sepedi (África do Sul) e Twi (Gana).
O CEO da gigante da tecnologia, Sundar Pichai, explicou que o serviço online consegue ter acesso a novas línguas por causa dos avanços em modelos neurais de inteligência artificial. Confira, abaixo, os idiomas que foram adicionados ao serviço:
De acordo com o Google, os 24 novos idiomas são falados por mais de 300 milhões de pessoas ao redor do mundo. A empresa cita o Mizo, falado por cerca de 800 mil pessoas no extremo nordeste da Índia e o Lingala, usado por mais de 45 milhões de pessoas na África Central.
Em relação aos indígenas das Américas, também foram contempladas as línguas Quechua e Ayamara. No dialeto inglês está o Krio, falado por habitantes da Serra Leoa.
Por Carlos Palmeira no Tecmundo