Ensinar a ler e a escrever na língua que o aluno fala é o lema de organização de sociedade civil moçambicana
A melhor maneira de alfabetizar alguém é ensinar a ler e a escrever na língua que ele fala, afirmam fundadoras da Associação Progresso, laureada pela UNESCO
Adérito Caldeira
Oficialmente quase metade dos moçambicanos ainda é analfabeta, e nas zonas rurais o número é muito maior, particularmente entre as mulheres adultas e jovens. No Moçambique real, esses números poderão ser maiores pois a alfabetização em língua portuguesa tem tido resultados pouco positivos e há jovens que saem da 7ª classe sem ainda saberem ler nem escrever. “A melhor maneira para alfabetizar alguém, seja criança ou adulto, é ensina-los a ler e a escrever, ensinar as letras na língua que ele fala”, foi a solução encontrada por uma das fundadoras da Associação Progresso que trabalha nesta área há cerca de duas décadas.
Escritor angolano lançará Dicionário Português Kikongo no ILABANTU
Escritor angolano lançará Dicionário Português Kikongo no ILABANTU
V Conversa de Terreiro deste ano pretende trazer ao Brasil importantes personalidades do mundo acadêmico e autoridades tradicionais do universo bantu
O escritor angolano Francisco Narciso Cobe estará na cidade de Itapecerica da Serra, região metropolitana da Grande São Paulo dias 22 e 23 de agosto deste ano para lançamento do seu mais recente trabalho, o novo Dicionário Português-Kikongo, concretizando um sonho em uma das duas áreas da sua formação científica – ciências da linguagem.
Aprovado uso de línguas moçambicanas nas assembleias provinciais
Aprovado uso de línguas moçambicanas nas assembleias provinciais
Pela primeira vez, as línguas moçambicanas serão usadas como instrumento de trabalho nas assembleias provinciais do país, pondo fim ao exclusivo que era reservado ao português, a língua oficial. A decisão foi tomada em julho passado (14) pelo Conselho de Ministros.
Moçambique é um dos países onde o português tem o estatuto de língua oficial, mas é falada essencialmente como segunda língua pela maioria da população, que se comunica nas línguas locais. É “um grande avanço quando se diz que um membro da Assembleia Provincial está autorizado a usar a sua língua e que o órgão tem de criar condições de tradução e interpretação nas línguas que ele usar naquele local”, considera o docente e investigador de línguas moçambicanas Armindo Ngunga. “Se estamos a falar de democracia, não pode haver participação se as pessoas não usarem a língua que melhor dominam”, acrescenta Armindo.
Livro “Políticas Linguísticas Brasil-África: Por uma perspectiva crítica”
Livro “Políticas Linguísticas Brasil-África: Por uma perspectiva crítica”
Autores: Cristine G. Severo e Sinfree Makoni
ISBN: 978-85-7474-856-6
Páginas: 136
Peso: 285g
Ano: 2015
Capa: Rodrigo Poeta
Editora: Insular Livros
Coleção Linguística: Volume 5
Este livro integra a Coleção Linguística da Editora Insular. Trata-se de uma obra que explora, do decorrer de seis capítulos, os conceitos de língua que permeiam as políticas e planejamentos linguísticos no contexto colonial do Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde. O livro propõe uma leitura crítica da lusitanização tida como um dispositivo colonial que enredou, no contexto da colonização portuguesa, línguas, geografias, pessoas, experiências e modos de ver o mundo. Os capítulos abordam as relações coloniais que envolveram as ideias de língua, raça, religião e escravização, com seus efeitos contemporâneos presentes na formação dos Estados Nacionais e na ideia de nação. O livro explora uma abordagem teórica em diálogo com a Linguística Colonial e as Políticas Linguísticas Críticas e visa contribuir, de forma mais ampla, para os estudos que se voltam para as relações Brasil-África.
‘Línguas africanas’ são tema de seminário internacional na UFSC
‘Línguas africanas’ são tema de seminário internacional na UFSC
Gisele Flôres
O projeto Kadila: Culturas e Ambientes, em parceria com o Núcleo de Estudos de Identidades e Relações Interétnicas (Nuer) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade Agostinho Neto (Angola), promove o Seminário Internacional de Línguas Africanas. O evento será realizado nos dias 3 e 4 de agosto, na sala Drummond do bloco B do Centro de Comunicação e Expressão (CCE). Entrada franca e inscrições através do e-mail linguasafricanas@gmail.com.
Sheng, uma nova língua na África
Sheng, uma nova língua na África
Na edição 2015 do eLearning Africa – International Conference on ICT for Development, Education and Training (site | facebook), realizada em maio passado na capital da Etiópia, Adis Abeba, uma das apresentações teve como tema a plataforma queniana Go Sheng. Sediada em Nairóbi, no Quênia, a plataforma objetiva promover a língua sheng.
No texto do site eLearning Africa 2015 noticiando esse destaque de sua programação (acesse o texto aqui), afirma-se que a língua sheng “combina línguas como o suaíli, o inglês e um número de línguas tribais do Quênia, juntamente com um pouco de árabe, hindu, francês, alemão, espanhol e italiano. Ela nasceu nas ruas de Nairóbi, em algumas áreas mais severamente afetadas pelas erupções de violência pós-eleições em 2007-2008”. O texto também destaca que essa “nova língua africana está ajudando a reduzir as tensões e unir as pessoas jovens em áreas anteriormente separadas pela violência entre os grupos”.