A promoção das línguas africanas no Quénia
A política linguística do Quénia responde aos pressupostos ideológicos adoptados aquando da independência, que dão ênfase à empresa livre, à realização individual e ao investimento estrangeiro. Esta política dá grande valor ao Inglês, como meio facilitador de contacto internacional e catalizador do desenvolvimento técnico e industrial.
Paralelamente, tende a mesma a assegurar a protecção da herança cultural local, incluindo as suas línguas africanas, a preservação da independência nacional e da identidade cultural. Esta combinação de finalidades resultou, segundo Kembo Sure, em «Educação Bilingue num ambiente desigual», nas seguintes decisões:
– “Que a língua materna seja a língua de instrução nos três primeiros anos do ensino primário, enquanto, o Inglês e o Kiswahili são introduzidos como disciplinas durante este período; Continue lendo
Alfabantu: Professora cria aplicativo para ensinar idioma africano nas salas de aula
A educação precisa ser inclusiva e abraçar a diversidade. Em tempos de ameaças de censura e projetos de ‘despartidarização’ das salas de aula, a criação de instrumentos tecnológicos incentivadores da diversidade é mais que bem-vinda. É indispensável.
Odara Dèlé é professora da rede estadual de ensino de São Paulo e responsável pelo Alfabantu.Voltado ao público infantil, o aplicativo tem como proposta auxiliar na alfabetização de crianças por meio de jogos digitais e da contação de histórias sobre os povos africanos Bantu.
“Eu acredito que a infância é um momento importante construção de ideias e pensamentos. De identidade. E partir do momento que as crianças conseguem ter um contato ou com uma cultura diferente, ou mesmo com a sua cultura original, elas conseguem ter um fortalecimento identitário, se reconhecendo a entendo outras perspectivas sobre o mundo”, ressalta Odara em conversa com Hypeness. Continue lendo
Especialistas têm de conhecer melhor as línguas nacionais
O docente universitário Vatomene Kukanda defendeu a inclusão da disciplina de Linguística nos cursos de licenciatura em Antropologia e História por forma facilitar o trabalho dos profissionais das respectivas áreas.
A tese foi defendida pelo docente universitário quando dissertou sobre “Linguística Africana”, no último dia de conferências sobre Antropologia, que durou dois dias no Centro Cultural Brasil-Angola.
Vatomene Kukanda, que também é linguista, fez saber que a referida cadeira dota os profissionais de conhecimentos que os auxiliam na compreensão de fenómenos sociais e de artefactos característicos de regiões, comunidades e povos.
Segundo o académico, a língua permite desmistificar as origens e os significados dos nomes, testar a veracidade dos arquivos e informações, que de acordo com o docente “há necessidade de cruzamento de fontes.” Continue lendo
Promoção de idiomas africanos e a língua portuguesa
Pelo carácter identitário e de soberania, as questões linguísticas e culturais são vistas, em todo o mundo, como prioridades nacionais. Há decisões tomadas pelos chefes de Estado africanos e pelos seus ministros da Educação e da Cultura, direccionadas para a promoção e difusão das línguas e das culturas autóctones dos seus respectivos países. Mas a operacionalização dessas políticas têm sido pouco relevantes, sobretudo, por falta de vontade política e pelo baixo orçamento atribuído aos sectores governamentais que as têm de implementar.
Língua e cultura nunca foram uma prioridade em nenhum plano africano quinquenal e segundo Bangbose e Vic Webb “parece haver uma forte oposição de importantes agências internacionais, como o Banco Mundial, à ‘excessiva’ promoção das línguas e culturas autóctones”. Concomitantemente, numa lógica de exclusão e não de complementaridade, existem grandes forças a favor da assimilação linguística e cultural como justificação dos efeitos da urbanização, da industrialização, da comunicação internacional e do medo da etnicidade como uma eventual fonte motivadora de conflitos. Basil Davidson, em o “Fardo do Homem Negro” também se opôs a este argumento e considerou que o verdadeiro tribalismo era a corrupção e o clientelismo. Continue lendo
Bruxelas: uma Babel de idiomas e culturas
Bruxelas é a segunda cidade mais cosmopolita do mundo. Ao andar pelas ruas da capital deste pequeno reino, é possível em algum momento, ouvir um dos 108 idiomas falados na cidade. Pode parecer devaneio, mas não é. Além dos belgas, Bruxelas abriga moradores de nada menos que 163 nacionalidades.
Letícia Fonseca-Sourander, correspondentes da RFI em Bruxelas
Uma típica cena cotidiana pode ilustrar bem esta Babel de idiomas e culturas. Ao entrar em uma pequena loja de conveniência, Sultana, nascida em Bangladesh mas que mora e trabalha com a família em Bruxelas, aceita ser entrevistada. Depois das perguntas e respostas, aproveito para comprar mandioca. Surpresa, pergunto se é comum comer mandioca em Bangladesh. “Não”, ela responde, “é para os africanos comprarem”. Realmente, o mundo cabe dentro de uma lojinha em Bruxelas. Continue lendo
Idioma Iorubá é oficialmente patrimônio imaterial do Rio
Projeto de Lei evidencia a importância da preservação dos vestígios imateriais das presenças negras africanas no Brasil
Rio – O idioma Iorubá, praticado nas religiões afro-brasileiras, agora é patrimônio imaterial do Estado do Rio. O Projeto de Lei, que foi aprovado na Assembleia Legislativa (Alerj), evidencia a importância da preservação dos vestígios imateriais das presenças negras africanas no Brasil. Continue lendo