“Traduzir-nos: Acessibilidade e Diversidade na Defesa dos Direitos Humanos”
O evento é uma homenagem ao NuTrad – Núcleo de Tradução da DPU – Defensoria Pública da União, parceiro do IPOL.
Jovens guineenses contra discriminação da língua portuguesa e exigem respeito pela história
Um grupo de jovens guineenses está a exigir um debate nacional sobre a utilização da língua portuguesa no país, que está a ser discriminada em empresas e outras instituições a operar na Guiné-Bissau, e exigem respeito pela história
“A língua portuguesa na Guiné-Bissau tem uma história e não podemos só pelo facto de querer integrar as outras comunidades ignorar a história. Temos de ser conservadores com aquilo que é nosso e depois integrarmo-nos na sociedade que queremos”, afirmou Amiel de Carvalho, porta-voz de um grupo de jovens que quer um debate nacional sobre o assunto.
Amiel de Carvalho sublinhou que não estão contra as línguas francesa e inglesa, mas não querem ver anulada a história da Guiné-Bissau, nem a ligação que os guineenses têm com a língua portuguesa.
Em causa está, por exemplo, segundo Amiel de Carvalho, a divulgação de concursos públicos em língua francesa.
“Estamos a ser discriminados no mercado de trabalho na Guiné-Bissau, somos guineenses, e estamos a ter dificuldades em conseguir emprego devido a esta situação da língua francesa e inglesa”, disse Amiel de Carvalho.
“Eu, por exemplo, estudei num país francófono e falo fluentemente o francês, mas sinto discriminação, porque no meu país se deve falar a língua portuguesa e não a francesa”, sublinhou.
Para Amiel de Carvalho, às empresas que se instalam na Guiné-Bissau devia ser exigida a tradução de todos os documentos para português, porque o “povo guineense precisa de entender”.
“Eu trabalhei nove anos num banco e deparei-me com essa situação. Era tudo em francês. O extrato bancário está em francês. Eu não posso ser lusófono para depois interpretar o extrato da minha conta bancária, do meu dinheiro, em francês”, afirmou.
Amiel de Carvalho explicou que até os contratos no âmbito de empréstimos são feitos em francês e muitos guineenses nem sabem o que estão a assinar, pois não conhecem a língua.
“Isto acontece não só com as instituições bancárias, mas também com organizações não-governamentais, que estão no país”, apontou.
O porta-voz do grupo de jovens salientou que numa era globalizada é preciso acompanhar essa evolução, mas quem investe no país deve adaptar-se à realidade.
“Estamos aqui com uma longa história com a língua portuguesa e não podemos dizer, de um dia para o outro, já não vamos falar o português, temos de passar para o francês ou para o inglês”, concluiu.
Via Plataforma Media
México promoverá “diplomacia indígena” com 1º embaixador de povo originário
O governo do México anunciou nesta sexta-feira que promoverá a “diplomacia indígena” após a nomeação de Leopoldo de Gyves como embaixador na Venezuela, tornando-o o primeiro homem de um povo originário a ocupar tal cargo.
“Nossa política externa deve ter essa dimensão e Leopoldo também tem essa responsabilidade agora na Venezuela. Ele já está promovendo, e faremos em outras embaixadas, o ‘encontro dos povos originários’ de todo o continente e outras civilizações”, declarou o ministro das Relações Exteriores mexicano, Marcelo Ebrard.
Ebrard participou hoje do primeiro “Encontro de Diplomacia Indígena”, no qual ressaltou que De Gyves “é o primeiro embaixador mexicano indígena”, uma vez que pertencerao povo zapoteca, como o presidente Benito Juárez, que liderou o movimento para restaurar a República e modernizar o país no século XIX.
Nesse sentido, o chanceler destacou que o México é um país com 68 línguas indígenas, razão pela qual criticou o fato de a representação ter demorado tanto.
“Como o México poderia não estar comprometido com uma política externa que tenha a dimensão da diplomacia indígena, que é refletir, representar toda essa diversidade no exterior e buscar o encontro com outras civilizações e povos?”, questionou Ebrard.
O México é um dos países com a maior população indígena das Américas, com mais de 23 milhões de pessoas assumidas como tal entre um total de 126 milhões de habitantes, segundo o último censo de 2020.
Isso significa que quase um em cada cinco habitantes do México se reconhece como indígena, embora apenas cerca de 7,1 milhões de pessoas (6,1% da população total) com três anos ou mais falem uma língua indígena, entre as quais se destacam náuatle, maia, tseltal, tsotsil, mixtec e zapoteca.
O presidente Andrés Manuel López Obrador vem promovendo o simbolismo dos povos indígenas ao renomear efemérides como a conquista do México em 1821 pelos espanhóis, que ele agora chama de “resistência indígena”.
“Hoje começa uma nova etapa na representação do México no exterior, e vocês devem estar muito orgulhosas e orgulhosos de que assim seja, que a diplomacia indígena agora ocupe um lugar de destaque e não apenas nas declarações, mas também nas conquistas e nos fatos”, destacou Ebrard.
Por sua parte, o novo embaixador mexicano na Venezuela prometeu “estabelecer vínculos entre os povos indígenas do México e os da América Latina e do Caribe”.
“As transformações políticas, econômicas, sociais e culturais que nossa região vive são o marco ideal para realizar essas tarefas”, afirmou De Gyves no evento. EFE
Via Agência EFE
Google desta sexta-feira faz homenagem à ativista indígena brasileira Rosane Kaingang
O Doodle de hoje celebra o espírito inabalável de Rosane Mattos Kaingang, uma ativista indígena brasileira que trabalhou incansavelmente para lutar pelos direitos indígenas.
Ela trouxe representação para a comunidade indígena e desempenhou um papel fundamental para ajudar o Conselho de Direitos Humanos (CNDH) a investigar violações de direitos contra indígenas brasileiros. Neste dia de 1992, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, sediada no Rio de Janeiro (ou Conferência Rio 92), ela iniciou sua vida de serviço ao movimento indígena.
Kaingang era descendente do povo Kaingang, etnia indígena originária principalmente dos estados do sul do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Seu nome indígena, Kokoj, significa “beija-flor”, e foi dado a ela durante uma cerimônia em homenagem à sua bisavó, que morreu aos 120 anos! Assim como seu nome, tudo o que ela mais tarde trabalhou estava fortemente enraizado em sua comunidade e herança.
Via Plataforma Media
Portaria regulamenta o acesso de intérpretes de Libras no acompanhamento de pessoas com deficiência no âmbito do MTP – Ministério do Trabalho e Previdência
Foi publicada no Diário Oficial de hoje, 31-5, a Portaria 1.375 MTP, de 30-5-2022, que regulamenta o acesso de intérpretes e tradutores da Libras – Língua Brasileira de Sinais no acompanhamento de pessoas com deficiência em todas as dependências e serviços no âmbito do Ministério do Trabalho e Previdência e de seus órgãos e entidades vinculados.
A referida Portaria também autorizou o acesso de intérprete ou tradutor de LIBRAS a todas as dependências e serviços do Ministério do Trabalho e Previdência, desde que estejam acompanhando pessoa com deficiência que necessite de sua assistência.
O acesso autorizado inclui todos os atendimentos e serviços prestados no âmbito do Ministério do Trabalho e Previdência e seus órgãos e entidades vinculados, inclusive no âmbito da Subsecretaria da Perícia Médica Federal.
A recusa de acesso do intérprete ou tradutor de LIBRAS, quando necessário à assistência da pessoa com deficiência interessada, às dependências e serviços prestados no âmbito do Ministério do Trabalho e Previdência e seus órgãos e entidades vinculados implicará a apuração de responsabilidade administrativa do agente público envolvido.