HQ que retrata língua indígena de sinais concorre ao “Oscar dos quadrinhos”

Material inédito é resultado do trabalho de conclusão de curso de estudante da UFPR
HQ retrata a língua indígena de sinais utilizada por pessoas surdas do povo Terena – Crédito: Projeto HQ’s sinalizadas

Uma história em quadrinhos (HQ) que retrata a língua indígena de sinais utilizada por pessoas surdas do povo Terena está concorrendo ao 34º Troféu HQMIX, considerado o Oscar dos quadrinhos. A HQ foi desenvolvida em formato plurilíngue e sinalizada também na Língua Brasileira de Sinais (Libras).

O material inédito é resultado do trabalho de conclusão de curso de Ivan de Souza, na licenciatura em Letras Libras da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A história disputa o prêmio na categoria “Produção para outras linguagens”. O resultado do prêmio deverá ser divulgado no final do mês de novembro.

A pesquisa que resultou na HQ começou em 2017, quando Ivan estudava a história de pessoas surdas no Paraná, na iniciação científica. Todo o processo teve acompanhamento de pesquisadoras que já desenvolviam atividades com usuários da língua terena de sinais. A comunidade indígena também teve participação ativa no desenvolvimento e, depois, na validação da obra junto ao seu povo.

“Me sinto muito feliz por conseguir atingir, mais uma vez, um dos objetivos ao criar esse material multilíngue que era levar ao máximo de pessoas possível o conhecimento sobre a existência da diversidade linguística e cultural que temos presente em nosso país”, conta Souza.

A história integra o projeto da UFPR “HQ’s sinalizadas”, que trabalha com temas transversais dos artefatos da cultura surda – história, língua, cultura, saúde. A proposta é criar, aplicar e analisar histórias em quadrinhos sinalizadas como uso de sequências didáticas bilíngues para o ensino de pessoas surdas.

FONTE: Brasil de Fato Paraná 

Festival delle Grandi Migrazioni – Escola de Idiomas Unesc, Università degli Studi di Padova, Letras Unesc e Centro Studi Grandi Migrazioni

Venha participar conosco do evento remoto e internacional Festival delle Grandi Migrazioni (Festival das Grandes Migrações), promovido pela Escola de Idiomas Unesc e o curso de Letras Unesc com a Università degli Studi di Padova, em colaboração com o Centro Studi Grandi Migrazioni.

📍Serão 3 dias de conferências e palestras, nos dias 11/10/2022, 25/10/2022 e 28/10/2022, (confira a  programação), com as temáticas: bilinguismo e língua materna; a criança, a língua estrangeira e a língua materna; a dialetologia e a comunidade imigrante; patrimônio material e imaterial veneto-italiano-brasileiro e identidade italiana no estrangeiro.

📍Para receber o link de acesso às palestras inscreva-se AQUI  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação, nova exposição do Museu da Língua Portuguesa

“Língua é pensamento, língua é espírito, língua é uma forma de ver o mundo e apreciar a vida””

(Daiara Tukano)

Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação propõe ao público uma imersão em uma floresta cujas árvores representam dezenas de famílias linguísticas às quais pertencem as línguas faladas hoje pelos povos indígenas no Brasil – cada uma veicula formas diversas de expressar e compreender a existência humana. A exposição busca mostrar outros pontos de vista sobre os territórios materiais e imateriais, histórias, memórias e identidades desses povos, trazendo à tona suas trajetórias de luta e resistência, assim como os cantos e encantos de suas culturas milenares.   

Contando com a participação de cerca de 50 profissionais indígenas – entre cineastas, pesquisadores, influenciadores digitais e artistas visuais como Paulo Desana, Denilson Baniwa e Jaider Esbell -, a mostra tem curadoria de Daiara Tukano, artista, ativista, educadora e comunicadora indígena; consultoria especial de Luciana Storto, linguista especialista no estudo de línguas indígenas; e coordenação de pesquisa e assistência curatorial da antropóloga Majoí Gongora, em diálogo com a curadora especial do Museu da Língua Portuguesa, Isa Grinspum Ferraz.   A abertura da exposição marca, no Brasil, o lançamento da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032), instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e coordenada pela UNESCO em todo o mundo.  

O projeto conta com a articulação e o patrocínio máster do Instituto Cultural Vale, o patrocínio do Grupo Volvo e da Petrobras e o apoio de Mattos Filho – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta, ainda, com a cooperação da UNESCO – no contexto da Década Internacional das Línguas Indígenas – e das seguintes instituições: Instituto Socioambiental, Museu da Arqueologia e Etnologia da USP, Museu do Índio da Funai e Museu Paraense Emílio Goeldi. 

O convite para conhecer as línguas faladas pelos povos indígenas e as transformações decorrentes da invasão colonial é também um chamado para experimentar outras concepções de mundo, e começa no próprio nome da exposição que vem da língua Guarani Mbya, composto a partir de duas palavras: Nhe’ẽ significa espírito, sopro, vida, palavra, fala; e porã quer dizer belo, bom. Juntos, os dois vocábulos significam “belas palavras”, “boas palavras” – ou seja, palavras sagradas que dão vida à experiência humana nesta terra.   

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Qual o papel das línguas nas universidades? Seminário debate política linguística na USP

Alunos, pesquisadores e funcionários da USP estão convidados a expor suas experiências linguísticas em evento que ocorre dias 10 e 11 de outubro com transmissão on-line.

 

Foto: 123RF

I Seminário sobre Políticas Linguísticas na USP procura identificar os usos das línguas nas unidades da USP e suas demandas e problemáticas linguísticas. Essa é a segunda etapa de pesquisa do Grupo de Trabalho (GT) Interunidades em Políticas Linguísticas para a USP (PoLinguas-USP), que busca construir uma política linguística para a USP, com ações de ensino, pesquisa e extensão. O evento acontece nos dias 10 e 11 de outubro, com transmissão on-line pelo Canal da FFLCH no YouTube e cerca de 80 lugares disponíveis para membros da comunidade participarem presencialmente.

O GT enviou anteriormente à comunidade USP o questionário on-line Línguas na USP, disponível neste link. Ainda é possível respondê-lo: o prazo foi prorrogado do dia 30 de setembro para o dia 20 de outubro. O tempo de resposta é de 7 a 15 minutos.

A proposta do seminário é realizar uma discussão ampla sobre as línguas na Universidade. “Hoje, num momento no qual a palavra de ordem é a internacionalização, há uma tendência a encontrar ‘uma solução’ – em muitos casos, simplificadora, excludente –, quando as propostas podem ser várias, diversas e, portanto, mais generosas, instigantes e enriquecedoras”, afirma María Teresa Celada, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e integrante do GT.

Confira a programação para cada dia do seminário:

10 de outubro – das 14h às 18h30, na sala do Conselho Universitário (CO)

Abertura, das 14h às 15h
Maria Arminda do Nascimento Arruda (vice-reitora), pró-reitores (PRG, PRPG, PRCEU e PRIP), Ana Paula Tavares (representante da PRPI), Marly Babinski (Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional – Aucani), Paulo Martins (diretor da FFLCH) e Carlota Boto (diretora da Faculdade de Educação – FE).

Coordenação de María Teresa Celada, da FFLCH, e Lívia de Araújo, da FE.

Mesa 1, a partir das 15h – O papel das línguas na constituição da excelência acadêmica da USP

Apresentação de dados de vários momentos da história da USP para entender como as línguas conhecidas pelos membros da comunidade foram fundamentais para a formação e produção de conhecimento.

Carlota Boto, da FE, Akemi Ino, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU), e Ilza Godoi, especialista em cooperação e extensão universitária, da Aucani. Coordenação de Valdir Barzotto, da FE.

Mesa 2, a partir das 17h – O papel das línguas na construção e difusão de conhecimento

Modos como o domínio de diferentes idiomas pode contribuir nos desafios relacionados à pesquisa e ao acesso ao conhecimento produzido na Universidade.

​​Lilian Gregory, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), Miriam Debieux, do Instituto de Psicologia (IP) e pró-reitora adjunta da PRIP, e Ivo Alude, pós-graduando da FE e pesquisador de contextos multilíngues. Coordenação de Paulo Daniel Farah, da FFLCH.

11 de outubro – das 9h às 17h30

Reunião com os grupos de trabalho, a partir das 9h, em outras salas da Reitoria

A partir do tema As línguas em cada unidade nos diversos segmentos – graduação, pós-graduação, pesquisa, inovação, extensão, internacionalização e inclusão e pertencimento, os grupos de trabalho de cada unidade da USP pensarão o lugar e papel das línguas em suas unidades, além de suas necessidades linguísticas.

As discussões girarão em torno de perguntas como “Em quais países docentes e estudantes de sua unidade realizaram intercâmbios e estágios nos últimos 10 anos?” e “Há cursos de línguas em sua unidade, como atividade de extensão e/ou como iniciativa de setores da comunidade?”.

Finalização – relatórios e encaminhamentos, a partir das 14h, na sala do CO

Relatores de cada grupo de trabalho irão apresentar os registros das discussões, destacando os aspectos mais relevantes e traçando possíveis propostas de trabalho.

Ficou interessado em participar das mesas e reuniões? Entre em contato com o GT pelo e-mail polinguas-usp@usp.br.

Você também pode acompanhar a transmissão simultânea dos trabalhos que ocorrerão na sala do CO pelo canal da FFLCH no YouTube: neste link para o dia 10, e neste link para o dia 11.

FONTE: Jornal da USP

Estudante defende dissertação nesta semana e pode ser a segunda mestre indígena da UEL

Primeira estudante indígena do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH) a obter o título de mestre na UEL, Damaris Kaninsãnh Felisbino defende a sua dissertação nesta sexta-feira (7), na Terra Indígena Apucaraninha. Ela concluiu o mestrado em Estudos da Linguagem.

Com a defesa da tese, Damaris será a segunda estudante indígena da UEL a obter o título de mestre. Em junho do ano passado, o Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Política Social da UEL concedeu o título à estudante Gilza Ferreira de Felipe Pereira, orientanda do professor Wagner Roberto do Amaral, do Departamento de Serviço Social (Cesa).

Filha de um professor da língua Kaingang do Colégio Estadual Indígena Benedito Rokag (Tamarana), Damaris ingressou na graduação aos 19 anos, em 2012, ao lado da mãe, Jandira Grisãnh Felisbino. À época, a UEL ainda não contava com o ciclo de 480 horas de atividades formativas, voltadas à adaptação dos ingressantes indígenas.

“Foi bem complicado porque o ritmo era diferente do colegial. Para entender a linguagem acadêmica foi difícil”, lembra a mestranda, que trabalha como professora em Tamarana. O ciclo de atividades foi instituído em 2014.

Com a orientação do professor Marcelo Silveira, do Departamento de Letras, Damaris concluiu a sua dissertação de mestrado, que leva o título “Variação diamésica na Língua Kaingang: reflexões a respeito da variação diamésica, a formalidade e a informalidade na lingua Kaingang”.

“Essa dissertação mostra a realidade da língua Kaingang porque ela é riquíssima nas variações. Alguns professores que pesquisaram não falam dessas variações específicas do Apucaraninha”, afirma. “Não sei como está nas outras regiões, mas essa dissertação é específica. Quem for ler vai ter como base a metodologia de como fazer uma entrevista com o povo de lá. Acho que vai ser muito importante para quem quiser estudar a língua futuramente, tanto os indígenas quanto não indígenas”.

A banca examinadora será formada pelos professores da UEL Marcelo Silveira e Wagner Roberto Amaral e pela docente do Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas da Universidade de Brasília (UNB) Ana Suelly Arruda Câmara Cabral.

MOTIVAÇÃO – Para a estudante, a conclusão do mestrado representa a superação de parte das dificuldades impostas pelo histórico processo de exclusão socioeconômica da população indígena. No entanto, há, também, um elemento de sua história de vida que manteve motivada durante o mestrado: o falecimento da mãe e colega de classe na graduação na semana anterior à formatura em Letras pela UEL.

Como forma de homenagear e honrar os ensinamentos de suas antepassadas, Damaris quer continuar atuando na educação e na inclusão de crianças e jovens Kaingangs.

“A maioria da população não indígena não acredita no indígena, até os próprios indígenas, por conta de tudo o que aconteceu no passado, de mostrar o indígena como inferior. O indígena pode, sim. Se tem um sonho é para seguir. Eu falei tudo isso pensando no que a minha mãe dizia”, afirma.

Mãe de Manoela, de 11 anos, a mestranda acredita na educação como ferramenta de transformação social e construção de uma sociedade menos desigual. “Para o futuro dela, eu queria um Paraná com oportunidade para a diversidade, porque hoje em dia é difícil, até para quem está estudando. Queria um futuro em que a aceitassem como ela é, indígena Kaingang, que tem uma cultura diferente, que as pessoas possam respeitá-la”, afirma.

HISTÓRIA – O primeiro mestre indígena no Paraná recebeu o título em 2016. Trata-se de Florencio Rekayg Fernandes, formado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPE), da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

O Paraná é pioneiro no País na inclusão dos indígenas no ensino superior. Desde 2002, investe no Vestibular dos Povos Indígenas, política pública que incentiva jovens a ingressarem nas sete universidades estaduais e na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

FONTE: Agência Estadual de Notícias

PhD Thesis Seminar UNESCO Chair on LPM, UFSC + Universidad de Antioquia, in Medellín, Colombia.

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