Pacto pela Primeira Infância em prol da educação indígena em Roraima
TCE e UFRR celebram pacto pela Primeira Infância
Acordo de cooperação técnica entre as instituições pretende realizar um diagnóstico da educação indígena em Amajari, Uiramutã e Normandia
Acordo de cooperação técnica entre as instituições pretende realizar um diagnóstico da educação indígena em Amajari, Uiramutã e Normandia
Realizar um diagnóstico da educação escolar indígena nos municípios de Amajari, Uiramutã e Normandia para implementação da política da primeira infância é o que visa o acordo de cooperação técnica firmado entre a Universidade Federal de Roraima e o Tribunal de Contas de Roraima, nesta sexta-feira (01). As duas instituições já são parceiras nas ações pela Primeira Infância desenvolvidas pela Corte de Contas.
Uma comitiva da universidade formada pelas doutoras Iana Vasconcelos, Simone Batista, e pelo doutor Maxim Repetto, esteve reunida com a coordenadora do GT Pela Primeira Infância do TCERR, conselheira Cilene Salomão, para apresentação e aprovação da minuta do acordo e do plano de trabalho. A vigência do acordo vai até 2025.
A demanda por um diagnóstico específico surgiu da necessidade de aperfeiçoamento na implementação da política da primeira infância, em especial por meio do Plano Municipal pela Primeira Infância (PMPI), documento-lei que expressa o compromisso dos municípios com a primeira infância. O recorte escolhido para o trabalho se deu por serem, estes três municípios, reconhecidos por suas especificidades devido à quantidade de povos e pessoas indígenas que lá vivem, conforme o censo do IBGE de 2022.
“uma das questões é o aspecto sociolinguístico. (…) dentro da educação básica (indígena), língua materna é uma disciplina, ou seja, eles têm aula de macuxi, wapichana, ingarikó, e se você começa na primeira infância a ter contato com professores que não trabalham língua materna, você deixa de reforçar esse conhecimento desde o início e isso vira um obstáculo”, reforça.
Segundo ela, por outro lado, as comunidades sentem a necessidade de ter a inclusão da política da primeira infância visto que ela cria a obrigatoriedade de acesso a alguns benefícios econômicos e sociais.
Desdobramentos
A ideia, conforme a conselheira, é produzir a partir desta experiência um trabalho consistente que possa, posteriormente, gerar subsídios para orientação dos agentes públicos e sociedade civil em todo o estado. Cilene informou ainda que o Unicef já se disponibilizou a contribuir especificamente nas áreas de saúde, assistência e proteção contra violência e abusos.
Para os representantes das duas instituições, com a implantação e implementação dos planos no estado de Roraima, cabe questionar como essa política vem sendo aplicada dentro do contexto indígena, e identificar os desafios para implementação de políticas educacionais da primeira infância específicas e diferenciadas.
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Puxando a rede:
MAIS DE 100 GESTORES PARTICIPAM DE OFICINA DE REALINHAMENTO
Nesta quarta-feira (30/08) foi a vez da segunda etapa da oficina de realinhamento dos planos municipais da primeira infância, realizada pelo Instituto da Infância (Ifan), que vai até amanhã. Estiveram presentes mais de 80 gestores, entre servidores e secretários das secretarias de educação, saúde, assistência social e conselhos, de sete municípios da região norte do estado: Alto Alegre, Amajari, Bonfim, Cantá, Normandia, Pacaraima e Uiramutã.
Siga a leitura no link: https://www.tcerr.tc.br/portal/noticia/2164
Pacto pela Primeira Infância: iniciativas fortalecem defesa dos direitos das criança
Publicado em 4 de agosto de 2023 Fonte Notícias CNJ / Agência CNJ de Notícias
A articulação pela defesa dos direitos das crianças está ampliando as áreas engajadas em garantir que questões que afetam meninos e meninas na primeira infância (de zero a seis anos de idade) sejam prioridade absoluta. A partir da mediação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pelo Pacto Nacional pela Primeira Infância, órgãos do Judiciário, do Executivo e do Legislativo estão trabalhando juntos para costurar uma política de cuidado efetivo e eficiente.
Lançado há quatro anos pelo CNJ, o Pacto Nacional pela Primeira Infância reforçou a necessidade de que as instituições públicas e privadas cumpram o que está previsto no Marco Legal da Primeira Infância (Lei n. 13.257/2016), no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Constituição Federal. Nesse sentido, os signatários do Pacto – que já soma mais de 300 instituições envolvidas – vêm debatendo maneiras de atender as necessidades da infância brasileira em várias áreas de atuação e em todos os níveis de governo.
“O Pacto veio mostrar que precisamos de união para favorecer o cuidado integral e reconhecer as crianças como sujeito de direito, de fato”, destacou o presidente do Fórum Nacional da Infância e Juventude (Foninj/CNJ) e conselheiro do CNJ Richard Pae Kim, um dos idealizadores da iniciativa.
A estratégia de articulação promovida pelo Pacto começou em âmbito federal, com a organização de cursos de capacitação, levantamento de dados e produção de um panorama da situação da infância e juventude do país. Agora, os signatários estão se reunindo na esfera estadual e na municipal, para tratar as demandas específicas de suas localidades.
Realidades locais
No Amapá, por exemplo, a Justiça estadual assinou um acordo de cooperação técnica e operacional para a defesa dos direitos, no aperfeiçoamento das políticas públicas e na busca por mais dignidade para as crianças na primeira infância. Além do TJAP, também assumiram o compromisso o governo estadual, a Assembleia Legislativa, o Ministério Público, a Defensoria Pública, o Tribunal de Contas do Estado e a Associação dos Municípios do Estado do Amapá. O Pacto Estadual de forma articulada surgiu para assegurar direitos como saúde, educação, alimentação adequada e outros.
A iniciativa atende às orientações da Resolução CNJ n. 470/2022, que instituiu a Política Judiciária Nacional para a Primeira Infância. De acordo com o presidente do TJAP, desembargador Adão Carvalho, a cooperação interinstitucional precisa gerar resultados positivos, por meio de ações eficazes, “porque as crianças estão crescendo e não esperam”.
Texto: Lenir Camimura / Agência CNJ de Notícias
Siga a leitura em: https://www.cnj.jus.br/pacto-pela-primeira-infancia-iniciativas-fortalecem-defesa-dos-direitos-das-criancas/
O que é o Pacto Nacional pela Primeira Infância
Iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde 2019, o Pacto Nacional pela Primeira Infância integra mais de 270 signatários, que formam uma rede de proteção à criança no Brasil.
O CNJ desenvolve um projeto denominado “Justiça Começa na Infância”, com o objetivo de fortalecer a atuação do Sistema de Justiça na promoção de direitos para o desenvolvimento humano integral, em articulação com os signatários do Pacto Nacional pela Primeira Infância. Saiba mais seguindo o link:
https://portal.tce.go.gov.br/o-que-e-o-pacto-nacional-da-primeira-infancia
Cimi lança minidocumentário sobre conflitos
Cimi lança minidocumentário sobre conflitos e violência contra indígenas em Dourados (MS)
Produção audiovisual conta a história de comunidade Guarani e Kaiowá sob ataque das milícias do agronegócio, retratando violações contra famílias em luta por demarcação e condições básicas de vida
(POR ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO CIMI)
O Conselho Indigenista Missionário – Cimi Regional Mato Grosso do Sul lança nesta segunda-feira (28) o minidocumentário “Pode queimar: indígenas sob ataque das milícias do agronegócio”, sobre os cinco anos ininterruptos de violência de pistoleiros contra uma comunidade de indígenas Kaiowá e Guarani em Dourados, Mato Grosso do Sul. Cerca de cem famílias estão acampadas, em meio a plantações de soja e milho, no tekoha Avaete – área reivindicada como tradicional, mas utilizada pelo agronegócio para monocultura.
Utilizando registros atuais e também imagens feitas pelos próprios indígenas durante ataques, tiroteios e incêndios criminosos ao longo dos últimos cinco anos, o minidocumentário mostra por quais meios a fronteira agrícola avança no centro-oeste brasileiro.
No local, as famílias têm sofrido ataques de pistoleiros – e até mesmo de forças policiais – desde que começaram a reocupar o local, em 2018. A retomada é uma das que ficam nas margens da Reserva Indígena de Dourados – uma área de apenas 3 mil hectares na qual vivem 13,4 mil indígenas, a mais populosa do estado, segundo o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A falta de espaço e de condições básicas de vida – e o fato de que a reserva, criada no início do século 20 pelo Serviço de Proteção aos Índios (SPI), foi parte de um processo de desterritorialização dos Guarani e Kaiowá – têm motivado a luta dos indígenas pela demarcação de seu território.
Marco temporal
Frente à morosidade do Estado na demarcação de terras indígenas, agronegócio e empreendimentos imobiliários de luxo colocam em risco famílias e as áreas na fila da demarcação, e até mesmo as já demarcadas. A demora em demarcar estes territórios tem resultado na intensificação de conflitos e da violência contra os indígenas na região.
Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma o julgamento do caso de repercussão geral sobre demarcações de terras indígenas, que vai trazer uma decisão da Corte sobre a tese do chamado “marco temporal”.
Esta tese propõe uma reinterpretação da Constituição, restringindo o direito dos povos indígenas à demarcação apenas daquelas terras que estivessem sob sua posse em 5 de outubro de 1988. Ela foi incorporada também em propostas legislativas anti-indígenas, como o Projeto de Lei (PL) 2903/2023, em análise no Senado.
As violações e a violência constantes na retomada Avaete são exemplares das situações que podem ser perpetuadas e disseminadas pelo país caso a tese ruralista do marco temporal seja aprovada – ou caso as demarcações de terras sejam condicionadas a propostas como a indenização prévia por terra nua.
“O minidocumentário denuncia a violência e a impunidade que assolam os povos indígenas no Brasil”, afirma o coordenador do Cimi Mato Grosso do Sul, Matias Rempel. “É um chamado urgente para a defesa dos direitos indígenas e para a garantia de um território livre e seguro, de modo que os povos possam viver em paz sob seus próprios modos de vida, sem a destruição do agronegócio”.
Realizado pelo Cimi Regional Mato Grosso do Sul, o minidocumentário foi dirigido pelo jornalista Ruy Sposati, e pode ser assistido na íntegra no YouTube do Cimi.
Para saber mais sobre esta violência e outras mais, acesse o relatório publicado
https://cimi.org.br/2023/07/relatorioviolencia2022/
Visite a página CIMI: https://cimi.org.br
Idiomas pouco conhecidos e seus peculiares dialectos
Explore línguas pouco comuns que ainda são faladas ao redor do mundo, revelando suas origens, estruturas e algumas palavras ou expressões únicas.
Foto ilustrativa
A diversidade linguística do mundo é um reflexo da riqueza cultural da humanidade. Enquanto muitos de nós estamos familiarizados com idiomas amplamente falados como o inglês, espanhol ou chinês, há uma infinidade de línguas menos conhecidas que apresentam peculiaridades e dialectos que cativam os estudiosos da linguagem. Neste artigo, exploraremos alguns idiomas pouco conhecidos e os intrigantes dialectos que os acompanham.
1. Pirahã – A Língua Sem Números
O Pirahã, falado pelo povo Pirahã, na Amazônia brasileira, é conhecido por sua notável ausência de palavras para números. A língua é focada no presente imediato e não possui conceitos para quantidades exatas. Essa característica desafia as noções tradicionais de linguagem e cognição.
2. Whistled Language de Silbo Gomero – O Assobio como Comunicação
Na ilha de Gomera, nas Ilhas Canárias, Espanha, existe uma linguagem assobiada chamada Silbo Gomero. Os habitantes locais usam assobios para se comunicar à distância em terrenos montanhosos. Surpreendentemente, essa linguagem transmite as mesmas informações que o espanhol falado.
3. Xhosa – Os Clics e Sons Únicos
O Xhosa, um idioma Bantu falado na África do Sul, apresenta cliques em sua fonética. Esses sons únicos, produzidos pela sucção ou estalo da língua, são considerados consoantes na língua. Os cliques são essenciais para a comunicação e têm diferentes significados quando associados a diferentes tons.
4. Ainu – A Língua Indígena do Japão
O Ainu é a língua do povo indígena Ainu do Japão. Essa língua é altamente aglutinante, o que significa que as palavras podem ser alongadas por meio da adição de sufixos. Além disso, o Ainu possui uma rica variedade de sons, incluindo vogais nasalizadas e consoantes finais que desafiam as expectativas linguísticas japonesas.
5. Rotokas – O Menor Alfabeto do Mundo
Falado em Bougainville, uma ilha da Papua-Nova Guiné, o Rotokas é notável por seu pequeno alfabeto de apenas 12 letras. A simplicidade do sistema de escrita é um exemplo de como as línguas podem se adaptar e evoluir para se adequarem às necessidades locais.
6. N|uu – O Idioma dos Clics do Kalahari
O N|uu é falado por um pequeno grupo de pessoas no deserto do Kalahari, na Namíbia. Assim como o Xhosa, o N|uu também incorpora cliques em sua fonética. Esse idioma é importante como parte da cultura e identidade do povo da região.
7. Línguas Uto-Aztecas – Verbos Complexos
Algumas línguas Uto-Aztecas, como o Nahuatl, apresentam construções verbais extremamente complexas. Os verbos são frequentemente modificados por meio de prefixos e sufixos para expressar informações sobre sujeito, objeto, tempo e outras nuances, tudo em uma única palavra.
8. WALS – A Linguagem dos Silvos
Os Silvos, habitantes das montanhas da ilha de La Gomera, nas Canárias, têm uma linguagem de assobio distinta chamada WALS. Essa linguagem permite a comunicação à distância em um ambiente montanhoso e é transmitida de geração em geração.
9. A Língua dos Pássaros – Silbo Biskra
Em uma área rural da Argélia, existe um dialeto conhecido como Silbo Biskra, que é compreendido por humanos e pássaros. Os habitantes locais imitam os sons dos pássaros para se comunicarem entre si e também com as aves.
10. Ithkuil – A Língua da Precisão
O Ithkuil é uma língua construída criada por John Quijada, que visa alcançar um nível extremo de precisão e concisão na comunicação. Com gramática complexa e uma vasta gama de formas verbais, o Ithkuil foi desenvolvido para expressar pensamentos e sentimentos de maneira detalhada.
Esses exemplos destacam a maravilhosa diversidade e complexidade das línguas ao redor do mundo. A linguagem é uma expressão única da cultura, identidade e criatividade humana, e cada língua, por mais desconhecida que seja, oferece insights sobre a riqueza da comunicação humana.
Publicado em https://jornaldafronteira.com.br/Publicacao.aspx?id=431500
Renascença do talian
Renascença do talian: cursos, projetos e concursos culturais ajudam a valorizar a língua em Caxias e na região
Reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro foi divisor de águas na luta para manter viva a língua de referência cultural dos imigrantes italianos
Pelo menos nove grupos musicais e uma polenta de mais de 70 quilos irão transformar a Câmara Municipal de Caxias do Sul no palco de um grande filó na sessão do próximo dia 31. Pelo menos assim promete o músico e radialista Ladir Brandalise, que nesta data irá receber dos vereadores o título de cidadão caxiense, reconhecendo uma trajetória que tem no esforço pela preservação da língua Talian o sentido maior.
A questão é que Ladir e outros abnegados, que ao longo de décadas se esforçam para manter viva a língua que unifica dialetos falados nas regiões de colonização italiana, já não parecem tão utópicos em sua missão – que continua árdua. Desde 2014, quando o talian foi reconhecido como Língua de Referência Cultural Brasileira pelo Instituto de Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan), sendo alçado à qualidade de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, percebe-se um movimento de valorização e resgate, pontuado por iniciativas especialmente no âmbito da cultura e da educação.
– Acho que vivemos um momento espetacular de resgate e salvaguarda, desde que se passou a reconhecer o talian como uma língua com gramática própria, com professores habilitados ao ensino e com muitos projetos sendo apresentados e aprovados, dentro desta temática de valorização. Durante a pandemia, por exemplo, fizemos uma série de filós formativos, com recursos da Lei Aldir Blanc, que foram muito emocionantes e serviram de impulso para iniciativas futuras – destaca Ladir Brandalise, que é natural de São Jorge, na Serra.
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