Aprovada a lei que oficializa a língua alemã como patrimônio cultural do município de Santa Cruz do Sul

 Fotos: Jacson Miguel Stülp Jornalista 

Os vereadores aprovaram na sessão desta segunda-feira, dia 5, o projeto de autoria do vereador suplente Nasário Bohnen (DEM), que oficializa a Língua Alemã como Patrimônio Cultural Imaterial do Município de Santa Cruz do Sul. O objetivo, segundo o autor é o de preservar, valorizar e promover o idioma vindo com os imigrantes alemães, que povoaram Santa Cruz do Sul.

Pelo projeto, fica o Executivo autorizado a promover ações e parcerias com instituições e organismos locais, regionais, nacionais e internacionais, a fim de viabilizar pesquisas, projetos, campanhas, eventos, incentivos ao aprendizado, entre outros, relativos à Língua Alemã. Ainda fica autorizado, por intermédio da Secretaria Municipal de Cultura, da Secretaria Municipal de Educação e de outros órgãos da administração municipal, a criar grupos de estudos e de trabalhos, para viabilizar programação regular e continuada de ações e atividades a serem desenvolvidas junto às escolas e comunidades das áreas urbana e rural do Município.

Segundo Bohnen, a criação de uma Lei municipal constitui uma forma de marcar, em caráter oficial, os 170 anos decorridos desde a chegada das primeiras famílias de imigrantes alemães, o que ocorreu aos 19 de dezembro de 1849, às quais se juntaram, ao longo dos anos seguintes, inúmeros outros imigrantes alemães. Em 2020, são comemorados os 171 anos da chegada dos primeiros alemães.

“Santa Cruz do Sul ocupa um lugar de destaque na história da Imigração Alemã no Rio Grande do Sul. A Kolonie Santa Cruz foi criada e a atração de imigrantes foi promovida pelo governo da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul que, desse modo, inaugurou a segunda fase de imigração alemã no Estado. Assim, desde 1849 o idioma alemão se faz presente no Município, integrado à comunidade santa-cruzense e à vida de muitos descendentes”, observa.

Nasário destaca que a maioria dos imigrantes, vindos à Kolonie Santa Cruz, sabia ler e escrever. O que se refletiu na valorização da educação e da imprensa em idioma alemão. Em 1937, quando a língua foi interditada nas escolas, a vida na cidade e nas comunidades interioranas da região, que formava Santa Cruz naquela época, era vivida, em grande parte, através desta sua língua regional. Tanto que já contava com mais de 100 escolas comunitárias, a maioria eram pequenas escolas no interior.

Jornal Kolonie

Entre os diversos jornais, anuários, e materiais impressos em idioma alemão, destacou-se o jornal Kolonie (editado durante 50 anos) que se tornou num dos mais lidos, tanto na região, quanto no Estado. Também os saberes em artes e ofícios vindos com os imigrantes, bem como a agricultura familiar, formaram valioso lastro para o desenvolvimento do comércio e da indústria. Eis porque a presença do imigrante germânico foi decisiva para o desenvolvimento de Santa Cruz do Sul.

A pesquisa da doutora em Ciências Sociais (área Antropologia Cultural) Lissi Bender, estudou a presença da língua alemã em Santa Cruz do Sul, o que resultou em seu doutoramento na Alemanha. Nesse estudo pôde constatar que o idioma continua ativamente presente nas relações familiares, nos círculos de amizade, em eventos comunitários, e mesmo em espaços públicos e em escolas; que o idioma alemão é elemento identitário da região e dos falantes; que, no entanto, carece de reconhecimento e de valorização efetiva pelo Poder Público municipal.

O vereador observa que a efetivação da Língua Alemã, como Patrimônio Cultural Imaterial, ensejará ao Poder Público, a idealizar, incrementar e promover ações e parcerias, com instituições e organizações locais, regionais, nacionais e internacionais, a fim de incentivar, estimular e fomentar estudos, pesquisas, projetos, eventos e campanhas de resgate e promoção da língua (em todas as suas formas de expressão), tanto do dialeto padrão que os imigrantes promoviam via escola, igreja e imprensa, quanto das variantes dialetais presentes nas comunidades contemporaneamente.

As ações e os trabalhos de valorização e promoção da Língua Alemã, em Santa Cruz do Sul, devem envolver ainda aproximação, integração, intercâmbio, parcerias e trocas de experiência com outros Municípios do Rio Grande do Sul e do Brasil, que já tenham ações e programas direcionados ao mesmo fim. Neste sentido, deve também ser incentivado o intercâmbio entre o Poder Público municipal e instituições da Alemanha, e de outros países de língua alemã para fomentar o estudo, a prática da Língua Alemã, intercâmbios, trocas culturais, construção de laços de irmanamento com cidades alemãs, para cooperação mútua.

“Em tempos de globalização em que se requer cada vez mais o conhecimento de vários idiomas, torna-se imperioso que Santa Cruz do Sul se volte de forma efetiva para preservar, valorizar e fomentar a língua alemã existente em seu Município. O reconhecimento do idioma alemão, como Patrimônio Cultural Imaterial, e seu efetivo fomento passará a ser valioso instrumento para o desenvolvimento, cultural, social, econômico, turístico do Município, o que também possibilitará a construção de pontes com países de língua alemã para a promoção de relações estudantis, acadêmicas, culturais, econômicas e turísticas”, cita.

Nasário Bohnen finaliza que preservar a língua alemã significa preservar o potencial bilíngue da região, onde o alemão e o português coexistem. “E isso, em tempos de globalização é uma riqueza ímpar. Por outro lado, é valorizar um elemento que nos diferencia dentro do global. É ‘cantar nossa aldeia’”.

Texto: Jacson Miguel Stülp Jornalista – MTb/RS 9.692 Assessorde imprensa | Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul

Os alfabetos à beira da extinção

Maung Nyeu criou uma ONG para manter viva a escrita marma – e hoje já conta com mais de 3 mil alunos Crédito da Foto: Maung Nyeu

Nos dois primeiros dias de aula, em uma vila acima do porto de Chittagong, em Bangladesh, Maung Nyeu foi submetido à palmatória. Não porque tinha feito alguma travessura. Ele simplesmente não conseguia entender o que o professor estava dizendo, tampouco o que estava escrito nos livros.

Embora o bengali, o idioma oficial, seja a língua materna de 98% da população, Nyeu foi criado entre os Marma, um dos vários grupos étnicos minoritários da região, que tem sua própria língua, o marma.

Por fim, ele acabou conseguindo escapar desse ciclo de falta de conhecimento e punição. Depois de aprender bengali em casa, ele voltou para a escola e foi para a universidade. Agora, é aluno de doutorado na Universidade Harvard, nos Estados Unidos.

Porém, Nyeu nunca se esqueceu de seus primeiros dias na escola. Ele passa boa parte do tempo nas colinas onde cresceu, onde fundou a instituição Our Golden Hour, organização sem fins lucrativos que luta para manter o marma e vários outros idiomas vivos.

Há entre 6 mil e 7 mil línguas no mundo. No entanto, 96% são faladas por apenas 3% da população global. E 85% correm o risco de extinção, como o marma.

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Série LÍNGUAS & POLÍTICAS: Episódio 1

Assista no Canal IPOL Vídeos ( Youtube):

https://www.youtube.com/user/IPOLVideos 

O IPOL convida você para a Série LÍNGUAS & POLÍTICAS

Garantir o futuro das línguas e dos que as falam significa garantir variados conhecimentos sobre a vida e o mundo, múltiplas vivências e modos de habitar a terra. A Série Línguas & Políticas destina-se a promover o debate sobre esse cenário.

No mês de outubro, apresentaremos quatro episódios em que conversaremos sobre políticas linguísticas de três países.

O primeiro episódio da Série, Direitos linguísticos no Peru: Política de formação de tradutores de línguas indígenas e certificação de servidores públicos bilingues, contará com a participação de Gerardo Manuel Garcia Chinchay, Direción de Lenguas, Ministerio de Cultura, Peru, e acontecerá no dia 08 de outubro, às 17h.

Confira a programação! E participe! 

https://youtu.be/IVmxNjccPTY

IPOL invites you to LANGUAGES & POLICIES Series

Ensuring the future of languages and those who speak them means ensuring varied knowledge about life and the world, multiple experiences and ways of inhabiting the earth. The Languages & Policies Series is intended to promote debate about this scenario.

In October, we will present four episodes in which we will talk about language policies of three countries.

The first episode of the Series, Linguistic Rights in Peru: Policy for training indigenous language translators and certification of bilingual public servants, will have the participation of Gerardo Manuel Garcia Chinchay, Direción de Lenguas, Ministerio de Cultura, Peru, and will take place on the October 8, at 5 p.m.

Check the schedule! And participate!

https://youtu.be/IVmxNjccPTY

Chamada para publicação – Revista Brasileira de Linguística Antropológica (RBLA)

Dossiê Temático: Variação linguística em línguas indígenas: léxico, fonologia e morfossintaxe, para o seu volume 13 – 2021 –RBLA

A Revista Brasileira de Linguística Antropológica (RBLA) (https://periodicos.unb.br/index.php/ling) convida a comunidade acadêmica para a submissão de artigos no Dossiê Temático: Variação linguística em línguas indígenas: léxico, fonologia e morfossintaxe, para o seu volume 13 – 2021. A RBL dedicará esse Volume aos resultados de estudos sobre variação linguística em línguas indígenas, um tema minimamente abordado na literatura linguística sobre línguas indígenas da América do Sul. Entretanto, estudos sobre variações linguísticas de natureza léxica, fonológica ou morfossintática são de grande importância para os projetos de normatização de escrita e de letramento em comunidades indígenas. São também de importância reconhecida para os estudos histórico-comparativos e para o enriquecimento dos estudos variacionistas (Weireich, Labov, and Herzog 1969; Kiparsky 1989; Labov 1994). Nesta perspectiva, este dossiê visa estimular o aprofundamento e ampliação dos estudos linguísticos das línguas indígenas, com foco especial nas línguas indígenas do Brasil.

Artigos para esse dossiê serão recebidos  até 28 de fevereiro de 2021. Submissões pelo link
https://www.periodicos.unb.br/index.php/ling/about/submissions.

A proposta desse Volume 13 vem ao encontro dos objetivos da RBLA, que é uma revista que visa ser um fórum frutífero para os estudos acadêmicos sobre as línguas e culturas dos povos nativos das Américas, com foco especial no continente sul-americano. Seus principais interesses são artigos, relatórios de pesquisa, diários de campo, ensaios bibliográficos e recensões de estudos linguísticos que enfatizem a interface entre língua e cultura em uma perspectiva descritiva ou histórica. 

Fundada em 2009 por Aryon Dall’Igna Rodrigues e Ana Suelly Arruda Câmara Cabral, é uma revista aberta, de publicação contínua e publicação de números especiais, publicada pelo Laboratório de Línguas Indígenas, Instituto de Letras da Universidade de Brasília. A revista publica estudos sobre línguas e culturas nativas, entre os quais, léxico, fonologia, gramática, sistemas e campos semânticos, classificações culturais de plantas e animais, etnografia, etno-história, onomástica, sistemas de parentesco, pré-história linguística e cultural, genética humana, contato de línguas, processos de obsolescência e de revitalização linguística, análises de texto e de discurso, artes verbais, linguagem ritual e expressões linguísticas de distinções de gênero. Estudos sobre interpretações e discussões de material de arquivo, documentos históricos editados e contribuições à história do campo da linguística antropológica são também bem-vindos.

ENTREVISTA – CHRISTOPHER NEWFIELD – Como os Estados Unidos arruinaram suas universidades públicas

A transformação das universidades públicas norte-americanas em mais uma modalidade de negócios foi um “grande erro”, afirma professor da Universidade da Califórnia com livro sobre o tema

Enquanto no Brasil o governo federal pretende que as universidades terceirizem sua gestão e mesmo as atividades-fim sob comando de organizações privadas (OS), passem a depender cada vez mais de fundos de mercado, dirijam seus esforços para o empreendedorismo e ampliem a arrecadação própria com doações, cobranças de taxas e, futuramente, de mensalidades (como já demanda o Banco Mundial em seu último documento sobre o país), nos Estados Unidos, onde tudo isso já foi feito, o resultado foi amplamente negativo. A avaliação é de Christopher Newfield, professor da Universidade da Califórnia (a maior e mais prestigiosa universidade pública norte-americana) que lançou recentemente o livro The Great Mistake: How We Wrecked Public Universities and How We Can Fix Them (“O grande erro: como arruinamos as universidades públicas e como podemos recuperá-las”, Johns Hopkins University Press, 2016). Na entrevista a seguir, ele demonstra que a política neoliberal para as universidades norte-americanas foi também lá, no modelo original, um desastre.

 

LE MONDE DIPLOMATIQUE BRASIL – Nas últimas décadas, enfrentamos um discurso dominante que colonizou o senso comum ao afirmar que as universidades devem fazer “entregas rápidas”, focadas em “resultados”, ser cada vez mais concebidas de acordo com modelos de negócios, produzir conhecimento como mercadoria e educar profissionais para ganhos privados. Alguma parte da ideia de “universidade” se perdeu ao longo do caminho?

CHRISTOPHER NEWFIELD – Isso não se perdeu, foi deliberadamente enterrado. As universidades fazem várias coisas que nenhuma outra instituição faz. Elas criam conhecimento como parte do mesmo processo pelo qual o espalham – a pesquisa é tão importante quanto o ensino. A pesquisa e o ensino universitário são autodirecionados e, quando as universidades estão funcionando corretamente, são exemplos de uma autogestão que é muito difícil de alcançar em um local de trabalho comum. O resultado desejado é triplo: o desenvolvimento pessoal-intelectual combinado do aluno (o que a tradição teórica prussiana chamou de Bildung); um novo conhecimento sobre todos os tópicos do planeta; e a prática do conhecimento como um processo totalmente social. Esta última não é bem compreendida, mas coloca o aprendizado e a pesquisa fora das estruturas de mercado. Nos últimos cinquenta anos, as empresas e seus aliados políticos tentaram controlar as universidades, por razões que não são tão diferentes das da Igreja Católica ou do Estado bonapartista em outras épocas.

 

Você apresenta uma imagem impressionante do desmantelamento das universidades públicas dos Estados Unidos e sua transformação em meros prestadores de serviços, orientada para o mercado. O que motivou essa transformação e em que momento histórico o ataque às universidades públicas dos Estados Unidos e a sua missão pública fundamental começou?

O motivo, em uma frase, era bloquear as ameaças aparentes das universidades aos poderes econômicos e políticos estabelecidos. Um momento decisivo foi a campanha de Ronald Reagan para governador da Califórnia em 1966. Seu oponente, o então ocupante do cargo Pat Brown, era um progressista popular do New Deal que construía obras e serviços públicos para pessoas comuns (brancas). Eleitores gostam de escolas, rodovias, hospitais, pontes e faculdades gratuitas; Reagan decidiu que não poderia concorrer contra Brown, mas poderia concorrer contra manifestantes estudantis de esquerda na UC Berkeley, e foi isso que ele fez. Ele derrotou Brown, em parte, apresentando as universidades de Brown como lugares que encenavam ataques a norte-americanos respeitáveis e tementes a Deus, que reverenciavam o sistema de livre-comércio. Um segundo evento importante ocorreu em 1970, quando o futuro juiz da Suprema Corte, Lewis Powell, então um moderado juiz republicano da Virgínia, enviou um longo memorando à Câmara de Comércio, pedindo às empresas que lutassem contra o sentimento anticapitalista alojado nos campi das universidades. Suas sugestões para financiar pesquisadores e think tanks que criariam e difundiriam visões conservadoras ajudaram a construir as redes políticas conservadoras que ainda dominam a política local.

 

Em seu livro, você diz que, durante 25 anos, trabalhou em um lugar privilegiado, testemunhando o esforço contínuo de tornar a universidade pública mais parecida com uma empresa. Você pode explicar melhor como isso aconteceu e o preço social pago por essa privatização indireta?

Nas décadas de 1980 e 1990, os gerentes das universidades aceitaram o novo argumento de consenso – tanto dos conservadores de Reagan quanto dos centristas de Clinton – de que bens como o ensino superior tinham benefícios fundamentalmente privados e não públicos, devendo assim ser pagos em particular. Quando comecei a trabalhar em comitês de planejamento e orçamento depois de 2000, fiquei surpreso com a perda de confiança no modelo de financiamento público e com a fé cega de que os contratos de filantropia e pesquisa tornariam as universidades públicas bem-sucedidas como suas contrapartes privadas. Isso criou dois problemas. A primeira foi que as universidades enfraqueceram sua reivindicação pelos altos níveis de financiamento público de que desfrutavam anteriormente. Se a graduação da universidade serve para aumentar os salários individuais, em vez de promover a sociedade, o público não precisa pagar o custo da educação por meio de impostos. Essa visão está incorreta: a maioria dos efeitos do ensino superior é não pecuniária, ou social, ou ambos. O segundo problema é que as universidades não ficam realmente ricas com fundos privados. Elas se tornam dependentes da renda proveniente da mensalidade do estudante, que agora atingiu seu limite. E elas perdem dinheiro com subsídios de pesquisa patrocinados e ganham muito pouco para operações gerais da filantropia. O preço social assume várias formas: as universidades têm problemas financeiros, os estudantes pagam demais e assumem dívidas educacionais e a sociedade recebe menos benefícios não monetários porque o ensino e a pesquisa gravitam em torno de assuntos monetizáveis. Observe também que os estudantes que possuem altas dívidas educacionais desejam uma renda mais alta para pagá-las. Eles são menos capazes de seguir seus compromissos políticos ou éticos no serviço social, uma vez que os salários mais baixos desses empregos dificultam o pagamento da dívida da universidade.

 

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1 e 2 de setembro de 2025

https://geomultling.ufsc.br/ii-encontro-nacional-de-municipios-plurilingues/

O II ENMP visa aprofundar as discussões sobre os desafios da cooficialização de línguas, com especial atenção às etapas seguintes à aprovação da lei municipal: a regulamentação e a implementação.

Anote na agenda e participe!                                                               __________________________

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