Língua e Tecnologia

Nova tecnologia promete mudar a realidade das exibições de cinema no Brasil

Nova tecnologia promete mudar a realidade das exibições de cinema no Brasil, beneficiando mais de 10 milhões de pessoas surdas, cerca de 600 mil pessoas cegas e outras 6,5 milhões de pessoas com baixa visão. Trata-se de um aplicativo de acessibilidade que reconhece o áudio do filme e sincroniza, em tempo real, os recursos de audiodescrição, legenda e LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). O lançamento acontece no dia 9 de novembro em um evento em Brasília, em uma sessão dublada do filme Caça Implacável, no Espaço Itaú de Brasília, a partir das 10 horas.

A ação é promovida pela Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex – ABRAPLEX e tem o objetivo de democratizar ainda mais o acesso à cultura e ao entretenimento, ampliando a acessibilidade de pessoas com deficiências em todas as salas de cinema do País. “Estamos, com isso, mudando a realidade de uma parcela significativa da sociedade que não tinha o cinema como parte do seu entretenimento”, salienta o presidente da ABRAPLEX, Marcos Barros.

Para Lúcio Otoni, presidente da FENEEC (Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas), a iniciativa também vai beneficiar os exibidores de pequeno e médio portes: “Além de democratizar o acesso, a nova tecnologia não implicará em aumento de custos para as empresas, principalmente nas cidades menores, o que é essencial para este momento em que retomamos as atividades após um longo período de paralisação”.

A previsão de tornar os cinemas mais inclusivos já estava na Instrução Normativa 165, da Agência Nacional do Cinema – Ancine, que indicava as distribuidoras e exibidoras como responsáveis pela disponibilização dos recursos de acessibilidade audiovisual ao público. Também de acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, o prazo para as salas de exibição fornecerem recursos de acessibilidade audiovisual às pessoas com deficiência era até a data 2 de janeiro de 2023.

O APP

Disponível em versões para Android e IOS, o aplicativo se chama MovieReading e é gratuito. Depois de instalado, ele reconhece o áudio do filme e sincroniza, em tempo real, os recursos de audiodescrição, legenda e LIBRAS. Assim, o usuário consegue escolher a melhor opção para acompanhar o filme em exibição. Os filmes com acessibilidade serão identificados com um selo acompanhado de um QR Code.

Além dos cinemas, outra vantagem é que a funcionalidade pode ser utilizada para assistir filmes em qualquer lugar, inclusive fora dos multiplex.

O aplicativo pode ser acessado em https://www.moviereadingbrasil.com.br/.

FONTE: Cenas de Cinema

Pesquisadores criam aplicativo para tradução da única língua viva descendente do Tupi

O aplicativo chamamdo Grammyep traduz textos em Nheengatu para português e inglês, e vice-versa
Nheengatu, também conhecida como Tupi-moderno, língua geral amazônica ou “língua boa” na tradução Tupi – Reprodução

Quando os portugueses invadiram o Brasil, por volta de 1500, notaram que o Tupi era a língua mais falada em toda a costa. Ao invés de ensinarem português para os habitantes locais, os relatos mostram que inicialmente eles resolveram aprender o Tupi e utilizar essa língua como uma língua geral.

Assista ao vídeo:

A partir daí, aquele Tupi que era usado nas aldeias passou a ser usado em comunidades e pequenas cidades, tornando-se a língua principal da colônia, utilizada também pelos portugueses e suas famílias. Então, o Tupi foi mudando e se transformou em várias línguas gerais. Os especialistas acreditam que havia três línguas gerais, no entanto duas se extinguiram por completo.

 

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Empresa cria inteligência artificial capaz de traduzir 200 idiomas

Modelo desenvolvido pela companhia agrupa idiomas parecidos para melhorar traduções na internet. (Foto: Reprodução)

A Meta, controladora do Facebook e do Instagram, anunciou a criação de um novo modelo de inteligência artificial que pode traduzir textos com mais precisão em mais de 200 idiomas.

O No Language Left Behind (NLLB-200, ou “Nenhum idioma deixado para trás”, em tradução livre) será usado para melhorar traduções no feed do Facebook e do Instagram. Ele também servirá para facilitar a interação entre usuários falantes de diferentes idiomas no chamado metaverso.

A expectativa é de que ferramenta de tradução também ajude a detectar mais facilmente conteúdo prejudicial em diversos idiomas nas plataformas da Meta.

O modelo de inteligência artificial já está sendo usado por editores da Wikipédia para traduzir artigos para mais de 20 idiomas que, até então, tinham pouco conteúdo na plataforma.

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Segundo a Meta, centenas de idiomas não são atendidos atualmente por ferramentas de tradução de alta qualidade.

“Hoje, menos de 25 idiomas africanos são compatíveis com as ferramentas de tradução mais usadas, sendo que muitas delas são de baixa qualidade. Já o NLLB-200 é compatível com 55 idiomas africanos com resultados de alta qualidade”, disse a empresa.

Entre as línguas suportadas pelo NLLB-200, estão Ayacucho Quechua, Aymara Central, Guarani, Crioulo Haitiano, Papiamento, falados por mais de 20 milhões de pessoas em 10 países da América Latina, de acordo com a companhia.

Funcionamento

Os sistemas de tradução automática são treinados a partir de conjuntos de dados que permitem fazer uma correspondência entre frases em diferentes idiomas.

Quando não há conjuntos com grande volume de frases paralelas entre dois idiomas, pesquisadores podem coletar conteúdo por meio da mineração de dados na internet. Mas essa alternativa nem sempre oferece traduções de qualidade, já que os sites podem ter erros ortográficos.

Para conseguir um conjunto de dados com mais qualidade, a Meta aprimorou o LASER, seu kit de processamento de linguagem. Em resumo, a empresa usou um processo de treinamento multilíngue que agrupa idiomas parecidos.

Com isso, um idioma que tem mais recursos de tradução pode ajudar a identificar frases em idiomas semelhantes que têm poucos recursos de tradução.

Segundo a Meta, esse método faz com que idiomas parecidos possam compartilhar dados entre si durante o treinamento.

“Além disso, o modelo único multilíngue permite que os pesquisadores façam repetições, expansões e testes com muito mais facilidade, em comparação com centenas ou até milhares de modelos bilíngues diferentes”, afirmou a empresa.

O NLLB-200 está disponível em código aberto para pesquisadores. A companhia também liberou o conjunto de dados FLORES-200, que permite avaliar o desempenho de traduções em cerca de 40 mil direções de idiomas diferentes.

“O FLORES-200 pode ser usado para avaliar sistemas de tradução em uma ampla variedade de aplicações. Isso inclui panfletos de saúde, filmes, livros e conteúdo online em países ou regiões onde vários idiomas de poucos recursos são falados”, disse a Meta.

A empresa afirma que, até pouco tempo atrás, a tradução automática de alta qualidade estava disponível para poucos idiomas. “Com o NLLB-200, estamos nos aproximando do dia em que os sistemas permitirão que as pessoas se comuniquem com quem quiserem”, declarou.

Via O Sul

Google Tradutor ganha 24 novas línguas, incluindo o guarani!

O Google anunciou, nesta quarta-feira (11) durante o Google I/O 2022, que a ferramenta Tradutor terá acesso a novos 24 línguas. Um dos novos idiomas é o Guarani, que é originalmente da população indígena da América do Sul e ainda falado pela etnia tupi-guarani em países como o Brasil.

O recurso de tradução também poderá identificar palavras e frases em bambara (Mali), concani (Índia), Sepedi (África do Sul) e Twi (Gana).

O CEO da gigante da tecnologia, Sundar Pichai, explicou que o serviço online consegue ter acesso a novas línguas por causa dos avanços em modelos neurais de inteligência artificial. Confira, abaixo, os idiomas que foram adicionados ao serviço:

Google Tradutor

De acordo com o Google, os 24 novos idiomas são falados por mais de 300 milhões de pessoas ao redor do mundo. A empresa cita o Mizo, falado por cerca de 800 mil pessoas no extremo nordeste da Índia e o Lingala, usado por mais de 45 milhões de pessoas na África Central.

Em relação aos indígenas das Américas, também foram contempladas as línguas Quechua e Ayamara. No dialeto inglês está o Krio, falado por habitantes da Serra Leoa.

Por Carlos Palmeira no Tecmundo

Site da Câmara Municipal de Florianópolis agora oferece audiodescrição e a interpretação em Libras

Recentemente o site da Câmara Municipal de Florianópolis mudou. Além de ter tornado o acesso às atividades legislativas mais dinâmico e fácil com o novo layout, o portal agora oferece audiodescrição e a interpretação em LIBRAS dos conteúdos no formato mobile e para desktop. Dessa forma, pessoas com qualquer tipo de deficiência auditiva e/ou visual poderão navegar pelo site da CMF com autonomia.

Infelizmente, a maioria das desenvolvedoras de sites não fazem o exercício de imaginar como as pessoas com algum tipo de deficiência acessam a internet, e o resultado disso são páginas sem qualquer tipo de acessibilidade.

O jornalista Josué Leandro, que perdeu a visão por causa de um glaucoma, recebe com apreço a iniciativa. “Eu acompanho isso, como cidadão, com muita honra, porque é um direito da pessoa com deficiência que mora em Florianópolis ter acesso a essas informações, e saber exatamente aquilo que os vereadores estão debatendo, podendo acompanhar isso em tempo real não só pelo computador, mas também pelo celular.”

Para o presidente da Câmara, além de servir como inclusão social, o novo site vai oferecer mais transparência política, já que mais pessoas terão acesso às informações públicas e oficiais. “A Câmara avançou e muito em termo de acessibilidade. Hoje já temos todo o elevador acessível, banheiros acessíveis e agora também estamos lançando um site que é totalmente acessível. Esse é mais um avanço da Câmara  garantindo a igualdade de direitos e acima de tudo cidadania, dando a essas pessoas a inclusão social imprescindíveis para a democracia.”

FONTE: Floripa News 

Jogo digital para crianças conta como menino indígena supera desafios

(Imagem: Reprodução)

Crédito de Imagens: Divulgação

História foi adaptada de mito bororo analisado pelo antropólogo Claude Lévi-Strauss

A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) lançou neste mês de fevereiro um jogo digital baseado na narrativa mítica do povo indígena bororo “As araras e seu ninho”. O jogo, gratuito e destinado a crianças de 5 a 9 anos, pode ser acessado  e conta, ainda, com um tutorial  especialmente elaborado para possível utilização em salas de aula de Educação Infantil e do Ensino Fundamental I.

O jogo, intitulado “Jeriguigui e o Jaguar na terra dos bororos”, foi criado pelo Grupo de Pesquisa Leetra – Linguagens em Tradução da UFSCar, que desenvolve projetos relacionados à questão indígena. O grupo é vinculado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e coordenado por Maria Sílvia Cintra Martins, professora sênior do Departamento de Letras (DL) da Universidade.

O roteiro do jogo foi desenvolvido pela professora com base principalmente no mito M1 bororo: “O xibae e iari” (“As araras e seu ninho”), que se encontra nas páginas 57 a 59 do volume “Mitológicas 1: O cru e o cozido”, de autoria do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, que desenvolveu pesquisa no Brasil na década de 1930. “Essa narrativa mítica trata da vingança empreendida pelo pai de um jovem indígena, que teria cerca de onze anos estando prestes a participar de um ritual de iniciação. O pai faz com que o jovem passe por vários desafios, até largá-lo no alto de uma encosta onde poderia ter se submetido à morte, seja por inanição, seja atacado por animais selvagens, mas o jovem supera todos os desafios e consegue voltar para a aldeia”, conta Maria Sílvia Martins.

Ao avançar nas fases, o jogador se depara com elementos da narrativa bororo e vivencia os desafios enfrentados pelo protagonista Jeriguigi. “A história de Jeriguigui envolve o comportamento punitivo de seu pai, que o obriga a passar por três desafios que poderiam ter sido mortais, se não fosse a interferência de sua avó materna. Não satisfeito, o pai exige que Jeriguigui vá capturar ararinhas na encosta de uma montanha, e puxa a escada deixando o menino indefeso e sujeito a dois grandes problemas: o encontro com os gaviões-de-cabeça-vermelha, que lhe dão muitas bicadas, e o encontro com o jaguar, a onça-pintada, com quem faz um tipo de barganha”, detalha a docente da UFSCar.

Nome do jogo

O título do jogo “Jeriguigui e o Jaguar na terra dos bororos” enfoca dois termos específicos da linguagem indígena. A professora da UFSCar explica que o nome Jeriguigui aparece no mito com a referência ao grupo ou clã ao qual o menino indígena pertencia, o clã do jabuti. “No mito M7 ‘Kayapó-Gorotire: origem do fogo’, que utilizei de forma complementar, a onça ou jaguar possui o papel de ser quem fornece o fogo para os indígenas. As narrativas míticas dos povos indígenas brasileiros funcionam muitas vezes de forma complementar, de modo que podemos encontrar num mito elementos que completam o outro e que também fazem parte dessa outra cultura”, explica.

“Escolhido o mito, transformei-o em roteiro rico em diálogos em que inseri vários animais – alguns em extinção – que vão fornecendo diversas informações sobre os indígenas brasileiros, suas línguas e suas culturas. Juntamente com seis pesquisadores do Grupo de Pesquisa Leetra, gravamos as falas dos personagens que depois foram legendadas. O próximo passo foi o trabalho do desenhista Hugo Cestari e de uma empresa especializada em jogos, que transformaram meu roteiro em belas imagens, em que os diálogos são acompanhados de jogos e desafios envolventes para crianças de cinco a nove anos, para quem o jogo foi idealizado”, complementa a docente. Toda a montagem do jogo contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp – Projeto 2019-07879-4).

Escolas

O jogo está disponível na versão do Windows – para computadores, notebooks e tablets – no site. Há a previsão, para os próximos seis meses, do lançamento das versões iOS e Android. “Na hora de baixar o jogo, sugerimos que professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I baixem também um texto de 40 páginas elaborado por mim, que se encontra no mesmo espaço e traz orientações e sugestões para sua utilização em sala de aula em projetos de letramento interdisciplinares”, orienta Maria Sílvia Martins.

A docente da UFSCar tem realizado um trabalho junto a escolas para divulgar e implantar o jogo: “Venho me propondo a conversar e orientar professores de Educação Infantil e de Ensino Fundamental I que, após lerem o tutorial, se interessem de fato na implementação do jogo com seus alunos”.

Dúvidas podem ser esclarecidas pelo e-mail:  grupo.leetra@gmail.com.

Sobre o povo indígena bororo

Segundo Maria Sílvia Martins, que pesquisa a cultura e a língua de povos indígenas no Brasil, os bororos detêm, hoje em dia, seis Terras Indígenas (TIs) demarcadas no estado do Mato Grosso, num território descontínuo que corresponde a uma área 300 vezes menor do que o seu território tradicional, que antes atingia a Bolívia, parte do estado de Goiás e do Mato Grosso do Sul.

Na década de 1970, o alto grau de insatisfação dos bororo fez surgir um movimento pela recuperação de suas terras tradicionais e pela melhoria dos serviços de saúde e educação. Houve, em 1976, a luta pela terra do Meruri, que culminou no famoso massacre levado a cabo pelos fazendeiros do general Carneiro. Atualmente, a Língua Bororo, que pertence ao tronco linguístico Macro-Jê, é falada por quase toda sua população.

Mais detalhes, imagens e informações sobre esse povo podem ser encontrados no site

Sobre o Leetra

O grupo Leetra/UFSCar, responsável pela iniciativa, conta com três linhas que se relacionam com a questão indígena: Línguas Indígenas; Letramento e comunicação intercultural; e Estudos de Tradução e Poética, que aborda a tradução de cantos e narrativas indígenas.

 Escrito ou enviado por  Denise Britto via www.segs.com.br

 

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