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Conselho Indigenista Missionário (Cimi) alerta: diversidade linguística e cultural dos povos indígenas no Brasil está em risco!

A diversidade linguística e cultural dos povos indígenas no Brasil está em risco, alerta o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), na 15ª sessão do Mecanismo de Especialistas em Direitos dos Povos Indígenas (EMRIP).

A intervenção ocorreu durante o debate sobre línguas indígenas. Paulo Lugon Arantes, assessor internacional do Cimi, deu voz às denúncias. “Os povos indígenas no Brasil têm sido ativos na promoção e preservação de suas próprias línguas, assumidas por eles como parte integrante de suas identidades étnicas e de seus modos de vida tradicionais”, destacou. No Brasil, há uma grande diversidade de línguas indígenas: atualmente, 274 línguas nativas são faladas, segundo o Censo Demográfico 2010. Os povos indígenas e parceiros no Brasil têm assumindo a liderança na proteção de suas línguas, diante das políticas indígenas hostis do governo brasileiro, abertamente anti-indígena.

Neste ano, professores indígenas dos povos Jamamadi, Apurinã, Jarawara e Paumari, do Rio Purus, na região amazônica, produziram quatro livros escolares bilíngues. O objetivo desses livros é potencializar o registro e o desenvolvimento do conhecimento oral e escrito, bem como as pedagogias específicas indígenas, lista o assessor do Cimi ao Mecanismo. “Os povos indígenas, mais do que ninguém, possuem compreensão oral de suas línguas. Catalogação de livros é uma atividade imensa que parece não ser a principal preocupação dos povos indígenas. Catalogar todos os livros publicados em línguas indígenas no Brasil é uma tarefa gigantesca”, afirma Paulo. Só em Mato Grosso foram publicados sete livros em diversas línguas indígenas neste ano. Porém, “essa rica diversidade linguística e cultural está em risco diante das práticas integracionistas do governo federal, combinadas com o discurso de ódio no mais alto nível de comando”, alerta o Cimi, com seus 50 anos de atuação junto aos povos indígenas.

No entanto, é necessário garantir o uso das línguas indígenas nos serviços básicos de saúde, educação e no sistema de justiça, a fim de cumprir plenamente as normas internacionais do direito indígena, como também assegura a Constituição Brasileira. Na oportunidade, Paulo lembra que, durante uma exposição de arte, no espaço do Embú das Artes, em São Paulo, organizada para celebrar o Ano Internacional das Línguas Indígenas, 30 obras de arte dedicadas às línguas indígenas foram danificadas por vândalos anônimos. “Embora a atribuição direta aos funcionários públicos não possa ser estabelecida, é certo que a abordagem integracionista e o discurso de ódio do governo no Brasil legitimam tais atos violentos e diminuem os custos de perpetração, em detrimento da preservação e promoção da rica diversidade de terras e de povos indígenas no Brasil”, denunciou o representante do Cimi no evento. Paulo ainda completa: “este é um exemplo triste sobre como um ambiente hostil aos povos indígenas por ser prejudicial às suas línguas, culturas e sobrevivência”.

A 15ª sessão do Mecanismo de Especialistas sobre os Direitos dos Povos Indígenas foi realizada de 4 a 8 de julho de 2022, em Genebra, na Suíça. Devido à pandemia de Covid-19, o evento ocorre em formato híbrido, com participação presencial e remota. O debate acontece durante a “Década Internacional das Línguas Indígenas”, ressaltando a importância de protegê-las e promover seus usos.

Passado, Presente e Futuro: discutindo a relevância dos Estudos do discurso | IX JADIS / IV CIED

A Faculdade de Letras da Universidade do Porto sedia, nos dias 12, 13 e 14 de outubro de 2022, as IX Jornadas Internacionais de Análise do Discurso (IX JADIS) e o IV Congresso Internacional de Estudos do Discurso (IV CIED), subordinados ao tema geral: Passado, Presente e Futuro: discutindo a relevância dos Estudos do discurso.

As propostas poderão ser submetidas, até ao dia 4 de julho, em português, inglês, espanhol ou francês, pela plataforma Easychair.

Consulte a segunda chamada de trabalhos em anexo.

Mais informações: http://web4.letras.up.pt/jadis/

Idiomas ucraniano e polonês passam a ser co-oficiais em Mallet

Projeto tem como objetivo promover parcerias entre as nações e valorizar a cultura viva da imigração no município

Além do português como língua oficial do Brasil, Mallet agora passa a ter dois idiomas co-oficiais: o ucraniano e o polonês. O objetivo da lei, aprovada pela Câmara de Vereadores , é promover a integração das duas nações com o município, bem como reconhecer a importância da imigração das duas etnias para a formação cultural da cidade.

A ação  foi possível por meio do projeto de autoria do presidente da Câmara de Vereadores do município, Serjo Gryczak, juntamente com a vereadora Kelly Joselia Calisto Grzeszczyszyn e do vereador Délcio Jurandir Osinski.

De acordo com o presidente da câmara, o município de Mallet foi fundado a partir da imigração polonesa e ucraniana e que, até hoje, muitos moradores praticam as línguas oficiais dos dois países em casa. “Os ucranianos, assim como os poloneses fizeram, fazem e farão parte da história, não somente da questão linguística, mas também pelas tradições, cultura e religiosidade”, explica Serjo.

Portanto, as raízes do projeto surgem a partir da vontade de dar visibilidade aos descendentes que ainda vivem em mallet e praticam algumas dessas tradições. “Quando uma língua se torna co-oficial, você dá respaldo jurídico de que o município oficialize, se preocupe e tente dar proteção às pessoas que fazem parte dessa história”, comenta o vereador.

Ainda, Serjo conta que a co-oficialização das duas línguas abre portas diplomáticas entre Mallet e os dois países. Por isso, eles esperam que a iniciativa permita a realização de parcerias entre as nações, bem como a possibilidade de intercâmbios para a população da região. Além disso, o presidente conta que a partir do projeto ele vislumbra o retorno do ensino das duas línguas no estado. “Nós acreditamos que esse projeto vai fazer renascer as próprias aulas de polonês e ucraniano que já existiram no município de mallet”.

Neste mesmo sentido, o turismo também é um setor que deve ser aquecido com a co-oficialização dos idiomas. “Além de valorizar muito a etnia ucraniana e a etnia polonesa, vai fortalecer e abrir muitas portas para muitas possibilidades a médio e a longo prazo para os Maletenses”, finaliza Serjo.

SOLIDARIEDADE

O projeto de co-oficialização também veio como uma forma de solidariedade ao povo ucraniano que tem convivido com o conflito armado. Estima-se que 60% da população de Mallet tenha descendência ucraniana, sendo a segunda cidade com o maior número do Brasil, ficando apenas atrás de Prudentópolis, com 75%, que  também já tem o ucraniano como língua co-oficial.

“Tem muito a ver com a questão que a Ucrânia está vivendo hoje, com a guerra, com a luta pela paz. A gente percebe que essas atitudes são muito bem vindas nessa situação em que o mundo está passando”, explica Serjo. Ainda, o vereador comenta que, assim que a lei for sancionada, o Consul Ucraniano deve vir pessoalmente a Mallet para conhecer o município.

VIA 

Nheengatu: Cearenses criam plataforma para tradução da única língua viva descendente do tupi antigo

Conhecimento sobre o idioma pode evitar a extinção e permitir o entendimento sobre palavras do português brasileiro
06 DE NOVEMBRO 2020, ENTREVISTA COM POVOS INDIGENA DOS TAPEBAS, DOURADO TAPEBA

O termo que dá nome ao idioma Nheengatu surgiu no século XIX, significando “língua boa”. É resultado de uma evolução gradual do tupi antigo ao longo de 500 anos. Foto: Kid Junior

Uma tecnologia cearense pode evitar a extinção da Língua Geral Amazônica (LGA), conhecida como nheengatu, por meio de ferramentas computacionais para investigação da estrutura gramatical com capacidade de tradução. A plataforma ainda permite o aprendizado da língua e adaptação para o inglês.

A iniciativa faz parte do grupo de pesquisa Computação e Linguagem Natural (Complin) da Universidade Federal do Ceará (UFC). Em conjunto, eles buscam manter a única língua viva descendente do tupi antigo. As informações são da Agência UFC.

Existem apenas 6 mil falantes do nheengatu no Brasil – concentrados na região amazônica – e 8 mil na Colômbia, de acordo com o catálogo de línguas “Ethnologue”, do Summer Institute of Linguistics (SIL). Assim, o idioma está em risco de extinção.

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Retrospectiva 2021: Funai apoia iniciativas que fortalecem a cultura indígena em diferentes regiões do país

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Foto: Débora Schuch / Funai

Em todo o país, há uma enorme diversidade cultural representada por cerca de 1 milhão de indígenas, de 305 etnias, que falam 274 línguas. Ao longo de 2021, a Fundação Nacional do Índio (Funai) apoiou uma série de iniciativas visando ao fortalecimento cultural dessas populações.

Grande parte dos rituais realizados pelos diversos grupos indígenas do Brasil pode ser classificada como ritos de passagem, que são as cerimônias que marcam a mudança de um indivíduo ou de um grupo de uma situação social para outra. Em 2021, alguns desses rituais contaram com o apoio da Funai, a exemplo do ritual fúnebre sagrado denominado Kuarup, que mantém viva a cultura e a tradição de diversas etnias do Parque do Xingu (MT). O presidente do órgão, Marcelo Xavier, acompanhado de uma comitiva, esteve presente em duas edições do evento: na Aldeia Ipawu Kamayurá e na Aldeia Yawalapiti.

O Kuarup ocorre sempre um ano após a morte dos parentes indígenas. Os troncos de madeira representam cada homenageado falecido. Eles são colocados no centro do pátio da aldeia, ornamentados, como ponto principal de todo o ritual. Em torno deles, as famílias realizam uma homenagem aos mortos. “Foi uma honra participar dessas grandes festividades no Parque do Xingu, nas quais fui muito bem recebido. É a Nova Funai, presente nas aldeias e mais próxima das comunidades”, destacou o presidente da Funai, Marcelo Xavier. A fundação deu suporte aos eventos, fornecendo recursos para combustível, linhas de pesca, ornamentação e gêneros alimentícios.

Outro ritual, da etnia Guajajara, celebrou uma das principais tradições dos indígenas maranhenses: a Festa da Menina Moça. O evento, que ocorreu na aldeia Juçaral, localizada na Terra Indígena Arariboia (MA), teve o apoio da Funai e reafirmou a identidade cultural da comunidade em uma festividade em que as mulheres são as verdadeiras protagonistas.

A Funai também apoiou diversos encontros de fortalecimento da cultura e do protagonismo indígena. Em outubro, o Seminário dos Direitos das Mulheres Indígenas dos Estados de Goiás, Mato Grosso e Tocantins ocorreu na cidade de São Félix do Araguaia (MT), e teve como tema “Violência não é cultura”. O evento contou com a participação de cerca de 50 mulheres das etnias Karajá, Tapirapé, Javaé, Kamayurá e Xavante. A iniciativa foi organizada pelo Coletivo de Mulheres Iny, em parceria com a Associação Indígena do Vale do Araguaia (Asiva) e outras instituições.

Em novembro, a Funai promoveu o III Encontro de Mulheres Indígenas Xavante da Terra Indígena Marãiwatsédé, no Mato Grosso. O evento teve o objetivo de promover práticas tradicionais e transmissão de conhecimento geracional, bem como discutir temas de cidadania e acesso às políticas públicas que envolvem participação social das mulheres Xavante.

No âmbito internacional, lideranças indígenas de diferentes regiões do Brasil participaram de uma audiência online com representantes do governo dos Estados Unidos. Na ocasião, foram discutidos temas relacionados a questões ambientais e climáticas e de importância para os indígenas brasileiros, tais como a preservação do meio ambiente, o desenvolvimento sustentável e a autonomia das comunidades.

A reunião foi conduzida pelo embaixador dos EUA no Brasil, Todd C. Chapman, e contou com a presença de líderes de diversas etnias e regiões do país e representantes de diferentes entidades indígenas. Durante o encontro, os participantes apresentaram a pluralidade de etnias e culturas existentes no território nacional.

VIA  Assessoria de Comunicação / Funai

 

 

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