Outros

Colóquio Internacional sobre Plurilinguismo e Interculturalidade nas Fronteiras – Desafios e Perspectivas para o Ensino e a Formação (chamada para trabalhos)

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A Universidade de Aveiro (UA) convida investigadores, formadores, professores e demais interessados a submeterem trabalhos para o Colóquio Internacional sobre Plurilinguismo e Interculturalidade nas Fronteiras – Desafios e Perspectivas para o Ensino e a Formação, que ocorrerá nos dias 13 e 14 de novembro de 2025.

Tendo em vista aprofundar a compreensão da complexa realidade das regiões fronteiriças e os desafios específicos que esta realidade impõe à educação, o evento fomentará reflexões e diálogos sobre o ensino, aprendizagem e formação docente em contextos de fronteira, considerando o impacto das interações linguísticas e culturais, das práticas pedagógicas e das políticas linguísticas orientadas para o plurilinguismo e a interculturalidade.

As regiões de fronteira oferecem um contexto singular para a análise de questões relacionadas com a linguagem, a cidadania, a alteridade, a cognição docente e a prática pedagógica.

Eixos temáticos:

  • ●  Políticas linguísticas educativas em regiões fronteiriças: cenários educativos, desafios e potencialidades do ensino de línguas.
  • ●  Didáticas transfronteiriças: práticas pedagógicas em contextos multilíngues; educação, cultura e identidade.
  • ●  Representações sociolinguísticas: crenças e atitudes sobre línguas-culturas vizinhas e seu impacto no ensino-aprendizagem.
  • ●  Formação docente: Cenário de formação em contextos plurilingues e identidade profissional docente.

 

Submissão de propostas

Os interessados devem submeter resumos de cerca de 500 palavras (incluindo no máximo cinco referências) até 05 de junho de 2025, para o e-mail do evento. O resumo deve obedecer ao formato proposto pela organização (disponível na página do evento) e conter título, eixo temático, palavras-chave, contextualização, ancoragens teóricas, descrição do estudo empírico (se aplicável), contributos para a reflexão sobre o campo.

O evento é financiado por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito dos projetos UIDB/00194/2020 e UIDP/00194/2020, e pelo CNPq -Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Brasil.

Siga o link para a leitura da Chamada para Trabalhos_VF

 

Participe!

Viver no Brasil falando Hunsrückisch [Documentário]

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Viver no Brasil falando Hunsrückisch [Documentário]

Após quase dois séculos da imigração alemã no Brasil, o Hunsrückisch ainda hoje é falado por mais de 1 milhão de brasileiros. Separados às vezes por milhares de quilômetros, as experiências e sentimentos dos falantes se entrelaçam. A partir das pesquisas realizadas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo, foram selecionados trechos de entrevistas que ilustram diferentes usos da língua, tanto no meio familiar como na administração, na imprensa, no comércio, em manifestações culturais, na educação e na religião. Além do cotidiano, da história e da cultura dessas comunidades, o documentário procura registrar temas essenciais para o entendimento da formação da língua e da identidade nas comunidades alemãs no Brasil, como as diferentes denominações, a grande variação interna da língua, a chegada à escola e a dificuldade na hora de aprender o português, a relação com o alemão standard e a convivência com outras variedades de alemão.

Viver no Brasil falando Hunsrückisch busca dar ouvidos à língua e à visão de mundo dos falantes de Hunsrückisch. O documentário é um produto do IHLBrI (Inventário do Hunsrückisch como Língua Brasileira de Imigração), coordenado por Cléo Vilson Altenhofen (ALMA-H / UFRGS) e Rosângela Morello (IPOL).

O documentário foi lançado durante o III Encontro de Falantes de Hunsrückisch, em Nova Petrópolis, Rio Grande do Sul, Brasil. Data de lançamento: 13 de outubro de 2018 (Brasil)


Ficha técnica
Direção: Gabriel Schmitt e Ana Winckelmann
Roteiro: Ana Winckelmann e Gabriel Schmitt
Edição e Montagem: Alice Soares
Equipe de entrevistadores: Ana Winckelmann, André Ricardo Kuster-Cid, Angélica Prediger, Gabriel Schmitt, Gerônimo Loss Bergmann, Jussara Habel, Luana Cyntia dos Santos Souza, Paola Inhaquite Wollmann, Sofia Froehlich Kohl, Viktorya Zalewski Pietsch dos Santos
sob coordenação de: Cléo Vilson Altenhofen (PPGL/UFRGS)
Transliterações: Gabriel Schmitt, Jussara Habel, Ana Winckelmann
Traduções:
Português: Jussara Habel, Angélica Prediger, Sofia Froehlich Kohl, Gabriel Schmitt
Alemão: Gerônimo Loss Bergmann e Angélica Prediger
Pomerano: Gisleia Simone Devantier Blank
Sapato de Pau: Fernanda von Mühlen, Márcio Von Mühlen e Neiva Von Mühlen
Italiano: Clarice Campani e Bárbara Coelho
Espanhol: Maria Liz Benitez e Luiz Roberto Lins Almeida
Francês: Isadora Leão
Inglês: Gerônimo Loss Bergmann e Igor Schwingel
Produção: Inventário do Hunsrückisch como Língua Brasileira de Imigração, com apoio do IPHAN.
Saiba mais: O projeto Atlas Linguístico-Contatual das Minorias Alemãs na Bacia do Prata (ALMA) é um macroprojeto desenvolvido em conjunto pelas áreas de Romanística (da Christian-Albrecht-Universität de Kiel – CAU, Alemanha) e Germanística (do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Brasil), sob a coordenação de Harald Thun (Kiel) e Cléo V. Altenhofen (Porto Alegre).
Faça download do livro “Hunsrückisch em prosa & verso : textos do Concurso Literário de Poemas e Contos em Hunsrückisch 2017” no link https://lume.ufrgs.br/handle/10183/184118

Pós-Graduação online gratuita em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e Literaturas Afro-brasileira

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A Secretaria de Relações Internacionais (SINTER), a Secretaria de Educação a Distância (SeAd) e a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPG) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) convidam professores da educação básica dos países e regiões de língua portuguesa, exceto do Brasil, a se inscreverem no processo seletivo para o curso de pós-graduação lato sensu em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e Afro-Brasileira da UFSC, Brasil.

O curso faz parte da Universidade Aberta do Brasil (UAB/Capes) e tem como objetivo do Curso formar, em nível de especialização, professores da educação básica na área de literaturas africanas e afro-brasileiras, para atuação em disciplinas de língua portuguesa e correlatas, bem como em projetos interdisciplinares.

Serão oferecidas 100 vagas para estudantes internacionais dos países e regiões de língua portuguesa, exceto do Brasil, conforme Projeto de Extensão da UFSC cadastrado sob no 202500388.

Entenda-se como países de língua portuguesa: os membros plenos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP); os observadores associados da organização como região de língua portuguesa; e a Região Administrativa Especial (RAE) de Macau, na República Popular da China (RPC)

Para mais informações siga o link na publicação.
Participe! Divulgue!

Edital Pós-doutorado junior na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

A Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, por meio do Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais na Amazônia (PDTSA) e Rede Bionorte-Marabá, torna público o Edital que visa selecionar 1 (um) bolsista de pós-doutorado júnior (PDJ) para atuação no projeto “Uso, conservação e intercâmbio de plantas e saberes entre povos indígenas do Sudeste do Pará” financiado na chamada Amazônia+10 expedições científicas. Participe!

 

GT Geopolíticas do Multilinguismo entrevista Daniel Pimienta

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Por Simone Schwambach y Camila Muniz

Daniel Pimienta. Fonte: OBDILCI.

El doctor Daniel Pimienta es un francés nacido en Marruecos. Estudió matemática aplicada e informática en la Universidad de Niza (Francia). Trabajó 12 años con IBM Francia como arquitecto de sistemas de telecomunicación. En 1988, ingresó en la Unión Latina, en Santo Domingo, como asesor científico y responsable del proyecto de creación de una red para América latina (REDALC). Fue uno de los pioneros del tema de las TIC para el desarrollo, construyendo redes nacionales en Perú, República Dominicana y Haití. En 1993, crea la Fundación Redes y Desarrollo (FUNREDES), trabajando temas como brecha digital, alfabetización informacional, comunidades virtuales y diversidad lingüística en Internet. Ha sido Secretario Ejecutivo de la Red mundial para la diversidad lingüística (MAAYA) y, desde 2017, es responsable del Observatorio de la diversidad lingüística y cultural en la Internet (OBDILCI), retomando y actualizando las actividades de FUNREDES para crear indicadores de la presencia de las lenguas en la Internet.

Pimienta: OBDILCI prosigue las actividades de un proyecto de FUNREDES del mismo nombre que nació en 1998 y que yo dirigía. Cuando FUNREDES ceso sus actividades, en 2017, mantuve las actividades de ese proyecto y en secuencia formalicé la existencia de una nueva estructura asociativa para enmarcar ese proyecto. La asociación OBDILCI tiene existencia legal en Francia como asociación desde enero de 2021.

OBDILCI es una estructura pionera en el tema de la medición del espacio de las lenguas en la Internet, un tema con implicaciones fuertes en el más general de la promoción de la diversidad lingüística en la Internet porque sin indicadores fiables y perennes es muy complicado desarrollar políticas públicas acertadas. Sin embargo, ese campo cuenta con demasiado pocos actores académicos (y en general actores que no han permanecido) y ha sido abandonado a empresas de marketing pocas trasparentes y con datos donde los sesgos son generalmente no estudiados, a pesar de ser a menudo enormes.

OBDILCI ofrece datos mas confiables y apoyados por metodologías expuestas en el mínimo detalle y sometidas al escrutinio de los pares, en publicaciones científicas.  En margen de ese proyecto principal de producción de indicadores que permiten entender mejor la evolución de las lenguas en el ciberespacio, OBDILCI desarrolla proyectos coherentes con su misión de promover la diversidad lingüística y cultural en la Interne, los cuales están expuestos de manera sistemática en su sitio Web y en publicaciones.

Pimienta: El proyecto nace en 1998 cuando el presidente francés Chirac hace declaraciones, en una reunión mundial de la francofonía, que demuestran una percepción de una Internet totalmente dominada por el inglés y dejando ningún espacio para cambiar ese estado. En esos tiempos, éramos parte de un movimiento internacional de la sociedad civil, muy amplio, y quisimos demostrar, con datos duros, que la realidad era distinta de esta visión reductora y pesimista. A partir de ahí, los métodos han ido perfeccionándose y la diversidad medida extendiéndose, la dominancia anglófona extrema, siendo un fenómeno transitorio natural de un campo nuevo a la intersección de la informática y la ciencia, dos campos marcados sin duda con un sesgo anglófono mayúsculo. Hoy en día, nuestros datos reflejan una realidad donde la Internet es el espacio con la dosis de multilinguismo la más alta que jamás haya existido. Desde luego, si desafortunadamente las miles de lenguas con figuras de hablantes reducidas quedaron aun afuera, más del 95% de la población mundial puede interactuar con las redes con su lengua materna o segunda (se estima a 750 el numero de lenguas con existencia digital, solo el 10% de las lenguas existentes pero una cifra que recubre más de 96% de hablantes).

El impacto principal de nuestros trabajos es mostrar que el multilinguismo es la esencia del ciberespacio y que la creación de contenidos debe ser una tarea prioritaria para cada lengua, dadas las apuestas mayores planteadas, sea a nivel lingüístico, cultural, económico o geopolítico.

Una Web alojando conocimientos creados en mi lengua y reflejando mi cultura es posible y es mi deber de contribuir en esa dirección, sin dejarme impresionar con datos, a menudo sesgados, que pretenden desmotivarme afirmando una necesidad de pasar por la pretendida lingua franca del ciberespacio. Menos del 20% de la población mundial entiende el inglés, la lingua franca de la Internet es el multilinguismo, apoyado por recursos de traducción cada día más eficientes y disponibles.

Pimienta: No estoy suficientemente competente en el tema de los entrenamientos de los LLM con datos sintéticos para opinar con valor agregado; su pregunta me va a motivar a investigar más ese tema.

Mi relación con la informática es muy temprana, he sido estudiante de la primera maestría de informática creada en 1970 en la Universidad de Niza, algunos profesores aprendiendo el tema al mismo tiempo que lo enseñaban, lo que era sumamente pedagógico. Desde entonces he seguido de cerca, en mis estudios y luego en mi trabajo, los progresos de esa disciplina. ¡Los dos subtemas de la inteligencia artificial y de la traducción por programa podrían haber sido las promesas frustradas las más espectaculares de la informática entre 1970 y 2010! Los progresos fueron muy lentos y los resultados, tanto de los mal llamados “sistemas expertos” y de los complejos y caros programas de traducción bastante mediocres. De repente, en los últimos años, con la introducción de totalmente nuevos ángulos de abordaje (aprendizaje profundo, algoritmos neuronales, modelos de lenguas) el paradigma cambio. Los progresos se aceleraron y llegaron a productos espectaculares y al alcance de todos. Nadie puede negar hoy en día que más que espectaculares son extraordinarias las nuevas herramientas de inteligencia artificial y especialmente prácticas las ayudas de traducción que se hacen más versátiles (traducción de sitio web, interpretación en YouTube, …). Estamos viviendo un momento histórico para los dos temas y para la intersección de esos dos temas, un momento que plantea retos tan extraordinarios como las mismas herramientas, retos éticos en mayoría:

  • ¿Como dar los debidos créditos a las fuentes abiertas que usan sin restricción los programas de IA, y remunerar debidamente las fuentes no abiertas que puedan usar?
  • ¿Como asegurar que las fuentes reflejan debidamente la necesaria diversidad lingüística y cultural y no se transforman en un agente hiper poderoso de aculturación?
  • ¿Como controlar y superar los sesgos que vienen dentro de las fuentes seleccionadas?
  • ¿Como lograr que las personas que hacen uso entienden que en última medida deben guardar el control de los productos y asegurarse de que los productos no sean parte de las alucinaciones que son un efecto colateral natural y por el momento inevitable de los modelos de lenguas?
  • La lista no se termina ahí y es significativo que la encuesta conducida por la universidad Elon hacía más de 300 expertos del tema y de temas adyacentes, y a la cual participe con una contribución en la línea de sus preguntas, sobre el tema de que hay que esperar de la IA en 2040, arrojo resultados donde una forma de pesimismo emerge, así como un grito consensuado para la urgencia e importancia de regulaciones.

Pimienta: El predominio del inglés en la Internet es parte de la historia; Internet es cada día más un ámbito multilingüe y donde los contenidos tienden a ser proporcionados a la cantidad de hablantes de cada lengua. La situación es distinta para las herramientas de la IA, aunque un multilinguismo, aun no tan equilibrado, se manifiesta de manera temprana. Es primordial que cada lengua vea actores que luchan para que su lengua tenga el espacio que merece en esta nueva carrera para instrumentos de la IA.

Todo lo que acabo de expresar es cierto para las lenguas que poseen números de hablantes (L1 o L2) que se cuentan en millones. No es así para las lenguas cuyo numero de hablantes es bajo, y ahí los retos son distintos y a veces dramáticos.

Es útil tener una idea de la amplitud del problema: mas del 80% de las lenguas tienen menos de 100 000 hablantes y el factor económico juega un papel de barrera alta para las recomendadas acciones.

LENGUAS NUMERO PORCENTAJE
Con más de 10 millón de hablantes 125 1.6 %
Con más de un millón de hablantes 447 6 %
Con menos de 1 000 000 hablantes 7158 94 %
Con menos de 100 000 hablantes 6157 81 %
Con menos de 10 000 hablantes 4292 56 %
Con menos de 1 000 hablantes 2310 30 %
TOTAL 7615 100 %
Fonte: Ethnologue Global Dataset #27, 2024, antes de reagrupar en macro-lenguas.

Para compensar el pesimismo que puede resultar de esas cifras crudas, es importante entender que más de 44% de la población mundial entiende mas de una lengua, y con el juego de las segundas lenguas, las 362 lenguas de más de un millón de hablantes[1] permiten que 96% de la población mundial tienen acceso potencial a la Internet en su lengua materna o su segunda lengua.

Existen muchas familias de lenguas que no se han atribuido una macro-lengua, y las cifras imponen tratarlas de la misma manera que las macro-lenguas. Así, aunque la lengua Maya Yucateco no llega a 1 millón de hablantes, la familia Mayense, que incluye dos lenguas de más de un millón de hablantes, Quekchí y Quiché, reagrupa 31 lenguas por más de 6.5 millones de hablantes. Al igual, la familia Otomangues reagrupa 179 lenguas por un total de mas de 1.7 millones de hablantes, aunque ninguna de las lenguas que la componen llegue a 100 000 hablantes.

El reagrupamiento por familia es una necesidad para afrentar esos retos.

Pimienta: En la respuesta precedente se considero la necesidad de reagrupar lenguas por familias para llegar a cifras críticas que permiten bajar las barreras económicas. Para los países del Sur, una estrategia análoga debe, en la medida del posible, ser considerada: unir esfuerzos entre países que presentan características que lo permiten; el primer criterio que viene a la mente es obviamente regional. América latina debe entender ese reto como un reto regional antes que nacional.


[1] Esa cifra, a diferencia de la del cuadro precedente, toma en cuenta las macro-lenguas que reagrupan en una sola lengua muchas otras lenguas.

Simone Schwambach

Professora auxiliar do Departamento de Linguística e Estudos Orientais da Universidade Complutense de Madri (UCM). É licenciada em Letras pela Universidade de Caxias do Sul e tem um mestrado em ensino de português para hispanófonos. Atualmente é doutoranda do programa de Linguística Teórica e Aplicada da UCM em cotutela com a UFSC.

Camila Muniz

Graduanda em Letras – Língua Portuguesa e Literaturas (Bacharelado) na UFSC. Possui experiência em tecnologias educacionais e interesses de pesquisa em política linguística, diversidade linguística e inteligência artificial.

 

DOCUMENTÁRIO SOBRE DOUTRINAÇÃO DE NATIVOS NOS EUA CHEGA AO STREAMING

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Documentário cotado ao Oscar investiga a descoberta de possíveis sepulturas não identificadas na Escola Residencial Indígena St. Joseph, no Canadá.

Sugarcane | National Geographic Documentary Films

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Éric Moreira publicado em Aventuras na História, 14/01/2025

Registro de comunidade apache - Domínio Público via Wikimedia Commons

Registro de comunidade apache – Domínio Público via Wikimedia Commons

O documentário “Sugarcane”, que explora o legado devastador das escolas residenciais indígenas na América do Norte, está disponível nas plataformas Disney+ e Hulu.

Dirigido por Julian Brave NoiseCat e Emily Kassie, o filme já conquistou mais de uma dúzia de prêmios em festivais, incluindo o Sundance, onde levou o prêmio deMelhor Direção para Documentário dos EUA.

Recentemente indicado ao Gotham Awards na categoria de Melhor Documentário, ‘Sugarcane’ também recebeu oito indicações no Critics Choice Documentary Awards e figura nas listas de melhores documentários do ano do DOC NYC e do IDA.

O documentário investiga a descoberta de possíveis sepulturas não identificadas na Escola Residencial Indígena St. Joseph, localizada na Colúmbia Britânica, Canadá. Essa instituição, administrada pela Igreja Católica, foi palco de abusos físicos, psicológicos e sexuais contra crianças indígenas.

‘Sugarcane’ revela evidências de crimes horrendos, incluindo casos em que padres engravidaram alunas e, após darem à luz, os bebês foram incinerados.

Além de abordar o caso canadense, o filme também destaca o sistema de internatos indígenas nos Estados Unidos, maior do que o do Canadá, onde práticas semelhantes de abuso e assimilação cultural ocorreram.

Essas escolas, em ambos os países, buscavam apagar as línguas e culturas indígenas, forçando as crianças a adotar normas e costumes da sociedade branca.

Ecos do passado

Joe Biden após discurso à comunidade indígena do Rio Gila, nos arredores de Phoenix, no estado do Arizona

 

 

Na última sexta-feira, o presidente Joe Biden visitou a Reserva Indígena Gila, no Arizona, para reconhecer o impacto do sistema de escolas residenciais. Durante o discurso, ele pediu desculpas formalmente:

“Peço desculpas como presidente dos Estados Unidos da América pelo que fizemos. A política de internatos indígenas é uma marca de vergonha na história americana”.

Os cineastas Kassie e NoiseCat estiveram presentes na ocasião e destacaram a importância do reconhecimento presidencial: “O pedido de desculpas é um marco para as famílias e sobreviventes das escolas residenciais. Estamos honrados que ‘Sugarcane’ contribua para essa conversa tão necessária”.

O documentário foi exibido em cinemas nos EUA e Canadá durante o verão e também levado a comunidades indígenas por meio do “Rez Tour”. Essa iniciativa oferece exibições acessíveis e seguras para povos afetados diretamente pelas escolas residenciais, além de conectar espectadores a recursos de saúde locais.

‘Sugarcane’ também se conecta ao recente relatório do Departamento do Interior dos EUA, que revelou a morte de quase 1.000 crianças  nas mais de 400 escolas federais indígenas do país — número três vezes maior que o registrado no Canadá.

Produzido pela Kassie Films e Hedgehog Films, em parceria com Impact Partners e Fit Via Vi, o documentário conta com a atriz Lily Gladstone como produtora executiva, conforme repercute o Deadline.

https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/historia-hoje/cotado-ao-oscar-documentario-sobre-doutrinacao-indigena-nos-eua-chega-ao-streaming.phtml

Assista o trailer:

Mais sobre o documentário: https://films.nationalgeographic.com/sugarcane

 


Siga a leitura neste artigo de agosto de 2024

EUA RECONHECEM MORTES DE CRIANÇAS INDÍGENAS EM INTERNATOS DO GOVERNO

Por décadas, o governo americano se esforçou para isolar crianças nativas americanas de suas famílias em internatos administrados pelo Estado

Maria Paula Azevedo, sob supervisão de Thiago LincolinsApublicado em 02/08/2024

Turma da escola de Genoa Indian Industrial School em Genoa, Nebraska, em 1910 - Divulgação/Arquivos Nacionais dos Estados Unidos

Na terça-feira, 30, o Departamento do Interior dos Estados Unidos informou no relatório “Federal Indian Boarding Schools Initiative” que ao menos 973 crianças indígenas morreram entre 1871 e 1969 em internatos administrados ou financiados pelo Governo dos EUA.

O documento aponta a existência de pelo menos 74 locais de sepultamento, tanto demarcados quanto não demarcados, em 65 escolas.

Além disso, estima-se que Washington tenha investido mais de US$ 23,3 bilhões no sistema federal,  além de “outras instituições semelhantes e políticas de assimilação associadas”.

“O Governo Federal – facilitado pelo Departamento que eu lidero – tomou medidas deliberadas e estratégicas por meio de políticas federais de internatos indígenas para isolar as crianças de suas famílias, negar-lhes sua identidade e roubar-lhes os idiomas, as culturas e as conexões fundamentais para os povos indígenas. essas políticas causaram traumas duradouros nas comunidades indígenas que o governo Biden-Harris está trabalhando incansavelmente para reparar”, admitiu Deb Haaland, Secretária do Interior dos EUA.

Reconhecimento

Bryan Newland, subsecretário de Assuntos Indígenas, afirmou que, pela primeira vez na história do país, Washington está sendo responsabilizada por seu envolvimento na administração dos internatos, conforme repercutido pela RT Brasil.

“Devemos usar todos os nossos recursos para fortalecer o que eles não puderam destruir. É fundamental que esse trabalho perdure e que os Governos Federal, Estadual e Tribal se baseiem no importante trabalho realizado no âmbito da Iniciativa [Federal Indian Boarding Schools].”, afirmou Newland.

https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/historia-hoje/eua-reconhece-morte-de-criancas-indigenas-em-internados-do-governo.phtml

Sobre a realização do documentário, saiba mais nesta entrevista do Sundance Festival

Julian Brave NoiseCat e Emily Kassie, os cineastas por trás de “Sugarcane”

Por Lucy Spicer

Em 2021, notícias sobre a presença de túmulos de crianças suspeitas na propriedade da escola residencial indiana canadense fizeram manchetes internacionais e chamaram a atenção da documentarista Emily Kassie. “Senti um puxão no meu intestino”, lembra Kassie. “Eu relatei atrocidades em massa em todo o mundo, mas nunca virei minha lente para o meu próprio país.” Kassie começou a procurar nas Primeiras Nações que estavam no processo de obter acesso a outros possíveis locais de sepultura. “Entrei em contato com meu velho amigo e colega Julian (nos sentamos um ao lado do outro em nossos primeiros trabalhos de reportagem). O que eu não sabia é a pesquisa que eu consegui acesso para seguir em St. A Missão de Joseph foi a escola onde a família de Julian frequentou e onde seu pai nasceu.”

A colaboração de Kassie com Julian Brave NoiseCat traria Sugarcane, um documentário que conta com o trauma intergeracional causado pelo sistema escolar residencial, um sistema repleto de abusos que separava as crianças indígenas de suas famílias e culturas. O filme estreou nos EUA. Competição de Documentários no Festival de Cinema de Sundance de 2024, onde Kassie e NoiseCat venceriam os EUA. Prêmio de Direção de Documentário. (siga o link e a leitura)

https://www.sundance.org/blogs/give-me-the-backstory-get-to-know-julian-brave-noisecat-and-emily-kassie-the-filmmakers-behind-sugarcane/

 

. Sobre a premiação em Sundance:

Julian Brave NoiseCat recebe o Prêmio de Direção de Sundance pelo Documentário “Sugarcane”

O ex-membro do Centro de Justiça Racial Julian Brave NoiseCat, juntamente com a codiretora Emily Kassie, recebeu o Prêmio de Direção dos Estados Unidos pelo Documentário Sugarcane no Festival de Cinema de Sundance de 2024. Sugarcane segue uma investigação lançada em 2021 sobre “rumores de abuso físico e sexual há muito circulantes e há muito negados” em St. Missão de Joseph perto de Williams Lake, Colúmbia Britânica, um internato indígena de propriedade católica que funcionou até 1981.

“64 anos atrás, meu pai nasceu em uma escola indiana e foi deixado no incinerador da escola”, disse NoiseCat ao aceitar o prêmio. “Mas ele sobreviveu e aqui estamos.” (siga o link e a leitura)

https://racialjustice.umich.edu/news/2024/julian-brave-noisecat-receives-sundance-directing-award-sugarcane-documentary

 

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