Nota de Pesar – Prof. Peppe Assurini
Nota de pesar
Eu Waremoa Assurini, o popular prof. Peppe, venho através deste informar o falecimento daqueles que em vidas se chamaram cacique Puraké Assurini e Iranoa Assurini, carinhosamente chamada de dona Luzia, ambos irmãos, ocorrido ontem entre 22:00 as 23:00 horas da noite. Seu puraké se encontrava no HRT e dona Luzia estava internada na UPA aguardando leito. A comunidade Assurini lamenta muito dessas duas perdas imensuráveis que ficaram em nossas memórias. Uma enciclopédias vivas de conhecimentos tradicionais históricas e milenares do povo Assurini que se fecha e vai para a biblioteca divina. Eu enquanto filho do cacique Puraké Assurini fico muito abalado e muito triste com tudo isso que esta acontecendo, até porque dia 22 perdi minha mãe, dia 23 o cacique Sakamiramé e ontem dia 24 perdi meu pai. Então isso é muito doloroso para mim.
Ass: Prof. Peppe Assurini
#AssuriniEmLuto
Direitos Linguísticos dos povos Indígenas é tema do representante do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFSC no Prêmio CAPES de Teses 2019
A tese indicada pela Comissão para representar o Programa de Pós-Graduação em Linguística no Prêmio CAPES de Teses/2019 foi DIREITOS LINGUÍSTICOS DOS POVOS INDÍGENAS NO ACESSO À JUSTIÇA: A DISPUTA PELO DIREITO AO USO DAS LÍNGUAS INDÍGENAS EM JUÍZO A PARTIR DA ANÁLISE DE TRÊS PROCESSOS JUDICIAIS, de Julia Izabelle da Silva. De acordo com a Comissão, a tese escolhida atende aos critérios estabelecidos pelo Edital N. 10/2020, a saber: originalidade, caráter inovador e relevância científica, cultural e social. Além de atender a tais critérios, a Comissão destacou o caráter transdisciplinar do referido trabalho, à medida que este aborda e relaciona, com cuidadoso embasamento teórico, aspectos linguísticos, culturais, sociais e jurídicos relativos a um problema cuidadosamente delineado, a saber, o cerceamento do direito de cidadãos indígenas de acessarem o sistema de justiça utilizando suas línguas nativas. Dessa forma, a Comissão entende que o trabalho indicado coloca a Linguística em interface com outras áreas do conhecimento, destacando como o saber linguístico pode contribuir para aprimorar leis e, consequentemente, direitos dos cidadãos. Além disso, por este caráter transdisciplinar e pela admirável qualidade textual, teórica e empírica, a referida tese tende a alcançar uma gama maior de leitores, contribuindo, assim, para a divulgação da ciência Linguística em outras esferas da sociedade.
Talian de Luto
Faleceu nesta manhã do dia 18 de maio o professor e escritor de Talian Darcy Loss Luzzatto. Luzzatto escreveu dezenas de livros, entre eles Talian (Veneto Brasileiro): Noções de Gramática e o dicionário Talian/Português. Em 25 de outubro de 2017 o Prof. Luzzatto participou como palestrante no I Seminário Internacional Talian, juntamente com o Prof. Alessandro Mocellin, da região do Vêneto-Itália. O Seminário foi um importante evento de integração histórica, linguística e cultural entre falantes, estudantes e pesquisadores da língua veneta e suas variantes. Na ocasião Luzzatto publicamente oficializou o encerramento de suas participações em eventos, em função de sua idade e do entendimento de ter cumprido sua missão na difusão do Talian. Assim, o I Seminário Internacional Talian foi seu último evento público, o que muito honrou o Projeto Talian CTISM/UFSM.
Universidade Livre de Bruxelas: Bolsas de pós-doutorado para professores em situação de risco (político) no Brasil
A Universidade Livre de Bruxelas está disponibilizando bolsas de pós-doutorado para professores em situação de risco (político) no Brasil.
A ideia é de auxiliar aqueles cuja pesquisa possa correr risco sob governos antidemocráticos. Informações da chamada disponíveis em inglês e em francês:
http://infofin.ulb.ac.be/?AC=400&VP=1&PID=2575&M
Contra Covid-19, IBGE antecipa dados sobre indígenas e quilombolas

O IBGE estima que no Brasil existiam 7.103 localidades indígenas e 5.972 localidades quilombolas em 2019, de acordo com a Base de Informações Geográficas e Estatísticas sobre os Indígenas e Quilombolas, feita a partir da base territorial do próximo Censo, adiado para 2021, e do Censo 2010. Na próxima semana, as informações estarão disponíveis também em mapas e planilhas interativas no hotsite covid19.ibge.gov.br, que reúne dados para combater a pandemia causada pelo novo coronavírus.
A divulgação foi antecipada para subsidiar o desenvolvimento de políticas, planos e logísticas para enfrentar a Covid-19 junto aos povos tradicionais. Os dados atualizados sobre os contingentes dessas populações serão conhecidos após o Censo 2021.
O estudo mostra que as localidades indígenas estão distribuídas em 827 municípios brasileiros. Do total de localidades, 632 são terras indígenas oficialmente delimitadas. O restante constitui 5.494 agrupamentos indígenas, sendo 4.648 dentro de terras indígenas e 846 fora desses territórios. As demais 977 são denominadas outras localidades indígenas, aquelas onde há presença desses povos, mas a uma distância mínima de 50 metros entre os domicílios.
O IBGE considera localidade todo lugar do território nacional onde exista um aglomerado permanente de habitantes. Já os agrupamentos são o conjunto de 15 ou mais indivíduos em uma ou mais moradias contíguas (até 50 metros de distância) e que estabelecem vínculos familiares ou comunitários.
A base mostra também que do Censo 2010 até as estimativas de 2019, o número de localidades indígenas deu um salto de 1.856 para 7.103. De acordo com o gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, Fernando Damasco, isso decorre do aperfeiçoamento da capacidade técnica do Instituto na identificação dessas comunidades tradicionais nos últimos anos.
“Esse mapeamento dá um panorama detalhado da presença indígena nos municípios brasileiros. Ele poderá ser usado por órgãos públicos e organizações da sociedade civil nas diversas ações de enfrentamento à pandemia, já que associa dados do cadastro de localidades indígenas com informações geoespaciais e populacionais geradas a partir do Censo 2010, fornecendo informações das novas dinâmicas dessa população no território”, disse ele. De acordo com o Censo daquele ano, havia 896.917 indígenas no Brasil, sendo que 517.383 viviam em terras indígenas.
Damasco ressalta que o mapeamento divulgado hoje tem como foco as localidades. “É importante destacar que uma mesma comunidade pode ser constituída de várias localidades, conforme as características territoriais locais. O levantamento completo das comunidades indígenas e quilombolas será realizado por quesitos específicos no Censo 2021”.