Museu da Língua Portuguesa e SESC debatem memória e revitalização de línguas indígenas em cinco encontros ao longo de agosto
Primeira mesa, intitulada Dia Internacional dos Povos Indígenas, aconteceu no dia 9, presencialmente, no Auditório do Museu; atividades serão transmitidas virtualmente no YouTube do Museu da Língua Portuguesa e do Sesc SP
O Museu da Língua Portuguesa inicia no dia 9 de agosto o ciclo de encontros Línguas Indígenas no Brasil. Realizado em parceria com o Centro de Pesquisa e Formação do SESC São Paulo, o evento visa discutir questões como memória, revitalização e experiências educativas envolvendo as línguas dos povos originários do país. A atividade ocorre no contexto da adesão do Museu da Língua Portuguesa à programação especial da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032), instituída pela Unesco.
Intitulado Dia Internacional dos Povos Indígenas, o primeiro encontro acontecerá no dia 9 de agosto, às 17h30, presencialmente, no Auditório do Museu da Língua Portuguesa. Nele, a diversidade linguística e os desafios para o reconhecimento, a valorização e a manutenção das línguas indígenas serão debatidos pela artista Daiara Tukano, curadora de Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação, próxima mostra temporária do Museu; Altaci Kokama, professora e representante dos povos indígenas da América Latina e Caribe no Grupo de Trabalho Mundial na Década das Línguas Indígenas, organizado pela Unesco; e Paulo Junqueira, sócio do Instituto Socioambiental.
Com transmissão também pelo YouTube do Museu e do SESC São Paulo, a mesa será mediada por Isa Grinspum Ferraz, curadora especial do Museu. Quem quiser participar presencialmente deverá retirar os ingressos a partir das 16h30, na bilheteria do Pátio A, no próprio dia 9.
Os outros quatro encontros serão exclusivamente virtuais, também com transmissão pelas redes sociais do Museu da Língua Portuguesa e do SESC SP, sempre das 16h às 17h30.
Com as participações da linguista Marcia Nascimento Kaingang, que desenvolve projetos na área de revitalização de línguas indígenas, e da cineasta Sueli Maxakali, uma das idealizadoras do projeto Aldeia-Escola-Floresta, o segundo encontro, Escolas Indígenas e Fortalecimento Linguístico, vai acontecer no dia 11 de agosto (quinta-feira), com mediação de Altaci Kokama.
Experiências de Licenciatura Intercultural Indígena é o título do terceiro encontro, que será realizado no dia 16 de agosto (terça-feira). Os debatedores serão o filósofo e educador Gersem Baniwa, cofundador da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro; e a também filósofa e artesã do povo Maxakali Cristine Takuá, fundadora e diretora do Instituto Maracá. A antropóloga Valeria Macedo mediará a conversa.
No dia 18 de agosto (quinta-feira), ocorre o encontro Documentação e Revitalização de Línguas Indígenas no Nordeste, com mediação da ativista no movimento em defesa dos direitos indígenas Majoí Favero Gongora. Anari Braz Bomfim, da etnia Pataxó e doutoranda do programa de pós-graduação em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Hugo Fulni-ô, cineasta e um dos organizadores do livro “Fulni-ô Sato Saathatise: A Fala dos Fulni-ô”, serão os convidados especiais.
O último encontro vai acontecer no dia 23 de agosto (terça-feira). Com o nome Línguas como Territórios de Memória e Pensamento e mediação de Daiara Tukano, ele reunirá o antropólogo João Paulo Barreto, fundador do Centro de Medicina Indígena Bahserikowi, e o doutor em linguística Joaquim Maná Huni Kuin, um dos editores do livro “Nuku Kene Xarabu – Nossos Desenhos Tradicionais”.
O Ciclo de Encontros Línguas Indígenas no Brasil é fruto da parceria entre o Museu da Língua Portuguesa e o Centro de Pesquisa e Formação do SESC SP. O Museu da Língua Portuguesa conta com os benefícios da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
SERVIÇO
Ciclo de encontros Línguas Indígenas no Brasil
Encontro 1: Dia Internacional dos Povos Indígenas
Com Daiara Tukano, Altaci Kokama e Paulo Junqueira. Mediação de Isa Grinspum Ferraz
Dia 9 de agosto, às 17h30
Grátis
No Auditório do Museu da Língua Portuguesa (presencial – ingressos distribuídos a partir das 16h30, na bilheteria do Pátio A, no dia 9) e no YouTube do Museu da Língua Portuguesa e do Sesc SP
Encontro 2: Escolas Indígenas e Fortalecimento Linguístico
Com Marcia Nascimento Kaingang e Sueli Maxakali. Mediação de Altaci Kokama
Dia 11 de agosto, às 16h
Grátis
No YouTube do Museu da Língua Portuguesa e do Sesc SP
Encontro 3: Experiências de Licenciatura Intercultural Indígena
Com Gersem Baniwa e Cristine Takuá. Medição de Valeria Macedo
Dia 16 de agosto, às 16h
Grátis
No YouTube do Museu da Língua Portuguesa e do Sesc SP
Encontro 4: Documentação e Revitalização de Línguas Indígenas no Nordeste
Com Anari Braz Bomfim e Hugo Fulni-ô. Mediação de Majoí Favero Gongora
Dia 18 de agosto, às 16h
Grátis
No YouTube do Museu da Língua Portuguesa e do Sesc SP
Encontro 5: Línguas como Territórios de Memória e Pensamento
Com João Paulo Barreto e Joaquim Maná Huni Kuin. Mediação de Daiara Tukano
Dia 23 de agosto, às 16h
Grátis
No YouTube do Museu da Língua Portuguesa e do Sesc SP
Museu da Língua Portuguesa
Praça da Luz s/n – Luz – São Paulo
De terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência até 18h)
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Grátis para crianças até 7 anos
Grátis aos sábados
Acesso pelo Portão A (em frente à Pinacoteca)
Ingressos na bilheteria ou pela internet
Estacionamento conveniado (Garage K): entrada pela avenida Tiradentes, 248, e pela rua João Teodoro, 78
Encontro de Falantes Pomeranos discutiu os resultados do Inventário da Língua Pomerana
Aconteceu nesse fim de semana, dias 12 e 13 de agosto, na Câmara Municipal dos Vereadores de Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo, o Encontro de Falantes da Língua Pomerana. O evento teve como foco a apresentação dos resultados do Inventário da Língua Pomerana (ILP), uma pesquisa coordenada pelo IPOL para conhecer a situação atual da língua e credenciá-la para reconhecimento como Referência Cultural Brasileira, previsto no Decreto Federal 7.387, dezembro de 2010. O trabalho contou com o apoio do Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (CFDD), Ministério da Justiça e Segurança Pública, e teve, como parceiros: o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo/UFSC; a Prefeitura Municipal de Santa Maria de Jetibá, Estado do Espírito Santo; a Prefeitura Municipal de Pomerode, Estado de Santa Catarina; a FAPERJ – Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro; a UFF – Universidade Federal Fluminense; a APOP – Associação Pomerana de Pancas; o Grupo de Pesquisa (CNPq) “Culturas, Parcerias e Educação do Campo” do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo (PPGE/UFES); o Núcleo de Pesquisa (CNPq) “Educamemória” do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande (PPGEDU /FURG) e o Grupo de Pesquisa (CNPq) “LABPEC – Laboratório de pesquisas em contato linguístico” do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem da Universidade Federal Fluminense (Posling/UFF).
A ocasião contou com a presença de falantes, pesquisadores, gestores públicos e participantes de várias regiões do Brasil, como Espigão do Oeste, (Rondônia), Pomerode, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
Durante a programação, decorreram apresentações culturais, com a presença de alunos da Escola Municipal de Recreio, e a brilhante apresentação do Grupo de Trombonistas da localidade de Alto São Sebastião. E ainda, a exibição do documentário “Língua Pomerana, Língua Brasileira: História, memória e reconhecimento”, do colaborador, Arno Stuhr. Os dois dias de debates e discussões, sobre os resultados da pesquisa, trouxeram à tona importantes demandas e sugestões para ampliar os espaços de usos e de valorização da língua pomerana.
Um outro destaque do Encontro Falantes foi o lançamento do VOLB-Pomer (Vocabulário de Línguas Brasileiras – Pomerano), uma iniciativa inédita, concebida como um sistema web aberto e interativo que se converteu em um instrumento de registro e promoção da língua pomerana no Brasil.
O Inventário da Língua Pomerana, se constitui enquanto ferramenta para o fortalecimento e o reconhecimento do mosaico sociocultural brasileiro, rico pela sua diversidade linguística. A realização do Encontro de Falantes, se converteu em dois dias de extrema relevância, um marco para a história da cultura e língua pomerana do Brasil.
Rádio Pomerana recebeu os organizadores do Encontro de Falantes do Inventário Lingua Pomerana
O Inventário da Língua Pomerana realizou o seu Encontro de Falantes entre os dias 12 e 13 de agosto 2022, presencialmente na Câmara Municipal de Santa Maria de Jetibá/ES. O evento teve como foco a apresentação dos resultados, debate e encaminhamentos para fortalecimento da língua Pomerana, uma língua brasileira de imigração!
Polonês torna-se língua oficial no Município de Áurea, Rio Grande do Sul

“A língua polonesa se juntou às línguas oficiais do Município de Áurea, no Estado do Rio Grande do Sul, ao lado do português, língua oficial da República Federativa do Brasil”, escreveu a Associação “Comunidade Polonesa” em seu site oficial.
Segundo a associação, trata-se de um reconhecimento inquestionável da contribuição dos compatriotas poloneses para o desenvolvimento social e cultural do Brasil, principalmente em locais onde há grande número de descendentes de emigrantes poloneses.
O projeto foi iniciado por Fabricio Vicroski (Wichrowski), um ativista polonês que representa a etnia polonesa no Colégio Setorial da Diversidade Linguística do Rio Grande do Sul (Colegiado Setorial da Diversidade Linguística do Rio Grande do Sul).
A ideia de promover a língua polonesa desta forma foi apoiada pela organização BRASPOL, representando a Comunidade Brasileiro-Polaca no Brasil, a Associação “Comunidade Polonesa” e o Instituto de Linguística Polonês.
Atualmente, o projeto está sendo desenvolvido para abranger outros municípios brasileiros, onde uma proporção significativa de moradores é descendente de emigrantes poloneses.
A língua polonesa como patrimônio cultural imaterial
Segundo a Associação “Comunidade Polonesa”, o projeto faz parte de uma iniciativa maior que visa reconhecer a língua polonesa como patrimônio cultural imaterial do Brasil e, consequentemente, incluí-la na lista nacional do patrimônio cultural imaterial.
Isso resultaria, além do reconhecimento formal, no compromisso legal do Brasil de preservar a língua polonesa como testemunho vivo do desenvolvimento social e cultural do país.
VIA N1 Sergipe